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terça-feira, 1 de setembro de 2020

ASCRIM/ACADEM-PRESIDENCIA - CONFIRMAÇÃO E RETRANSMISSÃO AO CONVITE POSSE DA NOVA DIRETORIA EXECUTIVA AFLAM”. – ofício nº 017/2020

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MOSSORÓ-RN, 30 de agosto de 2020.  
  
ÚLTIMO PRAZO DA TEMPORADA - HONRE-NOS COM SUA VISITA AO NOSSO SITE ASCRIM ACADEM, ATRAVÉS DO LINK  
    
  REENVIADO A PEDIDOS  
  
“RECEBES ESTE EXPEDIENTE PORQUE A ASCRIM/ACADEM O(A)VALORIZA E RESPEITA, PELO ALTO NÍVEL DE QUEM TEM O PRESTÍGIO DE SER ASSIM CONSIDERADO(A).”   
  
Quando nos enviam e recebemos um convite, na melhor brevidade, nos reportamos com dignidade e honra !  
   
   É PRAXE DESTA PRESIDÊNCIA, QUANDO OFICIALMENTE CONVIDADO(VIA EPISTOLAR OU ELETRÔNICA), TEMPESTIVAMENTE(3 DIAS CORRIDOS, ANTES DO EVENTO), -RESPEITADOS OS IMPEDIMENTOS COVÍDICOS -,(notória originalidade deste signatário) DIGNAR-SE RESPONDER, EM TEMPO HÁBIL, AOS ECLÉTICOS CONVITES DOS EXCELENTÍSSIMOS PRESIDENTES DE ACADEMIAS, EXEMPLO QUE NOTABILIZA O VIÉS DE UM DIRIGENTE INTELECTUAL CORRESPONDER A ESSE ECLETISMO, PORQUE SABE A DIFERENÇA ENTRE O LIAME DA PARTILHA E DO PRESTÍGIO QUE ASCENDE E CRESCE, NO INTERCÂMBIO DOS QUE RESPEITAM OS ABNEGADOS DEFENSORES DA CULTURA MOSSOROENSE.  

   NESTA SINTONIA, UM CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CULTURAIS/SOLENES E A CONFIRMAÇÃO, PERMUTADA, RECÍPROCA DOS PARTICIPANTES E ENTIDADES SINGULARES, MERECE E FUNCIONA COMO UM “FEEDER”, EVIDENTE, REPASSADO A TODOS OS ACADÊMICOS E INTEGRANTES DE SEUS CORPOS ADMINISTRATIVOS/SOCIAIS, PELO SEU PRÓPRIO DIRIGENTE, CUJO ESSE FEEDBACK ALIMENTA, NATURALMENTE, O FERVOR E A CONSIDERAÇÃO EM QUE SINGRAM OS INTELECTUAIS E SERVIDORES   DESSAS PLÊIADES.   

   DESSARTE, CONSONANTE TÉCNICA PROTOCOLAR DO NOSSO EXPEDIENTE ASCRIM/ACADEM-PRESIDENCIA ofício nº 017/2020, DE 30.08.2020, RESERVO-ME ATRIBUIR MESMO VALOR DE PARTILHA, DIZENDO QUE POR MOTIVOS DILIGENCIAIS DE SAÚDE, É HONRA CONFIRMAR QUE ME FAREI REPRESENTAR PELA VICE-PRESIDENTA EXECUTIVA INTERINA DA ASCRIM, MARIA GORETTI ALVES DE ARAÚJO, NO DIA 31.08.2020(segunda-feira) ÀS 16;30HS,  ÁTIMO PARA REFERENDAR O FIDEDIGNO CONVITE QUE NOS FOI FEITO PELA DIGNISSÍMA ACADÊMICA DA ASCRIM, DRA. TANIAMÁ VIEIRA DA SILVA BARRETO, EXCELENTÍSSIMA PRESIDENTA DA ALAM E VICE-PRESIDENTA DA ACJUS: 
  
“LIVE (PELA PLATAFORMA ZOOM) , REFERENCIANDO SUA INVESTIDURA E DIPLOMAÇÃO NA PRESIDENCIA DA AFLAM - Gestão Sensibilização para Inclusão (31 / 08 / 2020 a 31 / 08 / 2022)”.  
  
RELATIVIZO QUE, EM VIÁVEIS CIRCUNSTÂNCIAS VIRTUAIS, EVIDENTE, ESTAREI CONCOMITANTEMENTE PRESENTE.           
        
PORTANTO, REPASSO, COM SATISFAÇÃO, O ASSUNTO DO ALVO CONVITE, DE IGUAL MODO, POR CÓPIA, A0S INSIGNES DIGNITÁRIOS ELENCADOS NO “POST SCRIPTUM”, -OS QUE DISPONIBILIZARAM, GENEROSAMENTE, SEUS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS, POR SER DO INTERESSE, CLARO, DOS MESMOS-, TOMAREM CONHECIMENTO E DIGNAREM-SE, DO SEU MISTER, CONFIRMAR SUAS HONRADAS PRESENÇAS, JUNTAMENTE COM AS EXCELENTÍSSIMAS FAMÍLIAS CONSORTES.    
    CONCLAMANDO AOS ACADÊMICOS E POTENCIAIS CANDIDATOS DA ASCRIM E DA RECÉM FUNDADA ACADEMIA DE ESCRITORES MOSSOROENSES-ACADEM,  QUE COMPARECEREM E SE APRESENTAREM COMO TAIS NO EVENTO SUPRAMENCIONADO, DEVEM USAR, RESPECTIVAMENTE, O UNIFORME COMPLETO OFICIAL(PELERINE E MEDALHÃO) DA ASCRIMOU TRAJE A ALTURA DA MAGNA SOLENIDADE, ATRIBUTO SIGNATÁRIO DO DECORO INTELECTUAL E ORGULHO DA MORAL QUE ASSIM OS IDENTIFICA, ENTRE OS PARES, EM ATIVIDADES CULTURAIS DESSA GRANDEZA.  
   
   
SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,  
   
FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO  
-PRESIDENTE DA ASCRIM/ACADEM-   
  
P.S.: 1. CONSIDERANDO A ESSÊNCIA DA HUMANIDADE INTELECTUAL, INSERIDA NA REPRESENTATIVIDADE DE TODOS SEGMENTOS SOCIAIS ABAIXO RELACIONADOS, ENCAMINHA-SE ESTA CÓPIA ORIGINAL, EM CARÁTER PESSOAL DIRETO AOS  INSIGNES DIGNITÁRIOS:  
  
    
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, MAÇONICAS E MILITARES.  
REVERENDÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES RELIGIOSAS.  
MAGNÍFICOS REITORES E AUTORIDADES DE UNIVERSIDADES.  
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS.  
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES CULTURAIS E INSTITUIÇÕES CONGÊNERES.  
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES EDUCACIONAIS E INSTITUIÇÕES CONGÊNERES.  
ILUSTRÍSSIMO(A)S DIRIGENTES DE INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS, EDUCACIONAIS E DE CIDADANIA.  
ILUSTRÍSSIMO(A)S JORNALISTAS E COMUNICADORES.  
DIGNOS ACADÊMICO(A)S DE ENTIDADES CULTURAIS E INSTITUIÇÕES CONGÊNERES.   
C/CÓPIA PARA PESSOAS, EM GERAL, DA SOCIDADE,  
DIGNOS ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM E DA ACADEM.  
DIGNOS POTENCIAIS CANDIDATO(A)S A ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM E DA ACADEM. 


De: Taniamá Barreto <silvabarretovieira@gmail.com>
Enviado: domingo, 30 de agosto de 2020 08:26
Para:  ASSOCIAÇÃO DOS ESCRITORES MOSSOROENSES ASCRIM <asescritm@hotmail.com>; 
Assunto: CONVITE POSSE

Enviado pela ASCRIM

MARIA BONITA: SEXO, VIOLÊNCIA E MULHERES NO CANGAÇO CAPA COMUM – EDIÇÃO PADRÃO, 31 AGOSTO 2018


https://www.amazon.com.br/Maria-Bonita-viol%C3%AAncia-mulheres-canga%C3%A7o/dp/8547000682/ref=asc_df_8547000682/?tag=googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=379816015169&hvpos=&hvnetw=g&hvrand=8185036604739371992&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=&hvlocphy=1001661&hvtargid=pla-570158873482&psc=1

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BENJAMIM ABRAÃO



"A beata Mocinha se aproximou, a mando do padre, para saber de onde era o homem diferente. O sotaque estrangeiro o denunciou e foi aclamado por todos quando disse que vinha da Terra Santa. "Padre Cícero se dirige aos fiéis e diz: meus amiguinhos, Benjamin que está aqui é conterrâneo de Jesus", afirma o historiador Frederico Pernambucano." https://bit.ly/Na-rota-do-Cangaço

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A MORTE DE LAMPIÃO

Por José Bezerra Lima Irmão

Puxe o tamborete e vamos conversar.

Me perguntaram se houve festejos por ocasião da morte de Lampião.

Fiz um levantamento dos episódios relatados pelos cronistas sobre esse aspecto e apurei o seguinte:

Dona Cyra de Brito, mulher do tenente João Bezerra, contou à revista Manchete e depois a Antônio Amaury que estava em casa em seu quarto, de resguardo (ela havia dado à luz naqueles dias), quando escutou um fuzuê lá fora – o barulho aumentava, subindo do rio, muitos gritos, uma confusão medonha, e ela notou aflita que a coisa estava entrando e sua casa: a porta do quarto abriu-se e João Bezerra entrou com os soldados segurando as cabeças ensanguentadas. Dona Cyra, apavorada, debruçou-se sobre o berço da filhinha recém-nascida, enquanto os soldados dançavam e cantavam “Mulher Rendeira”.

Aquele 28 de julho foi um dia de horror em Piranhas. Cada componente da volante tinha uma versão dos fatos. Como as promoções anunciadas dependiam do grau de participação na luta, estabeleceu-se uma disputa verbal entre eles, cada um invocando para si a glória de ser o autor da morte de Lampião. O aspirante Francisco Ferreira dizia que tinha sido ele quem matou Lampião com uma rajada de metralhadora. Porém o soldado Noratinho assegurava ter sido ele quem atirou na cabeça de Lampião. Por sua vez, o cabo Antônio Bertoldo jurava que quem atirou em Lampião foi ele.

Outra controvérsia foi travada pelos que se vangloriavam de ter decapitado Lampião e Maria Bonita. Porfiavam pela autoria da decapitação de Lampião o sargento Aniceto e os soldados José Panta de Godoy e Santo (Sebastião Vieira Sandes); e pela de Maria Bonita, o cabo Bertoldo e os soldados Cecílio, José Panta de Godoy, Noratinho e Antônio Jacó.

A autoria da morte de Luís Pedro era disputada entre o aspirante Francisco Ferreira e
o soldado Antônio Jacó. Teve até briga por isso, e por pouco Antônio Jacó não foi assassinado na mesma semana em Piranhas, na casa do prefeito Correinha.

Quanto ao povo, a impressão era de dúvida, pois já tinha havido várias notícias falsas da morte de Lampião. Os matutos, céticos, comentavam: “Sei não, viu? O tenente João Bezerra matando seu amigo?”

No mesmo dia 28 chegaram a Piranhas levas e levas de moradores de Pedra, Pão de
Açúcar, Canindé e Poço Redondo, todos curiosos com o acontecimento.

Não houve reconhecimento dos corpos – o termo de reconhecimento foi assinado pelo tenente-coronel José Lucena, que nunca tinha visto Lampião.

As cabeças ficaram em Piranhas até o dia 30. Começaram a apodrecer. Inchadas.
Deformadas.

No transporte das cabeças para Maceió, o povo, já informado, se apinhava no caminho para se certificar se de fato era verdadeira a notícia. As notícias corriam mais que o
caminhão. Estrada péssima. O caminhão parava a todo instante, pois todo mundo queria ver as cabeças. O cortejo lúgubre demorou-se em Olho d’Água do Casado, no Talhado, em Pedra.

As cabeças só chegaram a Santana do Ipanema ao anoitecer. Não consta que os moradores festejassem; consta que as cabeças foram recebidas com dobrados tocados pela banda de música, houve missa e o prefeito Pedro Gaia mandou soltar foguetes.

A viagem só foi retomada no dia 31. Por onde o caminhão passava, ia parando, de povoado em povoado e até em sítios.

Já era noite quando chegaram a Maceió. As pessoas lotavam as calçadas, espremiam-se nas janelas, trepavam nas árvores para ver o espetáculo macabro. O caminhão entrou pelo bairro do Bebedouro, passou pelo Bom Parto e pelo Cambona, desceu pela Avenida Fernandes Lima para a Praça dos Martírios, onde ficava o Palácio do Governo.

O interventor federal Osman Loureiro postou-se com outras autoridades na sacada do palácio. Quando a cabeça de Lampião foi suspensa pelos cabelos, para que todos
vissem, um soldado gritou: “Viva o guveeerno!”. E a multidão sugestionada por aquele grito, entoou: “Viiivaaa!”

No percurso entre o Palácio e o necrotério da Santa Casa de Misericórdia, passando pela Rua Boa Vista, Praça Montepio dos Artistas e Praça do Quartel do Regimento, calcula- se que 10 mil pessoas se acotovelavam nas ruas e becos.

Até os nazarenos sentiram a morte de Lampião. Segundo João Gomes de Lira, ex- soldado nazareno, Euclides Flor chorou quando soube da morte do inimigo, e Manoel Jurubeba disse, consternado: “Morreu Lampião. Acabou-se a alegria do sertão”.

(Texto adaptado a partir do meu “Lampião – a Raposa das Caatingas” 


Quem tiver interesse por este livro, por favor entre em contato comigo (71 9 99851664) ou peça ao Professor Pereira (83 9 9911-8286) ou ainda pelo seu e-amil: 

franpelima@bol.com.br.

Enviado pelo autor do livro: Lampião a Raposa das Caatingas

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2ª. EDIÇÃO O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO


Aos estimados leitores e amigos que estejam com a 1a Edição do nosso livrinho, poderão recortar abaixo a Errata com as corrigendas necessárias, já incorporadas à 2a Edição. Gratíssimo!

ERRATA p/ 2ª Edição – correção pontual de falhas digitais, ortográficas e revisão de dados.

Pág. / Onde se lê / Leem-se
41 ./.. a que ligava Princesa a Teixeira, atravessando Piancó, Flores... /... a que ligava Princesa a Teixeira, outra via ligava Princesa, Flores...
47 ../. Lampião e seus irmãos.../... Lampião e o irmão...
79 ./.. Jesuíno saltava na cela .../... Jesuíno saltava na sela ...
82 ./.. podia contemplar ao longe a cidade de Sousa .../ ... podia contemplar ao longe o centro aglomerado de Imperatriz ...
112 ../. a partir do mais velho, João Ferreira e as mulheres .../... a partir do mais velho, Antônio Ferreira e as mulheres ...
113 /..Alguns dias se passaram e, a 22 de maio de 1920, morreu deitada em.../Alguns dias se passaram e, a 22 de maio de 1921, morreu deitada em...
119 ../. que teria sido feita de surpresa. Lampião pôs .../... que teria sido feita de surpresa. Deixo este registro burlesco da cantoria e do folhetim: Lampião teria posto ...
125 ./.. coordenada por Estácio Coimbra, chefe de Polícia do Estado.../... coordenada por Eurico Sousa Leão, chefe de Polícia do Estado.
166 ./..No correr de 2006, em meio a notícias ... / No correr de 1926 ...
182 ../ ... mortíferas metralhadoras Hotchkiss (usadas em Canudos contra o beato Conselheiro), mas .../... mortíferas metralhadoras Hotchkiss (usadas na Primeira Grande Guerra), mas ...
193../.. O fazendeiro Gonçalo Soares de Oliveira, de Ipu, Ceará... /...O fazendeiro Gonçalo Soares de Oliveira, de Jati, Ceará...
210 ./.. coronel Moreira César, herói da Guerra do Paraguai; .../.. coronel Moreira César, herói de tantas batalhas;
216../.. Nasceu em Bozzano, Itália, em 5 de novembro de 1989, .../..Nasceu em Bozzano, Itália, em 5 de novembro de 1898, ...
222 ./.. na direção de Apodi, no Ceará../... na direção de Apodi, a partir do Ceará.
240 ../. casarão dos Patos de Irerê por cangaceiros de Marcolino Diniz. ./... casarão dos Patos de Irerê, de Marcolino Diniz, por cangaceiros.
260../.. Durante a viagem, João Pessoa.../..Durante a viagem a Recife, João Pessoa...
271 ../.. ocorrido em 1932, no voo noturno vindo da Europa, adveio .../... ocorrido em 1932, no voo noturno indo para o Rio, adveio ...
309 ./... na posse de légua e meia quadrada no povoado cearense de Crateús, na baixada da serra... /... na posse de légua e meia quadrada na cercania cearense do Crato, na baixada da serra...
339 ../.. tocava o bando para a extensão de serra próxima da Vila de São João do Cariri.../... tocava o bando para a extensão de serra próxima da Vila de Belmonte (hoje São José de Belmonte).
347 ..... habitava uma casa rústica dentro da fazenda .../... habitava uma casa rústica ao lado da fazenda ...
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Aos amigos e amigas interessados que nos perguntam pelo livro, realmente esgotaram-se (ou quase) nesta leva da 2a Edição, já providenciamos nova impressão e distribuição. É possível que haja alguns exemplares disponíveis na Sebinho Cult, 406N e Leitura Pier21 em Brasília, Leitura no Praia Shopping de Natal, e na Livraria Praça Casa Forte de Recife. Meu agradecimento.

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TIBERIANO AROEIRA, O CORONEL

*Rangel Alves da Costa

Coronel Tiberiano Aroeira, também conhecido como Senhor do Vai-e-Vem, pois dono de tudo que ia e voltava, era homem de muitas e estranhas manias. Padre Licurguino morreu com hóstia envenenada exatamente porque caiu na besteira de dizer isso num sermão. Cavou a sepultura ao dizer que o velho coronel era também o senhor das manias maníacas.
Não precisava nem o coitado do vigário entrar nesta seara, pois todo mundo sabia disso. E sabia principalmente que a principal e mais odienta mania da velha cascavel era mandar matar, e qualquer um, fosse um inimigo do mesmo cabedal ou um desvalido de casinha de choupana de beira de estrada.
Realmente, o homem parecia não ter outra coisa a fazer que não viver maquinando esquisitices, maldades, coisas de arrepiar. Mas também presepadas de gente doida, maluquices desmedidas, excentricidades de toda sorte. Diziam que era também um mentiroso de marca maior. Mas quem era maluco passar isso na cara da serpente cheia de linho branco por cima?
Corria à boca miúda que havia mandado cavar um buraco nos escondidos do seu casarão. Buraco grande, até confortável para quem quisesse ali se esconder. E diziam que o poderoso não podia nem ouvir falar no nome de Lampião que corria para o dito buraco. E ali ficava rezando para que o grande justiceiro das caatingas não lhe aparecesse para fazer perguntas sobre uns certos desmandos.
Homem rico demais, coronel de patente política, senhor do voto de cabresto e da vida de todo mundo que tivesse a desdita de ter nascido na sua região, do seu casarão latifundiarista selava a sorte de tudo. E de todos. Jagunço pra mais de vinte, armas num arsenal, cabeças de inimigos guardadas em formol. De vez em quanto ia até a despensa macabra pra conversar com suas vítimas, principalmente dizer que estava pensando em mandar cortar sua língua, vez que falava e não ouvia resposta.
Confessou a um amigo político, gente de mando em todo o estado, que estava com vontade de relatar suas memórias para alguém que fosse mestre em escrever biografia de gente importante. Até já tinha o título da biografia: “Coronel Tiberiano: um anjo com asas e tudo”. O amigo pigarreou desconfiado, meio sem jeito, mas disse que no mais tardar cinco dias riscaria ali um memorialista de renome para transformar em livro uma vida de tantas glórias.


Três dias depois se apresentou ao coronel o esperado memorialista, biógrafo reconhecido pela veracidade nos fatos relatados. Era tido por todos como aquele que não admitia acrescentar nada além da mais pura verdade da vida do biografado. Mas se realmente fosse assim, eis que tinha um grande problema para resolver nos relatos da vida do poderoso.
O homem das letras marcou para começar a ouvi-lo logo na manhã do dia seguinte. Assim que sentou diante do enviado, o anfitrião foi logo dizendo que não se esquecesse de colocar no relato nada do que dissesse dali em diante. Afinal de contas o livro ia sair como sendo ele o próprio escritor. O letrado então logo começou a desconfiar que aquilo não ia dar certo. Mas o medo não lhe permitia discordar de nada.
Assim, com três dias de relatos o velho gravador já havia utilizado mais de dez fitas cassetes. E em todas a mais pura verdade, no dizer do biografado. Assim constava sobre o menino pobre, de família religiosa, que havia sido coroinha, e que até os vinte anos não tinha nem o que comer nem o que vestir. Num sonho, recebeu um aviso onde estava uma botija e sua vida se transformou totalmente daí em diante.
Repartiu com os pobres a maior parte da herança e com a sua parte comprou umas terrinhas, mas pensando em fazer uma propriedade comunitária. Toda riqueza conseguida daí em diante foi para fazer caridade, para auxiliar os necessitados, para dar casa e comida a quem não tinha. Mandou construir e reformar igrejas, erguer casas de saúde e, se continuava sendo um homem rico, talvez fosse pelo reconhecimento divino do seu bondoso coração.
O biógrafo estava em tempo de explodir, não suportando mais ouvir tantas mentiras e descaramentos. Até que arranjou coragem e perguntou se era verdade o que comentavam, com notícias dando conta de que ele era um covarde mandante de assassinatos, impiedoso com inimigos, a pessoa mais violenta e desumana que podia existir. E que se mijava todinho só de ouvir que o Capitão Lampião estava na região.
O coronel deu uma gargalhada de espantar bezerro, e disse em seguida, com olhos brilhando, que não havia no mundo alguém mais bondoso que ele, um verdadeiro anjo de pessoa, alguém que no seu coração cristão não admitia nem que matassem uma mosca. E acrescentou que jamais teve do que temer no maior dos cangaceiros, de quem, aliás, era compadre.
Como havia sido contratado para escrever sobre o que ouvia, e também pelo fato de que a precaução é amiga de muita coisa, três meses depois o memorialista voltou com um calhamaço de palavras bem trabalhadas. Colocou em frente ao coronel e disse que toda a verdade sobre a sua vida estava ali. Então o homem chamou dois jagunços e mandou que ficassem por trás do escritor enquanto este estivesse lendo o livro sobre sua vida.
A cada página o coronel se enchia de sorrisos, de encantamentos, ficava feliz. Assim mesmo havia relatado, dizia ele. Mas já depois de umas trinta páginas os jagunços começaram a se comportar de um jeito diferente. Um olhava pro outro desconfiado, vermelho, querendo desmentir tudo aquilo. De tanto esforço ouvindo tantos embustes, lá pelas tantas um deles, depois de arroxear, não suportou e caiu mortinho da silva.
O outro quis acudir o companheiro, porém o coronel exigiu que esquecesse e prestasse atenção na sua bonita e bondosa história. Mas quando o biógrafo leu que “Desde então, o Coronel Tiberiano Aroeira vive iluminado pelas graças divinas, cercado por anjos, um verdadeiro querubim espalhando a graça e a bondade entre os seus”, o outro jagunço não suportou mais e disse raivoso:
“Vai mentir assim na casa da peste. Esse homem num vale nada, nunca fez bem a ninguém. Bote aí que ele mandou matar mais de cem, que só vive pra fazer o mal. E bote aí também que ele disse que não é pra deixar vosmicê sair vivo daqui de jeito ninhum! Bota aí, bote!”.
Ao ouvir isso o coronel corou, desbotou, azedou, rosnou, mumunhou, revirou os olhos, tentou puxar a arma pra atirar no jagunço, mas teve de parar ao ouvir do seu próprio pistoleiro: “E bote aí tomem que ele morreu de morte matada, e por um cabra que num suporta mais viver de tanta mentira. Tome fi do cabrunco! Bote aí, bote. Tome fi da peste!”.
E disparou bem na testa do patrão. E as últimas palavras do coronel, do Senhor do Vai-e-Vem, foram exatamente essas: “Bote isso não...”. E descoronelou de vez.

Escritor
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