Seguidores

quarta-feira, 7 de abril de 2021

JURITI O CANGACEIRO...

Por Kydelmir Dantas


Jose Mendes Pereira Mendes ... Só para efeito de informação. Numa das viagens à Fazenda São Miguel - Serra Talhada-PE (março de 2011), ouvimos do saudoso amigo LUIZ DE CAZUZA, pai do José Alves e sobrinho do Zé Saturnino: "Numa das vezes que ao bando de Lampião passou naquela fazenda lhe chamou a atenção a presença de um jovem cangaceiro, que devia ter a sua idade - entre 15 e 18 anos - e chamou-o pra conversarem. Porque estava naquela vida? Daí a surpresa em seu depoimento... Disse-o o jovem marginal: 


- Eu andava duas a 3 léguas por dia para aprender a ler e escrever. Um dia me encontrei com uns homens que vinham na mesma estrada e fui perguntado quem era e pra onde ia... Se tinha visto outros homens armados por aquelas bandas e tal. Respondi que não. Daí ouvi a ordem do chefe do grupo, um sargento da polícia... Dê umas 'macacadas' nele pra abrir a cabeça e ele aprender mais... Com uma chibata de bater em cavalo fui açoitado por 3 vezes, sem motivo nenhum... 


Daí, seu Luiz, morreu o estudante e nasceu o cangaceiro JURITI!" Não sei se o Aderbal Nogueiral ouviu isto, mas ele estava lá conosco. OBS: A primeira imagem é do Benjamin Abrahão e a segunda foi pinçada de um grupo do 'feice'.


Nota: Este é apenas um comentário sobre o cangaceiro Juriti escrito pelo poeta, escritor e pesquisador do cangaço e Gonzaguiano Kydelmir Dantas lá da cidade de Nova Floresta no Estado da Paraíba, mas radicado em Mossoró desde a década de 80.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

“CANÇÃO AGALOPADA” – IMPRESSÕES LIGEIRAS

Por Leandro Cardoso Fernandes

Desde algum tempo que já esperava ter sob as vistas o trabalho do professor Rubens Antonio. A expectativa, até certo ponto, fora gerada a partir das discussões e debates sobre o tema Cangaço, nos diversos grupos pelas redes sociais afora. Pensava eu que o contato inicial com seu trabalho havia sido ali. Engano meu: fora antes. Em 2017, visitei, em Salvador, uma exposição sobre Cangaço no Museu Náutico da Bahia, onde a curadoria e as imagens retocadas e colorizadas ali expostas eram do Rubens. Mesmo sem conhecê-lo naquela ocasião, pude antever o quilate do seu trabalho e seu compromisso com a excelência na pesquisa e no cuidado artístico.

Assim, o Professor Rubens Antonio da Silva Filho é geólogo, historiador (com mestrado nesta área) e artista plástico, e se debruçou, pelos últimos 20 anos, sobre o Cangaço em terras baianas, vasculhando fontes da memória oral, documentos, publicações oficiais, cartas, bilhetes e fotos. Um detalhe é que ele, propositalmente, resolveu passar à larga dos trabalhos referenciais já publicados sobre o tema, com o objetivo de evitar um possível viés pelo processamento posterior dos fatos feito por outros autores. Cabe aqui uma máxima de Anatole France: “a independência do pensamento é a mais nobre das aristocracias”. Dos registros fotográficos, selecionou as imagens clássicas do Cangaço e, a partir delas, desenvolveu e aperfeiçoou o trabalho de retificação e colorização dos instantâneos. O termo da gestação deste trabalho multifacetado veio com a publicação, em dois volumes, dos livros: “Cangaço na Bahia - Canção Agalopada ” e “Cangaço na Bahia - Cavalos do Cão ”.

Como havia me ensinado o mestre Guimarães Rosa - “o sertão é quando menos se espera”, numa bela manhã, os livros me chegaram. Confesso que o primeiro contato com as obras “ao vivo” assusta. Assusta não, impressiona. Explico: palmo e meio de altura, palmo de comprimento e quase dois dedos de espessura, que traduzindo perfaz 416 páginas num volume e 536 páginas no outro, além do trabalho fotográfico das capas com fotos de Lampião e seu bando colorizados pelo autor, em belíssima composição editorial.

Caí na leitura, portanto. E aqui vão as impressões ligeiras.

O objetivo deste pequeno texto, ao tempo em que exponho impressões pessoais sobre a obra, contribuindo para a fortuna crítica, é apontar aspectos que talvez a reclassifique com um trabalho diferenciado na já extensa bibliografia sobre o assunto. Assim, aqui me ocuparei somente do “Canção Agalopada”, que, cronologicamente, aborda o Cangaço na Bahia desde os seus primórdios até o clarear de 1930. Daí para diante é assunto para o segundo volume, o “Cavalos do Cão”.

O título, referência à canção homônima de Zé Ramalho, é o ponto de partida de uma criativa mistura entre letras de canções e texto, sendo todo ele permeado com clássicos do cancioneiro popular nordestino contemporâneo. Um desavisado pudesse, talvez, achar que se trata de um “songuebuque” (pronuncia-se “songbook”); mas logo às primeiras páginas verifica-se que é algo diferente e inusitado na crônica histórica do Cangaço: é um “texto acancionado”, permeado de trechos selecionados do universo musical nordestino, notadamente o trabalho do grande cantor, compositor e instrumentista Zé Ramalho. Exemplo disso, para ilustrar aqui, é o capítulo referente a Lucas da Feira, ponteado à maneira da melhor sincronicidade com a canção de Jorge Mautner (gravada por Zé Ramalho), Orquídea Negra. Os trechos da letra, como epígrafe, dão o tom ao corpo do texto: “a chibata, o chicote e o açoite”... Aliás, o tristemente célebre Lucas Evangelista, a exemplo do que está na letra, era um corsário do sol quente, navegando ao redor do arraial de Feira de Sant’Anna, como a ostentar o látego e a “bandeira negra da loucura e da pirataria”. A proposta é interessantíssima: um livro com “trilha sonora”. Um deleite para quem conhece as canções.

Pincei aqui algumas curiosidades. Vamos a elas.

Muitos interessados e estudiosos do tema Cangaço talvez achem que os tratados de ajuda mútua interestaduais se deram somente onde e quando houve a atuação do cangaço alcaponiano de Lampião. No entanto, Rubens Antonio, ao apontar a elevada temperatura na tríplice fronteira entre Bahia, Piauí e Goiás, bem como a dificuldade de ação das Forças Policiais naqueles ermos, dá notícia do contrato de prestação mútua de assistência na perseguição de criminosos no entorno daqueles limites. Ou seja: no Cangaço pré-lampiônico já havia acordos interestaduais de cooperação dos governos no combate ao banditismo. A contextualização geográfica é importantíssima para o entendimento espacial dos fatos e as lógicas de deslocamento. Dizia Euclides da Cunha que “a Geografia prefigura a História”, e, talvez pensando em facilitar esse entendimento e ampliar a perspectiva de visão, o Rubens recheou o livro com magníficos mapas, bonitos, bem feitos, de fácil compreensão e que muito acrescentam à visão dos fatos.

Do que eu já havia lido da crônica histórica do Cangaço, ficou-me forte impressão que Lampião, quando entrou na Bahia, ficou intocável e à vontade, sem que as  forças policiais oficiais se importassem com a sua presença por ali. Essa imagem é inclusive reproduzida em filmes sobre a vida de Lampião. Entretanto, na leitura do “Canção Agalopada” constatei que a realidade corre longe disso. Já em 1926, tanto a imprensa como a Secretaria de Polícia e Segurança Pública estão atentos à movimentação de Lampião e seu bando em Pernambuco, nos beiços do Rio de São Francisco, com grande receio. Até que se tem notícia de incursão rápida do bando em solo baiano em setembro de 1926, tendo, inclusive, havido depredações e extorsões no povoado de Orocó. O bando retorna rapidamente a Pernambuco. A imprensa e a Secretaria de Polícia e Segurança Pública mantém constante preocupação, e são muitas as notícias de mobilização de tropas para as fronteiras como medida preventiva a uma eventual nova investida do bando para o lado de baixo do São Francisco.

É necessário comentar aqui o resgate de personagens interessantes que, do ostracismo histórico em que dormiam, despertam nas cores vivas das suas atrocidades e descalabros, como o caso do Alferes Francisco Gomes de Oliveira, o “Pisa Macio”. Este militar que, por onde passou, maculou a farda que vestia numa sucessão de assassinatos, estupros, surras e arbitrariedades. Numa escala gradativa de maldades, ele faria mais pontos que muitos cangaceiros cruéis. O modus operandi de Pisa Macio é inacreditável, compartilhado pelo Capitão José Galdino de Souza ao comandar a chacina do quilômetro 374 da linha férrea de Bonfim para Juazeiro. Nas páginas do “Canção Agalopada” reverbera o eco dos gritos dos assassinados covardemente ali.

Na via oposta, há o resgate de briosos oficiais que, diante dos holofotes sempre voltados para os cangaceiros, amargaram um doloroso olvido até mesmo pelos pesquisadores e conhecedores do tema. Cito aqui o exemplo do Tenente Odonel Francisco da Silva, oficial digno do uniforme que vestia, consciente do seu dever militar e cívico. Odonel capitaneou o confronto com o bando de Lampião no Arraial das Abóboras, em 1929, onde foi ferido, mas impingiu importante baixa ao grupo de bandidos, pois dera cabo do experiente cangaceiro Mergulhão, além de ferir um outro. A sua trajetória honrada como oficial, perfumada de coragem, é descrita no livro, bem como as injustiças sofridas por ele. Cabe ao leitor mergulhar nas páginas e conferir. Inclusive, a quase totalidade dos oficiais citados no livro tem algo descrito sobre suas promoções, reformas e destino, à guisa de informações biográficas, o que em muito facilita a vida do pesquisador.

Uma coisa prática e acertada na diagramação do livro é a disposição das referências no inferior da página, o que deixa a leitura mais ágil e dinâmica ao evitar que o leitor precise deslocar sua atenção para outra parte para conferir uma citação. Está tudo “aos olhos”, no pé da página.  

A leitura do livro flui como um roteiro de documentário cinematográfico perfilando, num intrincado tabuleiro de xadrez, as Forças de combate ao Cangaço versus Lampião e seus sequazes, até o clímax nos derradeiros capítulos. Aqui me esquivarei de comentá-los, sob pena de jogar água fria e acabar amenizando a temperatura sempre ascendente da narrativa. Por isso sugiro aos leitores que não pulem os capítulos, pois ao fazê-lo, correrão o risco de não perceber a tensão crescente, capítulo a capítulo.

Para que não me estenda muito (há muita coisa ainda a “falar”), encerrarei por aqui. Não sem antes parabenizar o autor Rubens Antonio pelo belíssimo trabalho, rico em novidades, seja em informações, seja em iconografia. Como exemplo, basta citar aqui o registro documental, fotográfico e histórico de Alcides Fraga de Mendonça, autor do célebre retrato de Lampião e seu bando em Pombal em 1928, o único do rei vesgo das caatingas em terras baianas.

Enfim, “Canção Agalopada” é obra de fôlego, que não serve para as estantes empoeiradas; é – afirmo categoricamente – para ficar na cabeceira, ao alcance da mão, vez que é indispensável para consultas constantes, não somente a respeito do cangaço em terras baianas, que é seu eixo principal, mas também como registro importante, embora periférico, sobre a História recente da Bahia e dos bastidores políticos de dois séculos de combate ao banditismo. É obra que, do galope rasante das primeiras impressões, cavalga para a amplidão. São essas que ultrapassam os séculos e os continentes.

 http://cangaconabahia.blogspot.com/2021/03/cancao-agalopada-impressoes-ligeiras.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

TOCAIAS: O ECO DO PASSADO

 Clerisvaldo B. Chagas, 7 de abril de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica:2.506

Havia na região santanense de Bebedouro/Maniçoba, uma família de artesãos em madeira. Ela trabalhava com réplicas das partes do corpo humano para pessoas católicas que precisavam pagar dívidas. As peças que mais víamos eram: cabeça, mãos e pés, denominadas ex-votos. Eu identificava todos os membros da família, mas havia um galego que parecia que as cabeças de pau, eram baseadas na sua própria figura. Peças rústicas, feias, mas com certeza bem recebidas pelos donos das encomendas. Não sei dizer se aquela era a única família que confeccionava ex-votos, em Santana. Ao visitar certa feita a Igrejinha das Tocaias, nos confins do Bairro Floresta, vi uma verdadeira montanha de peças deixadas pelos devotos e juntadas ao pé da cruz do pátio. Como era grande a fé dos que faziam promessas na Igrejinha das Tocaias, com o santo estrangeiro Seu Manoel da Paciência que representava Jesus!

Quem vê o cantor e milionário Amado Batista, com todo respeito, vê a cópia das cabeças feitas pelos artesãos da Maniçoba. Sem ter onde colocar tantas peças, zeladores da Igrejinha tiveram que se desfazer de muitas e guardar um pouco das mais conservadas. Estou falando isso porque iremos fazer um movimento entre escritores e sociedade para darmos a assistência devida à igrejinha que precisa de reforma e muito mais. Há um ano estive procurando um artesão em madeira e ninguém soube informar de nenhum. Acho que artífice para essa finalidade de seguidores católicos, não existe mais no município santanense.

Não sei se o assunto interessa ao amigo e amiga, mas é fremente que resgatemos e conservemos a Igrejinha das Tocaias, cuja história já foi contada em cordel, por nós. Único resgate desta saga desconhecida pelo nosso povo. Uma vez revelada sua história, falta agora restaurá-la e até propor um tombamento uma vez que o humilde templo não pertence a ninguém. Quanto aos que gostam de fazer promessa, sobre membros do corpo, estamos sem artistas, pelo menos na cidade, restando recorrer a artesãos em outros tipos de material como gesso, por exemplo.

A propósito, nosso singelo subúrbio Maniçoba/Bebedouro, sempre foi rico no artesanato em couro de bode, em palha Ouricuri e em madeira e renda.

Seria bom um levantamento pela municipalidade para registro e benefício dos artesãos e artesãs remanescentes.

IGREJINHA DAS TOCAIAS (FOTO: B. CHAGAS).

 http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2021/04/tocaiaso-eco-do-passado-clerisvaldob.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

AGRADECIMENTO!

 Por Geraldo Júnior

Escritor Antonio Amaury e o pesquisador Geraldo Júnior

Meu caro amigo José Bezerra Lima Irmãoagradeço imensamente por suas palavras e reconhecimento ao trabalho que venho tentando fazer à duras penas. Você conhece bem a dificuldade que encontramos para irmos aos locais históricos e principalmente para coletar informações precisas a respeito da história. Uma tarefa que não é fácil e que poucos se atrevem a encarar. 

Quero aqui te agradecer novamente por suas palavras e parabenizá-lo também pelo importante trabalho que você vem realizando ao longo de sua vida. Uma grande parcela de vida dedicada à história do cangaço e do nosso amado sertão nordestino. 

Um forte abraço e sucesso nos seus estudos e pesquisas.

      
https://www.facebook.com/
 
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PARABENIZO O AMIGO GERALDO ANTÔNIO DE SOUZA JÚNIOR!

 Por José Bezerra Lima Irmão

Parabenizo o amigo Geraldo Antônio De Souza Júnior por seu excelente grupo de estudos do cangaço, o Cangaçofilia. Tenho acompanhado os seus vídeos, dando conta de suas pesquisas pelo universo do Cangaço, visitando lugares por onde eu também andei quando estava pesquisando para escrever 𝑳𝒂𝒎𝒑𝒊ã𝒐 – 𝒂 𝑹𝒂𝒑𝒐𝒔𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝑪𝒂𝒂𝒕𝒊𝒏𝒈𝒂𝒔. Geraldo entrevistou as mesmas pessoas com as quais estive no sítio Mata Redonda, nos arredores de Triunfo (PE), ouvindo familiares do cangaceiro Félix Caboje (Félix da Mata Redonda). Geraldo esteve também no Saco dos Caçulas e em Tataíra, onde se deu o episódio da morte do cangaceiro Meia-Noite, o cabra que, segundo Lampião, valia por “dez bocas de fogo”.

Parabéns!

, Geraldo, pelo excelente trabalho que vem fazendo, na divulgação dos fatos do Cangaço.

https://www.facebook.com/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

E O SORRISO SE FOI

Por Tomislav R. Femenick – Jornalista e professor

Maria Goreth Bezerra Dias nasceu em Natal, no dia 05 de novembro de 1956. No dia 15 de junho de 1975, acrescentou o sobrenome Femenick ao seu nome. Faleceu no dia 08 de março de 2021, aos 64 anos. Suas cinzas foram lançadas ao mar em frente ao Forte dos Reis Magos, o principal monumento histórico do nosso Estado, objeto de suas últimas pesquisas, visando desenvolver um estudo cientifico, a ser publicado em uma revista que ela e umas colegas estavam projetando lançar, em setembro próximo.

Gorete Femenick era bacharel em Pedagogia, pela PUC-SP, e mestre em Psicopedagogia pela Faculdade Oswaldo Cruz, também de São Paulo. Sua dissertação abordou um tema, na época, ainda controverso: “As artes plásticas como instrumento de desenvolvimento cognitivo da criança”. Não por acaso ela era artista plástica, com uma produção intensa de pinturas, em vários estilos, que vão do figurativo ao impressionismo. De volta a Natal, fundou uma escola voltada para formação de crianças, o Instituto Educacional Femenick. Aqui termina a sua “descrição oficial”, profissional, se quiserem.

Todavia Goreth era mais do que isso. Junto com um grupo de amigas e amigos, contribuiu para amenizar as lacunas sociais de algumas famílias, aqui na região metropolitana. Lotava seu carro de alimentos, livros e peças de artesanato e os levava para doação em comunidades carentes de Macaíba e Ceará-Mirim. Aproveitava a oportunidade para ensinar elementos básicos de higiene, economia doméstica, alfabetização e aprendizagem. Dizia que essa era uma tarefa que Deus lhe tinha dado. Só suspendeu essas atividades quando a saúde não lhe permitia mais continuar.

Tivemos quase 46 anos de convivência, cumplicidade e, por que não, algumas divergências pontuais, como é comum em casais. De vez em quando me surpreendia com observações inusitadas. Estávamos subindo no elevador da Torre Eiffel, em Paris, quando ela, inopinadamente, disse que “bilhões de pessoas do mundo nunca sentiriam essa sensação histórica, pois nunca iriam a França, e muitos dos que iam somente viam a torre como um passeio turístico”. Uma vez, quando estávamos de férias nos Estados Unidos, um colega, professor da New York University, convidou-nos para visitar a Liberty Island, onde fica localizada a famosa Estátua da Liberdade. Goreth se recusou, dizendo que aquele era um monumento tendencioso. Significava a esperança de uma nova vida para os emigrantes brancos fugidos da Europa, em um país que, até recentemente, sacramentava o preconceito racial e a separação entre pretos e brancos.

Em São Paulo e aqui em Natal, andava com marmitas de comida no carro, para dar às famílias que pediam esmola nos semáforos. Em Catanduva, no interior de São Paulo, reunia crianças em uma praça da periferia, para ler livros infantis de Monteiro Lobato. Foi voluntária na AACD-SP e no GACC-RN. Na Vila de Ponta Negra, com um grupo de vizinhas e amigas, ensinava às crianças dançar “dança de roda” e a tocar flauta de sopro. Nunca quis que divulgassem o que ela e seu grupo faziam.

Em toda sua vida, uma coisa foi sempre presente: o seu sorriso. Essa foi a opinião unânime, foi o destaque entre as lamentações dos seus amigos nas redes sociais. Esses grupos eram de temas os mais variados: culinária, psicologia, religião, artesanato, bordado, ensino. Tenho revisto suas fotos em álbuns e nos nossos celulares. Em quase todas lá está, de formas as mais variadas, em momentos os mais diversos, o seu sorriso.

Uma outra faceta sua era o fascínio pelo mar. Adorava tomar banho de mar, até quando não podia mais. Então tínhamos que a acompanhar, seguindo seus passos lentos pela areia e amparando-a na água rasa, quando ela apanhava a água do mar com as mãos e molhava o rosto. Sempre sorrindo. Depois ia tomar um suco de maracujá, de graviola ou uma água de coco. Estava proibida de tomar refrigerantes, quaisquer que fossem.

Eram muitos os atributos de minha esposa. Até há bem pouco tempo ela era a revisora dos meus escritos. Livros, artigos acadêmicos, artigo de jornais, laudos de perícias judiciais e de auditoria contábeis tudo passava por seu crivo. Corrigia erros de português; tirava, substituía e acrescentava palavras, colocava as muitas vírgulas que eu omitia (e ainda omito), e até discutia comigo a temática e o propósito da matéria. Era encrenqueira, como devem ser todos os bons “copy desk”. Hoje essa função é de um amigo que mora lá em Campinas-SP. Tudo vai e volta por e-mail.

O problema de amar alguém é sentir a presença da ausência do ente querido. Por mais que eu pense em Deus, quando abro a minha janela e vejo o sol ou a chuva, acho que Ele poderia ter esperado um pouco mais para levar a minha Goreth.

Tribuna do Norte. Natal, 08 abr. 2021.

https://www.facebook.com/photo?fbid=3805588556225593&set=a.403222556462227

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

APAGANDO O LAMPIÃO, VIDA E MORTE DO REI DO CANGAÇO

 Por Raquel Nogueira

Gente, esse livro não pode ficar de fora pra quem estuda o tema do cangaço: É o novo livro do Frederico Pernambucano de Melo

Apagando o Lampião, vida e morte do Rei do Cangaço.

E ele pode ser seu por apenas R$ 40,00 reais já com Frete.

https://www.facebook.com/photo/?fbid=4248981821813702&set=gm.1617699521772319

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

COMO CONTAR A HISTÓRIA DE CORISCO PARA CRIANÇAS | Luciana Savaget

 

https://www.youtube.com/watch?v=mbOre86ickY&ab_channel=CEEC-CentrodeEstudosEuclydesdaCunha

CEEC - Centro de Estudos Euclydes da Cunha

Acesse o seminário online CORISCO NÃO SE RENDEU: 80 ANOS DA MORTE DO DIABO LOIRO E DA PRISÃO DE DADÁ no Facebook para acessar os CONTEÚDOS COMPLEMENTARES: https://web.facebook.com/corisconaose...

http://blogdomendesemendes.blogspot.com