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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

AS ALPERCATAS DE LAMPIÃO...!


Após o combate de ANGICO-SE (28-7-1938), em que morreram Lampião e mais 10 cangaceiros, os pertences foram arrecadados, e, após serem expostos no Rio de Janeiro, foram para o Instituto Histórico de Maceió, onde se encontram...

AS ALPERCATAS são de couro cru, ferradas, de rabicho, já bastante desgastadas pelo uso e pelo tempo.

FONTE: IHMAL
Foto: Acervo Volta Seca

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"DOMINGUINHOS O NENÉM DE GARANHUNS"


O livro "DOMINGUINHOS O NENÉM DE GARANHUNS" de autoria do professor Antonio Vilela de Souza, profundo conhecedor sobre a vida e trajetória artística de DOMINGUINHOS, conterrâneo ilustre de GARANHUNS, no Estado de Pernambuco.

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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


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COMO ERA O LAMPIÃO...

Por Zózimo Lima

"Alguns idiotas produtores de filmes apresentam Lampião como um sujeito gordo, de calça de tecido Nylon, camisa “volta ao mundo”, barbeado e lustroso à força de massagens com creme Simon, diferente do autêntico, de quem estive, na Capela, como refém, das 7 horas da noite de 25 de Novembro de 1929 às 3 da madrugada.


Lampião era magro, escanifrado, canela seca, queixo fino, fronte larga, mestiço puxando a curiboca, cara amarrada, desconfiado, matreiro, ágil como o tigre." - Zozimo Lima (in crônica 22.05.1966).

Fonte: facebook

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A Bodega de Antônio Sigueira

Por José Cícero

Nunca me esqueço do Seu Antonio Siqueira... da sua bodega; do designer de seu belo balcão de cedro curvado e liso pela ação dos anos. Do seu jeito manso, austero e fino - o homem mais bem informado daquele lugar num tempo em que até o rádio era um privilégio para poucos.

Menino curioso sempre o escutava contando as notícias que ouvia no seu aparelho de válvulas, para o povo da comunidade. Todos o tinham como um delegado (juiz de paz), resolvia muitas encrencas entre os matutos com a tenacidade da sua voz embasada no bom conceito que detinha. Era uma figura singular e respeitado por todos.


Longe e já homem feito fiquei profundamente triste quando soube que morrera tragicamente em Missão Velha num acidente rodoviário. Triste fiquei igualmente quando estes dias vindo do Juazeiro onde fui escolher um carro resolvi à francesa entrar na Missão Nova. O pequeno povoado dantes alegre em que vivi parte importante da minha infância. 

Contudo fiquei desolado quando não avistei o velho prédio da sua bodega (agora totalmente descaracterizado, tampouco a casa da minha vó), nem o brejo, nem as árvores, nem a cacimba, nem o engenho, nem a levada-riacho que trazia a água do pé da serra, nada... apenas a capela ainda está lá quase como no passado agora com um Santo Antonio (assim como eu) meio desolado pela saudades de um passado que não voltará jamais. 

Missão Nova agora é apenas uma grande lembrança que nunca me deixará; onde quer que eu vá, onde quer que eu ande. 

E seu Antonio Siqueira seguramente é parte desta minha história, dentre tantos outros personagens da velha Missão Nova que não existe mais.

José Cícero - Aurora, CE
Pesquisador, Escritor
Conselheiro do Cariri Cangaço

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LAMPIÃO EM SANTANA DO IPANEMA

Por Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2014 - Crônica Nº 1.321

(...) “Nessa altura, ouviu-se um toque de corneta no quartel de polícia, na quadra, ainda instalada na Cadeia Velha, localizada na Rua do Sebo. O tenente, com suas 14 praças, até que enfim, resolvia sair das encolhas. Menos mal. Quase sem interrupção, na sede do Tiro, também ecoava o mesmo toque de reunir. O brigada, em uniforme de campanha, marchou ao lado dos seus gatos-pingados para as barricadas formadas com fardos de algodão em rama, na entrada da Rua da Poeira. Os demais pontos vulneráveis da urbe contavam igualmente com destacamentos armados para enfrentar a onda. Na verdade, nunca me passou pela cabeça que naquele burgo tranquilo, houvesse tanto bacamarte e tanta munição amofambados. Seria, com efeito, uma vergonha permitir a entrada de Lampião ali sem desfechar um tiro. Os sete serrotes que circundam Santana do Ipanema, no desenrolar daquela tarde e indizível inquietação, pareciam outras tantas sentinelas mudas e gigantescas como a aguardar a nossa atitude viril diante do perigo que parecia inarredável. Mas como o momento do confronto tardasse, alguns chefes de família recursados, valendo-se de dois automóveis disponíveis, resolveram retirar parte de sua gente para Palmeira dos Índios e Quebrangulo., ao passo que outros preferiram para tanto se voltar confiantes para a faixa da caatinga mais próxima. Orientação desastrada que só serviu para empurrar mais facilmente alguns deles para a boca do lobo. Foi uma noite inteira de inquietadora expectativa aquela que passamos nas barricadas da Rua da Poeira. Ninguém deu um cochilo e nem era concebível. Sem embargo, porém, de estarmos no inverno, a barra se mostrou de súbito, as nuvens se dissiparam e ironicamente, mais um dia de primavera se mostrou em todo o seu esplendor. Fazia frio. Alguns de nós, sentiam fome e pediram licença ao brigada Ribeiro para ir à padaria de Jorge Firmo de Melo, que ficava juntinho, a fim de se sortirem de massas. Entretanto o espetro Lampião e seu bando sinistro dominava todas as cogitações. Por andava o ex-comungado do salteador, por enquanto ninguém sabia”.

(LIMA Valdemar de Souza. O cangaceiro Lampião e o IV mandamento”. Maceió, Sergasa, s.d. pp. 36:37).



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ARISTÉIA CANGACEIRA


A ex-cangaceira Aristéia que teve uma passagem discreta no cangaço, segundo ela, não chegou a conhecer Lampião.

A pesquisadora do cangaço Margarida Santana Lopes Nascimento fez esta pergunta: 

- Oxe, como assim? Não conhecia Lampião????


Jorge Remígio respondeu:

Margarida Santana Lopes Nascimento, amiga, ela passou pouco tempo no cangaço, em torno de seis meses. Participou do grupo de Moreno, que no caso era um subgrupo. 

Moreno e Durvinha

Todos eles gravitavam em torno de Lampião, mas não se reuniam com frequência. Moreno podia ter um contato com Lampião sem necessariamente levar todo o bando. Lampião vendia munição aos subgrupos.

Adendo
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Veja leitor, que a ex-cangaceira Aristéia não era mentirosa. Disse que jamais conheceu Lampião. E se não chegou a conhecer Lampião, muito menos Maria Bonita. Ela tinha tudo para afirmar que Lampião era assim, Maria Bonita assim. Mas preferiu contar a verdade.

Fonte: facebook

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PALACETE DA BARONESA DE ÁGUA BRANCA, ZONA DA MATA ALAGOANA.

Casa do Barão de Água Branca.

Casa de nº 01, situada à Rua Barão de Água Branca onde residiu o Capitão-Mor Joaquim Antônio de Siqueira Torres (Barão de Água Branca).



O Capitão-Mor Joaquim Antônio de Siqueira Torres, recebeu do Papa Leão XIII, a comenda de São Gregório por ter construído no ano de 1871, com recursos próprios, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, um dos mais belos templos do Estado de Alagoas e ter ordenado a padre dois filhos: Pe. Cícero de Siqueira Torres e Joaquim Antônio de Siqueira Torres. Recebeu também do imperador D. Pedro II o título honorifico de Barão de Água Branca. 



Preocupado com a educação dos filhos, formou em Direito o Bacharel Miguel Archanjo de Siqueira Torres, que exerceu o cargo de Juiz de Direito desta Comarca, o Engenheiro Agrônomo Antônio Vieira Torres, que foi Coletor Federal no município e o Engenheiro Luiz de Siqueira Torres, que exerceu mandatos de senador e vice-governador do Estado de Alagoas.

Fonte - Edvaldo Feitosa.
Fonte: facebook
Fotos - Gilmar Teixeira.

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Cangaço - VI

Material do acervo do pesquisador Antonio Morais

Bando do Sinhô Pereira.

Em Março de 1920, os filhos mais velhos do Ferreira ingressam no Bando de Sebastião Pereira, conhecido por Sinhô Pereira, que vivia em luta contra os Nogueiras e os Carvalhos. Tempos depois, na altura da fronteira de Pernanbuco com a Paraíba, o grupo descia Serra Talhada tangido por tenaz perseguição das volantes. No confronto da fazenda de Neco Alves, parente de Pereira, avistaram uns homens, julgaram tratar-se de companheiros. “Lampião ia na frente, despreocupado, com os dois irmãos. Os soldados atiraram e erraram. Virgulino ao procurar livrar-se dos projeteis, perdeu o chapéu; Voltou para apanhá-lo. Nesse instante, recebeu “ dois tiros”, um na virilha e outro acima do peito. Saiu andando e caiu. 
Senhor Pereira chamou o Dr. Mota, médico da família, que após o exame disse: “ Nunca vi tanta sorte”. Por um triz as balas pegavam a bexiga e espinha. Se fosse carabina teria pegado”. Depois desse batismo, Lampião resguardava-se muito.

Senhor Pereira adoece. O mal se agrava. O reumatismo tolhia-lhe os movimentos. Sentia-se sem condições de continuar. Em fins de Agosto de 1922, na Fazenda Preá, município cearense de Jardim, despede-se do cangaço. Foge com dois comparsas para Goiás. 

Lampião que o acompanhava há dois anos, assume a chefia do grupo – quinze homens e os irmãos. Permaneceu no posto até a morte. 

Dezesseis anos de banditismo profissional – de terror no sertão. Antes de deixar Pernambuco, Sebastião incendiou um comboio de algodão do prefeito Luiz Gonzaga, da Vila de Belmonte. O cidadão Ioio Maroto, acusado de coiteiro, recebia na sua Fazenda são Cristóvão, o primo Sebastião. Luiz vingou-se. Mandou o tenente Montenegro com uns soldados a propriedade. Surraram Ioio e as filhas. Era a suprema desmoralização! Sinhô Pereira tomou-lhe as dores. Não Perdoou. Ao despedir-se Virgulino relembrou o acerto:


- Adeus compadre! Seja feliz! Espero que não falte ao prometido! 


- Não falto não, Sinhô. Pode ir descansado. Luiz Gonzaga é homem morto a estas horas. 

Palavra data era fato consumado. Virgulino entrou em Belmonte com sessenta e cinco homens debaixo de balas. Perdeu dois cabras. Cercou a residência de Gonzaga, que ao tentar esconder-se no sótão, levou uma queda fatal, arrebentando a cabeça no chão. O Vilabelense despojou-o do anel de bacharel. Arrastaram o corpo para frente da casa. Jogaram-lhe roupas em cima. Despejaram querosene e fizeram uma fogueira. A notícia correu o sertão. Ouvia-se nas feiras:

Ioiô foi desfeitado
Nós prometemos vingar
Montenegro deu a surra
Gonzaga é quem vai pagar.

Raul Fernandes

CONTINUA...

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