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segunda-feira, 30 de abril de 2018

O QUINTETO MARAVILHOSO DOS MASCOTES DO CARIRI CANGAÇO


Na Academia Cearense de Letras/ Fortaleza, com as Crianças de Alma Nordestina ---- O QUINTETO MARAVILHOSO DOS MASCOTES DO CARIRI CANGAÇO..: Deisielly Do Acordeon, Francine Maria, Cecília do Acordeon, Pedro Motta Popoff e Pedro Lucas.


Compartilhado de: João Paulo Maciel.

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VIVA SÃO JOSÉ

Clerisvaldo B. Chagas, 30 e abri de 2018
Escritor Símbolo do sertão Alagoano
Crônica 1890

         Encerrar-se-á amanhã os festejos em homenagem a São José, padroeiro do bairro de igual nome em Santana do Ipanema. O Bairro São José, desmembrado do grande Bairro Camoxinga, abriga uma faixa de terra entre a BR-316, saída da cidade para o alto sertão – rumo oeste – e o rio Ipanema. É um bairro humilde que teve como núcleo principal a construção de um conjunto habitacional pertencente a COHAB e que se expandiu em todas as direções. Basicamente a área é residencial com um comércio ainda insipiente. Mesmo sendo um bairro pequeno, encontramos ali a sua igreja própria, o Corpo de Bombeiros, escolas importantes oficiais e particulares, mercadinhos, padaria, vários artesãos famosos do couro, do ferro, do tecido e um sem números de profissionais autônomos como eletricistas, pedreiros, marceneiros e tantas outras profissões.

IGREJA DE SÃO JOSÉ, EM 29.04.2018.  FOTO: (B. CHAGAS).

Sua Igrejinha foi inaugurada no dia 1de maio de 1993, portanto, amanhã a igrejinha estará completando os seus 25 anos, ocasião em que estará encerrando os festejos que se iniciaram na última sexta-feira. Depois da intensidade desses dias vividos em toda plenitude, os atos amanhã terão início às 17h30 com Solene Celebração Eucarística. Após a Santa Missa, haverá procissão conduzindo as imagens de São José e de Nossa Senhora Conceição pelas ruas e avenidas da Comunidade.
No decorrer da Festa de São José, houve apresentações de corais, sorteios de prendas, barracas de lanche e os leilões defronte a igreja. Um parque de diversões e outros atrativos ocuparam a Avenida Castelo Branco, onde o fluxo automobilístico teve que ser desviado pelas ruas mais estreitas da chamada COHAB Velha. Praticamente todas as classes profissionais de Santana estavam presentes na festa do Santo como noiteiras.
E como sempre acontece nessas ocasiões, o Bairro São José, tão humilde quanto o próprio pai de Jesus, se agiganta na alegria terrena de seus habitantes e noiteiros e na intensa graça espiritual emanada do esposo de Maria.


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RETORNEI AO MEU CONVÍVIO


Por Jonasluis de Icapui
Jonasluis com Francisco Pinheiro

Eu sei que vocês estavam sentindo a minha falta nesses três dias. Então eu vou dizer: 

Estava junto a um bando de cangaceiros, no monumental seminário do Cangaceiros Cariri.

Na sexta estava entregando diploma ao meu amigo historiador Francisco Pinheiro, na casa José de Alencar.

Sábado a tarde estava recebendo diploma na Academia Cearense de Letras e a noite dizendo besteira no palco do Cine Teatro São Luiz ao lado de Manoel Severo Barbosa e Daniell Abrew, antes da exibição de ONDE NASCEM OS BRAVOS, filme premiado no Paraná como melhor filme e em São Paulo como melhor montagem, mas indicado em cinco categorias.







Depois eu publico os vídeos.
jonasluis DA SILVA, de icapui.

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30 DE ABRIL: DIA DO FERROVIÁRIO - UMA HOMENAGEM GRUPO MOSSORÓ DO PASSADO.

Por Francisco Costa

QUEREMOS DEDICAR A NOSSA HOMENAGEM AOS GUERREIROS DOS TRILHOS, QUE ENALTECERAM A NOSSA HISTÓRIA.




Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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GUERRA DO VIETNÃ A QUEDA DE SAIGON


No dia 30 de abril de 1975, no contexto da GUERRA DO VIETNÃ, ocorre a QUEDA DE SAIGON, quando forças comunistas ganham o controle de Saigon. A Guerra do Vietnã termina formalmente com a rendição incondicional do presidente sul-vietnamita Duong Van Minh.

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A SEPARAÇÃO DE MARIA BONITA COM ZÉ DE NENÉM E O APROCHEGO COM O "REI DO CANGAÇO"


Lampião e Maria Bonita

A História do Desastrado Casamento de Maria Bonita Com o Sapateiro Zé de Neném, Sua Fuga Com Lampião e as Perseguições Policiais a Sua Família.
Por Sálvio Siqueira
São José do Egito, Pernambuco
Maria Gomes de Oliveira, segunda filha do casal José Gomes de Oliveira, José Felipe e de dona Maria Joaquina Conceição de Oliveira, Maria Déa, como toda moça no desvirginar da adolescência, sonha em casar e ter seu ‘príncipe encantado’ ao seu lado por toda a vida.
Nos sertões nordestinos esses sonhos eram, na maioria das vezes, uma maneira de fugir, escapar, do modo, maneira, ao qual eram tratadas as meninas pelos pais.
A criação não era nada fácil para um casal de agricultores, vivendo exclusivamente do que a roça lhes oferecia. O maior temor de um pai, ou uma mãe de família, naquela época era ter sua filha vendendo seu corpo nos cabarés das cidades. Principalmente a mãe, pois o machismo reinante faziam-na exclusivamente culpada. Com esse receio, em vez de educar, mostrando o fato, como a coisa se dava, e assim ela própria teria tempo para construir uma forte ‘muralha’ como defesa, os pais faziam eram manter suas filhas como escravas, ensinando, quando ensinavam, como ser obedientes em tudo ao marido. Logicamente, como em toda regra tem exceção, nessa também teve a sua.
O Casório…
Como em toda adolescência faz-se os grupinhos de moças e rapazes, com particulares e ‘segredos’ entre eles, naquele tempo, também tinha. Nos anos que se seguiram, Maria foi ‘ganhando’ uma ruma de irmãos, e fazendo amizades com algumas primas e primos. Logicamente todo mundo teve sua, ou seu, confidente, e Maria Gomes, Maria de Déa, tinha sua prima Maria Rodrigues de Sá como tal. Nas festividades, sambas e forrós que tinham na região, nas cidades de Santa Brígida, Santo Antônio da Glória e Jeremoabo, todas no Estado baiano, as quais ficavam mais perto de seu lugarejo, Malhada da Caiçara, pelos cálculos da época, como suas primas e amigas, Maria de Déa arrumou namoricos com um ou outro rapaz. Quis o destino que Maria se apaixona pela primeira vez por um de seus primos chamado José Miguel da Silva, por todos conhecido como Zé de Neném, da mesma localidade em que nascera, na Malhada da Caiçara, tendo uma espécie de ‘atelier’, ou um quarto de trabalho, um local para trabalhar, em Santa Brígida, onde exercia sua profissão de sapateiro.
A FOTO DE ZÉ DE NENÉM - MARIDO DE MARIA BONITA
Zé de Neném
“(…) Zé de Neném era filho de Pedro Miguel da silva conhecido por todos na região pela alcunha de Pedro Brabo e Maria Conceição Oliveira, apelidada de Neném. O parentesco do sapateiro com Maria de Déa vinha por parte da sua avó, Generosa Maria da Conceição, uma senhora que era conhecida pelo apelido de Juriti e que era irmã de Zé Felipe, pai de Maria (…).” (“A trajetória guerreira de Maria Bonita – A Rainha do Cangaço” –LIMA, João de Sousa. 2ª Edição. Paulo Afonso, BA, 2011)
A FOTO DA CASA DOS PAIS DE MARIA BONITA
Foto da casa dos pais de Maria Bonita.
Como a família de Maria Gomes, a família de Zé de Neném era bastante grande. Naquela época não havia os meios contraceptivos atuais e, com toda certeza, fazer, fecundar, filho era como se fosse um investimento para o futuro, erroneamente pensavam assim os catingueiros. No futuro eles iriam ajudar os pais nas lidas diárias das fazendas, essa, e simplesmente essa, era a razão. Dentre as irmãs do sapateiro, destacamos Mariquinha Miguel da Silva, que, em determinada época, deixa seu marido, Elizeu, que era proprietário da fazenda Ingazeira onde moravam, e dana-se no mundo sombrio e incerto do cangaço com o bandoleiro Ângelo Roque, chefe de um dos subgrupos do bando de Lampião, que tinha a alcunha de ‘Labareda’.
Maria e José casam-se.
Não demoraria muito para que se começassem as incompatibilidades.
A Separação…
Maria era por demais ciumenta e seu esposo, Zé de Neném, um verdadeiro ‘pé de forró, não saindo dos sambas.
Certa feita, estando Zé em um dos vários botecos, bebendo com alguns conhecidos, chega Maria e arma o maior escarcéu. Zé se defendia das acusações de Maria até quando pode, porém, a baiana encontra em um de seus bolsos uma lembrança de uma ‘amiga’, um pente com o nome da mesma. Nisso o pau quebrou pra valer. E a já conturbada vida a dois entre Zé e Maria, pelo fato de Maria não engravidar, desmorona-se de vez.
maria bonita
Maria Bonita – Fonte – http://umas-verdades.blogspot.com
“(…) Maria encontrou um pente em um dos bolsos do marido, com o nome de uma moça gravado no objeto (…). Este tipo de discussão e separação tornou-se uma constante e marcou significativamente o relacionamento dos dois (…). O casal não chegou a ter filhos. Alguns amigos confirmam a esterilidade do sapateiro Zé de Neném, que não chegou a engravidar nenhuma das mulheres com quem viveu (…).” (Ob. Ct.)
Pois bem, nessa, como em tantas outras ‘separações’, Maria Gomes correia a procura dos braços acalorados e protetores de seus familiares, apesar de seu pai, Zé Felipe, não concordar com tais separações, ela assim procedeu por várias vezes.
E Chega Lampião!!!
Em uma dessas separações, já se indo alguns dias, mais ou menos quinze dias de Maria estar na casa de Déa, sua mãe, ela, por um acaso conhece o “Rei dos Cangaceiros”. Achamos, particularmente, que num ímpeto, Maria deixa aflorar seu ego, e permitiu que se falasse o cupido. Tanto Maria, quanto Lampião sente alguma coisa dentro deles de cara. A atração foi dupla e contagiante. Lampião, que tanto fez arapuca, tanta emboscada aprontou, caiu de quatro pela armadilha que o destino lhe fez. A morena da Malhada da Caiçara acabou de domar uma fera nascida e criada na região pernambucana do Pajeú das Flores. Não podendo mais esconder sua paixão, Lampião inventa de inventar uma encomenda, vários bordados em lenços de seda, simplesmente para ter a desculpa, de vindo ver se tinha algum lenço pronto, vir mesmo era Maria. Sabedora dos planos de Virgolino, Maria, logicamente aceita a encomenda e trata de, também, curtir aqueles raros momentos.
lampiao-e-maria-bonita
“(…) Era uma sexta-feira, Lampião pisou o batente da casa de Zé Felipe e Maria Déa. Odilon Café apresentou ao cangaceiro uma das filhas daquele casal, que no momento se encontrava ali, por estar separada do marido.
Novos sentimentos renasceram naqueles minutos seguintes. Depois de uma rápida conversa, lampião pergunta a Maria:
– Você sabe bordar?
– Sei!
– Vou deixa uns lenços pra você bordar e volto daqui a duas semanas pra buscar!
Este foi o primeiro diálogo realizado entre Lampião e aquela que seria a sua grande companheira e eterna paixão, até o fim da vida (…).” (Ob. Ct.)A FOTO DE DONA DÉA MÃE DE MARIA BONITA
A partir de determinado tempo, ou de um dos encontros entre eles, não teve mais volta. O pai de Maria Gomes, Zé Felipe, não aprovava o namora entre ela e Lampião. Já por outro lado, sua mãe, Maria Déa, parece que até ‘cortar jaca’, cortou, para que eles se encontrassem.
Violência Policial Contra A Família De Maria Bonita
Naquele tempo, a casa que recebesse com maior constância visita de cangaceiro, com toda certeza, logo, logo receberia a visita de alguma das volantes que caçavam os grupos. Então, rastejando os vestígios dos cangaceiros, as volantes terminaram fazendo, também, várias ‘visitas’ a casa da fazenda do pai de Maria Gomes, Zé Felipe. Com o aperto que deram no velho patriarca, cacete nele e sua família, até Zé de Neném foi pra debaixo da madeira, Zé Felipe resolve mandar sua filha para casa de um parente na fazenda Malhada, nas Alagoas. Para que assim, as volantes os deixassem em paz. Ao saber disso Lampião vai e dá um ultimato para Zé Felipe, ou ele manda buscar sua Filha em terras alagoanas ou ele destrói a fazenda com tudo que nela existia. Sem ter, novamente, uma saída, Zé Felipe manda alguém buscar Maria, sua filha.
Maria Bonita
Maria Bonita – Fonte – blogs.ne10.uol.com.br
Ao retornar, Maria Gomes percebe o quanto sua família estava envolvida numa encrenca desgraçada por seu romance com o ‘Rei do Cangaço’. Nesse momento, ela toma uma decisão importante que mudaria a vida de muita gente, principalmente a do pernambucano fora-da-Lei, para que a Força Publica deixasse seus familiares em paz. Quanto da localidade de onde Maria Gomes resolvera seguir com Lampião, não fora na fazenda onde nascera, a Malhada da Caiçara, e sim, numa outra localidade, onde cuidava de sua avó materna, Ana Maria, que estava enferma, denominada Rio do Sal.
Ao contrário do que pensou, planejou Maria de Déa, a Força Pública não se afastou da casa de seus familiares, pelo contrário, as visitas tornaram-se mais constantes e violentas, tendo como alvo principal o velho Zé Felipe, seu pai.
Estando já a não aguentar mais tanta pressão e cacete, Zé Felipe recebe a visita de um dos soldados da volante, que era seu amigo Antônio Calunga, dizendo-lhe que o comandante da volante recebera ordens superioras de acabar totalmente com a fazenda Malhada da Caiçara, matando todos que naquela ribeira moravam.
A FOTO DE ZÉ FELIPE PAI DE MARIA BONITA
Zé Felipe, pai de Maria Bonita.
Zé Felipe agradece ao amigo, junta sua família, desce rumo às águas do “Velho Chico” aluga uma embarcação, coloca todos dentro e passa para o solo alagoano. Vai montar residência no sítio chamado ‘Salgado’, no município de Água Branca. Porém, sua estada nele é curta. Pega suas trouxas novamente, levanta acampamento, junta seus familiares e parte rumo ao local denominado ‘Salomé’, o qual, hoje é a cidade de São Sebastião.
Nessa agonia, tendo de deixar suas terras por serem perseguidos e maltratados, constantemente, pela volante, um de seus filhos, conhecido como Zé de Déa, resolve juntar-se ao cunhado, Lampião. Lá estando, conta por tudo que seu pai, sua mãe, seus irmãos e irmãs passam. Lampião ordena que se façam as vestes, bornais, cartucheiras, em fim, toda a tralha de um cangaceiro para seu ‘cunhado’, e separar-se, também, as armas para o mesmo usar. No entanto, Maria sua irmã, não permiti que ele use armas. Mesmo estando por mais ou menos oito dias no acampamento, Zé de Déa e sempre aconselhado pela irmã para não fazer parte daquela vida em que ela metera-se. Termina o irmão por ceder aos conselhos da irmã.
O “Rei dos Cangaceiros”, através da sua malha de informantes, sabe da fuga do sogro e sua família, assim como tem o conhecimento da ordem e do nome do policial comandante incumbido da tarefa de matar toda a família de Maria, sua amada, que seria o tenente Liberato de Carvalho.
Recado De Capitão Para Capitão…
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Maria Bonita cangaceira
Certo dia chega a casa onde moravam Zé Felipe e sua família, uma volante policial. Começam a destruir as coisas, matam alguns animais que estavam soltos, mas, próximos a casa. Sem ninguém da família na casa para saciar a ira dos volantes, sobra para um morador das redondezas, que seria, segundo indicaram, um coiteiro, o qual é colocado debaixo de cacete e depois assassinado pela tropa.
“(…) Uma volante visitou a casa de Zé Felipe e não encontrando ninguém, quebraram as madeiras dos currais, destelharam e quebraram parte do telhado da residência, matando alguns animais. Menos sorte teve o coiteiro Manuel Pereira, conhecido como Manuel Tabó, que por não ter fugido acabou sendo espancado e morto pelos soldados (…).” (Ob. Ct.)
Lampião, sempre ardiloso, sabia que partir para enfrentar de cara a volante, indo a desforra, pelo que fizera nas terras da Malhada da Caiçara, usa de outra artimanha. Ordena a um de seus ‘cabras’’ que vá em determinado lugar, e peça a determinada pessoa para vir vê-lo. Essa pessoa já havia, em outras oportunidades, feito o mesmo que ele o enviaria para que fizesse.
Essa pessoa era conhecida pelo apelido de Tonico, e era irmão de Zé de Neném, ex marido de sua companheira Maria de Déa.
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Atual Delegacia de Polícia Civil de Jeremoabo, o antigo aquartelamento dos tempos do Cangaço – Fonte – Rostand Medeiros
Lampião escreveu uma missiva e determina que o jovem a leve ao Capitão João Miguel, em Jeremoabo, BA. Assim, o jovem após dar voltas e ter a certeza de não estar sendo seguido, parte rumo ao destino determinado. Lá chegando, procura o oficial no QG.
“(…) Tonico seguiu em direção ao quartel, sendo recebido por um sargento que fazia a guarnição e lhe perguntou:
-O sinhô qué fala cum quem?
-Com o Capitão João Miguel!
-Eu posso resolver?
-Não, tem que ser com o Capitão!
O sargento foi até a sala do capitão, retornou alguns minutos depois e pediu para que Tonico o seguisse até a sala do oficial (…).” (Ob. Ct.)
Tonico era frio, Lampião sabia escolher a pessoa certa para cada missão específica. E essa era bem difícil de ser cumprida, pois tinha que o colaborador entrar em um quartel militar. Chegando diante do capitão, esse dispensa o sargento e recebe o papel que lhe é entregue pelo portador.
“(…) O Capitão João Miguel, depois que leu o bilhete, falou: “Se você está numa missa dessa, não é preciso pedir segredo, pois você deve ser da confiança de Lampião”.
Os dois conversaram secretamente, trancados dentro da saleta. O Capitão João Miguel mandou a resposta: diga ao Capitão que pode mandar o sogro dele voltar, pois a partir de hoje não passará mais nenhum soldado na sua porta. 
Na manhã seguinte, ao despertar, Tonico regressou da sua missão, trazendo consigo, a promessa positiva de que nenhuma volante iria mais importunar aquele pedaço de chão e sua gente V…).” (Ob. Ct.)
Vejam que Virgolino não só sabia manejar as alavancas das armas que usou, mas, também, com tinta, pena e papel, fazia suas defesas diante de uma guerra particular, imposta por ele mesmo, contra seus inimigos.
Uma das coisas que mais ocorreu no cangaço foi à traição, tanto do lado dos cangaceiros e coiteiros, como mesmo do lado daqueles que os davam combates. E essas atitudes, tomadas por dinheiro ou ‘favores’, foram mais um motivo para que Lampião prolongasse por quase vinte longos anos, seu reinado de sangue, lágrimas e mortes nas entranhas do sertão nordestino.
Fonte “A trajetória guerreira de Maria Bonita – A Rainha do Cangaço” – LIMA, João de Sousa. 2ª Edição. Paulo Afonso, BA, 2011.
Foto Ob. Ct.
Benjamin Abrahão
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FETICHES DENTRO DO CANGAÇO.


Por Verluce Ferraz

Se Lampião não tinha limites, limitava os outros. Por ser um ambiente pouco propício para ser compartilhado com as mulheres, por muito tempo o mundo do cangaço foi refúgio somente para os homens. A justificativa era aceitável pois, mulheres são frágeis, não suportam grandes caminhadas carregando peso de armas, além de engravidarem e choro de crianças atrai os soldados, inimigos de cangaceiros. 


Nos grupos lampiônicos entra mais um componente para justificar tal divisão: - mulher amolece os homens! Esse segundo argumento conferido às mulheres era pura falácia, aliás, todos os argumentos para que as mulheres não entrassem no cangaço eram falaciosos. Na História tivemos muitas mulheres que enfrentaram grandes batalhas e até as guerras, é só lembrar Cleópatra que reinou no Egito (70 a.C), comandou exércitos, conduzia encontros diplomáticos falando mais de dez idiomas; teve seis filhos; Dandara, mulher de Zumbi, lutou ao lado do marido para a libertação dos negros, teve vários filhos; Anita casada com Guiseppe Garibaldi foi revolucionária que fez história no Século XIX, por ter lutado na Revolução Farroupilha; a princesa Isabel apelidada de A Redentora, tornou-se a primeira senadora do Brasil; era casada e teve três filhos; Ana Pimentel Henriques Maldonado, esposa de Martim Afonso de Souza (ano de 1534) foi procuradora do marido e teve seis filhos com ele; Chica da Silva (1732/1796) do Arraial de Tijuco, Diamantina (MG), filha de uma escrava com um militar português; casou com um poderoso administrador, tornou-se poderosa, entrava nas Igreja e nas casas dos ricos; teve treze filhos com o marido. 


Acreditar que mulher amolece homem é uma grande inverdade; que homem deve evitar mulher para poder brigar também é engodo. O que havia no Cangaço era uma censura prévia e mentirosa, fácil de ser compartilhada entre os jovens analfabetos cangaceiros que muito cedo entravam para o mundo do crime. Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, não tinha limites, mas limitava os outros com o seu poder de indução e o poder bélico. Essas limitações advinham de fontes psíquicas, o cangaceiro Virgulino, dizer que “mulher amolecia homens pois homem tem que ter corpo fechado” era, no mínimo, manipulação. Os tabus de Virgulino Ferreira da Silva é que vão colocar essa linha divisória entre os sexos; a origem dessa mentira estria na própria psique do cangaceiro. Mas nem sempre isso constituía lei, e nem impedia que alguns de seus homens invadissem os lares das famílias estuprando as jovens – são muitos os relatos que Virgulino se ofendia com os homens de seus bandos que estupravam jovens, por isso ele mandava os castrar. 


Mas, qual seria a origem desse falso pudor, desse falso respeito que tanto incomodava e levava Lampião a impor uma vida quase celibatária aos seus companheiros? Tais justificativas vêm cair por terra quando Lampião permite que a Maria de Déia entre para o cangaço, e o acompanhe no seu mundo de crimes. A presença das mulheres no cangaço não alterou em nada o mundo dos cangaceiros, não alterou em nada o comportamento de Lampião. O tabu que havia de que as mulheres "amoleciam os homens", de que eram frágeis e a ponto de não resistirem às condições climáticas do sertão? A mulher cangaceira também não há de ser mais feminina, pelo contrário, nada faziam para demonstrar suas feminilidades; não cozinhavam, não se davam à maternidade e quando engravidavam tomavam os chás abortivos , as que pariam, davam os filhos. Assim, não faziam qualquer tarefa do mundo das mulheres femininas. As mulheres cangaceiras viviam para servir aos homens na sexualidade. Algumas nem tinham direito a escolha para se relacionarem - houve casos de mulheres que entraram forçadas para o cangaço e, depois quiseram trocar os parceiros mas foram brutalmente assassinadas.Dentro do cangaço todas as tarefas do mundo doméstico ficavam a cargo dos homens. Contava Lampião com seus 32 anos de idade quando se aproximou de uma mulher casada e pediu que a mesma lhe bordasse alguns lenços. Foi um lenço e um bordado que tanto atraíram o cangaceiro. O fetiche está num lenço bordado. Lampião vai ser dominado pelo fetiche e a Maria há de compartilhar do mesmo prazer. Afinal, esses prazeres brotam da mesma fonte: a psique.

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LAMPIÃO E AS RENDEIRAS

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Publicado em 30 de abr de 2018

O desejo de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era fazer rendas. A letra expressa essa vontade e foi feita para a sua avó materna.

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A RAPOSA DO PAJEÚ


Foi lançado no Cariri Cangaço Fortaleza, dia 28 de abril de 2018, o livro A Raposa do Pajeú, (Simplício Pereira da Silva), escrito pelos escritores Helvécio Neves Feitosa e Venicio FeitosaNeves

São 437 páginas de História e Genealogia. 
Preço: 60,00
E-mail para adquiri-lo: 
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WhatsApp 83 9 9911 8386.


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