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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

GECAPE REALIZA REUNIÃO ORDINÁRIA EM RECIFE E EXIBE O FILME "CANGACEIRO GATO".


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Aconteceu na manhã do último dia 15 de fevereiro mais uma reunião do GECAPE- Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco. Foi a 6a.reunião ordinária no auditório da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, e nesta oportunidade assistimos o excelente filme documental intitulado Cangaceiro Gato. Um rastro de ódio e de sangue, seguido de um interessante debate a respeito do personagem central do filme e bem como da própria produção apresentada. O filme aqui exposto foi dirigido e produzido pelo historiador, pesquisador e escritor João de Sousa Lima, a maior autoridade no que toca a participação feminina no universo cangaceiro e uma das grandes referências nacionais no estudo do tema.Em seguida demos continuidade à pauta da reunião, onde discutimos os assuntos de sumo interesse do Grupo.
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 Reunião do GECAPE em Recife 
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Nota de agradecimento:

A Presidência do GECAPE- Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco agradece a presença de todos que participaram (alguns tiveram sua ausência muito bem justificada), e de modo especial agradecemos ao confrade Ailton Mattos, pela confecção e cessão do lindo banner, em cuja estampa há uma bela foto da Grota do Angico (local da morte de Lampião e Maria Bonita...), sob o nome do nosso Grupo de Estudos - GECAPE. Portanto, Ailton, muitíssimo obrigado! Nossos agradecimentos especiais também seguem aos novos membros do GECAPE: o Dr. Herbert, e o Dr. Armando Umbelino. Sejam muito bem-vindos!

Agradecemos também ao confrade, Dr.Evandro Duarte de Sá, professor-titular da UNIVISA - Universidade de Vitória de Santo Antão, pela doação do livro biográfico Benjamin Abrahão. Entre Anjos e Cangaceiros, 1a.edicão 2012, pela Escrituras Editora, e de autoria do historiador e escritor Frederico Pernambucano de Mello. A obra doada é destinada a compor a biblioteca do GECAPE. Não podemos deixar de agradecer a tamanha gentileza da administração da insígne BPE em sempre nos ceder o espaço às reuniões e de nos suprir de toda a logística necessária. Segue nossos sinceros agradecimentos aos funcionários Hélio (gestor da BPE); Roberta Alcoforado (gestora da BPE); Sandra Veríssimo (chefe do departamento de eventos culturais) e André, quê hoje nos deu plena assessoria. A todos estes, nosso muito obrigado. Finalmente, muito gratos somos a todos os amigos confrades e confreiras do nosso GECAPE- Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco.

Wasterland Ferreira Leite.
Presidente do GECAPE.


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DUITE - O HOMEM DO CHOCALHO - POR ONDE ANDA?

Por José Mendes Pereira
Foto do Relembrando Mossoró

Em anos remotos, quando a Prefeitura Municipal de Mossoró patrocinava o carnaval de Mossoró npelas avenida do centro da cidade este senhor Duíte conhecido como "O Homem do Chocalho" ele saía no meio dos fuliões apelas com este chocalho atado na cintura e, assim ficou sendo conhecido como o homem do chocalho.

Eu mesmo nem sabia se ele ainda era vivo, mas informa Relembrando Mossoró que atualmente ele está com a saúde abalada e mora no bairro Bom jardim. E informa ainda que dos colegas ferroviários vivos, ele é um dos mais idosos, juntamente com Dionísio Bento (Carneiro) maquinista aposentado. O mais Idoso era um senhor chamado de João Firmino que faleceu a 14 dias aos 102 anos.

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FALECE EM MOSSORÓ ANTONIO BATISTA IRMÃO DE ZÉ DA VOLTA



A escritora e jornalista Lucia Rocha nos informa que Antônio Batista dos Santos irmão de Zé da Volta, morador do Conjunto Vingt Rosado faleceu hoje em Mossoró. Ele era um fiel colaborador do irmão, inclusive, quando trabalhou nos Correios, na Volta do Fio, de onde veio o nome Posto da Volta. 

O velório será a partir das 13 horas na SEMPRE, em frente ao Tiro de Guerra. Em breve informaremos sobre o enterro, porque depende da chegada de familiares. 


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Por Antônio Corrêa Sobrinho

AMIGOS,

O “Jornal de Recife”, na sua edição de 25 de fevereiro de 1926, transcreveu a matéria (abaixo) publicada dias antes, em 13 de fevereiro, pelo jornal “Gazeta de Juazeiro”, onde lemos uma entrevista concedida por Lampião a um senhor chamado Francisco Xavier, na localidade Poço Brejo dos Santos, quando este cangaceiro e seus comandados viajavam para o Juazeiro Norte, no Ceará, para estar com Padre Cícero, encontro que de fato ocorreu nos dias iniciais de março daquele 1926.

Causou-me espécie o fato desta publicação não ter sido divulgada pela imprensa em geral, salvo, dos que eu tive acesso, por este diário pernambucano; tampouco foi sequer mencionada pelos pesquisadores e autores do Cangaço. Ao contrário da entrevista dada por Lampião ao senhor Otacílio Macedo, nos dias 5 e 6 de março, já em Juazeiro, alardeada pela imprensa nacional.

Teriam sido as causas apontadas por Lampião, nesta entrevista, as que levaram Lampião ao poderoso Padre Cícero, qual seja, a de formar na região um exército a fim de declarar guerra aos estados de Pernambuco e Paraíba, e, com isso, no final, conseguir ser anistiado?

Leiam a reportagem e fiquem à vontade para expor o que acham a respeito, afinal de contas este é um grupo criado com o propósito de estudar o cangaço.


OS CANGACEIROS NO CEARÁ
O JORNAL DO PADRE CÍCERO FORNECE INTERESSANTE INFORMAÇÕES SOBRE “LAMPIÃO” E SEU BANDO.

O CÉLEBRE BANDOLEIRO ANDA FARDADO DE CORONEL. O SEU ESTADO-MAIOR. – TAMBÉM ESPERA ANISTIA! – INTERESSA-SE PELA LEITURA DOS JORNAIS

O BANDITISMO NOS SERTÕES



Da “Gazeta de Juazeiro” transcrevemos a seguinte notícia sobre o bandido Lampião e seu bando:

Tem chegado a Juazeiro levas e levas de imigrantes vindos de Pinhacó e outros pontos da Paraíba, corridos pelos bandos de malfeitores que têm devastado aquela região matando, roubando, lançando o terror por toda a parte.

PEDINDO A PROTEÇÃO DO PADRE CÍCERO

Todos vêm pedir a proteção do padre Cícero e se obstinam em permanecer no Juazeiro, único ponto onde se julgam a salvo do banditismo.

Os grupos que têm operado na região acima citada são os de Lampião, de Araújo e Sabino, confederados num total de 45 homens, os quais de volta de Aurora, penetraram na Paraíba e depois das mais terríveis depredações, voltaram ao Ceará para, em seguida, internar-se nos sertões do Pajeú, Pernambuco.

A “Gazeta” colheu impressionante reportagem a respeito de Lampião, chefe dessa confederação de bandidos, ao passar com o seu bando por Brejo dos Santos, na direção de Pajeú.

Estava o Sr. Francisco Xavier no seu sítio Poço Brejo dos Santos, quando apareceu ali numeroso grupo de bandidos pedindo-lhe pousada. Vinham todos a cavalo e estavam armados até os dentes.

O Sr. Xavier não pôde deixar de dar pousada aos estranhos hóspedes que se mostraram desde logo sem cerimônia, tomando conta da casa.

Como era natural, entabulou-se conversação entre o dono da casa e os bandidos.

LAMPIÃO FAZ A SUA APRESENTAÇÃO

Lampião fez a sua apresentação nestes termos:

- Eu sou o coronel Lampião, o homem mais valente do Brasil.

Em seguida, apresentou os principais do bando.

- Aqui o meu estado-maior: major Horácio Neves, meu secretário... capitão fulano... tenente sicrano.

De fato estavam fardados como verdadeiros militares, cada um apresentando as divisas dos seus imaginários postos.

Coronel, que anda fazendo por aqui com sua tropa? – perguntou Xavier, em tom respeitoso, dirigindo-se a Lampião.

RECRUTANDO GENTE PARA A GUERRA

- Ando recrutando gente para a guerra...

Xavier não compreendeu bem a resposta e Lampião se pôs a conversar desembaraçadamente expondo todos os seus planos com desassombro.

- Por ora somos 32 homens, 32 que você está vendo e mais 20 que mandei a uma diligência (incendiar as propriedades de um fazendeiro na Paraíba). Vim ao Ceará somente recrutar gente para a guerra. Pretendo agora no Pajeú completar uma força de 200 homens para atacar uma cidade importante de Pernambuco, a fim de aumentar o número de homens a 1000. E dizendo isto mostrou uma porção de rifles e munição que levava de sobressalência para distribuir com os novos recrutas. As condições do engajamento eram as seguintes: Lampião daria um rifle com munição, fardamento e 100$000 em dinheiro ao recruta e este então que fizesse pela vida daí por diante.

- E para que o coronel quer tanta gente? – indagou Xavier curioso.

- Não lhe disse que é para a guerra? – tornou Lampião. Quero juntar 1000 homens para declarar “guerra oficial” aos Estados da Paraíba e Pernambuco. Hei de fazer uma guerra tão violenta a estes Estados que o meu nome ficará na História.

- E não tem medo do governo federal?

Lampião riu ironicamente.

À ESPERA DE ANISTIA

- Nós não sabemos o que é medo. O meu plano é resistir como um leão até o governo nos conceder anistia.

Xavier estava de queixo caído. Todavia, Lampião prosseguiu:

Agora vou lutar a descoberto. Estou aborrecido de caminhar por veredas. Só andarei agora pelas estradas e faço questão de encontrar-me com os “macacos” do governo.

As pessoas que nos deram estas informações são as mais respeitáveis possíveis, e nos significaram que esta atitude inesperada de Lampião está com o seu caráter profundamente modificado, talvez devido à celebridade que o seu nome tem ganho.

Nas horríveis depredações da Paraíba, era dos chefes o mais generoso e moderado, na expressão do “O Rebate” de Cajazeiras que, na edição de 7 do andante, noticiou os ataques aos sítios Cipó e Catingueira.

AS SIMPATIAS DE LAMPIÃO PELO CEARÁ

No Ceará deu 500$ para o conserto de uma capela, deu mais 100$ de esmola a uma velhinha e obrigou um dos seus bandidos a restituir 60% que roubara a um pobre lavrador.

A primeira selvageria de Lampião parece diminuiu um pouco. A preocupação de deixar o nome na História, a vaidade que o leva a arquitetar “planos políticos” o tornaram mais humano.

Uma farda de coronel do Exército, meias de seda, camisa palha de seda, lenço também de seda ao pescoço, passado num anel de brilhante, relógios, pulseira nos dois punhos, bornal e cartucheira ataviados com moedas de ouro, chapéu de abas largas, ao modo dos bandidos do cinema.

MANIA PELOS JORNAIS

Nas pousadas, enquanto um toca harmônica e os outros jogam moedas de ouro no chão onde se espalham como tapete as mantas dos cavalos, o major Horácio Neves lê as últimas notícias dos jornais para o coronel Lampião que o ouve atentamente, interrompendo-o aqui e ali para fazer os seus comentários sempre galhofeiros.

A última mania de Lampião são os jornais. Gosta de ver o seu nome em letra de forma e interessa-se especialmente pelas notícias relativas aos revolucionários de Isidoro aos quais vota um verdadeiro culto de admiração.

A evolução do bandido se completa. Depois de tentar contra a segurança do Estado.

Quando terminará no Nordeste a vergonha do banditismo?

Do “Correio do Ceará”, 13.02.1926
Jornal de Recife - 25.02.1926


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VÍTIMAS DO CANGAÇO.



Dona Anália Ferreira Costa, hoje com 97 anos de idade, natural de Água Branca em Alagoas, atualmente residindo em Araçatuba no estado de São Paulo, relembra o dia em que teve a casa de seus pais invadida e saqueada por cangaceiros.

Em um depoimento exclusivo que foi gravado recentemente para o canal (YouTube) CANGAÇOLOGIA, dona Anália Ferreira conta em detalhes os fatos que sucederam naquele dia em que ela e sua família passaram por momentos de medo e tensão, quando estiveram nas "mãos" dos cangaceiros do bando de Lampião.

São histórias como essa que ainda hoje me impressionam e me "transporta" ao cenário e momento dos acontecimentos.

Garanto que vale muito a pena conferir.

Até lá.

Cortesia: Mazinho Quevedo (Programa "Estação Viola brasil (Band Mais).



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A VACA DE MEU AVÔ PAI CHICO


Por Veridiano Dias Clemente

Eu tomei leite da vaca
Daquela vaca de pai Chico
Há muito tempo tô rico
De tanto ter sabedoria
Quando abria a porteira
Vinha a vaca na carreira
Com o chocalho da alegria

Eu chamei a minha tia
Pra apear a danada
Ela deu uma pontada
A titia caiu no chão
Veio gente pra socorrer
A tia querendo morrer
E eu morrendo de risão

Tiramos dez garrafadas
Da bela vaca holandesa
Leite gostoso beleza
Tomei logo uns dois goles
De leite fresco na horinha
Pedi benção a madrinha
Com pai Chico ninguém bole

Chame o povo toque o fole
E vamos para o São João
Vai ser festa com emoção
Para a vaca lavandeira
Vai ser na base do whisky
Gosto e bebo sempre disse
Começo na sexta feira

Poeta Verí de Caruaru
malabarista de palavras


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O CANGACEIRO DELFINO


Por Por Washington Luiz de Araújo, jornalista

Outro dia, minha irmã Tania me pediu que enviasse pelo zap uma foto de família constante num livro. Procurei, revirei nos meus desorganizados guardados e não encontrei a tal imagem. Depois, lembrei que o livro poderia estar com nossa mãe, Inez, pois eu o teria deixado com ela desde a época em que meu pai, Luiz, estava vivo. Sim, estava. Mas encontrei outro exemplar com meu amigo, fotógrafo Américo Vermelho.

Bom, o tal do livro é “Iconografia do Cangaço”, organizado por Ricardo Albuquerque. E qual o interesse de minha família por esta obra? Simples. Meu tio avô, José Delfino, está numa foto juntamente com dezenas de amigos. Ele fazia parte do bando de Lampião.

E vejam que meu tio avô materno está bem na foto, a um “cabra” do Lampião. Ele é o número três, que está com uma corneta na mão. E teve sorte o cangaceiro Delfino, pois não perdeu a cabeça como a maioria do bando, inclusive o próprio Lampião.

Minha mãe conta que seu pai, meu avô Manoel Delfino, foi até o bando certo dia, tirou o irmão de lá e o escondeu na casa de uns parentes.

Desta forma, Delfino pôde se casar, ter filhos e filhas, morrer de doença, já velhinho e não jovem e degolado.
Eta família arretada e de sorte!

OBS-1: Foto pescada no Google.

OBS-2 - O interessante nessa matéria, era que nenhum pesquisador/escritor, sabia qual teria sido o "FIM' , desse famoso cangaceiro. Agora, está explicado, por um neto do mesmo/jornalista.

Abs!


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