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domingo, 13 de agosto de 2017

O CARIRI CANGAÇO EXU POR JULIANA PEREIRA

Kydelmir Dantas, Joquinha Gonzaga e Juliana Pereira: Luiz Gonzaga, 
"Personalidade Eterna do Sertão"

O Cariri Cangaço, evento de maior expressão no Brasil no que concerne aos debates acerca das mais variadas temáticas sobre a história e a formação cultural nordestina, realizou nos dias 20 a 23 de julho, mais uma edição de luxo, o Cariri Cangaço Exu-Serrita. Dentre muitos momentos ímpares, emocionantes e de muitos aprendizados, quero destacar alguns; primeiro, a entrega do título " Personalidade eterna do Sertão", homenagem justa, conferida a Luiz Gonzaga do Nascimento e recebida por Joquinha Gonzaga, sobrinho e herdeiro musical de Luiz Gonzaga. 

O Cariri Cangaço chegou a Exu para dá dimensão a obra de Gonzaga, no sentido de sua representatividade, não só na música, mas em toda formação cultural nordestina. Ouvir Gonzaga, ensiná-lo, entendê-lo, conhecê-lo é mais que uma atitude cultural, é uma atitude moral. É um ato de gratidão e reconhecimento ao maior porta-voz da nação nordestina. Luiz Gonzaga levou o Nordeste para os grandes centros do Brasil. Gonzaga serenizou a saudade no peito dos muitos sertanejos que viviam em outras regiões do Brasil. E, sobretudo, Gonzaga apresentou o Nordeste para os nordestinos, nos fez/faz sentir orgulho do que somos.

Luiz Gonzaga do Nascimento, personalidade eterna do sertão, 
a alma mais nordestina e poética. 

Gonzaga foi um gênio no sentido mais amplo da palavra, sua genialidade era sentida não só nos acordes de sua sanfona ou no eco de sua voz, mas no fato de não ter desviado o foco, não ter perdido o eixo ou perdido suas raízes. Gonzaga é, sem sombra de dúvidas, o maior ícone da cultura nordestina. Em Gonzaga, encontramos todos os demais ícones formadores dessa colcha de retalhos maravilhosa e colorida, que é a cultura nordestina e a vivencia sertaneja. Sua representatividade passa por Pe. Cícero, Vaqueiros, Cangaço, Coronel, Caatinga e toda a saga nordestina em sua plenitude. Gonzaga é a síntese poética do sertão. É a nossa zelação mais brilhante, é o vento cantarino que desceu do Araripe e ecoa pelo universo. 

"Eu passaria horas, dias, anos escrevendo sobre Gonzaga, e jamais esgotaria a relação perene de amor, admiração e gratidão que tenho por ele e por sua obra. Cheguei a Exu com o coração emocionado por mais uma vez, pisar no solo sagrado de um dos meus ídolos. Voltei ainda mais encantada e apaixonada por sua obra e por tudo que ele representa. Em sendo assim, recorro ao simples, e, apenas me curvo e o reverencio. Gratidão por tudo que somos enquanto espaço cultural, enquanto expressão de nordestididade."



Comenda Alcino Alves Costa da SBEC para Juliana Pereira

O segundo momento e não menos importante e emocionante, foi receber das mãos do Presidente da SBEC-Sociedade Brasileira de Estudo do Cangaço, o Prof.Bendito Vasconcelos, a comenda Alcino Alves Costa. Não bastasse a minha relação de amor profundo pelo o nordeste, por Gonzaga e por está em EXU, recebi uma comenda que leva o nome do meu pai espiritual, meu querido amigo, amado e eterno mestre. Só Deus sabe o tamanho que ficou meu coração, só Deus sabe a gratidão e a emoção que senti. 

Eu também não poderia deixar de citar a Missa do Vaqueiro... meu Deus, quão grandes és TU! Não ha palavras para descrever o que sente uma alma sertaneja e apaixonada pelo nordeste, ao presenciar seus heróis encourados, aboiando e cantando uma "Ave Maria Sertaneja"... fui às lágrimas. 

Juliana Pereira no Cariri Cangaço Exu 2017

Por fim, quero render minha sincera gratidão, admiração, respeito e amor fraterno a uma das maiores personalidades, não só do sertão, mas do Nordeste Brasileiro, Manoel Severo Barbosa. Por tudo que tem feito em prol da história e da cultura. Por tudo que tem feito por nós, amantes, pesquisadores, estudiosos, curiosos e demais interessados na preservação do nosso patrimônio imaterial, a nossa Cultura. Severo, um gigante de coração doce, de sensibilidade impar e visão sem fronteiras, sem limites. 

Um sonhador que não sonha só, um realizador generoso. Líder, amigo, mestre, irmão, cúmplice; o timoneiro que nos conduz a viagens fantásticas, a universos incríveis! Embarcamos sempre com a confiança e a certeza de que voltaremos sempre emocionados, felizes, enriquecidos de conhecimentos e agradecidos. Severo, nós te agradecemos por tudo, por ter nos juntado em uma só batida, um só pulsar, uma só emoção. Você merece toda reverencia, todo respeito e admiração. Agradeço a todos os irmãos e confrades que concebe a família Cariri Cangaço!!! Um abraço fraterno em cada um.

Juliana Pereira
Pesquisadora, Conselheira Cariri Cangaço
Quixada, Ceará

http://cariricangaco.blogspot.com.br/

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HOJE É DOMINGO, PEDE CACHIMBO... E ACABOU-SE O MUNDO!

*Rangel Alves da Costa

Hoje é domingo, pede cachimbo, o cachimbo é de barro, bate no jarro, o jarro é de ouro, bate no touro, o touro é valente, bate na gente, a gente é fraco e cai no buraco, o buraco é fundo e acabou-se o mundo...
Por muito tempo eu pensei que tal cantiga popular dizia que hoje é domingo pé de cachimbo. Sim, algo assim como se cachimbo tivesse pé. Mas cachimbo tem pé, e agora? E cachimbo tem pé e este está na piteira, o orifício por onde se fuma, pois no outro lado está a boca.
Mas deixe isso pra lá, vez que o correto no dizer popular é domingo pede cachimbo e não pé de cachimbo. Significaria dizer que domingo pede cachimbo por que nele um instante de sossego, de repouso, de paz. Tragar o cachimbo apenas para relaxar.
Porém, escolher logo o domingo para relaxar fumando? Eis uma observação que logo surge, principalmente em tempos onde o tabaco é tão combatido pelas consequências nocivas à saúde. Mas apenas uma parlenda, uma cantiga popular. E neste sentido se poderia também criticar a canção popular infantil onde se atira o pau no gato.
Contudo, problema maior surge quando se tem que o mundo se acaba a partir de um domingo que pede cachimbo. Que coisa mais estranha, a partir do nada ou de coisa simples, tudo vai, vai, até que o mundo acaba.
Sim, no domingo a pessoa traga o fumo de seu cachimbo sem saber que daí em diante tudo vai se transformar, e não pelo ato de fumar. É na sucessão de acontecimentos que os inesperados vão surgindo até que, no ato final, o mundo acaba.
E o mundo acaba exatamente após a gente cair na fundura do buraco. Eis dizendo a parlenda que o homem é fraco e cai no buraco, o buraco é fundo e acabou-se o mundo. Há plena lógica neste aspecto, vez que o buraco pode estar representando a morte do homem.
Surge ainda a questão do cachimbo e de jarro de ouro batendo no touro, que é valente, mas não suportando a batida tropeça no homem, que cai no buraco e tudo acaba. Ora, daí se abstrair a noção do poder e da fraqueza, da força e da fragilidade.
O cachimbo e o jarro de ouro representam as forças que se sobrepõem a outras forças, pois mesmo o touro sendo valente, forte, poderoso, tombou pela sua investida. E, por consequência, chegando ao mais frágil dos seres, que é o homem.
Então o mundo, ao menos para o homem, acaba assim, envolvido pelas forças externas e pela sua própria fragilidade. Ao cair no buraco, o seu fim. E o fim de tudo. Algo assim como a demonstração de que a vida é feita de causas e consequências, e sempre pesando negativamente para o mais fraco.
Porém, talvez não seja nada disso, apenas que hoje é domingo, pede cachimbo, o cachimbo é de barro, bate no jarro, o jarro é de ouro, bate no touro, o touro é valente, bate na gente, a gente é fraco e cai no buraco, o buraco é fundo e acabou-se o mundo...

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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FOTOGRAFIA DE JOSÉ ROMERO ARAÚJO CARDOSO ENVIADA À QUERIDA E SAUDOSA PRIMA NETINHA DE TIO ROMEU CRUZ


Fotografia de José Romero Araújo Cardoso enviada à querida e saudosa prima Netinha de tio Romeu Cruz, encontrada no livro Adoremus, de Orações da inesquecível prima, por Edna Neves da Cruz. Cortesia do envio: Edna Neves da Cruz


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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DE 17 A 20/08: II FEIRA DO CORDEL BRASILEIRO NA CAIXA CULTURAL FORTALEZA


CAIXA CULTURAL FORTALEZA RECEBE A SEGUNDA EDIÇÃO DA FEIRA DO CORDEL BRASILEIRO

Com curadoria do cordelista e editor Klévisson Viana, evento reúne os principais expoentes da literatura popular em versão tipicamente nordestina

Foto: Leonardo Costa

A CAIXA Cultural Fortaleza apresenta, de 17 a 20 de agosto de 2017, a II Feira do Cordel Brasileiro, que tem o objetivo de incentivar e promover a literatura popular e as manifestações artísticas tipicamente nordestinas. Com aproximadamente 30 expositores, o evento também pretende fomentar o encontro do público geral com os artistas, como forma de conhecer melhor a expressiva produção do melhor do cordel, da cantoria e da xilogravura nacional.

Com entrada gratuita, a Feira do Cordel Brasileiro reúne vários dos principais nomes da literatura de cordel no País, além de emboladores, cantadores de viola e da música regional. Entre as atrações estão os músicos-cordelistas Jorge Mello, parceiro de Belchior em aproximadamente 40 canções; o cordelista, repentista e sambador Mestre Bule-Bule; o Mestre Valdeck de Garanhuns, bonequeiro, cordelista, repentista e xilogravador; a médica, cantora e cordelista Paola Torres; os grupos Tempo de Brincar; o jovem Rafael Brito e a Rabecaria; dos forrós Kutuca a Burra e Cacimba de Aluá. O evento conta ainda com show de repente pela dupla Geraldo Amâncio e Guilherme Nobre, além de muitas declamações pelos cordelistas Chico Pedrosa, Antônio Francisco, Klévisson Viana, Evaristo Geraldo, Lucarocas, Paulo de Tarso, Raul Poeta, Arievaldo Vianna e Tiago Monteiro.

A Feira vai promover palestras, lançamentos literários, a exibição do documentário “Cego Aderaldo – o Cantador  e o Mito”, de Rosemberg Cariry, como também a exposição e venda de folhetos de cordel, livro, camisetas e CDs. A curadoria é do cordelista e editor Klévisson Viana, vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura (2015) com o livro "O Guarani em cordel" (Ed. Amarylis, baseado na obra de José de Alencar).
Além disso, os interessados poderão participar de oficinas de xilogravura e de cordel. As inscrições estarão abertas de 07 a 16 de agosto de 2017, por meio dos emails encenaproducoes@gmail.com e aestrofe@gmail.com ou pelo telefone. (85) 3023-3064. Cada oficina terá limite de 20 vagas.
Nessa edição, os homenageados serão o repentista Cego Aderaldo (50 anos de morte), os cordelistas Gonçalo Ferreira (80 anos), Arievaldo Vianna (50 anos), o Mestre Bule-Bule (70 anos), Zé Maria de Fortaleza (60 anos de viola) e o cordelista e xilogravador Mestre José Costa Leite (90 anos de vida e 72 anos de arte).

Manifestação literária

O Ceará se perpetua como o maior polo produtor de Literatura de Cordel desde os longínquos tempos da Tipografia São Francisco, em Juazeiro do Norte, posteriormente rebatizada de Lira Nordestina. A partir da década de 1990, essa produção se acentuou na capital do Estado, sobretudo após o surgimento de associações de poetas, trovadores e folheteiros, tais como o Centro Cultural dos Cordelistas do Nordeste (CECORDEL), a Associação de Escritores, Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará (AESTROFE), entre outras, além da consolidada casa editorial Tupynanquim Editora e da Cordelaria Flor da Serra.

Apesar do linguajar simples e informal, a literatura de cordel é, hoje, revista como importante manifestação literária, pois é compreendida como uma das nossas primeiras manifestações poéticas em língua portuguesa, tendo sua origem na produção oral trovadoresca. Neste sentido, a literatura de cordel vem sendo cada vez mais aceita e estudada pelas academias e já possui uma Academia Brasileira de Cordel, fundada em 07 de setembro de 1988 com sede no Rio de Janeiro.

A II Feira do Cordel Brasileiro é uma iniciativa da AESTROFE (Associação de Escritores, Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará) com patrocínio da CAIXA Econômica Federal e Governo Federal com o apoio cultural da Tupynanquim Editora, Cariri Filmes, Editora Imeph, Programa A Hora do Rei do Baião e Premius Editora.

Sobre os homenageados
CEGO ADERALDO (Aderaldo Ferreira de Araújo) – 50 anos de morte (24 de junho de 1878 + 29 de junho de 1967)

No dia 29 de julho de 2017, completaram-se 50 anos do desaparecimento daquele que é considerado um dos mais importantes poetas populares nordestinos, Aderaldo Ferreira de Araújo - o famoso Cego Aderaldo. Nascido no Crato (CE), ele veio morar muito jovem na cidade de Quixadá (CE), depois de ficar órfão de pai, empregando-se na estrada de ferro. Cegou aos 18 anos. Trabalhava abastecendo uma caldeira quando tomou um copo de água fria e os olhos estalaram imediatamente, fazendo com que perdesse a visão pelo resto da vida. Comprou então o seu primeiro instrumento e descobriu que sabia fazer versos. Achava humilhante ter que pedir esmolas por isso exerceu diversas profissões: além de cantador foi comerciante e exibia filmes num cinematógrafo lhe presenteado por Ademar de Barros, ex-governador de São Paulo.

GONÇALO FERREIRA – 80 anos

Cearense da cidade de Ipu, o poeta, contista e ensaísta Gonçalo Ferreira da Silva nasceu no dia 20 de dezembro de 1937. Aos 14 anos transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde, em 1963, publicou pela Editora da Revista Rural Fluminense o primeiro livro: “Um resto de razão”, coletânea de contos regionais do Nordeste. Em 1978 iniciou sua produção de literatura em cordel, quando, ao realizar estudos sobre cultura popular na Fundação Casa de Rui Barbosa, conheceu o pesquisador Sebastião Nunes Batista e em companhia dele passou a frequentar a Feira de São Cristóvão. Muito exigente com a forma, tem estrofes primorosas em seus mais de 200 trabalhos já publicados. Também escreveu livros em prosa, como uma biografia romanceada do cangaceiro Lampião. É fundador e atual presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, situada no bairro de Santa Tereza (RJ).

ARIEVALDO VIANNA (Arievaldo Vianna Lima) – 50 anos

Nascido aos 18 de setembro de 1967 na fazenda Ouro Preto (Sertão Central do Ceará), o escritor Arievaldo Vianna foi criado à luz de lamparina, em contato permanente com as cacimbas dos saberes do povo nordestino. Foi alfabetizado em meados de 1970, graças ao valioso auxílio da Literatura de Cordel. Estreou na imprensa em 1982 no Jornal de Canindé e, logo em seguida, passou a publicar seus trabalhos no Caderno de Domingo do jornal O POVO, de Fortaleza. A partir dos anos 1980 vem publicando diversos folhetos, alguns em parceria com Gonzaga Vieira, Klévisson Viana, Pedro Paulo Paulino, Jota Batista e Sílvio Roberto Santos, entre as dezenas de livros com temática diversa e mais de 120 folhetos de cordel já publicados. É também xilogravador, chargista e ilustrador. Participou, ao lado de Dominguinhos, Assis Ângelo e Sinval Sá, de documentário da TV Câmara de Brasília sobre o Centenário de Luiz Gonzaga.

MESTRE BULE-BULE (Antônio Ribeiro da Conceição) – 70 anos

Um dos mestres da cultura popular nordestina mais renomados do Brasil, Antônio Ribeiro da Conceição, cujo nome artístico é Bule-Bule, nasceu em 22 de outubro de 1947 na cidade de Antônio Cardoso (BA), uma região onde as influências culturais do sertão e do recôncavo baiano se misturam e contribuíram decisivamente para o arcabouço artístico deste grande poeta. Figura emblemática da cultura popular, também é um excelente cordelista com mais de 100 títulos publicados; um exímio sambador e tiraneiro, além de forrozeiro de grande valor, tendo todas estas virtudes comprovadas nos oito discos e dois DVDs gravados em mais de 45 anos de carreira. Já dividiu o palco com renomadas figuras como Gilberto Gil, Beth Carvalho, Gabriel o Pensador e Tom Zé, em apresentações nos Estados Unidos, na Alemanha, Espanha e em Portugal. Em 2008, Bule Bule foi condecorado com a maior premiação brasileira para a Cultura, a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura, e em 2017 foi um dos homenageados da XII Bienal Internacional do Livro do Ceará.

ZÉ MARIA DE FORTALEZA (José Maria do Nascimento) – 60 anos de viola

 Zé Maria de Fortaleza é o nome artístico de José Maria do Nascimento, nascido em Aracoiaba (CE) em 07 de agosto de 1945. É cantador, repentista, músico, ator e cordelista. Membro da Academia Brasileira da Literatura de Cordel (ABLC), cadeira nº 24, que tem como patrono o poeta Francisco Sales Areda. Vice-presidente da Academia Brasileira de Cordel (ABC), filiado à Ordem dos Músicos do Brasil, à União dos Compositores Cearenses (UCC), à Associação dos Cantadores do Nordeste (ACN), à Sociedade dos Amigos da Arte (SOAMA) e vice-presidente da Associação de Escritores Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará (AESTROFE). Também cursou Teoria Musical no Conservatório de Música Alberto Nepomuceno e foi certificado nos cursos “Influência afro na cultura brasileira” e “História da música popular brasileira”.

JOSÉ COSTA LEITE – 90 anos
José Costa Leite nasceu em 27 de julho de 1927, em Sapé (Paraíba). Diz que nunca frequentou a escola tradicional, tendo aprendido a ler soletrando folhetos de cordel. Em 1938 muda-se com a família para Pernambuco, fixando residência em Condado, cidade aonde mora até hoje. Em 1947 começa a vender folhetos nas feiras do interior e, em 1949, publica os seus primeiros títulos: Eduardo e Alzira e Discussão de José Costa com Manuel Vicente. Verseja sobre praticamente todos os temas do cordel, escrevendo clássicos como A carta misteriosa do Padre Cícero Romão Batista, O dicionário do amor e Os dez mandamentos, o Pai Nosso e o Credo dos cachaceiros.
Suas xilogravuras ilustram inúmeros folhetos – tanto os seus, como os de outros poetas – e ganharam status de obra de arte a partir dos anos 1960, quando passaram a ser publicadas em álbuns e expostas em museus, no Brasil e no exterior. Em 2005, José Costa Leite foi o convidado especial de uma exposição realizada no Musée du Dessin et de l’Estampe Originale de Gravelines (França), aonde também fez ateliês de xilogravura.

Programação da II Feira do Cordel Brasileiro

17 de agosto (Quinta-feira)
Teatro
14h – Abertura Oficial da II Feira do Cordel Brasileiro – Recital dos Mestres
14h40min – “Bagunça dos Brinquedos” – Apresentação teatral com texto adaptado do cordel de Mariane Bigio e participação especial das crianças da cidade de Pio IX/PI

Palco Cego Aderaldo
15h – Forró de raiz: Cecília do Acordeom (Redenção/CE)
15h30min – Rafael Brito e a Rabecaria (Fortaleza/CE)
16h – Raul Poeta (Juazeiro do Norte/CE)
16h30min – Olegário Alfredo e Ricardo Evangelista (Belo Horizonte/MG)
17h – Tempo de Brincar (Sorocaba/SP)
18h – Geraldo Amâncio e Guilherme Nobre (Fortaleza/CE)
19h – Mestre Valdeck de Garanhuns (Guararema/SP)

18 de agosto (Sexta-feira)
Teatro
14h – Palestra “Receitando Cordel”
Palestrantes: Paola Torres (Fortaleza/CE), Sávio Pinheiro (Várzea Alegre/CE) e Breno de Holanda (Fortaleza/CE)
         Mediador: Assis Almeida (Fortaleza/CE)

Sala de Ensaio
14h – Oficina de Xilogravura - Facilitador: Sergio Magalhães (Itapajé/CE) – para o público a partir de 14 anos
14h – Oficina de Xilogravura - Facilitador: João Pedro do Juazeiro (Fortaleza/CE) - para o público a partir de 14 anos

Palco Cego Aderaldo
16h – Recital: Evaristo Geraldo da Silva (Alto Santo/CE), Lucarocas (Fortaleza/CE) e Arievaldo Viana (Caucaia/CE)
17h – Declamação: Dideus Sales (Aracati/CE)
17h30min – Embolada: Marreco e convidado (Fortaleza/CE)
18h15min –“A grande peleja de Benedito com Guilherme Nobre” – Mestre Valdeck de Garanhuns (Guararema/SP)
19h15min – Mestre Chico Pedrosa (Olinda/PE)

19 de agosto (Sábado)
Teatro
14h – Palestra “A Literatura de Cordel no panorama brasileiro”
Palestrantes: Jorge Melo (São Paulo/SP), Marco Haurélio (São Paulo/SP), Oswald Barroso (Fortaleza/CE)
Mediação: Eduardo Macedo (Fortaleza/CE)

Sala de Ensaio:
14h – Oficina de Cordel - Facilitador: Rouxinol do Rinaré (Fortaleza/CE) - para o público a partir de 12 anos

Palco Cego Aderaldo:
15h – Recital: Antônio Francisco (Mossoró/RN)
16h – Tempo de Brincar (Sorocaba/SP)
17h – Declamação – Tiago Monteiro (Pocinhos/PB)
17h30min – Francine Maria (Ibiapina/CE)
18h – Show: Canto Cordel - Tião Simpatia (Fortaleza/CE)
18h50min – Eugênio Leandro (Limoeiro do Norte/CE)
19h10min – Mestre Bule-Bule (Camaçari/BA)

20 de agosto (Domingo)
Teatro
14h – Palestra “Cego Aderaldo, o trovador do Nordeste”
Exibição do Filme Cego Aderaldo – o Cantador  e o Mito – Classificação: Livre
Palestrantes: Rosemberg Cariry (Fortaleza/CE), João Eudes Costa (Quixadá/CE) e Arievaldo Viana (Caucaia/CE)
           Mediação: Poeta Orlando Queiroz (Quixadá/CE)

Palco Cego Aderaldo
16h – Chico Pedrosa (Olinda-PE) e Antônio Francisco (Mossoró/RN)
16h30min – Forró pé-de-serra: Kutuka a Burra (Fortaleza/CE)
17h – Canções de Viola: Antônio Jocélio (Fortaleza/CE)
17h30min – Marco Lucena (RJ) e Cacimba de Aluá (Fortaleza/CE)
18h30min – Show de Encerramento: Mestre Bule-Bule (Camaçari/BA)

EXPOSITORES:
1.     ABLC (Rio de Janeiro/RJ)
2.     AESTROFE (Fortaleza/CE)
3.     Arievaldo Viana (Caucaia/CE)
4.     CECORDEL (Fortaleza/CE)
5.     Chico Pedrosa (Olinda/PE)
6.     Cordelaria Flor da Serra (Fortaleza/CE)
7.     Edições Patabego (Tauá/CE)
8.     Editora Coqueiro (Olinda/PE)
9.     Eduardo Macedo (Fortaleza/CE)
10.  Evaristo Geraldo da Silva (Alto Santo/CE)
11.  Francisco Melchiades (Fortaleza/CE)
12.  Francorli (Juazeiro do Norte/CE)
13.  Geraldo Amâncio (Fortaleza/CE)
14.  Guilherme Nobre (Fortaleza/CE)
15.  João Pedro do Juazeiro (Fortaleza/CE)
16.  José Lourenço (Juazeiro do Norte/CE)
17.  Jotabê (Fortaleza/CE) 
18.  Lucarocas (Fortaleza/CE)
19.  Nonato Araújo (Fortaleza/CE)
20.  Olegário Alfredo (Belo Horizonte/MG)
21.  Regina Drozina (Guararema/SP)
22.  Ricardo Evangelista (Belo Horizonte/MG)
23.  Rouxinol do Rinaré (Fortaleza/CE)
24.  Valdeck de Garanhuns (Guararema/SP)
25.  Valentina Monteiro (Campina Grande/PB)
26.  Tupynanquim Editora (Fortaleza/CE)

Serviço:
II FEIRA DO CORDEL BRASILEIRO
Local: CAIXA Cultural Fortaleza
Endereço: Av. Pessoa Anta, 287, Praia de Iracema
Data: De 17 a 20 de agosto de 2017
Horários: Quinta a sábado: 14 às 20h | Domingo: 14 às 19h
Classificação indicativa: Livre
GRATUITO

Atendimento à imprensa:
Helena Félix – (085) 99993-4920 / pontualcomunicacao@gmail.com e
Kiko Bloc-Boris – (085) 98892-1195 / kikobb@gmail.com

Assessoria de Imprensa da CAIXA Cultural Fortaleza (CE):
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UMA PROSA COM O PESQUISADOR/HISTORIADOR ALCINO ALVES COSTA O CAIPIRA POETA E VAQUEIRO DA HISTÓRIA DO CANGACEIRO DE POÇO REDONDO – SE

Por Sálvio Siqueira


“(...) Alcino Alves Costa – sobrinho do cangaceiro poeta Manoel Marques da Silva, o Zabelê -, nasceu em Poço Redondo – SE, e aí viveu intensamente como ativo protagonista e guardião de sua história contada numa dezena de livros. 

Filho de Ermerindo Alves da Costa e de Emeliana Marques da Costa, Alcino foi um politico que amava sua terra e costumes. Foi prefeito por três vezes do município de Poço Redondo – SE, deixou a política para se dedicar ao estudo do cangaço e das ricas tradições culturais de sua terra natal amada.

Grande contador de causos, um caipira como gostava de ser chamado, é referência obrigatória em se tratando de cangaço. Mesmo sendo um profundo conhecedor da saga lampiônica, não tinha a presunção daqueles que se consideram dono da verdade. Gostava de dizer, essa é a minha versão. 

O seu primeiro livro sobre o cangaço, já em terceira edição, teve o prefácio da professora antropóloga Luitgarde Barros, que escreve: “este livro não é de ficção”, pelo contrário, o livro tem como objetivo a desmistificação de alguns detalhes envolvendo um dos fenômenos social mais estudado do Brasil, o cangaço. Alcino é um grande contador de estórias ou histórias. Seus livros são muito bem escritos e referenciados com outros escritores da mesma saga. 

Muitas vezes Alcino corrige informações contidas em outros livros referência da saga do cangaço. É um escritor que escreve com paixão a dura realidade de um nordeste exsicado pelas longas secas onde sobrevivem as plantas cactáceas: xiquexique, macambira, quipá, mandacaru, cabeça – de – frade e facheiro. E por que não falar da árvores sagrada do sertão, o umbuzeiro. Árvore que mata a sede, serve de sombra e de refúgio para beatos e cangaceiros. A crueldade do bando de Lampião não é maior que a dos volantes. 

Muitas vezes existe uma migração de um lado para outro. Zé Rufino, por parte dos Volantes e, Lampião, por parte dos bandidos, foram os marechais do sertão e vinha do mesmo tronco familiar. Tanto volantes quanto os bandidos assustavam e espoliavam os homens que habitavam aquele estranho e perverso mundo(...).” (www.substantivoplural.com)
Mais uma produção do pesquisador cearense Aderbal Nogueira, o ‘Benjamin da atualidade’.

Aderbalvídeo

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?multi_permalinks=690154484526832&notif_t=like&notif_id=1502611010742073

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MULHERES CANGACEIRAS - NOVO LIVRO DO ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA- LANÇAMENTO EM MAIO DE 2017


EM MARÇO SERÁ LANÇADO NOVO LIVRO (MULHERES CANGACEIRAS: A ESSÊNCIA FEMININA COMO QUESTÃO DE GÊNERO).
ESSE SERÁ O 8º. LIVRO DO ESCRITOR E HISTORIADOR JOÃO DE SOUSA LIMA SOBRE O TEMA CANGAÇO.
PARA ADQUIRIR: 75-988074138
joaoarquivo44@bol.com.br
LANÇAMENTO PREVISTO PARA MAIO DE 2017

http://joaodesousalima.blogspot.com.br/2017/02/mulheres-cangaceiras-novo-livro-do.html

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OS FERTILIZANTES...

Por Saul Ramos de Oliveira* 

Os fertilizantes são insumos agrícolas essenciais para uma agricultura produtiva, competitiva e também sustentável. É através da aplicação de fertilizantes que se atinge maior produtividade por área, melhora o desempenho fisiológico das plantas,possibilita o cultivo em solos de baixa fertilidade natural, diminui o aumento da área plantada e consequentemente do desmatamento, etc. Todos esses fatores serão cruciais para o aumento dos lucros dos produtores e da agricultura nacional como um todo.
            
No entanto, esse importante insumo se mostra como um dos mais caros para os produtores onerando muito os custos de produção.Nas cidades de Sorriso (MT) e em Uberaba (MG), os custos para a produção de soja subiram 17,8% e 8,6%, respectivamente. Sorriso, para se plantar um hectare de soja em abril/2015, foi gasto de R$ 2.045,63 contra R$ 1.737,21 em abril/2014. Em Uberaba foi gasto de R$ 1.955,94/ha em abril/2015 contra R$ 1.800,53/ha em 2014. Fertilizantes e defensivos foram os insumos que mais impactaram os custos de produção. Na cidade de Sorriso, o aumento com fertilizantes e defensivos foi de 24,7% e em Uberaba, de 14,5% (1).

Os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontaram que fertilizantes e outros insumos foram responsáveis pelo grande aumento do custo de produção da cultura do milho nas safras de 2015/16. De acordo com os dados, esses insumos corresponderam por: 0,14% do custo de produção em Mato Grosso, 65% no Paraná, 65,72% no Rio Grande do Sul, 72,65% em Mato Grosso do Sul, 73,86% em Goiás, e 79,69% em Minas Gerais (2).

A Conab também verificou que entre os anos de 2010 a 2016 ocorreram enormes variações dos preços de vários tipos de fertilizantes (2). Essas variações podem ser explicadas por uma série de fatores como: compra de fertilizantes em escala por grandes produtores, mercado internacional (alta e baixa do dólar), especulação financeira, etc. Esse cenário causa um impacto extremamente negativo na vida do produtor rural, pois o mesmo fica submetido a essas flutuações, o impedindo de realizar um planejamento agrícola a longo prazo e de saber se irá ter condições financeiras para fertilizar suas plantações.

Esses problemas referentes aos altos preços dos fertilizantes e das irregularidades do mercado prejudicam ainda mais os médios e pequenos produtores. Sem políticas governamentais efetivas de subsídios para a compra desse insumo, muitos não têm acesso devido aos altos preços. O valor do frete tende a encarecer ainda mais a aquisição de fertilizantes por parte desses produtores.

Estes problemas que tanto prejudicam grandes, médios e pequenos produtores só ocorrem devido à falta de uma política nacional para os fertilizantes. O Brasil não tem soberania sobre suas reservas minerais e nem da comercialização dos fertilizantes. Em média, anualmente, o Brasil gasta cerca de 28 milhões de toneladas de fertilizantes, o problema é que 75% desses fertilizantes são de fonte estrangeira (3).

A perda da soberania nacional diante dos fertilizantes ocorreu na década de 90 com os planos de privatizações do governo Collor, mas nem sempre foi assim. Nas décadas de 40 até início da década de 90 o governo brasileiro teve grande protagonismo da exploração e venda dos fertilizantes, além do setor privado ter sido mais dinâmico e mais competitivo com mais empresas voltadas para esse ramo.

As primeiras empresas privadas desse setor realizavam misturas do tipo NPK através de matérias primas importadas, isso ocorria devido à pequena exploração e a não descobertas de minas nacionais. Contudo, essas importações eram feitas de forma favoráveis através de medidas de cambio. Essa fase ficou conhecida como I Plano Nacional de Fertilizantes(4).

Na década de 70 é criado o II Plano Nacional de Fertilizantes com a intenção de diminuir a dependência externa, se investindo na produção de matérias primas fosfatadas e nitrogenadas, também foi no ano de 1976 que foi criada a Petrobras Fertilizantes S.A (Petrofertil), essa empresa, posteriormente, ainda iria adquirir a Ultrafértil, Fosfertil e a Nitrofertil. Assim, a Petrofertil tinha grande monopólio da exploração e da comercialização dos fertilizantes nacionais. Na década de 80, o governo federal ainda iria lançar um segundo plano nacional de fertilizantes, esse plano tinha como objetivo explorar minas de rochas fosfáticas nos estados de Minas Gerais e São Paulo (4).

Com o inicio da década de 90 e as políticas neoliberais do governo, o Brasil perdeu a soberania da sua produção de fertilizantes. Em pouco tempo a exploração e venda dos fertilizantes foram ficando cada vez mais monopolizada, atualmente poucas empresas dominam o mercado, entre elas estão grandes grupos multinacionais.

A perda do monopólio estatal dos fertilizantes causou impactos negativos para toda a agricultura nacional, altas e instabilidade nos preços dos fertilizantes, aumento nos custos de produção dos agricultores, menor produção por área, além de impossibilitar agricultores menos capitalizados do acesso a esse importante insumo. A falta de regulação estatal nesse setor também causou impactos negativos no setor privado.

Antes das privatizações da década 90 havia muitas empresas privadas competindo no setor, aos poucos, pequenas e médias empresas foram sendo absorvidas por multinacionais formando monopólios. Também vale destacar que os insumos importados possuem tarifa zero, além de não pagar ICMS, em contrapartida, os empresários brasileiros são tributados em operações interestaduais variando entre 4 a 8,4% (5).

É necessário que o estado volte a ter a soberania dos fertilizantes, é uma necessidade nacional para o aumento do abastecimento interno dos alimentos e na geração de empregos e renda. Deve-se entender que não se trata de uma coisa qualquer, fertilizantes são insumos estratégicos para a soberania alimentar e da agricultura de qualquer nação. Esses insumos possuem características finitas, isso já é motivo suficiente para o estado ter papel de destaque na sua exploração e em um planejamento estratégico para racionalização e uso.

Atualmente já existe uma corrida mundial por exploração de novas minas para a produção dos fertilizantes. Sem uma gestão planejada dessas minas,uma nação não tem como garantira produção de seus fertilizantes, sem essa garantia não se poderá fertilizar as culturas agrícolas e aumentar a produtividade para obter soberania alimentar e lucros para a economia nacional.

O Brasil tem pleno potencial para retomar a produção de fertilizante e ter destaque nesse setor. Em nosso território tem boas reservas de rochas fosfáticas e potássicas,com a descoberta do pré-sal será possível aumentar a produção de gás natural e consequentemente a de fertilizantes nitrogenados. Se for adotada uma política nacional poderá diminuir a dependência externa, e quem sabe até com o desenvolvimento das tecnologias e dos investimentos se tornar independente em alguns fertilizantes.

Até este ano o governo federal tem um meta de investimentos com valor de 18,9 bilhões de dólares para produção de fertilizantes com intuito de diminuir a dependência externa, esses esforços ficaram sob responsabilidade, em especial, da Vale Fertilizantes e da Petrobrás (6).

Porém, esses esforços necessitam ser acompanhados de políticas mais abrangentes como a monopolização do setor pelo estado. A Petrobrás já possui Know-how e investimentos nessa área, com isso, seria muito fácil e viável reestruturar a petrofértil Uma parte do mercado poderia ser aberto para o setor privado, no entanto, será necessária uma regulação estatal para impedir a formação de monopólios, isso descentralizaria a produção nacional e também proporcionava concorrência a empresa estatal.

Novas possibilidades mais sustentáveis também podem ser feitas. Nesse grande projeto, um setor de investimentos para a produção de fertilizantes orgânicos e organo-minerais também é necessário. Com a grande pecuária que o Brasil tem, grandes quantidades de excrementos podem ser aproveitadas para a fabricação de fertilizantes, além de uma grande biomassa de sua agricultura.

O Brasil já tem quadros técnicos para levar esse projeto adiante e capital de sobra, só basta vontade política e mais nada. A luta por fertilizantes a preços acessíveis é uma luta de todos os agricultores nacionais, cabem aos mesmos se conscientizar desse problema, que por sinal é muito pouco discutido, para exigirem das autoridades soluções rápidas e concretas. Os agricultores também precisam entender que a soberania nacional sobre os fertilizantes e a busca por auto suficiência não se tratam de propostas ‘’esquerdistas’’ e sim de uma necessidade para manter suas próprias lavouras produtivas e lucrativas hoje e no futuro.

* Engenheiro Agrônomo e Mestre em Horticultura Tropical pela UFCG.

REFERÊNCIAS

(1) CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Custos De Produção Agrícola. Disponível em:  http://www.cepea.esalq.usp.br/upload/revista/pdf/0001131001468869744.pdfpdf. Acesso em <04 2017="" ago="" de="">.

(2)  CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Compêndio de Estudos Conab  v. 1. Brasília: Conab, 2017. Disponível em: https://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/17_05_17_15_41_25_7_compendio_de_estudos_comportamento_dos_precso_dos_insumos_agricolas_milho_e_soja_-_volume_7_2017.pdf .Acesso em <04 2017="" ago="" de="">.

(3) Correio Braziliensi. Brasil pode aumentar dependência de importação de fertilizantes. Disponível em :http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2014/10/14/internas_economia,452479/brasil-pode-aumentar-dependencia-de-importacao-de-fertilizantes.shtml. Acesso em <04 2017="" ago="" de="">.

(4) Fernandes, Eduardo, Bruna de Almeida Guimarães e Rômulo Ramalho Matheus (2009). “Principais Empresas e Grupos Brasileiros do Setor de Fertilizantes”, BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 29, p.203-228.

(5) IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração). 2015. AUDIÊNCIA PÚBLICA “Para debater a importância da exploração do potássio para agricultura brasileira. Disponível em: http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00006000.pdf . Acesso em <04 2017="" ago="" de="">.

(6) ESTADÃO. Indústria de adubo do Brasil prevê investir US$18,9 bi até 2017. Disponível em:http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,industria-de-adubo-do-brasil-preve-investir-us18-9-bi-ate-2017,125256e .  Acesso em <04 2017="" ago="" de="">.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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