Por: Francisco de Paula Melo Aguiar
Quem responde
antes de ouvir mostra que é tolo e passa vergonha
Provérbios, 18:15
Provérbios, 18:15
O povo de Santa Rita precisa ser ouvido pelos governos: federal, estadual e municipal, com urgência, porque quem responde antes de ouvir o povo, passa por vergonha e é considerado tolo. O nosso povo está passando por necessidades prementes em educação, saúde, infra-estrutura, medicamentos, limpeza pública, esgotamento sanitário, segurança pública, transportes públicos, etc., falta tudo, os governos: federal, estadual e municipal, só tem coragem de virem aqui em épocas de eleições pedirem votos para se elegeram e nada mais. O transporte público de Santa Rita é uma concessão do Governo Municipal, o transporte público de Santa Rita para João Pessoa (intermunicipal) é uma concessão do Governo Estadual. Tudo por aqui é concessão sem fiscalização de qualquer espécie, sem falar de que os empresários que sucedem os governos municipal e estadual, estão falidos em suas gestões empresariais e não tem capital de giro para investirem em sua frota, sucateada por vários motivos, dentre os quais, a existência dos chamados transportes alternativos (aqui os governos deixam a informalidade correr as soltas...) e pelo sucateamento das frotas, sem levar em consideração o péssimo estado de conservação das vias públicas que constituem o chamado anel viário dentro e fora da cidade. O transporte público aqui oferecido é de péssima qualidade, não tem controle de qualidade de qualquer espécie. É o povo fica vendo estrelas, enterrando seus mortos em acidentes provocados por transportes clandestinos e até mesmo por empresas sucateadas e portadoras de concessões dos governos: municipal e estadual, onde a desqualificação da prestação de serviços custa o sangue e a vida de nossos operários e operárias em direção aos seus empregos. O povo chora e as famílias enterram seus mortos. Isso é uma vergonha.
Assim sendo, para aliviar a dor do povo, porque a dor das famílias envolvidas jamais passará, transcrevo o poema “Sinto vergonha de mim”, escrito há mais de cem anos pelo primeiro Vice Presidente da República Federativa do Brasil, o escritor Rui Barbosa, tendo em vista que é de uma impressionante atualidade e auto-aplicável ao momento atual sofrido pela sociedade brasileira, pela sociedade paraibana e de modo especial pela sociedade de Santa Rita, dentro de sua angustia de ter que enterrar seus mortos e cuidar de seus feridos por falta de cuidado de seus governos em todas esferas do poder político, pois, o transporte ferroviário oferecido a classe operária de Santa Rita a Cabedelo pela companhia concessionária do governo central também não oferece um serviço de qualidade. Os governos e seus políticos procuram tirar vantagem em tudo, principalmente quando acontece um desastre de tamanha dimensão como o que ocorreu ontem envolvendo um ônibus de uma concessionária local. O povo não é besta para acreditar que tudo isso seria evitado se Santa Rita tivesse um deputado federal, um deputado estadual, um senador, etc, porque Santa Rita, já teve tudo isso em outros tempos e a desgraça continuou sendo o mesmo. Santa Rita através de seu povo faz parte dos governos: federal, estadual e municipal. Todos os cargos públicos de Presidente da República a vereador em Santa Rita, de modo particular, votaram nos atuais ocupantes de tais cargos. Cadê as soluções dos velhos problemas de nossa gente. O nosso povo precisa ser visto e respeitado por todos em todos os sentidos. Não basta chorar no momento da tragédia, precisamos de soluções para nossos problemas.
Segue a
transcrição do poema de Rui Barbosa, sem mudar ou tirar uma vírgula, ele está
atualizado, como se tivesse sido escrito hoje:
“Sinto Vergonha de Mim
Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos, a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos, a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...
Tenho vergonha
da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu
cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!
De tanto ver triunfar as
nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
As famílias
envolvidas na tragédia do acidente rodoviário da manhã do dia 28 de setembro de
2013, onde operários (as) perderam suas vidas e outros ficaram feridos(as) e
com perigo de ficarem mutilados(as) e com perigos de irem a óbitos nas
imediações das três lagoas na Capital da Paraíba, o nosso respeito e
solidariedade humana, porque para um bom entendedor, uma palavra já basta...
necessitamos de respeito e atenção por parte dos governos: federal, estadual e
municipal com urgência, antes que seja tarde demais e outras vítimas venham com
seu sangue pagar por tal esquecimento...
REFERÊNCIA
Análise do
acidente com ônibus da Santa Rita:
Página acessada em: 29/09/201
Enviado pelo o
autor Francisco de Paula Melo Aguiar
http://blogdomendesemendes.blogspot.com