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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sobre o depoimento de Candeeiro...

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Ex-cangaceiro Candeeiro

Na noite anterior ao ocorrido, ou seja, 27 de julho de 1938, Lampião reuniu seus homens e assim falou:“ “-Amanhã cedinho vou viajar. Vou embora para Minas ou Goiás. Quem quiser ficar, fica, quem quiser ir comigo se prepare.” ”Continua o chefe cangaceiro:” “-Não posso mais ficar por aqui, pois, vou começar a matar até meus amigos; voltar para Pernambuco, não volto, pois, lá só tenho inimigos e a matança vai continuar. Assim o melhor é terra nova, onde ninguém me conhece””...”.
 
Paulo Brito à direita

              Paulo Britto: Podemos dizer, portanto, que em todo o texto, esta é a única informação precisa, adquirida de viva voz do cangaceiro Candeeiro que relata ter ouvido esta decisão bombástica a ser dada ao seu grupo pelo chefe maior, de que findava ali, abruptamente, o seu reinado no nordeste?
 
Bando de cangaceiros de Lampião
 
             Por que o bando estando já há alguns dias em Angico, só na véspera da “partida”, esta notícia bombástica é comunicada por Lampião, sem abrir espaço para uma avaliação melhor por parte dos atônitos cangaceiros? Acredito que o impacto de uma notícia dessas, teria sido maior que o ataque da volante, uma vez que a estes ataques já estavam acostumados.
            O cangaceiro Candeeiro, não se refere à reação do bando? E por que os outros cangaceiros sobreviventes não comentaram esta informação?

"vamos ao estado de Sergipe e lá você encontrará os elementos que lhe darão o norte de toda a história. Não sou o dono da verdade, porém, não quero lhe deixar enganado, nem tão pouco morrer na ignorância, na mentira. A história do povo nordestino e dos cangaceiros é outra, não se iluda. Caso o leitor não fique satisfeito, farei um outro artigo ainda mais contundente sobre o episódio. Chega de tanto embuste”.

             Paulo Britto: Do episódio de Angico até hoje, lá se vão mais de 70 anos, e com toda a literatura já existente, inclusive por respeitados e renomados escritores, o pesquisador descobriu que toda a verdade, não é a verdade, e que difere de tudo o que já foi escrito? Num lampejo de lucidez, reconhece que não é dono da verdade, mas não quer deixar mais ninguém na ignorância e na mentira, mas em seguida, a mente volta a ficar embutida e diz que “a história do povo nordestino e dos cangaceiros é outra, não se iluda”.
           Já não basta a dificuldade para se convencer pesquisadores renitentes e discordantes de carteirinha, tem-se agora que recontar a história de Canudos e tantas outras que compõem a história do povo nordestino? E, por favor, uma nova matéria, mais contundente para esclarecer o embuste, será um martírio para todos aqueles que conhecem a história do cangaço, e que tal, ao invés de se tentar confundir os leitores, deixar a história ser contada por quem sabe e por quem levou anos realmente pesquisando... Existem vários escritores e historiadores sérios e respeitados. Este último momento prende-se apenas a uma colocação referente à entrevista do cangaceiro “Candeeiro” ao pesquisador Paulo Gastão.
 
Paulo Gastão 

             Prezado pesquisador, tenho pelo Senhor o mais profundo respeito, e a imagem que fazia do fundador da SBEC, instituição esta que acredito ser abalizadora da verdade histórica do cangaço, que em momento nenhum merece ter em sua pessoa o idealizador desta matéria. Não gostaria de ter que reformular a minha avaliação e vê-lo enveredar por um caminho que não o levará a nada.
            E por que querer denegrir, só por denegrir a imagem de um autêntico militar, que dedicou a sua vida em garantir a justiça e a ordem, em defesa do povo nordestino? Um militar que destacou-se, entre outras missões e atividades, também como delegado, prefeito interventor e nas revoluções em que participou de 1925, 1930 e 1932 e só angariou o respeito e admiração de todos aqueles com quem conviveu, seus pares do Estado de Alagoas e dos demais Estados, maçonaria, amigos e familiares. Denegrir por denegrir? De antemão, classifico este artigo “Angico, por Paulo Gastão” um equívoco, plenamente superável. Continuo a hipotecar o meu respeito ao cidadão Paulo Medeiros Gastão.
 
Paulo Britto
 
Este texto foi transcrito do blog: "Cariri Cangaço"
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Sobe para quatro o número de vítimas de novo terremoto no Japão

           O forte terremoto que atingiu o nordeste do Japão na última quinta-feira já matou quatro pessoas, e deixou outras dezenas de pessoas feridas. O tremor atingiu 7,4 graus na escala Richter.
 
           O epicentro do terremoto, a 49 quilômetros de profundidade sob o mar, foi próximo à cidade costeira de Miyagi, a mesma que havia sido devastada pelo desastre que ocorreu no último dia 11 de março. O tremor também pôde ser sentido na capital, Tóquio, a 400 km do epicentro. O forte terremoto ocorreu às 23h32 (11h32 de Brasília).
 
          Um alerta de tsunami que foi emitido logo após o forte tremor foi suspenso mais tarde. De acordo com a emissora pública "NHK", entre vítimas fatais estão uma mulher de 60 anos, que teria morrido depois que seu balão de oxigênio falhou por conta do apagão que tomou a região, além de um homem de 79 anos. Cerca de 3,6 milhões de residências continuam sem energia na manhã desta sexta-feira.
 
           No complexo de Fukushima Daiichi, os trabalhadores se protegeram em um abrigo à prova de terremotos. A operadora que controla a usina, Tokyo Eletric Power (Tepco), afirmou que não havia sinais de problemas. Apesar disso, os trabalhadores continuam injetando nitrogênio no reator 1 de Fukushima. De acordo com a agência japonesa de segurança nuclear, as instalações ao longo da costa nordeste estavam sob controle.
 
           Uma série de irregularidades foram detectadas na central nuclear de Onagawa, Miyagi, como a água da piscina de combustível usada de dois reatores transbordou, mas apenas uma pequena quantidade de água foi derramada. De acordo com o Tohoku Eletric Power, que controla a usina, o nível de radiação é bastante inferior ao limite de segurança.
 
          Em algumas partes da cidade de Sendai era possível ver escapamentos de gás e inundações, afirmou a TV estatal "NHK". A agência de notícias "Jiji" relatou cinco incêndios e 13 escapamentos de gás na cidade.
 
           A China fez um pedido ao Japão para que respeitem o direito internacional e adotem medidas efetivas para proteção da vida marinha. O pedido foi feito em meio a preocupação com o despejo de água radioativa diretamente no mar, com o objetivo de criar espaço para água com nível maior ainda de radiação presente no reator 2. O Ministério das Relações Exteriores do Japão pediu também que a divulgação de relatórios sobre a crise sejam feitos de forma rápida, abrangente e precisa.

Veja o momento em que o forte terremoto atinge o Japão:

Fonte: SRZD - Internacional

Porque a reunião no coito do Angico?

  Por: Aderbal Nogueira

            Caro Sabino, venho aqui mais uma vez tentar colaborar com o debate e com esta história tão cheia de mistérios, como diz nosso amigo Alcino, que é o Cangaço. Pois bem, lendo sua matéria aqui no Cariri Cangaço (Nota: Postagem abaixo) , lembrei de dois depoimentos que gravei com amigos ex-cangaceiros, Candeeiro e Vinte e Cinco, depoimentos esses que tiveram um intervalo de aproximadamente 8 anos entre a gravação de um e de outro.
 
O cangaceiro Candeeiro
 
O cangaceiro Vinte e Cinco à direita
 
             Um detalhe é que Candeeiro só encontrou com Vinte e Cinco cerca de 50 anos após o combate de Angico. Gravei primeiro com Candeeiro, e quando gravamos com "25" ele nos narrou a mesma coisa que Candeeiro havia falado, sem que nós sequer tenhamos comentado o assunto. Ambos os depoimentos foram tomados por mim e pelo amigo Paulo Gastão.
 
 
Paulo Gastão
 
           Mais uma vez digo que eu, Aderbal, não estou dizendo absolutamente nada, não quero eu causar celeumas, apenas coloco ao público o que foi por mim gravado; tento somente colaborar com as pesquisas. Esse assunto no caso, estava até esquecido por mim. Quando vi a matéria hoje no Cariri Cangaço é que lembrei.
             Confesso que até pensei em não mais enviar esses vídeos para os blogs, pois pode parecer, como algumas pessoas já falaram, que estou querendo me intrometer demais, porém o caso não é de intromissão e sim de colaboração. Por favor receba o vídeo como algo a mais para as pesquisas. 

"Ele queria ir para Minas..."
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             Eu, Aderbal, não julgo se o depoimento é verdadeiro ou falso, afinal não estava no bando na referida época - 1938. 

Aderbal Nogueira
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Lampião tinha tudo que necessitava...

Olho no Olho...
Por Sabino Bassetti
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 Pesquisador e escritor Sabino Bassetti

            Amigos do Cariri Cangaço,

            No meu entender, os motivos de Lampião se manter vivo por tanto tempo na vida bandida foram vários. Um deles é o fato dele respeitar o inimigo, não brigando quando não havia possibilidade de vitória como no caso do ataque a Mossoró e, outros de menor vulto. Outro motivo podemos dizer que seja o apoio que Lampião recebia dos coiteiros das mais diferentes classes. Tenho também que citar liderança que Lampião tinha sobre seus cabras não importando a importância que este ou aquele tivesse no grupo. E por fim a coragem natural que o rei dos cangaceiros possuia.


Quanto a ligação que Lampião tinha com coiteiros e protetores de grande projeção, era importante e proveitosa para os dois lados.

           Sendo amigo e, prestando favores a Lampião, o fazendeiro, comerciante ou qualquer pessoa importante não teria suas propriedades, seus empregados e também suas famílias molestadas pelo cangaceiro. Em contra partida, Lampião tinha em suas mãos tudo aquilo que nescessitava com bastante facilidade. Além disso, negociar com Lampião, era uma razoável fonte de renda. Mas não podemos negar, que existiram coiteiros importantes que serviam a Lampião apenas por amizade. Como exemplo das desvantagens de não se ter um bom relacionamento com Lampião, é lembrarmos do coronel Petronilo Reis, que logo depois de conhecer Lampião tornou-se seu inimigo sofrendo então enormes prejuizos.

            Tempos depois da morte de Lampião, falou-se que ele iria se encontrar com seus sub grupos em Angico, para tratar, da sua retirada do cangaço ou uma possível mudança de ares. Porém, poucos dias antes de Lampião chegar em Angico, ele esteve reunido com diversos de seus sub grupos e não tocou nesse assunto. Durante a semana que esteve em Angico, também lá esteve pelo mesmo período Zé Sereno e todo seu grupo e, Lampião não disse uma palavra a ninguém a respeito de abandonar o cangaço ou o nordeste como se cogitou. O encontro de Angico foi apenas mais um encontro rotineiro de Lampião e seus sub grupos.
 
Zé Sereno à esquerda
 
             Taí meu caro Severo, espero que seja isso que o amigo queria. Estou a sua disposição para qualquer tipo de colaboração que eu possa dar. Como se diz aqui no interior de São Paulo: "nóis num entende muito, mais nóis vai empurrando devagar".
Abraço fraterno.

Sabino Bassetti
Pesquisador e escritor
Salto - São Paulo
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