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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

VILA DE IPUEIRA - PARTE II

Por Antonio Morais

Mesmo sem causar muitas desordens, a presença do grupo não foi muito simpática ao Cel. Pedro Xavier, apesar de Lampião considerá-lo amigo e respeitá-lo nos seus pagos.

Homem sério, decidido, cuja mentalidade formada na velha tempera de homem do sertão, avesso ao desrespeito a pessoa humana, não gostou das pilherias e gracejos de alguns cabras do grupo, dirigidos as senhoras e moças do lugar. Decorridos poucos dias da visita de Lampião, o Cel. Pedro Xavier mandou-lhe um recado macho: 

" - Não volte a Ipueira, do contrário será recebido a bala". 

O chefe supremo dos bandoleiros nordestinos não se fez de rogado e mandou-lhe a resposta em cima da bucha:


" - Quando passei por Ipueira, respeitei você e sua gente, agora, com seu recado atrevido, a coisa vai mudar, prepare-se porque vai ter choro".

Com o recado de Lampião, o Cel. Pedro Xavier tratou de reunir filhos, parentes e amigos para o esperado encontro com os cabras de Virgulino. Recrutando homens e efetuando compras de armas e munições, em larga escala, a família Xavier passou dois longos e martirizastes anos de espera. Expectativa dura, afirma Dezinho, no seu dramático relato. Nenhuma notícia do grupo. Até pareceu, afirma Dezinho, que Lampião havia esquecido a promessa de voltar a Ipueira. 

Os homens aglutinados foram cuidar de outros afazeres, noutras terras. Pouca gente ficou, a não ser os filhos, os parentes mais próximos do Cel. Xavier.

CONTINUA...

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ZÓZIMO LIMA


Um ano e três meses antes do seu falecimento, o cronista Zózimo Lima fez publicadas, no já extinto jornal “Gazeta de Sergipe”, de 26.10.1972, aquelas que seriam as suas últimas considerações a respeito do cangaço em Sergipe, tema por ele, quando em vez, abordado nos seus sempre bons escritos, muito embora e apesar de ter estado pessoalmente com Lampião, em 29, na capela, tenha destinado, relativamente, pouco tempo à pesquisa e ao estudo deste importante e fascinante tema.

Algo a se lamentar.

Porque este intelectual e brilhante jornalista, de notável inteligência e de grande perspicácia, irônico além da conta, tinha as relações humanas e os acontecimentos importantes em Sergipe, naqueles tempos, durante e pós-Lampião, sob completo e total domínio, vez que conhecia a tudo e a todos; era homem que circulava com desenvoltura nos meios sociais, pobres e abastados, eis que gostava de andar pelos bairros periféricos de Aracaju, frequentar feiras livres e mercados públicos de carnes e cereais, tratar com os mais humildes; visitar cidades do interior, para estar e conversar com as gentes e seus mandatários, os chefes políticos; descansar em sítios e fazendas de amigos; ao mesmo tempo em que acessava livremente palácio, amigo que era de governadores, de um Leandro Maciel, Lourival Batista, Luiz Garcia, e mesmo o médico Eronildes de Carvalho, do qual, se não o tinha como amigo deixou claro em seus artigos, que o considerava e com ele se relacionava de forma amistosa e cordial. Zózimo, que era, por sinal, correspondente de um jornal da Bahia; que escrevia praticamente sobre tudo, todos os dias, sendo a sua coluna "Variações em Fá Sustenido" uma das mais concorridas naqueles dias; Zózimo que dirigiu a repartição em que trabalhava como telegrafista, os correios e telégrafos, como também, presidiu a Academia sergipana de letras (ALS) e a Associação dos Jornalistas de Sergipe (ASI). Portanto, era um verdadeiro receptáculo.

Lamentar, porque Zózimo sabia muito mais dos coitos, passos, tratos e interação de um Lampião, de um Zé Baiano e de muitos outros cangaceiros, que por aqui pintaram e bordaram, igualmente, do que realmente pensavam, faziam e pretendiam as volantes e os maiorais do Estado no contraponto destas perigosas presenças, do que se dispôs a dizer.

Lembrei-me agora de algo, que ilustra estas minhas mal traçadas considerações de lamento.

Certa feita - contou-me um dos seus filhos - Zózimo, quando de passagem por uma certa fazenda localizada na zona sertaneja sergipana, avistou, na propriedade, como se tivessem acabados de chegar, sujos, cansados, discretos, alguns cangaceiros, e Lampião estava presente

Portanto, imaginem vocês o quão rica seria a historiografia do cangaço em Sergipe, se este capelense, que tão bem lidava com os idiomas, o inglês, o francês, o latim, tivesse traduzido o tanto que viu e ouviu a respeito de volantes e cangaceiros, coiteiros e coronéis, e, principalmente, do povo que tanto sofreu nas mãos destes algozes.
Sinto por isto.

AINDA SOBRE LAMPIÃO
Por Zózimo Lima


Uma das melhores obras que conheço é “LAMPIÃO, CANGAÇO E NORDESTE”, de Aglae Lima Oliveira, 2ª edição, 448 páginas, porém com falhas que jamais foram cometidas, em narrativa por Joaquim Góis, em seu "LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO", editado pela Sociedade de Cultura Artística de Sergipe, com 222 páginas.

Na 2ª edição, já promovida por Nertan Macedo, o que não se realizou porque Joaquim Góis faleceu antes de completar a obra, seria publicada com muitas páginas inéditas e acontecimentos horrorosos.

Eu entretive longas palestras com Lampião, na Capela, das 7 horas da noite às 3 da madrugada, e as repetirei, sem aspas e sem parágrafos.

Joana Gomes, que, com os bandidos, percorrera os sertões de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas, Bahia e Sergipe, amasiada com Cirilo de Engrácia, desde 1930, com quem teve quatro filhos, cansada da vida errante e das lutas, resolvera entregar-se à Polícia de Alagoas, em Mata Grande, em 1937, depois de ter passado, aos 24 anos, pelos braços de Inácio, Jacaré, Mariano, Corisco, Português e Sereno, sobrinho de Corisco.

Também dormiu com Ângelo Roque, Zé Baiano, Jacaré, José Mariano e Nevoeiro. Era meretriz muito disputada pelos cangaceiros. Disse-me Lampião que o seu grupo, que era de 60 homens, dividiu em quatro turmas, depois da derrota nas imediações em Canguaretama, e a um seu chamado urgente ou apito conseguia rapidamente reuni-los em seu grupo.

Jacaré, último amante de Joana Gomes, lhe dissera que fugiria antes de entrar em combate em Mata Grande. E morreu mesmo num combate em alagoas. Não se sabe mais o que ocorrera com Joana Gomes que se entregara à Polícia em mata Grande.

Lampião elogiou sempre o DIABO LOURO, antonomásia de Corisco, que em certa época pertencera à polícia sergipana. Corisco foi morto pelo coronel José Rufino, que eu conheci, nas imediações de Jeremoabo, sendo ferida sua amásia Dadá, que amputou uma perna, e ainda vive em Salvador, recordando o seu passado de aventuras criminosas.

Volta Seca, que também conheci, é hoje servente da Estrada de Ferro Leopoldina, casado, arrependido, bom chefe de família.

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho

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CONHEÇA OUTROS OITO ASSASSINOS MAIS JOVENS DO MUNDO - PARTE IV

Por Marina Val
Christopher Pittman

 4 – Christopher Pittman – 2001

Christopher Pittman sempre foi uma criança problemática. Aos 12 anos ele já havia se envolvido em brigas, fugido de casa, ameaçado suicídio e estava tomando antidepressivos receitados por um médico. O pai do menino então achou que poderia ser uma coisa boa mandá-lo para morar com os avós paternos, mas certamente não imaginou que isso desencadearia eventos tão desastrosos.

Os avós sempre foram um ponto de equilíbrio na vida de Christopher, e ele os visitava com frequência, então morar com eles parecia uma boa ideia. Porém, em Novembro de 2001, após ter ficado de castigo por se envolver em mais brigas, Pittman pegou uma escopeta que estava guardada na casa e atirou em seus dois avós paternos enquanto eles dormiam.

Após o crime, Christopher, que tinha apenas doze anos na época, ateou fogo na casa, pegou o cachorro, as armas, 33 dólares e fugiu no carro dos avós. Quando foi encontrado, tentou alegar que havia sido sequestrado e, quando a história não colou, disse que os parentes receberam o que mereciam.

A defesa tentou alegar que Pittman estaria sofrendo com os efeitos colaterais por conta de uma overdose de antidepressivos, que incluiriam comportamento agressivo, alucinações, reações paranoicas, amnésia e depressão profunda. O júri não aceitou o argumento e condenou o garoto a 30 anos de prisão.

CONTINUA...

http://www.megacurioso.com.br/comportamento/54512-conheca-outros-8-assassinos-mais-jovens-do-mundo.htm?utm_source=HomePortal&utm_medium=baixaki

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A VINGANÇA DO TENENTE ANTONIO - PARTE III

Por Antonio Morais

Atendendo a uma sugestão de Sebastião, Antonio de Amélia conta que, em companhia de pessoa indicada por Sebastião, se dirigiu para o local não muito distante do sítio, onde o seu parente teria encontro com os cabras de Virgulino. Ali aguardaria as notícias de Sebastião ou a ordem para se apresentar na casa onde estavam os bandidos. Antonio de Amélia conta que, durante oito horas, escondido no mato, ficou à espera de Sebastião, que só apareceu as 10 da noite, esclarecendo que teve que realizar algumas compras em Inhapi e, de volta, demorou numa festinha de casamento.

Pensei - disse Antonio de Amélia, que tivesse denunciado o plano do seu parente: Não vai dar jeito para vocês, apesar de Lampião não ter vindo com os cabras que já estão aqui. Quem veio comandando os cangaceiros foi Luiz Pedro, agora, tem muita gente. Estão distante daqui uma légua.

Fingiram haver morto um soldado para gozar da confiança dos cangaceiros. Distante uma légua do sítio onde se encontravam Antonio de Amélia, seu primo Sebastião e Antonio Tiago, compadre do primeiro e amigo para enfrentar as mais difíceis situações, estava acampado um dos grupos do famoso bandoleiro do Pajeú. Foi neste local, conta Antonio de Amélia, que Sebastião, conhecido do grupo, pois para eles trabalhava em serviço de consertos de armas, costura de embornais e outras atividades de sua profissão, apresentou-me a mim e ao compadre Antonio Tiago: "- aqui é gente minhas, esclareceu na hora da apresentação, adiantando: " - Eles mataram um soldado e estão refugiados na Casa de João Aires. A polícia os anda perseguindo, embora não saiba onde eles se encontram.

A história da morte do soldado, ardilosamente criada por Antonio de Amélia, foi o bastante para que os estranhos passassem a gozar da simpatia e confiança do grupo. Para eles, cabras de Lampião era herói quem assassinasse um soldado e duas vezes herói quem matasse um oficial.

Integrados ao grupo, Antonio e seus companheiros passaram a dar os últimos retoques no plano. Pelo menos já haviam conseguido penetrar no bando, o que muito facilitaria a execução de tudo quanto imaginaram perpetrar para vingar a morte do sócio Mizael. Naquele mesmo dia, a sombra das árvores, comeram, beberam e dançaram, homem com homem.

Interessante observação nos fez o Tenente Antonio de Amélia, a nos explicasse que mesmo sendo em pequeno grupo, os cabras de Lampião jamais dormiram todos agrupados num mesmo local. Na hora de dormir, se espalhavam, a fim de garantir uma reação no caso de serem surpreendidos por uma visita desagradável dos volantes policiais.

Andanças e lembranças.

CONTINUA...

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TEMPORAL

Arte (cores) Rubens Antonio

Estrofe da letra temporal 
Zé Ramalho 

"A mais cruel armadilha
Encruzilhada dos fins
E os alicerces das ilhas
Roídos pelos cupins
A fina flor da ferida
Doendo até no facão
E o mapa da minha vida
Na palma da minha mão."


Mulher marcada com ferro em brasa, pelo cangaceiro Zé Baiano, por ter cabelos curtos.


Fonte: facebook
Página: Rubens Antonio

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Qual é o local e Estado desta casa no tempo do cangaço?

Por Sálvio Siqueira

Amigos(as), há mais mistérios em uma rede social do que na história do fenômeno cangaço. A enquete 'café na cama...' 'tomou doril'. Como não paramos, apesar destes 'mistérios', vamos que vamos... O cangaço quer saber: que lugar é este mostrado na foto abaixo e qual ligação teve com a história do cangaço?

Bem amigos, a enquete não precisou a casa, que como Voltaseca frisou não existe mais, não mais se trata da casa de Antônio da Piçarra. O lugar junto à árvore foi de onde partiu a volante do tenente Arlindo Rocha, já que desceram por dois caminhos na esperança de fecharem o cerco no 'bando' de Lampião, que encontrava-se acoitado nestas terras da Fazenda Piçarra.

Marcelo Alves chutou a 'pelota na trave. O amigo Jânio Oliveira, o qual a cabeça sumiu, ARREBENTOU. Parabéns.

Trata-se do local, na Fazenda Piçarra, de onde partiu a volante do tenente Arlindo Rocha no ‘faro’ do ‘bando’ de Lampião.”(...)Quase um ano após a saga do desastre da empreitada de Mossoró; Lampião se dirige com poucos homens ao cariri cearense, novamente entra em terras alencarinas pelos lados de Macapá; atual Jati; dali parte célere para um de seus coitos mais seguros: A Piçarra de "Seu Antonio"(...) 

Era o mês de Março de 1928; arranchados na parede de um barreiro da fazenda, incumbiram seu fiel amigo e protetor Antônio da Piçarra de algumas encomendas, entre elas; armas e munição, no que ficou acertado que seria entregue dentro de um dia (...). 

O destino guardava para todos esses personagens um desfecho cruel, que marcaria eternamente a relação de seu Antônio da Piçarra e o Capitão Lampião. 

A volante pernambucana de Arlindo Rocha juntamente com Manoel Neto, no encalço dos bandidos, chega à Piçarra. Não havia como evitar! Seu Antônio foi obrigado a guiar os homens de Arlindo Rocha até o coito de Lampião(...)”.

Voltaseca Volta disse: 


Marcelo Alves arrebentou a boca do balão... cabra sabido..! O Marcelo mostrou o local onde Sabino foi baleado, e morreu algum tempo depois,... Terras da Fazenda Piçarra-CE... Por seu turno; a FOTO postada pelo Sálvio Siqueira, diz respeito, também na mesma fazenda, do AÇUDE, que foi estourado, e que o grupo de Lampião/Sabino ficou às margens do mesmo, acoitado... A casa que aparece na foto, já não é mais, a ORIGINAL de Antonio da Piçarra, pois dessa, só existem os torrões dos tijolos... A ÁRVORE que aparece na FOTO INICIAL (agora, não me lembro o nome), é do tempo do episódio da morte de Sabino... ...Valeu..!



Amigos Sálvio Siqueira, Volta Seca e Jânio Oliveira:

Pelo que está sendo revelado, o local da foto é o paredão do tanque da fazenda Piçarra. Vou pegar o bonde andando. Deixem-me falar um pouco também.


Sabino Gomes - o famoso Sabino das Abóboras - estava com Lampião desde 1923. Ele se tornou o braço direito de Lampião depois que este perdeu seus dois irmãos, Livino e Antônio Ferreira. Sabino era um cabra valente, desses que não têm medo de nada. Talvez os cabras mais destemidos da história do cangaço sejam Sabino Gomes e Meia-Noite, o alagoano.
Sabino Gomes foi baleado na fazenda Piçarra, perto de Brejo Santo, no sopé da Serra do Araripe, na noite de 26 para 27 de março de 1928. 

Como já passava da meia-noite, o fato foi no dia 27. Ele foi baleado a uns 300 metros da casa do fazendeiro, o legendário Antônio da Piçarra, grande proprietário de terras, dono de engenho de rapadura, amigo do Padre Cícero. Descrevi o local assim:

"A fazenda Piçarra era passagem obrigatória dos romeiros que viajavam de Sergipe, Alagoas e Pernambuco para o Juazeiro do Padre Cícero – a estrada passava bem na frente da casa-grande, já chegando a Porteiras, ao pé da majestosa Serra do Araripe. A casa de Antônio da Piçarra era voltada para o poente. Do outro lado da estrada, numa baixada, ficava o engenho de rapadura – a casa de moagem, com os tambores, a moenda movida por juntas de bois, o grande tacho onde era feito o cozimento. Ao lado do engenho ficava o curral, e ao fundo, o partido de cana, numa várzea. À direita do curral ficava o paredão do açude. Passando por cima do paredão havia um caminho que dava para a ponta de um morro coberto de mato fechado. À direita do morro havia uma baixada, foz de um riacho, e depois dela outro morro. Lampião estava acoitado no morro da esquerda, tão perto que dava para escutar um grito na casa da fazenda." Foi aí, a meia altura do morro da esquerda, onde Sabino foi baleado, vindo a morrer poucos dias depois. A casa que aparece na foto é onde ficava o engenho de rapadura, e ao lado, o curral.

O fazendeiro Antonio da Piçarra

Hoje, a fazenda pertence ao meu amigo Vilson da Piçarra, neto de Antônio da Piçarra. O (des)governo federal está fazendo uma obra, parece-me que é uma ferrovia, e a empreiteira rasgou a fazenda ao meio, desgraçou tudo. Fazer o quê?

Para os estudiosos, antes que se acabe tudo, vão aí esses dados:

Coordenadas geográficas da casa de Antônio da Piçarra: 07º 36' 13.02" S, 39º 02' 25.08" W.
Local onde Sabino Gomes foi ferido: 07º 36' 19.15" S, 39º 02'

29.25" W.
Sabino Gomes foi enterrado na beira do Riacho do Cardoso, que separa
os municípios de Jati e Brejo Santo.

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira

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LUIZ GONZAGA – ENTREVISTAS – PARTE V

Por Antonio Morais

Os primeiros voos da Asa Branca - Postagem e vídeo dedicado ao professor Antônio Dantas.

Região: Asa Branca foi e é a composição mais laureada, mais difundida dentro e fora do País. É tida como uma espécie de hino nacional da música popular brasileira. É natural que lhe perguntemos: - Como surgiu a notável composição?

Gonzaga - Quando menino, aqui em Exu, eu era também um moleque fazedor de música. Naquela época não existia desenvolvimento cultural capaz de induzir na gente a importância daquilo que se estava produzindo. Era um fazer por um simples fazer. Mesmo assim, aquelas mais do agrado do povo eram por ele selecionadas e guardadas. Eram sempre as mais simples. Essas coisas que faziam com a ajuda do meu pai Januário, principalmente na conclusão da frase, saía cantando por aí, nos forros de pé de serra. Foi nesta fase de minha adolescência que me inspirei para fazer Asa Branca. Corria uma das grandes secas no Nordeste, castigando duramente o sertão. Interessante é que, ao chegar ao Rio (de Janeiro), em 1939, quando tentava conseguir fazer algo como sanfoneiro, frequentava a zona do Mangue e, nos fins de semana, aqueles famosos programas de calouros de Ary Barroso. Quando comecei a tocar era um verdadeiro assassino. Assassinava grandes compositores e cantores como Carlos Gardel, Frazão e Násser, Pedro Vargas, Elvira Rios, tentando imitá-los, pois, para mim, o importante era tocar e cantar coisas modernas, de gente grande e famosa.


Quem estava na moda, evidentemente, era essa gente toda. O negócio era imitar, sem dar bolas para aquilo que, na verdade, me levou a fama e ao sucesso dos dias atuais: a música popular, a música do meu pé de serra. Tempos depois, foi que acordei para realidade. Nessa fase de transformação, de passagem de um polo para outro, quando imitava os intérpretes famosos da música moderna, música erudita, muito devo a um grupo de cearenses. Foi o seguinte: O café onde eu tocava era muito frequentado por estrangeiros. Principalmente marinheiro. Nessa época o mundo inteiro usava o mar, o principal meio de transporte era marítimo. Isso na década de trinta, para começo de quarenta. Nesse ambiente, eu ganhava um dinheirinho dos gringos.

É aí que entra a história dos estudantes cearenses, universitários. Esse grupo tinha uma república na Lapa, e sempre ia assistir-me. Depois que fizeram intimidade comigo, passaram a exigir tocasse música daqui, música do sertão. Insistiram a ponto de ameaçarem que jamais, a partir daquela data, me dariam dinheiro, como vinham dando, numa colaboração com as minhas apresentações no citado local. Disse para eles que aquilo não dava música sertaneja não dava para aqueles ambientes, e mesmo eu queria tocar música de gente, música de sucesso.

Dias depois, após meditar muito, resolvi mudar de ideia. Em casa, preparei algo como eles gostariam de ouvir. Preparei um forró bruto mesmo, legítimo do pé de serra. Quinze dias depois, para surpresa minha e da rapaziada do Ceará, lancei a música que tinha preparado, e foi aquele sucesso. O local ficou apinhado de gente que foi preciso o dono do bar chamar a polícia para manter a ordem, pois todos queriam ver a minha apresentação do puro baião, do puro forró. Nesse dia, como costumava fazer, coloquei um pires para receber as contribuições dos presentes. Encheu ligeirinho, ligeirinho. Findei enchendo uma bandeja. A vibração dos estudantes foi maior do que a minha. Bom, velho, boa, cabra paidegua. Não lhe dissemos? Daí pra frente as coisas começaram a andar com maior rapidez. Tempos depois estava diante daquela figura admirável de Humberto Teixeira.

Creusa Morena - Valseado.

Fonte - Andanças e Lembranças.

Fonte principal: http://blogdosanharol.blogspot.com.br

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NASCIMENTO DE EXPEDITA FERREIRA FILHA DE LAMPIÃO E MARIA BONITA


No dia 13 de Setembro de 1932, nas caatingas da fazenda Enxú (embaixo de um pé de umbuzeiro), no município de Porto da Folha, no Estado de Sergipe, nasceu Expedita Ferreira, filha de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, e Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita.  

A parteira foi Rosinha (da fazenda vizinha). O vingativo sanguinário capitão Lampião assistiu o parto.

Fonte: facebook
Página: Virgulino Ferreira DA Silva

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PRÊMIO INSTITUÍDO REFERENTE À COLUNA QUE EXTINGUIU “LAMPIÃO”


Em 22 de Dezembro de 1939, João Bezerra da Silva recebeu do interventor federal em Alagoas, um prêmio instituído referente à coluna que extinguiu “Lampião”, assim distribuído: pelo estado de Alagoas – 5:000$000 (Cinco contos de réis), pelo estado da Bahia – 20:000$000 (Vinte contos de réis), somando ao todo 25:000$000 (Vinte e cinco contos de réis). Conforme Boletim nº 289, da Polícia Militar de Alagoas.

Após a morte de Lampião, o cangaceiro Corisco, que era natural de Água Branca/AL, assumiu o posto de vingador, mesmo não sabendo quem realmente havia informado a localização do bando. A vingança caiu sobre o vaqueiro Domingos Ventura (avô da esposa de João Bezerra) que foi assassinado pelo "Diabo Louro" e outros mais, que também foram decapitados e suas cabeças enviadas em um saco para o comandante da Volante.

Lampião e Corisco

Mais ou menos trinta dias depois do massacre de Angico, a maioria dos cangaceiros remanescentes de outros bandos já havia se rendido ou sido capturado, permanecendo na ativa apenas os grupos de (Moreno), Labareda e de Corisco, mas sem realizarem grandes ações, sendo este último morto em 25 de maio de 1940, fechando então o ciclo do cangaço no Nordeste.


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