Por
Taniamá Barreto
AS PESSOAS SÃO
ADMIRADAS PELOS SEUS ATOS, PALAVRAS E ATITUDES: ENTRE RELATOS, LÁGRIMAS E
DECEPÇÕES
Foram vários
anos de economia e determinação para construir a casa dos meus sonhos. Uma casa
que fosse acolhedora, aconchegante, prática e confortável pra minha família:
eu, esposo e três filhos: com amplos espaços de trabalho (lavanderia, copa,
cozinha, estudo etc), alimentação, lazer, inclusive, com confortáveis espaços
para domésticos.
Sonhamos junto, eu e Danilo, planejamos, organizamos e construímos até o acesso
quando tivéssemos bem velhinhos! Isto, sem nos endividar. Foram quase 05 anos
de muito trabalho e economia.
UFAAAA! Saímos do aluguel e entramos em nossa casa dos sonhos! Tudo estava em
seu lugar.
Só que o destino quis que o convívio durasse pouco. Adoeci de asma. Eram crises
em cima de crises! Reincididas crises de falta de ar.
Impõe esclarecer que sou professora aposentada, tendo iniciado minhas
atividades em 1968, quando apenas o quadro, a esponja e o giz eram os únicos
instrumentos de trabalho para auxiliar os livros e nossas mentes, para
trabalhar, com criatividade os conteúdos veiculados em sala de aula.
As intensas crises eram agravadas pela presença de uma padaria nas imediações
da nossa residência, tendo eu chegado a ter uma parada respiratória que, por
felicidade foi no pronto socorro do Hospital do Wilson Rosado. Por uma questão
de sobrevivência aluguei uma casa perto do hospital e me mudei. Foi quando
soube que a prefeitura estava procurando imóvel, com espaço adequado, para
funcionar o CRAS Independência II. Assim é que, considerando a qualidade da
infraestrutura, minha casa não passou nenhum mês desocupada. Bem porque eu
queria um aluguel que desse apenas para pagar o da casa que eu estava morando.
Então, naquele fatídico ano de 2007 aluguei o meu único imóvel (único bem
físico) à Prefeitura Municipal de Mossoró, para funcionar o CRAS.
Por que fatídico?
Porque, com a ATUAL ADMINISTRAÇÃO de Mossoró, aqui estou eu, desde o mês de
agosto, sem a chave da minha casa (meu único bem imóvel), sem contrato de
renovação do aluguel, quando pago aluguel para minha família morar no valor
total de R$1.980,00.
Pasme! Hum mil novecentos e oitenta reais, quando a Prefeitura mantém na minha
casa famílias desabrigadas.
Por onde anda o aluguel social, que poderia estar sendo usado para abrigar
aqueles desvalidos?
Que INCOMPETÊNCIA!
Como diz Miguel Monteiro, “se acha que a competência custa caro, experimente a
incompetência”. Mossoró está experimentando a incompetência dos seus
administradores na maioria dos níveis da sua gestão executiva, assolando quase
todas as áreas das políticas públicas. Aliás, o primeiro atestado de incompetência
foi dado no momento da transição de governo, quando a equipe de Rosalba
Ciarlini não foi hábil o suficiente para levantar dados que retratassem o
diagnóstico condutivista da realidade, para deslanchar a gestão do município,
logo no início de janeiro / 2017.
E daí? Um caos estabelecido, dando continuidade ao governo da gestão passada;
mas, de forma diferente. A equipe do governo antecessor era COMPETENTE em
encontrar alternativas as mais variadas (!); sendo que a do governo atual é
INCOMPETENTE em nível de gestão.
São quase 11 meses de incompetência escudada na crise e na alegação de que a
culpa é do governo que lhe antecedeu.
É o predomínio do Paradigma da Culpabilidade, permeando as ações das políticas
púbicas em Mossoró!
Impõe aqui resgatar uma tese que defendo: o caos estabelecido no Brasil decorre
de dois paradigmas adotados por quem deveria fazer as “coisas direito”, na
administração pública, considerando os eixos basilares da sustentabilidade
humanossocial: Paradigma da Penúria – quero fazer. Não o faço, com excelência,
porque não tenho condições objetivas e subjetivas para tal; e, Paradigma
estatizante, sustentado no discurso de que minhas ações não estão resolutivas
porque o governo não favorece, incluindo quem me antecedeu. Mero refúgio do
Incompetente!
Que INJUSTIÇA!
Não é de hoje que percebemos a prática da injustiça, embora saibamos que a
realização desse procedimento não é salutar para quem o executa nem para quem o
experimenta. O que vemos são pessoas incoerentes nas suas ações e atitudes
desastrosas, menosprezando princípios morais, atropelando questões éticas da
vida e da dignidade humana. Determinadas atitudes de pessoas que considerávamos
confiáveis nos surpreendem; tanto pela falta de respeito pelo ser humano, como
pela desconsideração para com o pacto firmado, ética, política e socialmente;
como pela injustiça. É um comportamento que machuca, gerando a indignação, por
sermos vítimas do ato cometido. No entanto, é possível sim, escolher as nossas
atitudes, porque tudo o mais que acontece ou acontecerá em nossas vidas, que
são e serão em virtude delas.
Deixo aqui meu grito: INJUSTIÇAAAAAA!
Que INDIGNAÇÃO!
A indignação chega quando analisamos o posicionamento das pessoas e vemos de
fato a injustiça cometida. Quando observamos tanta gente brincando com a vida
dos outros.
Demonstro aqui minha indignação, que em decorrência do comportamento de total
desrespeito da gestão municipal de Mossoró, para com a situação do meu imóvel.
Enquanto não houver uma iniciativa de mudança nesse processo injusto, mesmo
sabendo que a falta de ética e do bom senso está se tornando cada vez mais
comum, continuo declarando minha decepção e indignação.
Infelizmente, alteração de valores, especificamente no caso de apropriação
indébita, excedeu os extremos do compreensível! Cada vez mais desconhecemos as
pessoas, nem mesmo aquelas que acreditamos conhecer bem.
Contudo, lembrando o pensamento de Platão de que “quem comete uma injustiça é
sempre mais infeliz que o injustiçado”, sigo em frente tentando ser feliz,
mesmo estando extremamente INDIGNADA! REVOLTADA! Mas sem perder a SABEDORIA de
estar convicta de que a minha INDIGNAÇÃO não será uma mosca sem asas e a
JUSTIÇA prevalecerá, para que minha DIGNIDADE seja restabelecida, deixo aqui
meu grito: INDIGNAÇÃOÃÃÃÃÃOOOOOO!
Mossoró-RN, 29 de novembro de 2017.
A saga continua em: O SONHO QUE VIROU PESADELO.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
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