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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

MARIA BONITA: ESPECULAÇÕES QUANTO À DATA DO SEU NASCIMENTO

Por José Bezerra Lima Irmão

Maria Bonita nasceu no dia 8 de março de 1911 – assim afirmam Antônio Amaury Corrêa de Araújo, Alcino Alves Costa, João de Sousa Lima e Frederico Pernambucano de Mello, informação aceita por todos os estudiosos do cangaço na atualidade. Essa data serviu de referência para as comemorações do centenário do nascimento de Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita, ocasião em que o mestre Amaury publicou o seu Maria Bonita – a Mulher de Lampião, sob os auspícios da Assembleia Legislativa da Bahia. Na folha de rosto, o autor assinalou os termos inicial e final da vida da personagem objeto de sua obra: “* 08/03/1911 † 28/07/1938”.

Essa data foi informada a Antônio Amaury por uma irmã de Maria Bonita chamada Antônia, que, sendo apenas três anos mais nova, tendo portanto praticamente a mesma idade, muito contribuiu para esclarecer várias minúcias sobre a vida de sua irmã.

O problema é que ninguém conseguiu localizar qualquer documento de Maria Bonita para confirmar a informação de Antônia. Foram vãs as buscas nos cartórios e paróquias de Jeremoabo, Glória (antiga Santo Antônio da Glória, em cujo município se situava a fazenda Malhada da Caiçara) e até de Senhor do Bonfim e Juazeiro.

Oleone Coelho chegou a considerar que se nem o doutor Amaury conseguiu achar certidão de identidade da cangaceira de Santa Brígida isso é sinal de que ninguém mais o fará, pois ninguém para ter como ele paciência e perseverança para rastejar esses pormenores no chão da história.

Mas Amaury fez escola. A busca foi retomada por seu discípulo João de Sousa Lima, sem dúvida um dos mais abnegados pesquisadores dos assuntos do cangaço, especialmente na região de Paulo Afonso, e nesse aspecto ninguém o supera. João de Sousa Lima dedicou-se anos a fio à pesquisa da vida de Maria Bonita, coligindo dados, entrevistando parentes e antigos moradores da Malhada da Caiçara, Sítio do Tará, Rio do Sal, Riacho e Arrastapé. O resultado desse esforço veio a lume em seu livro A Trajetória Guerreira de Maria Bonita, revelando tudo o que importa sobre a vida e a família da famosa cangaceira. Faltava, porém, uma prova que atestasse a data do seu nascimento, já que a data aceita – 8 de março de 1911 – era baseada apenas na memória de sua irmã Antônia.

Luiz Ruben de Alcântara, outro incansável estudioso, depois de quase duas décadas de pesquisas sobre o cangaço, vasculhando documentos oficiais, jornais e boletins policiais, nas bibliotecas, arquivos públicos e institutos históricos de vários estados, dá conta de sua perplexidade ante as informações sobre Maria Bonita. Luiz Ruben reuniu com o tempo um universo de elementos sobre o cangaço, e, polido e prestimoso, de forma louvável, põe à disposição dos amigos todo esse cabedal. Tudo o que se quiser, é só pedir a ele. Não conseguiu, porém, obter a certidão de batismo ou do registro civil da famosa sertaneja.

Outro grande pesquisador, Frederico Pernambucano de Mello, detentor de considerável acervo sobre o cangaço, reunido e catalogado de forma criteriosa e metódica, também não logrou êxito no tocante às certidões da Musa do Cangaço.

Com o tempo, alguns livros de registros cartorários e paroquiais se deterioraram(por incêndios, goteiras, mofo, cupins, ratos, baratas, traças) ou se extraviaram.

Há ainda a questão da dificuldade de acesso a esses livros. Não se pode ir a um cartório ou arquivo paroquial e dizer que quer ver este ou aquele livro, e de pronto verificar livremente folha por folha o que nele consta. Não é assim. O interessado precisa saber mais ou menos o que quer, em especial o nome da pessoa a ser pesquisada, o período do fato e outros dados, e então a pessoa competente do próprio cartório ou paróquia faz a busca. Muitas vezes é preciso fazer o pagamento antecipado da taxa do serviço. Quase sempre é marcada data para fornecimento do resultado positivo ou negativo da pesquisa. A busca pelo próprio interessado somente é possível à base do “jeitinho” – por amizade, confiança ou outro recurso.

O padre Celso Anunciação, notável teólogo, comunicador social, clérigo erudito, à época em que foi vigário da Paróquia de São Francisco de Assis, em Paulo Afonso, empenhou-se na busca da certidão de nascimento ou de casamento daquela Maria que tinha o mesmo nome da Menina da Galileia, sendo ele também um estudioso daquela Maria sertaneja, como a Judite que não suportava Holofernes – conforme ele mesmo justificaria a motivação da sua busca, tendo inclusive realizado em Paulo Afonso a mostra cultural intitulada “Maria Bonita em Nós”. Valendo-se da facilidade de acesso aos arquivos paroquiais, o padre Celso empreendeu várias viagens para abrir velhos livros de registros de batismos e casamentos em Senhor do Bonfim, Glória e Jeremoabo.

O pesquisador Voldi de Moura Ribeiro, em companhia do padre Celso Anunciação, achou a certidão de batismo de uma Maria (somente Maria, sem sobrenome), nascida a 17 de janeiro de 1910, filha de Maria Joaquina da Conceição.

Em virtude do nome “Maria”, e tendo esta como mãe Maria Joaquina da Conceição, havia sobejas razões para se supor que aquele seria o registro do nascimento de Maria Bonita.

Ocorre que o próprio Voldi, tendo entrevistado duas sobrinhas de Maria Bonita–Adailde Gomes de Oliveira (filha de Zé de Déia, irmão de Maria Bonita) e Maria Geuza Oliveira dos Santos (filha de Antônia Maria de Oliveira, irmã de Maria Bonita) –, assegura que “ambas foram enfáticas em afirmar que todas as irmãs de Maria Bonita tinham o nome MARIA” (Voldi de Moura Ribeiro, Lampião e o Nascimento de Maria Bonita, p. 84).

Em sua pesquisa, Voldi constatou que de fato tanto Maria Bonita como suas sete irmãs tinham todas elas “Maria” no nome, sendo na família distinguidas como Benedita Maria (Benedita), Maria Gomes (Maria de Déia), Antônia Maria (Deusinha), Amália Maria (Dondom), Francisca Maria (Chiquinha), Joana Maria (Nanã) e Olindina Maria (Dorzina).

A certidão atribuída a Maria Bonita é na verdade a certidão de Benedita Maria, a primogênita, que foi batizada simplesmente como “Maria”, identificando-se na vida adulta como Benedita Maria de Oliveira, Benedita Gomes de Oliveira ou Benedita Maria da Conceição (este foi o nome declarado ao se casar com Antônio José de Oliveira).

Voldi é um pesquisador dedicado e perspicaz. Ele obteve e publicou em seu livro a certidão de “Maria”, ou seja, de Benedita Maria (ob. cit., p. 83).

O próprio Voldi observa que Benedita ora era chamada Benedita Maria de Oliveira (conforme legenda da foto à p. 69), ora Benedita Maria da Conceição (conforme texto em negrito à p. 97). A “Maria” em apreço, ao se casar com Antônio José de Oliveira, declarou o nome de Benedita Maria da Conceição (p. 97-98).

Voldi encontrou na mesma ocasião o assentamento do matrimônio de Joanna Maria d’Oliveira (Nanã, Nanzinha, p. 96-97) e o registro de “Antônia” (sem sobrenome), que é justamente Antônia Maria da Conceição (Deusinha, p. 98-99), o que corrobora a informação de que todas as irmãs tinham “Maria” no nome, se não no batistério, mas no convívio social.

Era comum na época constar nos batistérios apenas o “nome” da criança, sem sobrenome. Lampião foi batizado simplesmente como “Virgolino”, e mesmo no registro civil foi assim que foi feito o assentamento oficial – apenas Virgolino, sem sobrenome.

Voldi Ribeiro obteve também a certidão do registro de nascimento de Maria Joaquina da Conceição (Dona Déia, mãe de Maria Bonita), e ao comentar esse achado ele deixa patente ter percebido que a “Maria” que consta na certidão atribuída a Maria Bonita é na verdade Benedita Maria. Diz Voldi:

“a. O primeiro aspecto que nos chamou à atenção foi o Registro de Nascimento, além de identificar uma coincidência com o nome exato da Mãe de Maria Bonita, tem o fato dela mesmo ter nascido no ano de 1894 e a data e o ano do seu falecimento ter sido em 16 de junho de 1964, então com 70 anos, o que nos indica que no ano do nascimento de Benedita, a primogênita provavelmente em 1909 ou 1911, a mesma estaria então com 15 anos de idade, no costume do Sertão Nordestino da época, era bastante comum uma mulher ter os primeiros filhos em torno desta idade” (sic – p. 99-100).

Ou seja, quando Maria Joaquina da Conceição (Dona Déia) deu à luz sua primogênita, em 1909 ou 1911, tinha mais ou menos 15 anos, e a primogênita foi Benedita, conforme reconhece Voldi Ribeiro.

Ora, Benedita nasceu em 1910 (portanto entre 1909 e 1911). Os autores dão realmente 1910 como o ano do nascimento de Benedita. Conforme assinalou o mestre Antônio Amaury, “... em 1910 veio ao mundo uma menina que recebeu o nome de Benedita e tornou-se a irmã mais velha da menina que nasceu no ano seguinte e que é a nossa focalizada” (ob. cit., p. 46).

Sabe-se agora, graças à descoberta de Voldi Ribeiro, que Benedita Maria nasceu no dia 17 de janeiro de 1910.

Em suma, 17 de janeiro de 1910 é a data do nascimento de Benedita Maria de Oliveira ou Benedita Maria da Conceição, nomes adotados por ela na vida adulta, e não a data do nascimento da outra Maria, Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita.

Ao analisar essa certidão, João de Sousa Lima, embora a considere “prova plausível”, deixou patente seu ceticismo, ponderando que poderia se manifestar de modo mais aprofundado nessa questão “se outra documentação for encontrada trazendo referências mais palpáveis sobre a data de nascimento de Maria Gomes de Oliveira” (Revista Contexto – Educação, ano 3, nº 5, out/nov 2012, da Secretaria de Educação de Petrolina, PE).

É louvável o empenho do abnegado Voldi Ribeiro, que com essa pesquisa lançou novas luzes sobre aspectos importantes da família da primeira-dama do cangaço, especialmente ao descobrir o nome da avó materna de Maria Bonita – Francelina Maria da Silva (ob. cit., p. 99/101). Esta descoberta vem em boa hora, pois antes se supunha que sua avó materna se chamava Ana Maria da Conceição, e agora se fica sabendo ser esta a avó paterna, conforme já havia assinalado Antônio Amaury em seu consagrado Maria Bonita – a Mulher de Lampião (p. 45).

Enviado pelo autor em 2020.

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DIÁRIO DO CORONEL ANTÔNIO GURGEL - PARTE VI.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=hhA-bySHaCE

LAMPIÃO NO RIO GRANDE DO NORTE. ANOTAÇÕES DOS DIAS 24 E 25 DE JUNHO DE 1927. - A fome e o sofrimento dos sitiados. - O ataque das Forças Volantes ao bando. - A libertação dos reféns. Entre outros assuntos. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. Não se esqueçam de se inscreverem no canal e ativar o sino para receber todas as nossas publicações e atualizações. Forte abraço... Cabroeira! Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador do canal.

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A ÚLTIMA EMBRIAGUEZ DO ZUMBI.

 Por João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 05/02/2020.

Em 1937, Zé Sereno e seu bando foi encurralado numa casa por uma volante no sertão de Sergipe, na região Salobro, ocorrendo uma grande troca de tiros. Durante a luta, como era característico nos combates cangaceiros, ocorreu uma grande troca de gritos, ofensas, desafios e ameaças. Após algum tempo de combate, sem que os soldados invadissem a casa, Zé Sereno grita avisando que vai sair para lutarem frente à frente e cara a cara, no entanto, antes combinou com o bando que assim que avisasse que estava saindo e abrisse as portas, ninguém sairia imediatamente, esperaria a primeira descarga de tiros dos soldados, e somente após sairiam atirando e correndo no rumo dos matos, e assim ficou combinado. Sendo que, o Cangaceiro Zumbi estava completamente embriagado, pois estava bebendo desde cedo, veio por toda a caminhada bebendo cachaça de seu cantil, sempre cheio, e naquele momento se encontrava muito bêbado e sem nenhuma condição de raciocínio lógico e ao ouvir o grito de Zé Sereno, que estavam saindo para lutar, quando este abriu as portas, todos ficaram, como combinado, mas o desorientado Zumbi saiu impulsivamente, correndo, sozinho, bêbado e cambaleando, na cara da volante, que descarregou seus tiros naquele cangaceiro embriagado que caiu morto imediatamente, os demais cangaceiros saíram correndo após este descarrego de tiros no rumo dos matos e empreenderam fuga. Zumbi teve sua cabeça decepada, levada pelos soldados e exposta como troféu, só depois de algum tempo, foi enterrada em local ignorado. 

https://www.facebook.com/memories/?source=notification&notif_id=1644251854145154&notif_t=onthisday&ref=notif

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" FIGURAS DO CANGAÇO " 06 - ALECRIM :

 Do acervo do pesquisador Helton Araújo


" FIGURAS DO CANGAÇO "

06 - ALECRIM :

Pedro Barbosa dos Santos ou Pedro Vieira da Silva ( como o jornal identificou ), nas hostes do cangaço tinha a alcunha de Alecrim.

Era primo de Ângelo Roque o Labareda, e antes de ser cangaceiro era o soldado volante de número 914.

Se entregou na cidade de Jeremoabo-BA, ao major Jonas e por muitos anos cumpriu pena.

Fonte “Lampião em Paulo Afonso” – João de Sousa Lima. 2ª Edição Ampliada e Revisada.

Foto : Jornal O Imparcial / Via : João de Sousa Lima.

Quer saber mais sobre esta história? Se inscreva em nosso canal no YouTube. O link está abaixo.

Acervo de Edição : Helton Araújo

https://youtube.com/channel/UComO7XvqNE-sKIBUgGMx4GQ

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TVE DOCUMENTA - LAMPIÃO - OS ÚLTIMOS DIAS DO REI DO CANGAÇO (PARTE 4).

 Por Educativa TV

https://www.youtube.com/watch?v=-cw6DW313uA&ab_channel=EducativaTV

Exibição: 26.07.19

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LIVRO

 Por Ricardo Beliel

Luiz Antonio Simas, historiador, escritor, professor:

"O livro é absolutamente fabuloso. É espetacular. O texto é muito bom. As fotografias eu já sabia que seriam deslumbrantes, mas o texto é precioso, bonito e agradável de ler. Fiquei admirado. É um trabalho fundamental para compreendermos a memória social do cangaço."

Milton Guran, antropólogo, diretor do Foto Rio:

"O livro é um documento riquíssimo em termos historiográficos. É uma obra formidável. Dentre tantas qualidades se destaca o fato dele se inserir no que chamamos de Novo Documentarismo, propiciando que os personagens assumam o protagonismo de suas histórias, preservando suas próprias formas de expressão."

Evandro Teixeira, fotógrafo e jornalista:

"Ricardo Beliel, grande fotógrafo do Brasil. Finalmente esse grande livro, tão esperado."

Patricia Mont-Mór, antropóloga (Núcleo de Antropologia da UERJ) e criadora da Mostra de Cinema Etnográfico:

"Estão aí os personagens, sua importância na história relatada, suas falas, misturadas a imagens belíssimas, de uma força muito grande que registram e enquadram cenários, objetos, lugares de memória, construções e nos dão a dimensão desse universo do Cangaço na história do Brasil, ainda não muito bem contado.

A presença constante dos autores nas imagens, no meu entender, juntos e misturados com os informantes e personagens dessa história mostram bem em que lugar de fala vocês se colocam, naquele em que se privilegia o diálogo, a troca, a vivência com eles e seu universo. Como dizia o cineasta Eduardo Coutinho, esse parece ser o “dispositivo” encontrado e muito enriquece o trabalho.

As suas fotografias, Beliel, já tem uma autoridade e reconhecimento próprios. Nesse livro elas voltam com força, repetindo o que você muito bem diz, entre a arte e o documento, com edição primorosa. A diagramação do projeto já nos dá a dimensão da obra como um todo, misturando cor e PB, notícias de jornal, imagens de época, cenas da estrada com as fotografias atuais. Uma verdadeira etnografia com imagens. Enfim, belo trabalho."

Rogério Reis, fotógrafo, jornalista, artista, diretor da agência Tyba:

"Memórias Sangradas da talentosa dupla Luciana Nabuco e Ricardo Beliel além de ser um importante e belo resgate editorial da nossa ancestralidade ampliará, sem dúvida, a nossa compreensão sobre as fábulas, paródias e toda a dinâmica da cultura nordestina contemporânea."

Luiz Carlos Lacerda, cineasta:

"Fotos e textos primorosos !"

Romildo Guerrante, jornalista:

"A descrição do último combate na Grota de Angico é antológica. Tenho outras narrativas aqui, em outros livros, nenhuma tão precisa e detalhista. Parabéns"

Leo Saldanha, editor da revista FHOX:

"Realmente maravilhoso! Uma edição de altíssimo nível com fotografias e histórias espetaculares, de um cuidado e força visual impressionantes."

Emanuel Castro, escritor, fotógrafo:

"Uma poética da viagem."

Sergio Amaral, fotógrafo e jornalista:

"Quero este livro, estas histórias, estas fotos. Quero que meu filho leia, até para entender o que eu faço. Quero meu lar com este livro."

Paulo Jacobina Almada, fotógrafo e designer:

"Fantástico! Louco pra devorar o livro com os olhos e com o coração. Quero este livro na minha memória. Minha mãe, que é de Jacobina ao lado de Miguel Calmon, sempre me contou histórias de cangaceiros e eu não acreditava muito. Este livro comprova o quanto estava certa."

Rogerio Marques, jornalista:

"Beleza de livro! Fotos belíssimas e um maravilhoso resgate de "causos" e personagens pouco lembrados da nossa história."

Geraldo Antônio de Souza Junior, pesquisador do cangaço:

"Não se trata de um lançamento e sim do nascimento de uma importante obra que trás a assinatura de um dos mais importantes pesquisadores e fotógrafos desse país."

Cristiane Ramalho, jornalista correspondente da GloboNews em Berlim:

"Que coisa boa de ler, Beliel e Luciana!"

Ana Prado, artista plástica:

"Realmente o texto é muito bom! Relato importante para os dias atuais. Não podemos esquecer da história sofrida da população que sempre viveu em condições extremamente precárias e sub humanas. Parabéns para vcs Beliel e Luciana."

Marcos de Carmelita, pesquisador do cangaço e autor do livro "As Cruzes do Cangaço":

"É um grande trabalho literário. Ricardo Beliel e Luciana Nabuco fizeram isso com muito amor e profissionalismo."

Amir Piedade, editor da Cortez e presidente da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil):

"Vocês tem um Jabuti nas mãos."

Nadja Peregrino, curadora de arte:

"Cabe ressaltar que as imagens produzidas - realizadas com apuro estético e rigor histórico – são frutos de um longo processo de trabalho capaz de trazer uma interpretação mais consequente dos lugares e pessoas como objetos de memória. Trata-se de uma fotografia-expressão situada no entre-lugar, ou seja, nessa frágil linha que separa o documento da arte, conferindo-lhe sua singularidade em relação a outros gêneros fotográficos."

Robério Santos, escritor e pesquisador do cangaço:

"Um dos melhores trabalhos que já vi até hoje."

Fernado Noy, poeta argentino:

"Fascinante, comovedor, joia perpétua!"

Silvana Silva Araújo, filha de Teresinha Silva, personagem do livro e contemporânea dos tempos em que Lampião andou na região de Monte Santo (Bahia):

"Que lindo! Nossa, de uma riqueza, que material maravilhoso. Eu estou lendo com muito carinho. Estou muito feliz. Muito obrigada por esse presente. Estou muito emocionada."

Isaura Oliveira, coreógrafa e diretora do Teatro Brasileiro de Dança:

"Magnifico! Estamos sim, investigando e contando nossa própria história e estórias, descolonizando nosso saber e poder."

Carmen Ray, UERJ:

"Maravilhoso. Estou lendo e me emocionando a cada fotografia, a cada linha."

Gustavo Pedro de Paula, fotógrafo e ambientalista:

"Mestre Beliel para entender o Brasil só conhecendo cada ferida, pisando na terra e ouvindo gente que viveu. Gratidão por escrevê-lo!"

Catherine Beltrão, escritora e engenheira ambiental:

"O livro é fantástico! Passei a virada do ano em sua companhia! Quando transformamos anos vividos em livros como esse, a vida vale a pena ser vivida"

Nana Moraes, fotógrafa:

"Esse livro promete !!!!!!!"

Luiz Abreu, fotógrafo e jornalista:

"Obra importante de um Brasil que esquece de si!"

Aguinaldo Ramos, fotógrafo e jornalista:

"Mais um valioso trabalho para a nossa História!"

José Irari, professor e pesquisador do cangaço:

"Que maravilha, o criador jogar este dom da arte de escrever e transmitir conhecimentos através da sua pessoa. Sempre compartilhe seus conhecimentos conosco."

Geraldo Melo, fotógrafo:

"Memórias Sangradas, belo título, dá pra prever que vem alguma maravilha por aí. História fantástica."

https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5/posts/4553837494727399?notif_id=1644178210301957&notif_t=feedback_reaction_generic&ref=notif

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CANGAÇO E O CORONELISMO.

Por Honório de Medeiros - [Historiador e sócio do IHGRN]

O coronelismo e o cangaço, tão característicos de certo período histórico do Sertão nordestino brasileiro, mais precisamente de meados do século XIX a meados do século XX, são manifestações do Poder, de como ele é obtido, mantido e até mesmo combatido, em intrincada trama, ao longo do processo histórico.

As narrativas acerca do coronelismo e cangaço devem ser analisadas levando-se em consideração o fator de "ocultamento" próprio da atuação dos que detêm o Poder. Nesse sentido, escrever, dizer, omitir, acrescer, manipular, enfim, tudo isso e mais, cumprem o papel de narrar como os fatos ocorreram a partir da perspectiva de quem pode impor sua percepção das coisas e dos fenômenos, em detrimento da verdade. Quem critica o estudo do Cangaço, mesmo de forma oblíqua, tratando-o como algo menor dentre os epifenômenos da cultura sertaneja, hostiliza a História e não entende o que é o Poder.

Não houve manifestações violentas do Coronelismo no Sertão nordestino sem um entrelaçamento com o banditismo rural; não houve Cangaço sem Coronelismo. Acrescentemos a esses ingredientes o fanatismo messiânico e teremos um ponto-de-partida concreto e verossímil para a real história da época dos coronéis e cangaceiros. O ponto-de-partida é o cangaceiro, começando com Jesuíno Brilhante, o primeiro dos grandes, a história dos coronéis do Cariri cearense, e a vida do mítico Padre Cícero do Juazeiro.

No Rio Grande do Norte é difusa, porém persistente, a concepção de que seus coronéis eram homens afastados da violência, bem como é persistente a concepção de que o cangaço, excetuando a invasão de Apodi, por Massilon, e Mossoró por Lampião, tratados como “pontos fora da curva”, pouca relevância teve em nosso Estado.São "esquecidas" as relações dos coronéis com José Brilhante, o Cabé; a do Coronel João Dantas com Jesuíno Brilhante; a invasão de Martins; a invasão de Apodi e sua relação com coronéis apodienses; a invasão de Mossoró e sua relação com coronéis paraibanos e cearenses; a morte de Chico Pereira e sua relação com o coronelismo paraibano e potiguar.

As invasões de Apodi e Mossoró são indissociáveis, e se constituem em epicentro de um processo político que durou aproximadamente dez anos, terminando tragicamente na famosa eleição de 1934-1935,na qual houve o assassinato do Coronel Chico Pinto e o de Otávio Lamartine, filho do ex-governador Juvenal Lamartine, e dizem respeito a disputas políticas entre famílias senhoriais do Sertão paraibano e potiguar. Todas essas atividades violentas protagonizadas por cangaceiros estão conectadas com o coronelismo. Todas elas são faces da disputa pelo Poder Político.

O cangaço é a história de homens que resolveram se vingar de uma injustiça; de homens que não aceitaram ser escravos e optaram por fazer das armas meio-de-vida; de homens que optaram por sobreviver SEM LEI E SEM REI, em uma liberdade absoluta, uma liberdade de fera, aquela liberdade anterior ao surgimento do Estado, da qual nos falou Hobbes em O Leviatã.

O cangaço é a história de rebeldes, certos ou errados. Podemos subjugar rebeldes. Podemos condenar rebeldes. Podemos matar rebeldes. Mas não podemos impedir que a memória de suas existências nos provoque. Podemos não aceitar os rebeldes, mas podemos tentar compreendê-los, tenham sido cangaceiros, coronéis, ou fanáticos, e em os compreendendo, aprendermos as lições da história.

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/cangaa-o-e-coronelismo/455191

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DIÁRIO DO CORONEL ANTÔNIO GURGEL - PARTE V.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=ZoebhF6YhBs&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

LAMPIÃO NO RIO GRANDE DO NORTE. Anotações dos dias 21, 22 e 23 de junho de 1927. - A fuga e a aproximação das Forças. - O feroz tiroteio entre o bando e uma Força Volante cearense. - Cangaceiro "Moreno I" é baleado durante o tiroteio. - O sequestro de uma vaqueiro para servir como guia. Entre outros assuntos. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões e não se esqueçam de se inscreverem no canal e ativar o sino para receber todas as nossas atualizações. Forte abraço... Cabroeira!

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JORNAL O MOSSOROENSE ENTREVISTA O PROFESSOR, POETA, ESCRITOR, PESQUISADOR DO CANGAÇO, DO LUIZ GONZAGA E DO TRIO MOSSORÓ KYDELMIR DANTAS DE OLIVEIRA

Por Leonardo Sodré Jornal O Mossoroense.

Entrevista com o Presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, Kydelmir Dantas, por "O Mossoroense":

O Mossoroense - O que o levou a ter interesse em pesquisar o cangaço?

Kydelmir Dantas - A culpa foi do meu pai. Ele era um autodidata que lia compulsivamente e eu ouvia muitas histórias sobre os sertanejos, sobre cangaceiros. Daí comecei a me interessar pelo estudo do cangaço, pelas coisas do Nordeste e a influência que esse movimento representou para o sertão.

OM - Você nasceu em Mossoró?

KD - Eu sou de Nova Floresta, Paraíba, e estou em Mossoró há 19 anos, desde que comecei a trabalhar na Petrobras. Sou mossoroense há 19 anos de fato e de direito, até porque sou cidadão mossoroense. Gosto muito daqui.

OM - Existem duas fases no cangaço: a primeira foi com o surgimento de Jesuíno Brilhante e a segunda com Lampião, Antonio Silvino e outros. Existe alguma diferença no comportamento dos cangaceiros de uma fase para a outra?

KD - Uso como exemplo a Bíblia: antes de Cristo e depois de Cristo. O cangaço está dividido em duas fases: antes de Lampião e depois de Lampião. Antes de Lampião existiam pequenos grupos, a maioria ligados em questões de família e política, como Zé Pereira e Jesuíno Brilhante. Na briga de Brilhante com os Limões, por exemplo, a política estava do lado dos Limões. Zé Pereira não começou no cangaço como meio de vida e sim por causa de briga de famílias, ele brigou com os Carvalhos.

OM - Qual foi o tema do Simpósio do Cangaço?

KD - A Sociedade Brasileira de Estudo do Cangaço (SBEC) nasceu há 13 anos com o objetivo de estudar com profundidade o assunto. Mas, temos no nosso estatuto, como obrigação, não somente estudar o cangaço mas todos os temas que possam estar relacionados a ele. Esse Simpósio, por exemplo, tem quatro vertentes: A influência na cultura do Nordeste, o coronelismo, que é um estudo da posse da terra ao controle da mídia, os direitos autorais no cordel e sobre religião e política no Rio Grande do Norte nos anos 30. Muitos temas estão intrinsecamente ligados ao cangaço e o estudo não pode ser limitado. Tem que ser amplo.

OM - O livro "A marcha de Lampião", de Raul Fernandes, filho do prefeito Rodolfo Fernandes, que comandou a defesa de Mossoró em 1927, mostra um Lampião bandoleiro, um bandido comum, absolutamente cruel. O que você acha dessa abordagem?

KD - Dentro do universo do cangaço temos duas vertentes. Até três. Tem o escritor imparcial, tem o que é a favor e tem o que é contra Lampião. Logicamente, sendo filho de Rodolfo Fernandes, Raul não poderia colocá-lo de forma diferente. Tinha que puxar para o lado dele. O fenótipo que ele produz de Lampião não tem nem em fotografia: o de que ele era negro, do cabelo ruim, do beiço virado e da canela lascada. Em fotografias você vê que Lampião não era assim, ele era caboclo e não negro. O livro dele é interessante pelos aspectos da resistência da cidade ao bando do cangaceiro montada pelo seu pai, Rodolfo Fernandes, o grande comandante daquela defesa, que deveria ser venerado pelos mossoroenses. No cemitério, estranhamente, veneram Jararaca, o bandido morto durante a tentativa de invasão. Já o padre Frederico Bezerra Maciel só falta canonizar Lampião. É absolutamente a favor do cangaceiro e da sua história. Temos que ter equilíbrio e isenção. Temos que ver o aspecto histórico para não passarmos informações deturpadas para as novas gerações. Não queremos transformá-lo em herói e tampouco em bandido ao extremo. Nem em santo, nem diabo. É preciso lembrar que o cangaço foi um produto de uma época.
OM - Voltando ao Simpósio do Cangaço, o resultado foi bom?

KD - Se levarmos em consideração que a abertura do evento aconteceu no dia da abertura da Copa do Mundo e tínhamos um auditório com mais de 200 pessoas assistindo a palestra sobre coronelismo, posso dizer que o resultado foi muito positivo. Durante todo o dia foi muito concorrido. Íamos encerrar às 17 horas, mas somente conseguimos às 18 horas porque até aquela hora tinha pessoas debatendo, questionando os assuntos tratados.

OM - Você, que é considerado um dos maiores estudiosos do cangaço no Nordeste e talvez até mesmo no Brasil, possui algum site que divulgue o resultado de suas pesquisas?

KD - Eu assumi a presidência da Sociedade Brasileira de Estudo do Cangaço (SBEC) há dois anos. Nesse momento estamos montando um site para divulgação de artigos e resultados de estudos. Atualmente passo por e-mail para algumas listas as informações que recebemos. A Internet tem ajudado muito. Divulgo os trabalhos com o apoio da empresa onde trabalho (Petrobras) e os que quiserem entrar em contato podem escrever para kydelmir@petrobras.com.br . Em dezembro o site estará pronto.

OM - O espetáculo "Chuva de Bala" retrata bem a resistência da cidade ao bando de Lampião?

KD - Na palestra que fiz sobre a influência do cangaço no teatro, na cultura, falei justamente sobre o Chuva de Bala, que começou no átrio da Igreja São Vicente e que muita gente chama de Capela de Lampião (risos). No começo a encenação era mais realista, mas sempre seguiu uma linha histórica. Depois, veio um diretor "global". Aliás, esse nome global está se tornando uma peste. Para ser alguém, tem que ser da Globo, para ser bom, tem que ser da Globo. Depois, chegou João Marcelino e mostrou que é muito capaz, que faz um excelente trabalho, sem ser da Globo, pois o global Abujamra literalmente estuprou a história da resistência a Lampião. Foi um estupro a história e aos resistentes. Depois, João Marcelino pegou o texto e fez uma coisa mais aproximada da história, mais realista. Tanto, que os atores mais aplaudidos foram os que representaram a resistência. Depois, nos anos seguintes, passou-se a fazer a coisa mais "hollywodiana" e os atores que representaram os cangaceiros foram mais aplaudidos do que os da resistência.

OM - Outro dia o poeta Caio Muniz falou sobre as estátuas que enfeitam o espaço Arte da Terra. Dizia que os resistentes eram esquecidos, em detrimento aos cangaceiros...

KD - Realmente. Quando a gente pensa em Rodolfo Fernandes, em homenageá-lo, termina por ver esses contrastes. Por exemplo, na praça Rodolfo Fernandes não tem mais o seu busto, que existia na década de 70. Fizeram inúmeras reformas na praça e terminaram por tirar o busto do homenageado que era para estar ali. Nós que fazemos a SBEC procuramos dar ênfase aos resistentes. Sempre trabalhamos nessa linha. Jamais fizemos nenhum evento que enaltecesse o nome dos cangaceiros. Nunca fizemos um seminário que dissesse: O ataque de Lampião a Mossoró. Sempre ligamos preferencialmente o nome dos resistentes. No ano passado, por exemplo, no Chuva de Bala, exageraram tanto na dança, no palco, em Lampião, que só faltou cangaceiro dançando balé no palco. Tanto que quando terminou o espetáculo, João Marcelino me perguntou se eu tinha gostado e eu respondi: no ano que vem não precisa contratar ninguém, basta trazer Gal Costa para cantar "Chuva de Bala que cai sem parar..." (risos).

Em 2008.

http://lentescangaceiras.blogspot.com/2008/07/entrevista-kydelmir-dantas.html

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O NATAL SANGRENTO DE LAMPIÃO

 Por Cangaço Eterno

https://www.youtube.com/watch?v=wOcw1W62kks&ab_channel=Canga%C3%A7oEterno

Em suas investidas no ano de 1925, Lampião e seus cangaceiros deixam um rastro de sangue em busca de eliminar seus inimigos. Narração extraída do livro " O Canto do Acauã " de MARILOURDES FERRAZ

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