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domingo, 9 de agosto de 2015

ESTUPRO E MORTE DE UMA INOCENTE E A VINGANÇA DE ZÉ SERENO.

Acho que você encontrará este livro com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br

Certo dia o grupo de cangaceiros liderados por Zé Sereno passou pela casa de uma viúva conhecida por Dona Elvira, tomaram água e pouco depois seguiram viagem. Os soldados do Cabo Roseno vieram no rastro dos cabras e chegaram na casa a fim de colher informações.

O pessoal da casa não estava. Somente uma das filhas da viúva, uma menina de 13 anos encontrava-se ali.

O Cabo fez algumas perguntas sobre os cangaceiros. Inquiriu sobre o grupo e, por último, quis saber sobre o restante dos familiares da garota.

Quando soube que não havia mais ninguém na casa resolveu abusar da garota. Esta lutou como fera acuada, mas não era adversária para uma dúzia de elementos truculentos e decididos a roubar-lhe a virgindade.

O primeiro a estuprá-la foi o Cabo. A hierarquia prevaleceu, depois os outros. A menina ficou em estado lastimável e aí resolveram eliminá-la para não servir de prova ao crime. Assim foi feito.

Algum tempo depois o grupo de Zé Sereno passou pela casa e a viúva, chorando muito contou ao cangaceiro tudo que acontecera.

Sereno escutou em silêncio e, no fim da narrativa, prometeu à mãe chorosa:

-“Pela menina, eu num posso fazê nada. Mais prometo lhe vingá”.

Dentre os coiteiros de Sereno existia um que era igualmente amigo do Cabo e, na primeira oportunidade em que o cangaceiro encontrou-se com ele, falou sobre a vingança desejada. Prometeu-lhe cinquenta mil Réis pelo “serviço”. Deu sugestões de como deveria ser feito o “trabalho”.

O Coiteiro era vaqueiro de uma fazenda e convidou o Cabo para uma caçada, ao que nos informaram. Quando estavam na caatinga o falso amigo laçou-o pelo pescoço e saiu a galope pelo carrascal. Batia em toda sorte de obstáculos, pedras, troncos de árvores, xique-xique, mandacarus, coroas de frade. Onde o mato era mais cerrado era por onde o vaqueiro corria com seu cavalo arrastando o corpo do Cabo.

No começo da carreira mortal, o policial gritava com todas as forças, depois de um certo tempo uns poucos gemidos e, por fim, o vaqueiro viu que arrastava um morto pela caatinga.

Ao passar novamente pela casa da viúva, Sereno ouviu o seguinte:

- “Seo Zé Sereno! Eu sabia qui o sinhô era mesmo um homi di palavra. Agora confirmô mais ainda, Deus lhi ajude i lhi proteja”.

Essa história, talvez, ajude a muitos(as) a entenderem porque muitas pessoas, ainda hoje, tem os cangaceiros como heróis/ justiceiros e não como simples bandidos.

Texto transcrito do Livro SILA E ZÉ SERENO – GENTE DELAMPIÃO de Antônio Amaury Corrêa de Araújo.
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

Fonte: facebook

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CRISTINA FOI ASSASSINADA FRIAMENTE

Por Virgulino Ferreira DA Silva

No dia 21 de julho de 1938, uma semana antes da chacina do Angico, a cangaceira Cristina do cangaceiro Português, traiu seu companheiro com o cangaceiro Jitirana, do grupo de Corisco. 

O cangaceiro Português

Português descobriu. Cristina conseguiu fugir, indo procurar o grupo de Corisco para pedir ajuda, sendo que ela procurou a ajuda à pessoa errada. 


Corisco não aceitava mulheres no grupo, somente Dadá. "dizia que mulher para dá trabalho, só bastava a dele". 

Corisco ao recebê-la, a enganou, dizendo que um cabra iria leva-la para seus familiares, pois Cristina era de Sergipe. O cabra a levaria até a beira do rio com destino a Propiá. 

Na saída para o rio, ouviram os tiros e os gritos. Ela foi executada friamente.

Fonte: facebook
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"MATE UM BODE QUE AMANHÃ EU VOU COMER COM O HOMEM, (LAMPIÃO)".


"Mate um bode que amanhã eu vou comer com o homem, (Lampião)".


Tenente João Bezerra mandou esse recado duas semanas antes do fogo do Angico, ao morador da fazenda jerimum, chamado João Cordeiro.


A fazenda jerimum era do Sinhô Correia, pai de Cyra Brito, mulher do tenente João Bezerra.

Fonte: facebook
Página: Virgulino Ferreira DA Silva

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FELIZ DIA DOS PAIS! Mensagem do professor Benedito Vasconcelos Mendes aos pais.

Homenagem de Benedito Vasconcelos Maia
d
Feliz dia dos pais! Deus lhe conceda, em abundância, saúde, paz e harmonia!

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“O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS

Autor Antonio Corrêa Sobrinho

"CORREIO DE ARACAJU" - 28/07/38 - SERÁ VERDADE?

Consta-nos com fundamento que, pela polícia alagoana, comandada pelos tenentes Bezerra e Ferreira, foram mortos, no povoado Angicos, os bandidos LAMPIÃO, ROQUE, LUIZ PEDRO e mais sete cujas cabeças estão expostas na vila alagoana de Piranhas.

O livro “O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS custa 30,00 reais, com frete incluso. 

Como adquiri-lo:
Antonio Corrêa Sobrinho 
Agência: 4775-9
Conta corrente do Banco do Brasil: N°. 13.780-4

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CORISCO A SOMBRA DE LAMPIÃO


A venda está sendo realizada com exclusividade pelo amigo Francisco Pereira, da cidade paraibana de Cajazeiras, pelo valor de R$ 50,00 (com frete incluso).
Os pedidos poderão ser feitos através do email- 


ou o telefone 83 – 9911 8286.

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LIVROS DO ESCRITOR ANTONIO VILELA DE SOUZA

Por Antonio Vilela de Souza

NOVO LIVRO CONTA A SAGA DA VALENTE SERRINHA DO CATIMBAU
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O livro "DOMINGUINHOS, O NENÉM DE GARANHUNS" de autoria do professor Antonio Vilela de Souza, profundo conhecedor sobre a vida e trajetória artística de DOMINGUINHOS, conterrâneo ilustre de GARANHUNS, no Estado de Pernambuco.

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O CONTRASTE DO CANGAÇO NO CAMINHO DO SERTÃO


Por Regina Santana (nhyna19@gmail.com) e Victória Damasceno

O clima frio da capital paulista nos afasta da quente e seca realidade dos sertões nordestinos. Pensar em sertão traz à mente o cenário mostrado por Graciliano Ramos em “Vidas Secas”, cujas duras condições levam à animalização do homem. Se a arte imita a vida, esta certamente ilustrou bem o Nordeste de outros tempos – nem tão longínquos assim – em que  a fome e a seca assolavam a população e, no chão rachado da Caatinga, justiça era feita à ferro, fogo e sangue. É nesse contexto que se viu surgir, da canga presa ao pescoço dos bois que transportavam seus pertences e armas, os cangaceiros correndo às matas em suas vestes de couro. São a prova viva da resistência, da representação da cultura sertaneja, e que ao mesmo tempo foram figuras ambíguas, ora heróis, ora vilões.

“Hoje em dia até que tá melhor, mas na minha época [a vida no sertão] era muito difícil. A gente trabalhou de meeiro, sabe? Plantar na terra do outro pra ter o que comer não é bom, não”. Assim conta, de forma simples, Francisco de Assis Santana, de 56 anos, cuja vida poderia estar descrita nas páginas de Graciliano, nas obras de Guimarães Rosa ou nas canções de Luiz Gonzaga.


Nascido e criado em São Miguel, no interior do Rio Grande do Norte, Francisco só conheceu São Paulo aos 18 anos, quando saiu com os irmãos da cidade onde morava em busca de melhores condições de vida. Sua infância não foi muito diferente da de milhões de nordestinos, que, desde muito cedo, já conheciam as dificuldades da vida sertaneja. Quando perguntado a respeito dos estudos, Francisco, muito sério, responde: “Não tive muito não. Até a quarta ou quinta série, eu acho. Ou a gente trabalhava ou estudava.”

Ele lembra de sua infância na Caatinga com certo amargor. Não eram apenas as dívidas com os donos de terra que incomodavam. Alimentação, moradia, vestimenta, tudo era conseguido por intermédio de coronéis, que possuíam grande parte do comércio da região. Francisco há muito não trabalha no campo, mas sabe que por lá, onde nasceu, esse estilo de vida era exatamente como no tempo de seu pai e avô. “Quem manda não somos nós”, ele diz, o que prevalece é “a lei do mais rico”.


As condições precárias de vida, o duro trabalho no campo e a incerteza do futuro não marcaram apenas a vida de Francisco, mas de gerações inteiras. A forte presença do coronelismo na República Velha (1889-1930) modificou as relações de trabalho e as estruturas sociais brasileiras, que se estenderam por muitos anos até a chegada da indústria no País. Enquanto nas grandes metrópoles a vida política e econômica crescia a todo vapor, nas áreas rurais parecia engessada no modelo semifeudal de vínculo com a terra, propiciando, assim como nas cidades, a exploração das classes mais pobres. No interior do Nordeste, onde o analfabetismo era muito presente, essa condição de exploração se tornava ainda mais evidente.

Perguntado se se lembra de alguma figura marcante na cultura nordestina que tenha lutado por mudanças sociais que quebrassem essa lógica de exploração, Francisco diz: “Assim, desse jeito, não lembro. Mas tinha o Lampião, que a gente ouvia os antigos falarem muito. Ele não era ‘ do bem’ mas ajudava a diminuir um pouco a injustiça”.

Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião –Figura maior do cangaço

Mesmo 77 anos após sua morte, o famoso cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, ainda é figura recorrente no imaginário social no que tange ao Cangaço. Foi o grande líder do bando fora-da-lei, que impunha medo aos inimigos e respeito por parte da população.

Oriundos do descaso dos governantes e do monopólio dos coronéis locais, os primeiros cangaceiros eram vaqueiros, lavradores e sertanejos que buscavam ascensão social e, principalmente, vingança. Equipados com cangas de madeira e utensílios de aço corriam as matas cortantes da Caatinga, pilhando comércios e trens, invadindo grandes fazendas e, quase sempre, confrontando seus inimigos. O que hoje é considerado um movimento social, na época, era um modo de vida alternativo para aqueles que não mais aceitavam se subordinar à hierarquia do sertão nordestino. Para o professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Carlos Tadeu Melo Botelho, “O cangaceiro era uma espécie de herói ambíguo. Eles não lutavam contra o governo em geral, lutavam contra autoridades locais, contra a perseguição direita às famílias deles, mas não tinham um projeto de modificação social”, afirma.

Cangaceiros do grupo de Lampião após o ataque deste bando a cidade de Mossoró.

Entrar para o cangaço era uma forma de sobreviver à perseguição dos mais poderosos. Fazer parte do movimento significava a mudança da identidade social, a ponto de não mais poder voltar a ser um pacato fazendeiro. Nas palavras de Tadeu: “eles eram cangaceiros até a morte”. Não podiam existir em outro lugar que não ali, pois faziam parte daquela sociedade e dela eram fruto.

O espectro dos membros era muito variado, o que não garantia uma unidade de comportamento e propiciava divergência de interesses.  Em comum, tinham a legitimidade da cultura – as vestes típicas, a linguagem e os mitos –  e seus códigos de honra, que definiam a organização interna. Tadeu conta que, por serem frutos daquela sociedade, seus comportamentos e costumes também pertenciam àquele meio. “A conduta moral, o comportamento sexual, a religiosidade, tudo isso aparece representado de uma forma muito próxima ao povo deles. O cangaceiro não cai de paraquedas ali, ele não chega no sertão como muita gente chega na favela. Ali é o lugar dele.”


Existe uma dualidade no imaginário popular quando o assunto é o cangaço: ora são subversores da ordem social, ora são heroificados. Muitas vezes, o paralelo com o herói que tirava dos ricos para dar aos pobres, Robin Hood, emerge nesta história. Mas nisso Lampião fica para trás. Quem se sobressai neste quesito é aquele que o antecedeu na liderança do cangaço, o bandoleiro Antônio Silvino, conhecido também como governador do sertão. Tadeu recorda-se do estudo sobre o bandoleiro de autoria da professora Linda Lewin, da Universidade da Califórnia, no qual afirma que os atos de Silvino eram muito mais robinhoodianos. “Estudando o cangaço, ela chegou à conclusão de que a semelhança com Robin Hood não era de Lampião, mas de Antônio Silvino. Ele usou a prática redistributiva: grilava trens e dividia o que tinha dentro com a população, como uma forma de agradar, esperando que assim o aceitassem.”

Lampião também dividia sua grilagem com a população local, mas sua prática era mais visceral. Tadeu afirma que o bando de Lampião era marcado pelo conflito e pela crueldade. “Não eram progressistas. Eles destruíam tudo aquilo que pudesse ser fator de perseguição.” Assim, enquanto apresentava uma face solidária, não deixava de expor seu lado sanguinário. “Sua imagem é ambígua. Lampião era o bem e o mal. Num ato de justiça estava embutida a injustiça. Ele é uma prova de que o bem e o mal não existem em estado puro. As coisas que ele fazia eram completamente ambíguas”, completa. Entretanto, o professor ressalta que não se pode ver o Cangaço como uma luta de classes. Ainda que trouxessem benefícios para as comunidades locais, suas ações não tinham qualquer intenção de revolucionar as estruturas socais de poder ou tornar o Nordeste uma região mais justa.

Corisco e seus cachorros

Com Lampião a realidade do cangaço também mudou em sua estética. Além das marcas características, foram incluídos adereços e indumentárias em suas roupas, reforçando ainda mais a hierarquia entre eles. “Quanto mais enfeitado, mais poderoso era o cangaceiro”, afirma Tadeu. Essa mudança na imagem não veio à toa, mas com a inserção das mulheres no bando. “Isso ocorreu na época de Lampião, pois de 1870 até 1928, ou seja, 80% do tempo de cangaço, não haviam esses enfeites. Mas com a entrada das mulheres em 1928, Dadá, Maria Bonita, os cangaceiros passam a se enfeitar e isso passa a ser um reflexo da hierarquia”

Embora sua presença tenha alterado a imagem representativa dos cangaceiros, as mulheres eram inferiorizadas nas relações de poderes. Com exceção de Dadá e Maria Bonita – esposas de grandes líderes – que chegaram a atuar diretamente como cangaceiras, boa parte das mulheres do bando foram raptadas de suas famílias unicamente para servir  aos interesses do grupo.  “O machismo dominava a cultura. Houve alguns assassinatos de mulheres dentro do cangaço, dois muito conhecidos por adultério. E apesar de terem sido violentos, as mulheres que assistiram as outras serem assassinadas concordaram.”


No meio do bando, entre enfeites, mulheres e liderança, Lampião pensava muito bem em como desenvolveria a organização do grupo para que alcançasse todos os seus objetivos. Para o professor Tadeu, de todas as características de Lampião, a principal era ser um grande estrategista. Os documentos históricos provam sua valentia ao ir de encontro à polícia e travar batalhas sempre com muita precisão na condução da artilharia.

Durante os anos em que existiu, a vida cangaceira foi marcada pelo uso da violência e dos atos ilícitos, bem como pelo constante confronto com as autoridades. A pesquisa histórica revela um cenário repleto de ações criminosas e atrozes, incompreensíveis à primeira vista. Quando olhadas de fora, trazem o julgamento a priori dos cangaceiros como bandidos iguais a todos os outros. É preciso, no entanto, o olhar atento: o banditismo faz parte de uma relação bilateral entre indivíduo e sociedade e aparece como efeito colateral a uma série de desajustes. O cangaço está enraizado no cultura nordestina – seja como movimento social ou como parte do imaginário – e também cumpre a função de construir a identidade daquele povo e, de certa forma, dar unidade à sua história. Daí a ligação intrínseca entre a memória constituída por esses relatos e a atribuição de valores heroicos.


Para Tadeu Botelho, “Lampião era herói ou bandido?” é uma pergunta meio falsa.“Como dizia Guimarães Rosa: não existem heróis de se pegar. O herói é uma criação do imaginário popular”, completa. Ainda que sua imagem esteja atrelada à violência, a memória do cangaceiro também compõe um quadro muito mais amplo, que diz respeito à afirmação indenitária e representatividade. O nordestino não necessariamente apoia a violência quando se identifica com o cangaceiro; ele vê não apenas a história de Lampião retratada nas obras, mas a sua própria herança cultural.

A imagem do cangaceiro mais famoso das terras sertanejas carrega em si o paradoxo que o permite ser quem ele é. Enquanto ajudava sua gente, estava igualmente disposto a fertilizar a terra seca com o sangue de seus inimigos. Se herói ou vilão, não importa. A personagem viva no imaginário popular floresce o sentimento de medo e gratidão, que permite não somente a ele, mas aos reis do cangaço, a imortalidade na cultura popular nordestina.

Extraído do blog do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.com.br/2015/08/08/o-contraste-do-cangaco-no-caminho-do-sertao/


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