Por Virgulino Ferreira da Silva
Luiz Gonzaga Gomes Ferraz
Luiz gonzaga, nem era Pereira, nem era Carvalho e na cidade onde a política era
polarizada entre as duas tradicionais e rivais famílias do Pajeú, isto
significava ser forasteiro. As principais lideranças locais não viam com bons
olhos a sua rápida ascensão política, social e econômica que, até certo ponto,
deixava-as em escanteio. Com sua rápida ascensão política e social, prestigiado
pela família Pessoa de Queiroz, que era sua amiga e deseja fazê-lo prefeito de
Belmonte, vaidoso que era Gonzaga queria a todo custo arranjar mais proteção
ainda e, comprometido com o governo, começou a ajudar a polícia na perseguição
a Sebastião Pereira (Sinhô Pereira) e Luiz Padre. Sabendo disto, Sinhô Pereira
não gostou e mandou dizer-lhe que podia até aceitar perseguição da polícia,
pois este era o seu papel, mas de particular não aceitaria perseguição sob
nenhuma hipótese e o deixasse viver em paz, se quisesse viver. Foi um ultimato
enérgico, todavia Gonzaga, cioso de seu poderio emergente, não se intimidou com
as ameaças de Sinhô Pereira, e sempre que podia, dava ajuda financeira às
volantes policiais que perseguiam os cangaceiros. Por isto, Belmonte passou a
ser visitada por volantes policiais até de outros Estados.
Estava Gonzaga um dia ausente de casa quando chegou um mensageiro, vinha da
parte de um grupo de cangaceiros e trazia uma relação de pedidos a serem
atendidos; sua esposa indignada negou-se a atender as exageradas solicitações,
com um comentário final que o irritou: “Que fossem trabalhar como seu marido
sempre o fizera”.
Em maio de 1922, Sinhô Pereira e seu grupo, nas suas correrias e incursões,
interceptou um comboio do coronel Gonzaga nas cercanias de Rio Branco (atual
Arcoverde), sendo uma grande parte da mercadoria arrebatada e fartamente
distribuída entre os componentes do bando, e a outra parte queimada. Essa
atitude de Sebastião Pereira teve de ser alterada com a intervenção de Crispim
Pereira de Araújo, mais conhecido como Iôiô Maroto, primo de Sinhô Pereira, e
duplamente compadre de Gonzaga, que foi requerido para isto pelos parentes e
amigos, e o conseguiu mediante a promessa de alguns contos de réis.
Sebastião Pereira cumpriu o seu trato e exigiu mais tarde a contraprestação de
outros. Ioiô Maroto foi obrigado a procurar pelo recebimento da quantia, mas
encontrou Gonzaga pouco disposto a satisfazê-lo. Era que Gonzaga estipendiária
agora gente armada. A situação se apresentava mais em condições de garantia.
Algum tempo depois, dava-se pelo município de Belmonte a passagem de um tenente
da Polícia do Ceará, de nome Peregrino Montenegro, conhecido por sua violência
e pela indisciplina de seus comandados. Essa força volante, encarregada de
perseguir o banditismo, visitou, no dia seguinte a sua passagem e estada e
estada na cidade, a propriedade Cristóvão, pertencente a Ioiô Maroto, e ali
cometeu toda sorte de abusos, arbitrariedades e desmandos, surrando moradores,
ameaçando de morte o próprio Ioiô Maroto, a quem injuriaram e sujeitaram a
humilhações, desrespeitando a família deste. Basta dizer que toda sorte de
ultrajes e maus tratos foram realizados pela soldadesca.
Ao se retirar daquela fazenda, o tenente Montenegro mostrou uma carta a Ioiô
Maroto, dizendo que agradecesse o que sofrera ao seu amigo e compadre Luiz
Gonzaga, que fora quem lhe incumbira daquele serviço. Neste ato insensato de
Peregrino Montenegro, estava o estopim da terrível chacina futura que tanto
abalou Belmonte. Convencido, assim, Ioiô Maroto da responsabilidade do seu
grande amigo e compadre Gonzaga nos ultrajes que sofrera, resolveu vingar-se.
Ninguém podia mais dissuadi-lo dessas idéias e ele começou abertamente a
declarar os seus propósitos de desagravo, que chegaram diretos a Gonzaga, com
recados intimativos de que não moraria mais no Município de Belmonte. Que um
dos dois havia de mudar-se.
Ciente da atitude de Ioiô maroto, apesar de todas as suas afirmativas públicas
e particulares de não ter tido a menor interferência nos atos de vandalismo
praticados pela força do tenente Montenegro, o coronel Gonzaga, temendo a
realização das ameaças e vinditas de Ioiô Maroto, procurou acabar com seus
grandes negócios em Belmonte. Tendo se retirado para a Bahia e Sergipe, buscava
escolher local para se estabelecer, mas avisado pelas garantias do Governo de
Pernambuco e aconselhado pelos amigos da Capital, também ligados ao governo
estadual, voltou ao município de Belmonte, e continuou a frente dos seus
negócios que o retinham sempre, tendo agora além da força pública, um pessoal
em armas. A volta do coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz para o município de
Belmonte, cercado de todas essas garantias, enraiveceu ainda mais Ioiô Maroto,
que publicamente declarava mais uma vez que os dois não poderiam viver no
Município, diante da afronta que ele, Maroto, sofrera e que sua vingança estava
sendo preparada.
Ora, certo dia Gonzaga é procurado por um irmão do próprio Ioiô, conhecido como
Antônio Maroto, com quem entrou em negócios de algodão. Diante disto, o coronel
Gonzaga se convenceu de que tudo estava terminado, dispensando o seu pessoal e
recolhendo na sua casa as armas e as munições que estavam em poder do mesmo
pessoal. A visita de Antônio Maroto à casa de Gonzaga indignou os habitantes
das cidades, que achavam que o mesmo não deveria dar crédito nenhum de
confiança ao pessoal de Ioiô Maroto. Preocupado também com este fato, José
Alencar de Carvalho Pires (Sinhozinho Alencar), na época 2º sargento comandante
do destacamento de Belmonte, casado com uma sobrinha de Gonzaga, pediu que o
mesmo não se confiasse e que retornasse o seu pessoal em armas para garanti-lo.
Era sabido por todos que a fazenda Cristóvão regurgitava de cangaceiros e que
Ioiô havia declarado abertamente: “Se eu morrer sem desforra, minha alma
voltará a Belmonte para fazer o que eu não fiz”. Respondeu Gonzaga a
Sinhozinho: “Vá cuidar de sua saúde e não tenha receio dos cangaceiros que
estão em casa do compadre Ioiô, que eles não virão a Belmonte”. Retrucou então
o sargento: “Não há tempo, Coronel, para poder confiar-me em cangaceiros.
Enquanto o senhor desarma seus homens eu armo os meus soldados até os dentes.”
É de imaginar a boataria que tomou conta de Belmonte na época. Ioiô Maroto, na
sombra, começou a por em prática o seu plano de vingança. Em suas maquinações e
idéias sinistras, começou a aliciar parentes e moradores seus, cangaceiros, formando
um numeroso bando capitaneado por ele próprio, a gente de Tiburtino Inácio, bem
conhecido também nos fastos do banditismo e a malta do célebre bandoleiro
Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e resolveu atacar Belmonte e assassinar
o seu compadre Luiz Gonzaga. Familiarizado por longos anos de convivência com
os mais terríveis bandoleiros de então, primo e amigo do célebre cangaceiro
Sinhô Pereira, que assentava principalmente seus arraiais no Município de
Belmonte, Ioiô Maroto reuniu com facilidade a gente necessária e preparou com
uma tática seguríssima o fato criminoso que levou a efeito.
Ele sabia dos fracos recursos do destacamento de polícia comandado pelo
sargento Alencar. Oito ou nove praças tão somente. Quase todas as testemunhas
ouvidas durante o inquérito procedido pela justiça, falam que logo tomaram
conhecimento do inesperado ataque do grupo de Ioiô Maroto, os soldados entraram
em ação. Sabia que o coronel Gonzaga dispensara ultimamente alguns defensores
que trazia em armas para sua guarda; sabia assim que em casa daquele só se
encontrava este, sua mulher e filhos menores.
Assim concebido e resolvido o seu plano de vingança, que se aproveitava da
realização do casamento de um filho do fazendeiro Franco Lopes de Carvalho, de
nome Jacinto Gomes de Carvalho com Gertrudes Maria de Carvalho (filha do
coronel Moraes), que na manhã de 20 de outubro de 1922 deveria ter lugar na
fazenda Santa Cruz, distante da cidade umas duas léguas, e que para este
casamento haviam sido convidadas as pessoas gradas da cidade, entre as quais o
sargento Alencar de Carvalho, que ao mesmo casamento deveria comparecer,
ficando assim o destacamento sem o seu chefe e comandante. A festa de outubro,
dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, e realizada anualmente na cidade de Belmonte,
era das mais concorridas. Como ordenava a tradição, as comemorações se
iniciavam com a tradicional alvorada, os sinos repicavam, fogos explodiam no
ar, banda de música e pífanos alegravam as ruas…Aquela animada noite de 19 de
outubro de 1922 teve como patrono o coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz. Este
senhor ao deixar a Matriz de São José juntamente com o padre José Kherlle,
seguiu para a Casa Paroquial. Lá o reverendo então o interpelou sobre a sua
situação com Ioiô Maroto. Respondeu o mesmo que a malquerença entre ambos havia
terminado, pois um irmão de Ioiô entrara com ele em negociações, tendo
emprestado ao mesmo a quantia de três contos de réis e cedido o vapor para
serviço de Maroto, e que também havia dispensado o seu pessoal que, por prevenção,
trazia armado.
Recusando, então, o convite do padre para pernoitar na Casa Paroquial em
virtude da chuva, às onze horas o coronel Gonzaga deixava aquela casa e
retornava ao seu lar. Lá chegando, deu de cara com o seu vaqueiro Manoel Pilé,
que espantado relatou que ficara sabendo que Ioiô Maroto estava juntando um
considerável número de gente em armas na sua fazenda Cristóvão. Não dando
crédito às desconfianças de seu vaqueiro, Gonzaga tranquilizou-o dizendo que
não havia mais questão entre ele e seu compadre Ioiô.
O certo é que pelas nove horas dessa mesma noite, Ioiô Maroto havia saído de
sua fazenda com os seus companheiros e cangaceiros, parentes e moradores, em
número superior a 45 homens, com rumo certo para a cidade de Belmonte, onde
realizaria a empreitada na forma pretendida. De 4 para 5 horas da madrugada, do
dia 20 de outubro de 1922, a cidade de Belmonte era despertada ao ruído de
tiros que se disparavam de mais de um ponto da rua e das suas imediações. O
tiroteio ia crescendo de intensidade e duração, dando a entender, dentro em
pouco, tratar-se não de bombas que vinham sendo frequentes, por motivos dos
festejos religiosos do Coração de Jesus, mas de detonações de armas de fogo num
verdadeiro assalto.
Naqueles tempos de cangaceirismo, em que ninguém tinha a propriedade e a vida
seguras, as povoações, as cidades, não se eximiam desses terrores e era um
ataque em regra que se fazia a Belmonte.
Numeroso grupo invadira por um dos lados, o do norte, o quadro da cidade e
sustentava dali nutrido fogo, dominando inteiramente à frente da casa do
coronel Gonzaga. Uma parte desse grupo, 12 ou 15 homens, atacava, por sua vez,
pelos fundos a casa do referido negociante. Para penetrar na dita casa, dois
bandidos, Varêda e José Dedé – este conhecido por Baliza – escalaram o muro e,
uma vez dentro, sustentaram fogo para que o restante dos atacantes arrombasse o
portão de entrada para o quintal da residência do dito coronel. Nesse ínterim,
João Gomes, parente e vizinho de Gonzaga, ouvindo o barulho que fazia os assaltantes
junto ao referido portão, saiu para o quintal, que era comum às duas casas dele
e Gonzaga, e conseguiu ainda dar uns tiros, indo se refugiar depois em sua
casa, pois nesse momento, ultrapassando todos os obstáculos, o grupo
particularmente incumbido de dar a morte ao infeliz negociante, penetrava em
sua residência, colhendo-o então inerme e indefeso.
Senhores da casa, cujas portas abriam a machadadas, foi esta invadida, e o
coronel Gonzaga, desorientado, correu para se refugiar no sótão. Todavia, uma
tábua do assoalho cedeu e ele caiu na sala de visitas, quebrando os dois
braços. Porém, fugindo da fúria de seus perseguidores, tentou galgar uma janela
de um quarto junto a sala de visitas, dá para o oitão da casa, mas é abatido
sobre o peitoril, sendo varado pelas balas assassinas.
A casa, o quintal, tudo estava ocupado e os bandidos fizeram mão baixa no que
puderam levar, quebrando, arrebentando móveis, baús, na embriagues do saque e
da pilhagem.
A família de Gonzaga, sua mulher e filhos, assim como o jovem José Demétrio,
que na época, era encarregado da estação telegráfica de Belmonte e também noivo
de Bida, filha de Gonzaga, nada sofreram fisicamente. Um dos bandidos, o de
nome Cajueiro, recebeu de seu chefe, Ioiô Maroto, a incumbência de poupá-los, e
assim foram segregados num quarto que dá para a sala de jantar. Ante o tiroteio
realizado pelo grupo chefiado por Ioiô Maroto, o sargento Alencar, que não fora
ao casamento do filho do fazendeiro Franco Lopes de Carvalho, na Santa Cruz,
reagiu, com o seu destacamento e alguns paisanos, contra os atacantes.
Desde as 4 horas da manhã daquele dia, o mesmo acordara alarmado por forte
tiroteio. Pernoitara em casa de João Lopes, seu sogro, pois ali se encontrava
doente uma filha. Levantou-se aos primeiros tiros e seguiu para a sua casa,
situada na mesma rua. Ali chegando, armou-se. Abrindo o depósito de munição,
verificou que existiam cerca de 4.000 mil balas, e carregando o seu fuzil
correu a cidade. Observou que toda a Rua do Açougue estava tomada pelos cangaceiros,
e das casas do velho Quintino Guimarães e seu genro, Pedro Vítor, especialmente
do Açougue, partia forte fuzilaria. Deitando-se, então, atrás de uma antiga
cajazeira que havia no meio da rua que, por sinal, servia de casa-de-feira,
detonou cerca de 50 tiros, visando especialmente às casas de Quintino Guimarães
e Pedro Vítor. Todavia, não chegando, portanto, nenhum soldado para auxiliá-lo,
o destemido Sinhozinho Alencar foi procurá-los no quartel e em suas próprias
residências, somente encontrando dois, Severino Eleutério da Silva e José
Francisco da Silva. Com essas praças resistiu até às 5 horas e meia, quando se
apresentaram mais três soldados: Manoel Rodrigues de Carvalho, José Antônio de
Oliveira e Luiz Mariano da Cruz; o primeiro, do destacamento local, e os dois
últimos, do de Vila Bela, os quais haviam chegado no dia anterior com licença
daquele destacamento. Às 6 horas apareceu o soldado José Miguel dos Anjos.
Contando, no entanto seis praças, o imbatível comandante fez a seguinte
distribuição: Luiz Mariano da Cruz, na esquina da casa de Neco Medeiros; José
Miguel dos Anjos, em casa de seu sogro, João Lopes Gomes Ferraz, e os demais
lutando com ele, ora no meio da rua, ora entrincheirados em sua casa ou no
portão do muro da mesma, fazendo cessar forte fuzilaria que partia do
cemitério, onde se entrincheirara grande número de bandidos. Às 8 da manhã,
mais ou menos, o sargento Alencar, temendo o fracasso por falta de munição,
pois dos quatro cunhetes existentes, apenas um restava, e os soldados Severino
Eleutério e José Francisco da Silva estavam já com armas curtas, pois seus
fuzis haviam deflagrado pela culatra, consequência da intensidade do fogo,
retirou-se então com os soldados José Antonio de Oliveira e Manoel Rodrigues de
Carvalho. O dito sargento deixou os demais resistindo, e com dois companheiros
assaltou o cemitério, pondo em debandada o grupo que ali estacionara. depois,
pela retaguarda, atacou o Açougue Público e suas adjacências, causando
verdadeiro pânico no meio dos bandidos que julgaram estar sendo atacados por
grande número de soldados, e colocou em fuga os bandidos a quem seguira em
perseguição até um quilômetro fora da cidade. Ao retornar pelo beco do Açougue,
gritou ao coronel Gonzaga que estava tudo salvo, pois que os bandidos haviam
fugido. Porém, nesse momento, para surpresa sua, ouviu de Quintino Guimarães
que, nessa ocasião, apareceu à porta de sua residência, as seguintes palavras:
“Gonzaga está morto desde muito cedo, os cangaceiros entraram em sua casa antes
de haver tiros; os primeiros foram dados nele”. Angustiado com tal notícia,
Sinhozinho Alencar entrou sozinho na casa do coronel Gonzaga, encontrando-o
morto, banhado em sangue, em um quarto próximo à sala de visitas, e a sua
família presa em outro quarto.
Da reação oposta pela polícia, ajudada por alguns civis, tiveram os atacantes
alguns mortos. Foi essa reação que, certamente, conseguiu impedir que as
consequências do assalto se estendessem para o estabelecimento comercial de
Gonzaga, a Rosa do Monte, que ficava no mesmo correr de sua residência, porém
com certa distância, pois havia de permeio outros prédios. A não ser pela
frente e por uma porta do único oitão que deitava para um beco, o
estabelecimento comercial se acabava, por sua vez, no campo de mira de alguns defensores
do coronel Gonzaga, como o civil Manoel Gomes de Sá Ferraz, junto aos seus
filhos João e Antônio, que devotados a ele, atiravam em posição fronteira. Além
do coronel Gonzaga, cujo assassínio era o fito principal do ataque, a ação dos
criminosos vitimou ainda o soldado Heleno Tavares de Freitas, que caiu em poder
dos bandidos quando acudia o chamado para a defesa; o velho Joaquim Gomes de
Lira; e João Gomes de Sá, que foi saqueado, roubado e ferido. Da parte dos
atacantes, morreram o famoso Baliza e Antonio da Cachoeira (este, após o
tiroteio, faleceu de parada cardíaca), e entre os inúmeros feridos estavam Zé
Bizarria, Cícero Costa e o próprio Ioiô Maroto, que ficara aquartelado na casa
do velho Quintino Guimarães.
Entre as jóias roubadas durante o saque, estava um anel de brilhante
pertencente e usado pelo coronel Luiz Gonzaga, que dizem ter sido visto depois
em um dos dedos do bandoleiro Lampião. Daí aquela famosa quadra de larga
divulgação no sertão:
“A aliança de Gonzaga
Custou um conto de réis
Lampião botou no dedo
Sem custar nenhum derréis.”
Em 1928, foi aberto inquérito para apurar os acontecimentos que tiveram lugar
em 20 de outubro de 1922, no Município de Belmonte. Em 7 de outubro de 1929 era
publicada no Diário Oficial do Estado de Pernambuco a sentença de pronúncia
proferida nos autos do Processo criminal daquele trágico acontecimento que
resultou entre outros, na morte do coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, diante da
denúncia do Promotor Público de Olinda, em comissão no Município de Belmonte:
Crispim Pereira de Araújo (Ioiô Maroto), Virgulino Ferreira da Silva (Lampião),
José Terto (Cajueiro), Antonio Cornélio, José Bizarria, José Teotôneo da Silva
(José Preto), João Porfírio, Feliciano de Barros, Antônio Padre(irmão de Luiz
Padre), Pedro José Clemente(Pedro Caboclo), Francisco José (Varêda), Tiburtino
Inácio (filho do Major José Inácio do Barro-CE), Antônio Moxotó, José Dedé
(Baliza). Meia Noite, José Ovídio, Papagaio, José de Tal (Caneco), Miguel
Cosmo, Raimundo Soares do “Barro”, Antonio Ferreira da Silva, Livino Ferreira
da Silva, José de Tal (Caboré), Cícero Costa, Terto Barbosa, José Benedito,
Manoel Barbosa, Olímpio Benedito (Olimpio Severino Rodrigues do Nascimento),
Francisco Barbosa, Dé Araújo, José Flor (Manjarra), Antonio Caboclo (Pente
Fino), Laurindo Soares (Fiapo), Manoel Benedito, Antonio pereira da Silva
(Tonho da Cachoeira), João Cesário (Coqueiro), Sebastião de Tal (Sebasto),
Manoel Saturnino, Beija Flor, Pilão, Lino José da Rocha. Quanto aos outros
indivíduos que tomaram parte do ataque, ignora-se ao certo o nome ou sinais
característicos de cada um:
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