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terça-feira, 26 de abril de 2011

UM VISIONÁRIO DE FÉ

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Rostand Medeiros

            O historiógrafo Rostand Medeiros fez o lançamento do seu mais novo livro, no sábado passado, dia 23 de Abril de 2011, com o Título: "UM VISIONÁRIO DE FÉ"



O Blog DO MIRANDA GOMES – Natal/RN, publicou a seguinte matéria:

             Com esta expressão o escritor ROSTAND MEDEIROS lança, hoje, na cidade de São Miguel, o livro que conta a vida exemplar de JOÃO RUFINO.

             A obra nos mostra a história de um homem simples, onde desponta em seus ditos, gestos e ações “a expressão da alma despida de ansiedade e necessidade, preparada desde cedo para ouvir e compreender a linguagem de Deus e dos homens.” (Sueli Alves)

             “Seu João é um homem singular, simpático, singelo e simples, mas de gestos largos e uma generosidade imensurável, sem medida mesmo.” (José Gaudêncio Torquato)

             “A vida deste ser humano sublime só nos renova a crença em Deus e na sabedoria do trabalho do homem. No caso de Seu João Rufino, devemos ressaltar a enorme capacidade de vencer com seu próprio esforço e dedicação em fazer o bem.” (Raimundo Fagner)

             Esses depoimentos dos seus amigos foram devidos à perspicácia e dedicação com que Rostand Medeiros os colheu, num trabalho elogiável, que registra de forma perene a saga de um homem do interior que vence toda a adversidade possível e se torna o patriarca de uma grande família e de um pequeno império empresarial representado pelo Grupo 3 Corações, originário da torrefação “Nossa Senhora de Fátima”, que se tornou “Grupo Santa Clara”, tudo construído com o maior exemplo de honestidade, dignidade, amor e solidariedade.

           Tive a grande satisfação de receber o livro, delicadamente oferecido pelo autor e que tive a honra de fazer a sua leitura antes do lançamento. APROVO, mas preciso de uma complementação. No seu retorno da festa, meu Caro Rostand, me traga um pacotinho do “Abençoado Café de Seu João Rufino”, daquele que ainda se faz na heróica Serra de São Miguel.

             Esta é a mensagem deste blogueiro Carlos de Miranda Gomes


"Parabéns ao historiógrafo Rostand Medeiros pelo lançamento do seu livro. - José Mendes Pereira".  

PÁGINA DO POETA

CARNEIRO PORTELA, CABOCLO DA REDE RASGADA


            Antônio Carneiro Portela é um homem feito de Nordeste e de poesia popular. Nascido nos cafundós do Coreaú, gleba seca dos sertões adustos do Ceará, cedo meteu o pé na estrada e qual um Quixote a arrostar moinhos de vento, foi dar com os costados na beira do mar. Em Fortaleza, ainda bem jovem, tornou-se figura das mais queridas nos meios literários e, juntamente com colegas de boêmia, fundou o Clube dos Poetas Cearenses, que por muitos anos movimentou o cenário da Poesia cearense, promovendo seminários e festivais. Virou moço estudado.

           O pesquisador de literatura popular chegou ao professorado e à advocacia. Forrado pela cultura do erudito e do popular, assegurou lugar na mídia radiofônica e televisiva como uma voz intrépida em defesa dos valores profundos da nordestinidade. Na TV Ceará, apresentou durante muitos anos, semanalmente, o Programa Ceará Caboclo, depois transferido para a TV Diário, com o nome de Nordeste Caboclo, um dos fóruns mais perenes por que desfilam as manifestações mais autênticas da cultura nordestina. Portela é, de fato, um pioneiro que enfrentou grandes obstáculos para assegurar um lugar de destaque na TV para a cultura sertaneja, no Nordeste e no Brasil.

          Conhecedor dos meandros da música e da poesia do povo nordestino, Carneiro Portela é um aficcionado da obra interpretativa de Luiz Gonzaga, tendo construído ao longo da trajetória como pesquisador, uma das maiores coleções do mestre sanfoneiro de Exu. Ele lamenta que desde a morte de Luiz Gonzaga, o autêntico forró deixou de falar do sertão, do seu povo, e perdeu o precioso espaço que conquistara com tanto ardor e sacrifício. Todavia, urge lembrar, que esse espírito de nordestinidade ainda vive nas mídias do Nordeste, mercê do incansável trabalho de personalidades como Carneiro Portela, sempre disposto a defender com as armas de sua inteligência e talento, os valores mais legítimos do fazer cultural do nosso povo.


"Sou um caboclo peitudo
desses da rede rasgada
eu nunca temi a nada
todo tempo topo tudo
nasci, cresci, tive estudo
sou filho de camponês
me criei pegando rês
num bom cavalo de cela
eu sou CARNEIRO PORTELA
este amigão de vocês"

Obras publicadas:


“Poemas da Minha Terra”,
“Tempos de Versos” (de parceria com Pádua Lima),
“Mistério Trindático” (de parceria com Pádua Lima e Élder Ximenes),
“Os Novos Poetas do Ceará” Vol. I, II e III,
“Nova Poesia Cearense” (antologia),
“Poesia Cearense de Hoje” (antologia),
“O Poeta e a Noite”,
“Canto de Busca”,
“Cantos da Manhã Distante”,
“Canção do Medo”, “Carneiro Portela” (antologia poética),
 “Poesia Cabocla” Vol. I,
“Máximas, Adágios e Legendas de Caminhão”,
 “Balada para os Fantasmas” (poesia),
“Poesia de Agora” (antologia),
“Ceará Caboclo” (poesia matuta),
“Antologia do Apelido”.

 

Vale do Cariri, Ouro Cultural do Nordeste

 Por: Vilma Maciel

Escritora 
 
          O Cariri, que se situa na extremidade Sul do estado do Ceará, foi povoado no primeiro quartel do século XVIII, por criadores de gado provenientes da Bahia e de Pernambuco. Região verdejante, deve seu nome aos índios Kariri, tribo que povoou a serra do Araripe. Segundo Capistano de Abreu , os Cariri diziam-se originários de um lago encantado.
 
           Devido a sua riqueza natural, caracterizada por suas águas perenes jorrantes das faldas do planalto do Araripe, sua vegetação verde, seus buritis e babaçus de porte elegante, canaviais ao pé-da-serra do Araripe, dos brejos e fontes, pode ser visto como “Um presente da Chapada do Araripe”, formação de arenito com altitude de 900 a 1000 metros, com suas cento e tantas nascentes de águas cristalinas.
 
         Alguns historiadores afirmam que o Cariri foi descoberto por Bandeiras da Casa da Torre na Bahia, fundada por Garcia d`Ávila, que chegou ao Brasil na comitiva de Tomé De Souza. Outras fontes indicam o fato de que os primeiros invasores do Cariri eram descendentes em linha direta de Diogo Álvares Correia, famoso Caramuru. Aqui chegaram com o objetivo de lutar ao lado dos índios Kariri, que lutavam contra os Kariú.

          O Vale do Cariri se estende ao Sul do Estado do Ceará, abrangendo onze cidades, numa área de 9.585 quilômetros quadrados. Constitui cerca de 60% do território cearense. Clima diferenciado e terra férteis. Compreende os seguintes municípios:Abaiara, Crato, Barbalha, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Milgres, Mauriti, Brejo Santo, Jardim, Santana do Cariri, Nova Olinda e Caririaçu.
 
 Vale do Cariri, por Dihelson Mendonça

             Embora o algodão tenha sido plantado em algumas partes do Vale, visando a exportação para o exterior, o cultivo da cana-de-açucar e o engenho foram o principais responsáveis pela formação da hierarquia social do Vale.
 
          O desenvolvimento comercial proporcionou a arrancada dos recursos econômicos.
 
            No Crato, a chegada de comerciantes de Ico e outras cidades do Nordeste foi responsável pela pela abertura das primeiras grandes lojas e farmácias do Vale. Foram construídos os primeiros sobrados, desenvolvendo a rede de transportes, serviços públicos,escolas. Foi fundado o primeiro Jornal da região. ”O Araripe,” por volta de 1855.
 
           O rápido povoamento da região, decorrente em parte de sua agricultura, deu lugar ao surgimento de vários municípios. Atualmente, “O Coração do Cariri” é chamada Micro Região 78: constituída pelos municípios de Crato-Juazeiro-Barbalha,o conhecido.
 
          O Turismo e a Cultura regional do Vale tomou proporções surpreendentes graças a fundação da cidade Juazeiro, e os fatos extraordinários envolvendo a beata Maria de Araújo e o Padre Cícero Romão Batista, com a transformação da Hóstia Consagrada em sangue na boca da beata em 1889.
 
            “Juazeiro é o verdadeiro milagre do Pe. Cícero..”Os outros fatos “extraordinários” se foram realmente milagrosos, o foram por Obra de Deus. Para operar esse milagre, Pe. Cícero combateu a violência, ignorância e o flagelo da seca, enquanto se defendia da perseguição de Dom Joaquim e das armas de Franco Rabelo. Imposta a ordem e respeito, o povoado entrou em ritmo de prosperidade.No final do século XVIII, a cidade mais importante da região do Cariri era o Crato, a chamada “Pérola do Cariri” era o centro fornecedor de alimentos para o Nordeste central, desenvolvendo importantes atividade comerciais na região.

Imagem de Judson Jorge
 
            Já, para Rui Facó,“ O Cariri era também um refúgio para levas e levas de miseráveis sem terras e sem trabalho, que aqui encontravam pelo menos água, multiplicando-se os bandos de cangaceiros ou os redutos de fanáticos.” A influência do Pe. Cícero cresceu definitivamente. Com a imigração dos Romeiros, o aumento da mão de obra, o trabalho a fé e a oração não há dúvida, foi o Pe. Cícero a alavanca do desenvolvimento dos maiores fatores do progresso da vida econômica Sul - cearense.
 
             O rico artesanato, além da produção artística dos vários municípios da região, O Juazeiro do Norte é um fenômeno fascinante, uma vasta oficina, ouro cultural, onde tudo se produz,para abastecer os mercados nordestinos, e dos mais distintos centros de consumo do país. É uma cidade que transforma seu artesanato em seu principal esteio econômico. Sua arte e produtos artesanais apresentam grande variedade enriquecida por sua originalidade.
 
A Arte manifestada no Centro Mestre Noza de Juazeiro

           Segundo testemunho dos artesãos mais velhos ou de seus descendentes os romeiros que chegavam a Juazeiro com a intenção de ficar eram aconselhados pelo Pe. Cícero a dedicarem-se às atividades artesanais. Quando em 1998 entrevistei Dona Maria das Graças, já em idade avançada (86 anos), residente à rua do Limoeiro, falou-me de sua arte no manuseio da Palha. De suas mãos eram produzidos os mais lindos artigos: cestas, chapéus, esteiras. Enquanto que seu companheiro e os filhos trabalhavam o gesso com diversas modalidades artesanais em artigos religiosos. A arte brota no Cariri e explode no Juazeiro: talhas, xilogravuras, cordéis, cerâmica, ourivesaria, produtos de couro e grande produção literária. Em toda ela o maior referencial é a venerada figura do “ Padim Ciço e N. Sra. Das Dores”.
 
          O mundo do Cordel. O poeta de Cordel, segundo o cordelista Expedito Sebastião da Silva é:“ aquele que escreve unicamente dentro do sistema de convívio do Povo(...) o poeta de bancada, é uma pessoa que exprime com muitos detalhes o fato, uma ocorrência, (...) tanto para angariar alguns tostões para manutenção, como para levar o fato ocorrido aos que não o conhecem.” A importância da Cultura regional deve-se também a essa gente operosa Simples, determinada e consciente de seu trabalho e potencial artístico.
 
          São muitos os antigos e novos artistas:Entre os clássicos da Literatura de Cordel que teve grande avanço desde a Tipografia São Francisco cujo dono o poeta José Bernardo da Silva, o terceiro homem na linha de sucessão da poesia popular. Leandro Gomes de Barros foi o grande poeta iniciador, seu legado: conta quase mil títulos de folhetos.
 
           Vejamos alguns nomes de destaque, poetas e cantadores: João Martins de Athayde, José Bernardo da Silva, Expedito Sebastião da silva, Manuel Caboclo e Silva, José Cordeiro, João Mendes de Oliveira, Antônio Caetano de Palhares, João Cristo Rei. Pedro Bandeira, João Bandeira, Maria do Rosário (cordelista), Esmeralda Batista, e muitos outros:ceramista, artesãos de couro, Ourivesaria, são importantes colaboradores deste centro de grande projeção do país.

Vilma Maciel
Juazeiro do Norte
 
Texto extraído do blog "Cariri Cangaço" do amigo Manoel Severo
 
 

O Corvo e a Raposa

Por: Jean de La Fontaine


 Bom para professores e alunos

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           Um corvo furtou um belo queijo e, com ele no bico, voou para o alto duma árvore. A raposa o viu e gritou para o alto:

          - Bom dia, belo corvo! Que lindas são suas penas, que pelo seu porte, que elegante a sua cabeça! Sou capaz de jurar que um animal bonito assim há de ter também uma bonita voz! Cante, que eu quero ouvi-lo!

           O corvo, envaidecido, abriu o bico para cantar. E o queijo caiu na boca da raposa.


Moral da história:
Os elogios exagerados são sempre suspeitos.