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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

NOVO LIVRO SOBRE O BRASIL NA II GUERRA

Por Rostand Medeiros

O amigo Durval Lourenço Paiva lançará no próximo dia 3 de fevereiro o livro “Operação Brasil - O ataque alemão que mudou o curso da Segunda Guerra Mundial”. Este livro vem sendo desenvolvido com esmero e cuidado, sendo muito aguardado.

http://tokdehistoria.com.br/2015/01/08/novo-livro-sobre-o-brasil-na-ii-guerra/
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“UMA CARTA DE LAMPEÃO” - 30 de abril de 1926, no jornal “A Tarde”


Como documento curioso, vale divulgada a seguinte carta escripta pelo celebre “Lampeão” ao sargento commandante do destacamento de Joazeiro, no Ceará:

“Ilmo. sr. José Antonio. Eu lhe faço esta, até não devia me sujeitar a te escrever, porém, sempre mando te avisar, pois, eu soube que vc., no dia que eu cheguei ahi na fazenda vc., esteve prompto para vir me voltar porém, eu sempre lhe digo que você crie juizo, e deixe de violencias, a pois eu venho chamado é por homem, e mesmo assim, vc. com zuada não me faz medo. Eu tenho visto, é, coisa forte, e não me assombra, por tanto vc. deve tratar de fazer amigos não para fazer como vc. diz., sempre lhe aviso, que é para depois vc. não se arrepender e nada mais, não se zangue, isto é um conselho que lhe dou. – Do capitão VIRGOLINO PEREIRA DA SILVA.”
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* Copiado corretamente - O jornal colocou "Virgolino Pereira da Silva" na sua transcrição.(Observação do ilustre pesquisador Rubens Antonio em sua matéria no seu blog)

Transcrito na íntegra por Sálvio Siqueira

Fonte blog cangaconabahia.blogspot.com (Postado por Rubens Antonio às 4:45, terça-feira, 10 de janeiro de 2012)

http://cangaconabahia.blogspot.com
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LAMPIÃO EM BRAILLE



LAMPIÃO EM BRAILLE - Essa é uma iniciativa da Fundação Dorina Nowill para cegos em parceria com Ministério da Cultura, Governo Federal e Grupo Votorantin. 

Os deficientes visuais já podem usufruir dos livros em braille e dos CDs recebidos recentemente pela Biblioteca Municipal Professor Cordelino Teixeira Paulo em São Pedro da Aldeia. 

Dentre os novos livros em braille estão A Mala de Hana, de Karen Levine; Tudo Ao Mesmo Tempo Agora e O Canto da Praça, de Ana Maria Machado; O Saci, de Monteiro Lobato; As Aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi; LAMPIÃO: NEM HERÓI NEM BANDIDO, DE ANILDOMÁ WILLIANS DE SOUZA; Clarissa, de Érico Veríssimo; De Grão em Grão, o Sucesso Vem na Mão, de Katie Smith Milway e Que Saracotico!, de Sylvia Orthof. Mais informação no: 

http://pontodeculturacabrasdelampiao.blogspot.com

Fonte: facebook

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QUEM SÃO OS BANDIDOS MAIS FAMOSOS DA HISTÓRIA? – PARTE V


LAMPIÃO

Virgulino Ferreira da Silva, o Rei do Cangaço, foi por muito tempo o inimigo número um da polícia nordestina. Sua carreira de fora-da-lei teve início no final da década de 20, do século, para vingar a morte do pai. Roubando, cobrando tributos de latifundiários e assassinando por encomenda ou vingança, ele viu sua fama correr todo o país. Para completar, foi anunciado como "enviado de Deus" pelo Padre Cícero e creditado como autor da imortal cantiga "Mulher Rendeira". 


Em 1938, depois de 18 anos no crime, sua vida chegou ao fim numa emboscada na Grota do Angico, interior de Sergipe. Lampião foi morto junto com a igualmente fascinante companheira Maria Bonita e boa parte da sua quadrilha. Sua cabeça, decepada, acabou exposta em praça pública. A clássica cinebiografia O Cangaceiro (1953) inaugurou uma série de filmes brasileiros dedicados ao cangaço - um número pequeno, porém, se comparado à sua presença na literatura de cordel.

CONTINUA...

http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quem-sao-os-bandidos-mais-famosos-da-historia

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Cem Anos do Doutor do Baião

Por Marcelo Pinheiro
Humberto Teixeira, o doutor do Baião

Nesta segunda-feira, 5 de janeiro, completaram-se cem anos do nascimento de um personagem esquecido, mas central para a música popular brasileira no Século 20, o compositor e letrista cearense Humberto Teixeira. Anônimo para muitos, ele foi parceiro de Luiz Gonzaga (1912 – 1989) em clássicos que povoam o imaginário de sucessivas gerações de brasileiros, como Asa Branca, Assum Preto, Juazeiro, Respeita Januário e No Meu Pé de Serra, e ajudou a colocar o trio sanfona, zabumba e triângulo no mapa de nossa música.

Iniciada em agosto de 1945, quando se tornaram amigos, a parceria entre os dois culminou na criação de um gênero musical de irresistível apelo dançante e genuinamente brasileiro, o Baião. Em entrevista à Rede Globo, de 1974, Gonzagão e Teixeira relembraram o encontro, que resultou no esboço de duas obras-primas da música nordestina: “Quando conheci Humberto Teixeira e começamos a conversar, foi rápido, em menos de uma hora Humberto resolveu meu problema. E parece que ele estava gostando também da minha cooperação”, recordou Gonzaga. “Naquele mesmo dia, começamos a ‘sanfonizar’ os primeiros acordes e a primeira linha mestra não só de Baião, como de Asa Branca, essa música que, hoje, é um hino. Uma música que diz muito, a muitos brasileiros”, complementou Teixeira.

Humberto Teixeira

A alcunha “Doutor do Baião” foi atribuída a ele por ter sido advogado. Morto no Rio de Janeiro, em 3 de outubro de 1979, aos 64 anos, Humberto Cavalcanti Teixeira nasceu em 05 de janeiro de 1915 em Iguatu, cidade do centro-sul do Ceará que, além de ter sido o principal polo de fornecimento de algodão do País entre as décadas de 1960 e 1980, também deu ao Brasil outro gigante de nossa cultura, o maestro Eleazar de Carvalho (1912 – 1996). O despertar do menino Humberto para a música veio aos seis anos de idade, por influência do tio Lafaiete Teixeira, regente que o introduziu aos primeiros instrumentos – flauta, bandolim e musete, versão francesa da gaita de fole.

Aos 13 anos, tocando flauta, ele passou a integrar a orquestra que musicava filmes mudos no Cine Majetic, em Fortaleza. Dois anos mais tarde, mudou-se para o Rio de Janeiro, fugindo de mais uma seca que assolava o Nordeste, tão severa quanto aquela do ano em que ele nasceu. Em 1934, aos 18 anos, foi premiado em um concurso carnavalesco da revista O Malho com a marchinha Meu Pecadinho. Ao longo de quase uma década, Teixeira compôs dezenas de marchas, xotes, sambas-canções e toadas. Em 1943, formou-se em Direito, pela UFRJ, e teve, no ano seguinte, sua primeira composição gravada, Sinfonia do Café, um samba interpretado por Déo e composto a quatro mãos com o maestro Lyrio Panicalli (leia sobre o álbum Nova Dimensão, de Panicalli). Naquele mesmo ano, em parceria com Sivuca, Teixeira escreveu para Carmélia Alves outro clássico de seu repertório Adeus, Maria Fulô (ouça a releitura d’Os Mutantes)  

Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Embora breve, aprofundada ao longo de nove anos até que o letrista enveredasse pela política como deputado-federal, a parceria com Luiz Gonzaga também atribuiu à Humberto Teixeira o status de teórico da música popular. À força intuitiva do genial Mestre Lua, o Doutor do Baião acrescentou um pensamento evolutivo fundamental para a valorização da cultura nordestina em todo o País, como ele mesmo enfatizou na entrevista de 1974: “Depois de resolvermos que o ritmo que nós queríamos lidar como saída para a implantação da música nordestina no Sul do País era o Baião, tratamos de urbanizar, de dar características nacionais a esse ritmo eminentemente telúrico e a esse tipo de música tão ligada às coisas do Norte.”

Lado A do disco de 78 rpm lançado pela RCA Victor que continha, no lado B, o Baião Paraíba, Asa Branca foi gravada em 1947 e, desde então, soma centenas de releituras (ouça a versão jazzística do quarteto do baterista Edison Machado). O sucesso das duas músicas, como pretendia Teixeira, impulsionou o novo gênero em todo o País e, por meio do forte conteúdo social de suas letras, transformou o Baião em porta-voz de muitas das agruras vividas pelo povo nordestino.    

Selo original do disco de 78rpm com a primeira gravação do clássico Asa Branca (Divulgação RCA, Victor)

A faceta de defensor da música popular ganhou dimensão ainda mais importante quando da atuação política do compositor. Em 1958, ele conseguiu aprovar a Lei Humberto Teixeira que, a partir daquele ano até 1964, criou caravanas de divulgação de artistas brasileiros no exterior. Entre os músicos beneficiados estão Waldir Azevedo, Trio Irakitan, Leonel do Trombone, Abel Ferreira, os acordeonistas Orlando Silveira e Sivuca, as cantoras Carmélia Alves e Vilma Valéria, e os maestros Guio de Morais, Radamés Gnatalli e Léo Peracchi. Em 1971, Teixeira foi eleito vice-diretor da União Brasileira de Compositores – UBC e ampliou a defesa por direitos autorais.

Cantado por intérpretes de diversas gerações – entre eles, Emilinha Borba, Cyro Monteiro, Ivon Curi, Gal Costa, Caetano Veloso, Alceu Valença, Zé Ramalho, Ney Mato grosso, Gilberto Gil e Dominguinhos – Humberto Teixeira foi autor prolífico, deixou mais de 400 composições (saiba mais sobre ele no perfil do Dicionário Cravo Albin). Em sua homenagem, a rodovia CE-060, que liga Iguatu a capital Fortaleza, foi batizada com seu nome.

Casado com Margarida Teixeira, ele é pai da atriz Denise Dummont que, desde início dos anos 2000, tem se empenhado em manter viva a memória do Doutor do Baião. Em 2009, sugerido pela atriz Leandra Leal, o cineasta pernambucano Lírio Ferreira foi convidado a dirigir o documentário O Homem que Engarrafava Nuvens, idealizado e produzido por Denise. A íntegra do filme encontra-se disponível na internet. 

Marcelo Pinheiro
http://brasileiros.com.br/2015/01/o-centenario-de-humberto-teixeira-o-doutor-baiao/


Fonte: Youtube / djerickmail

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/01/cem-anos-do-doutor-do-baiao-pormarcelo.html

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2ª EDIÇÃO - LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGA

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Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
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AS INVESTIDAS CRIMINOSAS DE LAMPIÃO E SEUS ASSECLAS CONTRA O POVO SERGIPANO

Por Antonio Corrêa Sobrinho
Antonio Corrêa Sobrinho e o colega auditor Ed Wanderley

Penso que, das investidas criminosas de Lampião e seus asseclas contra o povo sergipano, nenhuma, a meu ver, causou tanto terror, pânico e prejuízo do que a empreendida contra a população da então vila de Aquidabã, num certo dia de outubro de 1930, cujas informações primeiras a respeito só chegaram ao conhecimento do público depois de algum tempo, pelo médico e escritor Ranulfo Prata, no seu livro “LAMPIÃO”, as quais trago abaixo; vez que, até onde eu sei, os jornais sergipanos não noticiaram este trágico acontecimento.


Hoje, pela manhã, de passagem por Aquidabã, de uma parte alta da cidade, tirei esta fotografia, que revela, panoramicamente, uma de suas partes mais velhas; ao mesmo tempo que registrei presença na provável imediação aonde ocorreram as barbáries contra o fazendeiro Zé do Papel, seu irmão Antônio Custódio, o roceiro Eduardo Melo e o fronteiriço Souza de Manuel do Norte.

Eis o referido trecho do livro de Ranulfo Prata:

Em outubro de 30 explode a Revolução, e o presidente do Estado, homens de instintos guerreiros à prussiana, para enfrentar as forças do capitão Juarez Távora que descem, em avalanche, do Norte, desguarneceu todo o interior.

Lampião achou, afinal, a ocasião que tanto desejava, e partiu, num galope, em demanda da fronteira, para um ajuste de contas com amigos que não lhe foram leais.

Era o voo certeiro de caracacá que desce como uma flecha sobre a presa desprevenida.

Desta feita tocou primeiramente em Aquidabã. Compunham o bando, agora: Moderno, Corisco, Azulão, Ponto-Fino, Volta Seca, Couro Seco, Beija-Flor, Cirilo, Mariano, Fortaleza, Mourão, Zé Baiano e mais cinco.

No povoado Cajueiro, cerca de três quilômetros da vila, às duas horas da manhã, bateu à porta de José Custódio de Oliveira, conhecido por José do Papel. Aberta a porta, José Baiano o agarrou e ameaçando-a de morte intima-o a dar o dinheiro que possuísse. José Custódio deu-lhe o que tinha – 850$000. Os bandidos saqueiam lhe a casa, levando roupas, anéis e objetos de uso. Um deles ao fitar um dos filhos menores de José a dormir na rede, diz:

- Está este pestinha aqui drumindo; tava bom de suspendê na ponta do punhá.

Um companheiro intercede em favor da criança. José Baiano leva José Custódio à presença de Lampião, que se achava dentro do mato, cerca de 50 metros de distância.

No saque descobrem dez balas de rifle. Lampião interroga-o a esse respeito. José Custódio responde que emprestara a arma ao Dr. Juarez Figueiredo, juiz municipal da vila. Lampião murmura: 

- com certeza pra esperar Lampião. E indaga se o juiz está em casa, obtendo resposta negativa.

Partiram para a vila. As pessoas encontradas no caminho eram detidas e incorporadas ao grupo. Perto dois bandidos subiram a um poste telegráfico e cortaram as linhas. Ao romper da manhã entraram na vila, tomando de assalto o quartel de polícia, onde não havia soldado. José Custódio ficou sob a vigilância de Lampião, Volta Seca e Moderno, espalhando-se pelas ruas as restantes, a arrombarem as casas e surrando todas as pessoas a bolo e chicote, feito de vergalho de boi. Alguns batem às portas, e, quando estas mal se abrem, irrompem, inopinadamente, pelo interior, de chicote erguido, a desferir golpes sobre golpes. Estão ferozes, animados de uma cólera louca.

Senhoras e moças fogem em trajes menores para o mato, desvairadas de pavor.

A vila desperta toda enovelada num tumulto de feira, de onde emerge um pânico que imbeciliza os moradores.

O nome de Lampião corre como um rastilho da casa mais abastada ao casebre das pontas de ruas miseráveis, pondo tremuras nos corpos, como uma sezão maligna.

Saqueiam o comércio e as casas particulares, carregando joias, roupas, objetos.

Na residência de José Xavier, o quadro é atroz. Depois de roubado metem-lhe bolos.

A mulher, animosa e valente, intercede e os chama de bandidos. Lampião ordena que a castiguem também. Os bolos estalam, brandida a palmatória pelo braço forte do negro Mariano. O marido pede. A mulher se indigna com a fraqueza do esposo e continua a xingar os miseráveis. E continua a apanhar.

Um certo Souza de Manuel do Norte, pobre maluco, tipo de rua de cidade do interior, aparece entre eles e vendo-os entregues ao arrombamento das casas, pede-lhes, com a sua falta de juízo, que não façam tal. Os cabras se exasperam e o insultam.

E porque Souza, na sua inconsciência, lhes replica que também é homem, puxando de uma faquinha de marinheiro, sem ponta, um deles o abate logo a “parabélum”, em plena praça do comércio!

E repete-se a cena bárbara passada com o cadáver do tenente Geminiano. Com enorme facão marca “Jacaré”, abrem-lhe o ventre, incisando-o largamente. Retiram punhados de tecido gorduroso e ali mesmo “azeitam” os fuzis.

É um quadro que aterroriza e faz nascer indignação inominável.

Dispersos pelas ruas, não param no saque.

O velho Aurélio, agricultor, nega-se a dar dinheiro, apesar da insistência de Moderno. Este, afinal, que se vinha mantendo calmo, embravece e grita-lhe que não “viera ali para alisar homem”, batendo-lhe a face a pano de punhal, enquanto Volta Seca, por detrás, “pepina-o” sadicamente.

Numa esquina, Volta Seca põe abaixo, sozinho, a porta de uma venda e vasculhando as gavetas e nada encontrando, derriba, numa cólera selvagem, toda uma prateleira de louça, que se esfarelou no chão com ruído formidável de desabamento.

Nada lhes resiste à fúria de possessos.

Trazem para a rua o cofre de ferro do negociante Clementino Azevedo e o abrem, a golpes de marretas, conseguidas num tenda de ferreiro próximo, dele retirando três contos, que foram mesmo ali repartidos entre eles.

Calcula-se em vinte e cinco contos o que levaram em dinheiro e joias. As moedas de níquel e prata atiravam na rua, desdenhosos.

Depredada toda a vila, arranjam, sob ameaça, animais selados.

Antes da partida, José Baiano aproxima-se de José Custódio e lhe diz:

- Vou deixá uma lembrança pra você não emprestá mais rifle pra espera Lampião. Lança-o em seguida por terra e o espanca a vergalho. Não satisfeito, propõe mata-lo. Moderno, porém, que vinha chegando, impede, levando-o para junto de Lampião.

Aí desenrola-se outra cena monstruosa. Um dos bandidos, depois de esbordoar a couce de fuzil o roceiro Eduardo Melo, cortou-lhe a facão uma das orelhas, que se despegou com metade da face, morrendo o rapaz após um mês de padecimento. No ato da mutilação, um deles grita ao companheiro cruel:

- Não corte tudo, deixe um quinhãozinho do delegado.

O mesmo bandido, com as mãos sangrentas, volta-se para José Custódio e o previne de que ia deixar-lhe outra lembrança e logo decepa lhe a orelha, atirando-a ao chão. Acode-lhe o seu irmão Antônio Custódio, rogando a Lampião que não o deixe matar. Mas um dos cabras agarra-o e dizendo: deixe vê a sua também, faz-lhe o mesmo.

Depois de mutilado José Custódio, sangrando, a inspirar dó, Lampião o chama e diz que vai lhe dar um remédio, obrigando-o a beber um litro de cachaça. O homem cai sem sentidos.

O delegado de polícia, que se achava preso, e para o qual estavam reservadas as mesmas crueldades, fugiu, num momento de descuido, o que enfureceu Lampião, repreendendo os asseclas:

- Voceis não faz nunca as coisa bem feita!”
Fonte: facebook

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LAMPIÃO EM CAPOEIRAS-PE


Até 1938 com o anúncio da morte de Lampião, as cidades do interior do Nordeste viviam em estado de alerta quanto a indesejável “visita”. No final de maio de 1935 chegou a notícia em Garanhuns, que Lampião estava para invadir a cidade. Muita gente com medo, abandonou de suas casas, deixando tudo pra trás. Nas cidades da região, menores que Garanhuns, logicamente as pessoas sabiam que seriam presas mais fáceis ainda para o facínora. Em todas as cidades da região as pessoas se preparavam para o combate com cangaceiros. As casas daquele tempo tinham em seus “para-peitos” buracos para que pessoas de cima das casas pudessem colocar as armas para guerrear. No final de maio, início de junho daquele ano, chegou a notícia em Capoeiras da invasão de Lampião e seu bando a Buíque, Pedra e Santo Antônio do Tará, localidades próximas à Capoeiras. Depois dessas invasões, o alerta na então vila, pertencente à São Bento do Una, era máximo. No final de junho o “Velho Moleque”, pai de “Antônio Moleque”, conta a todos que tapeou o “Rei do Cangaço”. Segundo relato, ele viajava em seu jegue, de Garanhuns para Capoeiras, quando foi surpreendido por Virgulino e seu bando, que o ordenou que os levassem à nossa vila, onde viria “acertar negócios” com o Coronel João Borrego. O Velho Moleque temendo o pior para a sua terra, disse ao cangaceiro:

- Capitão, o Senhor mandando, eu levo o Senhor pra onde me mandar, mas aviso logo que em Capoeiras tem muito macaco esperando a sua chegada.

Com essa imprudente mentira, o Velho Moleque livrou nossa terra quem sabe de muitas mortes, pois não tinha “macaco” nenhum na vila, apenas o povo pacífico e assustado. Com a informação de que Capoeiras estaria preparada para a sua chegada, Virgulino mandou então que o Velho Moleque o levasse para Serrinha do Catimbau, hoje Paranatama. O bando parecia cansado, segundo o Velho Moleque. Vindos de algumas invasões na região o grupo era composto de apenas 9 cangaceiros, que se soube o nome de todos depois. Eram eles: Lampião, Maria Bonita, Maria Ema, Fortaleza, Cabo Velho, Medalha, Juriti, Moita Braba e Gato. Poderia ter mais alguns escondidos na mata, dando cobertura, mas que viajaram com ele, apenas esses. Perto de Serrinha, o Velho Moleque deixou o bando, e partiu. Em Paranatama o combate foi intenso. Liderados por João Caxeado e Oséas Correia, o povo de Paranatama botou Lampião pra correr, baleando Maria Ema e Maria Bonita, além de um cachorro do bando, de nome “Dourado”, que morreu no local. Paranatama e Mossoró no Rio Grande do Norte, são as únicas cidades nordestinas que botaram Lampião pra correr. Na cidade potiguar ainda foi pior para os cangaceiros, pois lá morreram os cangaceiros Colchete e Jararaca. (Lampião tinha por prática colocar o nome de cangaceiros mortos em combate em outros que entravam no bando. Isso fazia aumentar o mito que cangaceiros eram imortais. Jararaca, por exemplo, se tem conhecimento de três Homens com o mesmo nome, e Colchete além de ter morrido em Mossoró, tem o seu nome na lista de mortos na Grota de Angicos em 1938, junto com Lampião, Maria Bonita e mais oito cangaceiros). Aqui em Capoeiras, o que pouca gente sabe é que depois desse fato, em 1936 Lampião andou em nossas terras, onde passou despercebido. Andou pela rua principal, viu as saídas de fuga e chegou até passar na frente da loja de João Borrego, planejando quem sabe saquear a vila. Antes, em 1934, chegou no Sítio Alto do Tejo, já dividindo com o Sítio Mumbuca, um casal e uma mulher mais velha pedindo “arrancho”. Esse casal se dizia vindos de Monteiro na Paraíba, e a mulher que era mãe da mais nova, e sogra do Homem, deu o nome de Paulina. A avó do conhecido Miguel David, nascido em 29 de setembro de 1919, de nome Tereza Borges, ou Tereza de Salú Vicente, deu morada a esse casal, com quem fez grande amizade. Depois de algum tempo a Senhora Paulina revelou para Dona Tereza que “Paulina” não era o seu nome verdadeiro, e que também não era oriunda de Monteiro, que era na verdade uma tia de Lampião, fugida da Polícia Volante. Lógico que Dona Tereza guardou segredo. Dois anos depois de estarem morando em Capoeiras, certo dia, num final de tarde, chega na morada dos forasteiros dois Homens montados à cavalo. Era um “cabra” de confiança do cangaceiro e o próprio Capitão Virgulino, que estaria com seu bando próximo à Capoeiras, entre os Sítios Gentil e Caatinga Branca, próximo a Santo Antônio do Tará, nas terras da Família Vaz. Segundo Miguel David, que na época era um “molecote” de 17 anos, a dupla chegou ao sítio vestido normalmente, sem suas indumentárias de cangaceiros, que pareciam mais com caixeiros viajantes. Dona Tereza de Salú Vicente, que já fora avisada da visita, matou uma perua e preparou um jantar para os dois cangaceiros. Miguel Davi e seu primo de mesma idade cuidaram dos cavalos dos dois, serviço que lhes rendeu umas moedas e um pequeno punhal. O relato conta que Lampião dormiu dentro da casa da tia, enquanto o “cabra” passou a noite fazendo a segurança do chefe no terreiro. Amanhecendo o dia, Lampião agradeceu a Dona Tereza pelo abrigo de sua tia, e lhe prometeu proteção, disse a ela que qualquer problema que ela tivesse, era só mandar lhe dizer, que ele resolveria. Não se sabe se o fato de sua tia ser bem recebida em Capoeiras, ajudou para que Lampião e seu bando nunca agisse pelas bandas de cá.

Fonte: facebook

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Hoje na História - 06 de Janeiro de 2015

Por Geraldo Maia do Nascimento

No dia 06 de janeiro de 1883 era fundada e instalada a Libertadora Mossoroense, entidade pioneira na campanha abolicionista do Rio Grande do Norte que declarou, na histórica sessão de 30 de setembro do mesmo ano, que Mossoró estava livre da mancha negra da escravidão.
  
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