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segunda-feira, 4 de abril de 2016

NOTAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DO FESTIVAL DE MÚSICAS GONZAGUEANAS (FESMUZA) PARA A PERPETUAÇÃO DA ARTE DO ETERNO REI DO BAIÃO

Por José Romero Araújo Cardoso

Louvado seja o momento que, no Rio de Janeiro, então capital federal, estudantes cearenses conseguiram convencer Luiz Gonzaga a deixar de lado imitações de ritmos estrangeiros e apostasse todas as fichas na autenticidade do estilo musical riquíssimo que outrora tocara pelas quebradas do sertão oeste indômito do Estado de Pernambuco, em forrós pé-de-serra, acompanhando o pai Januário, sanfoneiro renomado e respeitado naquelas plagas distantes. 
          
Após obter nota máxima do rígido Ari Barroso em conceituado programa radiofônico,Luiz Gonzaga peregrinou em busca de quem pudesse ajudá-lo a aperfeiçoar e colocar letras em músicas que trazia na lembrança.
          
O advogado cearense Humberto Teixeira surgiu como a primeira parceria de relevo, resultando em clássicos como Asa Branca, Qui nem Jiló, Respeita Januário, Xanduzinha, Paraíba, entre outras composições célebres que integram o cancioneiro nacional.
          
Em seguida, outros passaram a integrar a história de vida do bravio nordestino, a exemplo de Zé Dantas, Zé Marcolino, etc. Inúmeros sucessos foram se avolumando ao longo do tempo, transformando Luiz Gonzaga em ícone de uma povo.
          
No presente, acontece experiência magistral, no que diz respeito à luta em prol da permanência do legado musical do grande e eterno sanfoneiro do riacho da Brígida, através do Festival de Músicas Gonzagueanas, cujo evento é patrocinado e realizado pelo Grupo São Francisco no Parque Cultural O Rei do Baião, localizado no município paraibano de São João do Rio do Peixe, projeto extraordinário elaborado a partir de todos os ditames que regem a filosofia de vida do grande articulista cultural Francisco Alves Cardoso.
          
Ecoando forte e altivo nas quebradas do sertão, o apelo para que a herança cultural de Luiz Gonzaga, concretizado em forma de acordes, sons, melodia e harmonia, tem vibrado firme pelas veredas da terra do sol, trazendo à tona artistas grandiosos que tem a oportunidade de mostrar brilhante arte que traduz a alma de um povo, a alma do sertão.
           
Faz gosto ver a nova geração cultivando de forma sublime a arte do eterno e insubstituível Rei do Baião, pois muitos sanfoneiros que vem participando do Festival de Músicas Gonzagueanas ainda estão em tenra idade, os quais vem demonstrando que, independente de espaço ou de tempo, Luiz Gonzaga será sempre referência quando o assunto disser respeito ao nordeste brasileiro.
           
Artistas experientes também vem integrando o elenco dos que vem participando do já consagrado Festival de Músicas Gonzagueanas, pois a influência que Luiz Gonzaga exerce sobre a gente nordestina é antiga, demonstrando sua importância no cenário regional.
            
Um solo perfeito de sanfona executando Qui nem jiló ou Juazeiro, bem como todas as músicas do repertório gonzagueano, serve de bálsamo para atenuar o sofrimento de um povo nobre que não se enverga perante as dificuldades, razão pela qual tem sido louvável, na expressão literal do termo, a ênfase atribuída ao Festival de Músicas Gonzagueanas que ocorre nas dependências do Parque Cultural O Rei do Baião.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

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CÂMARA DE PAULO AFONSO APROVA O TÍTULO DE CIDADÃO DE PAULO AFONSO PARA O ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA

Dia 04 de Abril de 2016

Antônio Galdino
Foto: Arq. Folha Sertaneja

Escritor João de Sousa Lima

A Câmara Municipal de Paulo Afonso aprovou na sessão ordinária realizada na manhã desta segunda-feira, 4 de Abril, o título de Cidadão de Paulo Afonso ao escritor e historiador João de Sousa Lima.

Vereador Regivaldo Coriolano - Foto: Antônio Galdino

A proposta foi de autoria do vereador Regivaldo Coriolano da Silva e foi aprovada pela unanimidade dos 15 vereadores pauloafonsinos presentes nesta sessão.

Nascido em 20 de Dezembro de 1964 em São José do Egito/PE, João de Sousa chegou em Paulo Afonso ainda menino, em 1970, com os pais Raimundo José de Lima e Rosália de Sousa Lima e os irmãos José de Sousa Lima, Manoel José de Lima e Maria Bernadete Lima Santos. Em Paulo Afonso estudou na Escola Casa da Criança e depois fez o Curso Técnico de Contabilidade.

Já mais recentemente decidiu estudar História, concluindo o Bacharelado neste curso, escolhido para dar suporte técnico às pesquisas que vinha realizando na região, especialmente sobre a temática do cangaço, sobre a qual já escreveu vários livros. Também faz palestras pelo Brasil, especialmente sobre suas pesquisas sobre o cangaço.

Dentre os seus livros de grande sucesso estão Lampião em Paulo Afonso, já em segunda edição. Para fazer este livro, João de Sousa, intensificou uma pesquisa nos povoados de Paulo Afonso e Glória e descobriu que, só do município de Paulo Afonso, 47 sertanejos entraram para o cangaço. Outro de seus livros é uma biografia de Maria Bonita, a Rainha do Cangaço, que nasceu no Povoado Malhada da Caiçara, em Paulo Afonso e o livro Moreno e Durvinha, sangue, amor e fuga no cangaço que já foi adaptado para o cinema nacional.

divulgação
Escritores João de Sousa Lima e Antônio Galdino da Silva

João também já publicou um livro de poesias, outro sobre os 100 anos de Luiz Gonzaga, destacando suas passagens por Paulo Afonso e tem participação em várias antologias e outros livros em parceria com outros escritores como Antônio Galdino, Edson Barreto, Juracy Marques, Rubinho Lima e outros. É colaborador do jornal Folha Sertaneja onde escreve um artigo sobre Histórias Sertanejas.

Em 2015 lançou a sua última publicação, o livro Lampião, o Cangaceiro que já está entre os mais vendidos do autor.

O escritor é o criador do NEC – Núcleo Experimental de Cinema de Paulo Afonso que produziu o curta metragem sobre o cangaceiro Gato e vídeos-documentários.

Membro da Academia de Letras de Paulo Afonso – ALPA, Cadeira Nº 6 e do Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso – IGH, também é membro/sócio da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço e do UNEHS – União Nacional de Estudos Históricos e Sociais, com sede em São Paulo, dentre outras instituições.

A data da entrega da comenda será definida após acordo entre o homenageado e a presidência da Câmara Municipal de Paulo Afonso.

http://www.folhasertaneja.com.br/noticia/21870967/politica/camara-de-paulo-afonso-aprova-o-titulo-de-cidadao-de-paulo-afonso-para-o-escritor-joao-de-sousa-lima/?indice=0#.VwLFfDEaZ8U.facebook

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INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA....Livro: " SAGA DE ANTÔNIO DA PIÇARRA " - Raríssimo


"Seu Antônio da Piçarra era amigo e afilhado do Pe. Cícero e, por circunstâncias, na época, recebia ordem do padre para manter LAMPIÃO resguardado na sua Fazenda Piçarra, em Brejo Santo-CE..." (Ilton Teixeira )... 

Foi nessa Fazenda, em que houve O fogo da Piçarra (26-3-1928) em que morreu o bravo cangaceiro SABINO DAS ABÓBORAS...

Seu Antônio nasceu em 12/04/1895 e faleceu em 31de agosto de 1994.

Foi um grande coiteiro de Lampião e, fornecedor de armas. Se casou 03 vezes e, teve dezenas de filhos e netos.


Fonte: facebook – 
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=498870196981626&set=gm.463100897232193&type=3&theater

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SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DA IMPRENSA DE MOSSORÓ - FINAL - 04 DE ABRIL DE 2016

Por Geraldo maia do Nascimento

Esta é a 5ª e última parte da nossa viagem através da História da Imprensa Mossoroense, viagem essa que começou em 1872, com o surgimento do jornal “O Mossoroense” vindo até os dias atuais. Claro que muitas publicações deixaram de constar neste trabalho, por desconhecermos de suas existências. 
               
Relacionamos, nos artigos anteriores, informações sobre os seguintes veículos de comunicação: O Mossoroense, que começou a circular em 1872; O Recreio Familiar, de 1876; O Eco, de 1901; O Mossoroense, em sua 2ª fase e A Ideia, de 1902; O Trinta de Setembro e O Passatempo, de 1903; O Mensageiro, A Revista União e o Atheneida, de 1904; O Santeiro, de 1905; A Alvorada, de 1907; O Comércio de Mossoró, de 1908; A Escola, de 1915; A Palavra, Correio do Povo e O Trabalho, de 1926; O 14 de Setembro, de 1928; O Correio Festivo, de 1932; A Escola e O Caixeiral, de 1933; O Boletim da ABC e A Voz do Estudante, de 1935; O Comerciário, de 1937; A Coméia, de 1940; A revista Consagrando uma Data, de 1941; O Boletim do Congresso Eucarístico Diocesano de Mossoró, a revista do 1º Congresso Eucarístico de Mossoró e a revista O Desfile, de 1946; Jornal do Oeste e a Revista Poliantéia, de 1948 ; O Movimento, de 1949; Revista A Presença de Dix-sept Rosado e Meeting, de 1953; O Espião, de 1954; Sempre Alerta, de 1965 e Expressão, de 1969.
               
Temos ainda a acrescentar a esta relação o jornal O Festeiro. O exemplar que tenho em meus arquivos é o nº 3, ano I, de 1928. Tinha como responsável José Martins de Vasconcelos, como redatora-diretora Maria Sylvia e como redatora Isabel Bessa. Era uma seminário domingueiro (na época dessa edição estava circulando diariamente), dizia-se de literatura ingênua, alegre e moral. Tinha colaboradores diversos.
               
Jornal Gazeta do Oeste. Entrou em circulação no dia 17 de setembro de 1977, tendo como diretor Canindé Queiroz.
               
O jornal era de propriedade da C.Q. Gráfica Editora Ltda., com sede na Rua Cunha da Mota, nº 100, Centro.
               
A princípio teve periodicidade semanal, passando depois a diário. Circulou pela última vez em 31 de dezembro de 2015.
               
Jornal De Fato. Circulou pela primeira vez em 28 de agosto de 2000. É o único jornal impresso ainda em circulação em Mossoró. Tem como diretor o jornalista José Cesar dos Santos e Diretor de Redação William Robson. É publicado pela Santos Editora de Jornais Ltda., que fica na Avenida Rio Branco, 2203, Mossoró.
               
Jornal Clandestino. Informativo cultural que circulou pela primeira vez em novembro de 2002, e tinha como editores: Mário Gerson e Grupo Apogeu. Revisão de Graciele de Lima e Kalliane S. Amorim. Diagramação, Renato Mota Arrais. Ilustrações, Wend M. (Didinha), Renato Mota Arrais e Mário Gerson. Tinha vários colaboradores. Circulou até 2012.
               
Jornal Poranduba. Jornal literário que tinha como editor o jornalista Rubens Coelho e vários colaboradores. Começou a circular em 2007. Dizia em seu cabeçalho que Poranduba, em Tupi, significa: contos, histórias, notícias, novidades, perguntas, relações.
               
Jornal Plural. Foi mais uma experiência literária a circular em Mossoró. O primeiro número circulou em 06 de maio de 2006, tendo como editor, João Maria Souza da Silva e as seguintes editorias: Arte e Educação, Symara Tâmara; Literatura e Cultura, R. Leontino Filho; História, Geraldo Maia do Nascimento; Gestão, André Henrique de Souza Neto.
               
Com esses, concluímos nossas pesquisas sobre a imprensa mossoroense. Como já foi dito, a lista não está completa. Muitos outros devem ter circulado em nossa cidade sem que esse pesquisador tenha tomado conhecimento. Solicitamos a colaboração dos leitores para que se tiverem conhecimento de outros jornais que não foram listados acima, que no informe. Prometemos divulgar as colaborações recebidas...

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento
Fontes:
http://www.blogdogemaia.com

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br

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FAMÍLIA CHAGAS ESCREVE O DIA

Por Clerisvaldo B. Chagas,  4 de abril de 2016 - Crônica N 1.506

Sábado passado, esteve reunida toda a família Chagas no lugar Sonho Verde, município litorâneo de Paripueira. Os filhos e filhas de Manoel Celestino das Chagas e Helena Braga das Chagas, estavam ali presentes marcando o dia. Espalhada pelo território alagoano, a família, a pretexto do aniversário de Ivan Chagas, chegou junta numa confraternização ímpar. Ivan, ex-bancário do Banco do Brasil, onde na repartição recebeu o apelido de Ivan Caju, foi o anfitrião naquela paisagem paradisíaca, onde havia muita música ao vivo e uma churrascada para ninguém botar defeito. 

No Sonho Verde encontraram-se várias gerações, pais, filhos e netos entre beijos, abraços, melodias, bebidas e muitas emoções que se estenderam durante todo o dia. O abençoado encontro ocorreu mesmo na residência de Ivan Caju sob a égide dos coqueirais, da quietude, das ruas de solo original e do balanço das águas do Oceano Atlântico.

Crianças jogando bola, adultos recordando, juventude apegada às diversas páginas musicais, desenhavam o sábado escolhido para uma página histórica da família, onde as fotografias ganharam a Web com a mesma rapidez das gargalhadas e as últimas notícias de Santana do Ipanema.

Somente à noitinha, os compromissos voltaram à tona quando grande parte dos presentes retornou a Maceió. Ali, perto das águas mansas da praia de Sonho Verde, Caju completou mais um dos seus cajus. Ficou agendado o próximo encontro para o Sertão, precisamente numa chácara oliventina de um dos membros dos Chagas, ainda no início de maio. Resolvemos trocar o nelore do Litoral pelo bode sertanejo.



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QUEM É REI NUNCA PERDE A MAJESTADE...


Por mais que o “Capitão” Virgulino Ferreira tenha matado, mutilado e cometido todo tipo de depredações em sete estados da região Nordeste durante aproximadamente vinte anos, não há como negar que foi um homem valente e destemido, temido e respeitado até mesmo por seus maiores inimigos. Lampião foi um grande estrategista em combates e derrotou dezenas de tropas militares comandadas por homens experientes e corajosos ao extremo, mas que não foram capazes de superar em combate as táticas e astúcias utilizadas pelo sagaz cangaceiro.

A cada vitória sobre as forças militares do governo o nome do cangaceiro ganhava destaque, notoriedade e respeito. Nascendo assim o mito Lampião. Um homem que mesmo diante de tantas imperfeições se destacou devido sua inteligência e liderança, conquistando o respeito e simpatia de muitos (as), tornando-se um dos personagens-símbolos do Nordeste brasileiro.

A fotografia acima é do nosso amigo/membro Assis Pereira, pernambucano de São José do Belmonte, que ao fazer um passeio pelas ruas do bairro do Brás aqui na cidade de São Paulo/SP, e se deparar com a figura do “Capitão” Virgulino Ferreira “Lampião” em uma loja se emocionou e aproveitou para abraçá-lo e registrar o momento com o ídolo.

Cá pra nós... eu estou achando que o Capitão não gostou muito do abraço, porque ficou duro como uma estátua... kkkkkkkkkk

Envie sua foto também para a administração do Grupo O CANGAÇO. Vamos enriquecer ainda mais o nosso espaço com suas presenças.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior
Grupo: O Cangaço

Link: 
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=568156140014953&set=gm.1198661480146968&type=3&theater

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LAMPIÃO EM SERGIPE (II)


Antes de chegar a Poço Redondo em 29 de abril de 1929, Lampião esteve em Ribeirópolis, Pinhão e no povoado do Alagadiço, pertencente a Frei Paulo. Parecia procurar alguém ou reconhecer um terreno...

Antes de chegar a Poço Redondo em 29 de abril de 1929, Lampião esteve em Ribeirópolis, Pinhão e no povoado do Alagadiço, pertencente a Frei Paulo. Parecia procurar alguém ou reconhecer um terreno onde contava com amigos, como Otoniel Dória, de Itabaiana, terra de Volta Seca. A amizade entre Lampião e Otoniel Dória certamente evitou a entrada do cangaceiro e do seu grupo em Itabaiana. No dia 21 de abril Lampião estava em Ribeirópolis, de lá foi para o Pinhão, voltou para Ribeirópolis, foi a Alagadiço, seguindo viagem até chegar a Poço Redondo, a terra que mais contribuiu com gente, homens e mulheres , para os bandos de cangaceiros. Entrando e saindo de Sergipe, Lampião escolhia a dedo o roteiro e o lugar de suas visitas. A sua presença em Capela, em novembro daquele mesmo ano, é a mais conhecida e relatada, graças aos depoimentos de Jackson Alves de Carvalho, incluindo o relato que fez ao conterrâneo Nelson de Araújo, publicado no jornal A Tarde, da Bahia, e aos artigos de Zózimo Lima, no Correio de Aracaju e na Gazeta de Sergipe. Os dois informantes foram protagonistas dos acontecimentos na Capela e mereceram de Lampião toda a atenção. Um deles chegou a ser procurado no cinema da cidade. Zózimo Lima era dos Correios e Telégrafos, posto chave para evitar que a notícia da presença ali do cangaceiro fosse comunicada às autoridades. Antes e depois de Capela, o capitão esteve em Nossa Senhora das Dores. A rota de Virgulino Ferreira da Silva em Sergipe era guardada por um grande círculo de amizades, transformadas quase sempre em coitos e em fornecimento de víveres, armas, munições, animais, dinheiro e outras coisas necessárias à sobrevivência do chefe e do seu bando. Um dos bons amigos de Lampião foi o capitão médico Eronídes de Carvalho, que depois da revolução de 1930 passou a ser figura destacada da vida política sergipana, ocupando o Governo da Interventoria e sendo, com a constitucionalização de 1934, Governador do Estado. Em agosto de 1929, ano que Lampião passou quase todo em Sergipe, na fazenda Jaramantaia no município de Gararu, houve um encontro entre os dois amigos. Foram longas conversas documentadas pela câmera fotográfica de Eronídes de Carvalho, em fotos que o cangaceiro usa perneiras, o que era raro. Além de ser amigo do militar, Virgulino Ferreira da Silva tinha fortes laços com Antonio Carvalho, o Antonio Caixeiro, pai de Eronídes e influente senhor de terras em Canhoba, Gararu e Porto da Folha e em outros locais do sertão do São Francisco. A notória amizade estimulava os comentários de que a família de Eronídes de Carvalho fornecia armas e munições novas, modernas, tornando Lampião melhor armado do que as forças que o perseguiam. O rio São Francisco era a ponte para Lampião, seu grupo, e os grupos de outros chefes, como Zé Sereno e Corisco, que freqüentemente andavam em solo sergipano. Sendo comum a travessia, nem sempre foi fácil fixar com precisão, quantas foram e quando foram as visitas dos cangaceiros a Sergipe. O que se sabe é que Sergipe foi bem freqüentado e viveu dias de medo, e sobressalto, debaixo da presença sempre surpreendente dos cangaceiros. Sabe-se também, que os senhores de terra e de engenhos davam quantias significativas a Lampião, atendendo aos seus pedidos, quase sempre escritos em cartões de visita com sua foto ao lado, ou em simples pedaços de papel. Antes de ter encontrado com o padre Artur Passos em Poço Redondo, Lampião pode ser assistido missa em Canindé, o arruado antigo que desapareceu do mapa para que surgisse, com a barragem do rio, uma nova cidade. No entanto, não houve o registro nos moldes do que foi feito pelo padre Artur Passos. A presença de Lampião em Sergipe permaneceu no noticiário dos jornais e nas conversas das cidades, povoados, nas feiras e nas ruas e estradas sergipanas, até sua morte na gruta de Angicos, nos domínios geográficos de Poço Redondo, no dia 28 de julho de 1938. O ataque da força alagoana atraiu a imprensa do Brasil, enquanto por coincidência ou não, Eronídes de Carvalho, na chefia do Governo, novamente como Interventor, pagava matéria publicitária de Sergipe, nos jornais do Rio de Janeiro. A morte de Virgulino Ferreira da Silva não encerrou o ciclo. Corisco, que escapou do massacre por ter chegado atrasado para o encontro com Lampião, vingou o chefe degolando moradores de fazendas da margem sergipana do rio São Francisco. O rei do cangaço mereceria ainda, a atenção de escritores sergipanos, como Ranulfo Prata e Joaquim Góis. O primeiro era médico, escritor premiado como contista e como romancista, autor de Dentro da Noite, Navios Iluminados, Lírio da Corrente, escreveu Lampião, documentário editado em 1937 (Rio de Janeiro: Ariel) quando ainda vivo Lampião alimentava o imaginário social com suas façanhas. Joaquim Góis, investigador de polícia, integrante de uma das volantes sergipanas, revelou-se excelente narrador ao escrever Lampião – O Último Cangaceiro (Aracaju: Sociedade de Cultura Artística de Sergipe, 1966). Outro sergipano, José da Costa Dória, radicado na Bahia, testemunha ocular da presença de Lampião no sertão baiano, deixou inédito Vida e Morte do Cangaceiro Lampeão. Padre Artur Passos fez registro do seu encontro com Lampião em Poço Redondo em série de artigos publicados em pequenos jornais de Penedo, Alagoas e de Rosário do Catete e outros lugares de Sergipe. O jornalista baiano radicado em Aracaju, Juarez Conrado é o autor de A Última Semana de Lampião, publicado em 1983, adaptado para especial na televisão. O acadêmico e magistrado José Anderson do Nascimento escreveu Cangaceiros, Coiteiros e Volantes, editado em 1998. Sila: Uma Cangaceira de Lampião é o livro de Ilda Ribeiro de Souza, a Sila, mulher de Zé Sereno, com seu depoimento sobre as andanças dos grupos pelo Nordeste. E Alcino Alves Costa, político de Poço Redondo, tem contribuído com informações e análises para a compreensão do fenômeno do cangaceirismo e especialmente sobre a presença de Lampião em Sergipe. Depois de publicar Lampião Além da Versão, em 1996, acaba de lançar O Sertão de Lampião, ambos editados sob os auspícios da Secretaria de Estado da Cultura. Vera Ferreira, filha de Expedita e neta de Lampião e de Maria Bonita tem pesquisado e estudado o cangaço, publicando livros esclarecedores, sozinha ou em parceria com o incansável Antonio Amaury Corrêa de Araújo, odontólogo e escritor radicado em São Paulo. 

Permitida a reprodução desde que citada a fonte "Pesquise - Pesquisa de Sergipe / InfoNet"

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HISTÓRIAS DE LAMPIÃO LAMPIÃO, DE ENFERMO A TURISTA

Por Geraldo Duarte*

Popularmente e nas narrações dos biógrafos de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, a sabença de seus ferimentos, em refregas, e enfermidades outras, faz-se conhecida.

Afirmam ter sido vítima de cinco lesões à bala. No ombro e virilha, ocorridas em 1921, em Conceição do Piancó, Paraíba. No ano seguinte, recebeu um tiro de raspão na cabeça. “Só por um milagre escapei” - disse o cangaceiro-maior ao doutor Otacílio Macedo. Projeteis, em 1924, 1926 e 1930, atingiram-lhe o dorso de um pé, à omoplata e o quadril, respectivamente. Ocorrências essas registradas nos municípios de Serra do Catolé, Belmonte e Floresta, Pernambuco, e Itabaiana, Sergipe.

O traumatismo da região inguinal, talvez, haja provocado seu modo de andar coxeante.

O jornal Correio de Aracaju, de 03/08/1938, divulgou notícia procedente de Maceió, afirmando que Aristéia Soares de Lima, que pertenceu ao cangaceirismo, se entregou. À polícia, em Santana de Ipanema, declarou que Virgulino “gostava de fotografar-se de pince-nez” e “era corcunda, coxo e cego de um olho.”.

De certeza, a saúde do capitão do Batalhão Patriota fragilizava-se com sérios problemas oftalmológicos.

A perfuração do globo ocular direito, causada por espinho ou garrancho de planta da caatinga, na década de vinte do século passado e, ainda, uma doença degenerativa que afetava a vista esquerda, poderia concorrer para uma cegueira funcional. Segundo relatos, esta visão era prejudicada por um leucoma que provocava intenso lacrimejar. Etiologias infecciosas comuns no Nordeste, como sarampo ou tracoma, podem ter sido causa, conforme estudos de especialistas.

Afora tais males, somava-se o de fotofobia, obrigando Virgulino à utilização permanente de lentes escuras.

Em 1929, por insistência de Maria Bonita, em face dos constantes incômodos visuais do amásio, levou-o a trajar-se com roupas habituais de proprietários de terras locais, modificar a aparência física e procurar atendimento médico. Foi internado, sem que lhe identificassem, no Hospital da Caridade de Laranjeiras São João de Deus, interior pernambucano.

O oftalmologista Antônio Militão de Bragança atendeu-o, tratou-o, extraiu-lhe o órgão vazado e cuidou do outro. Quase um mês de assistência hospitalar levou a recuperação.
Pagas todas as despesas, em uma madrugada, furtivamente, partiu. Antes, escreveu em parede do quarto: “Doutor, o senhor não operou fazendeiro nenhum. O olho que o senhor arrancou foi o do Capitão Virgulino Ferreira da Silva, Lampião.”.

O chefe da cangaceiragem aterrorizou cidades de sete estados nordestinos, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Jamais estivera em uma capital. Isso, até 19 de outubro de 1926.

Anterior ao tratamento comentado e procedido pelo doutor Antônio Bragança, o “Rei do Cangaço” necessitou de intervenção terapêutica mais complexa, somente realizada em clínicas oftálmicas especializadas.

A dificuldade acreditada insolúvel para o bandoleiro mostrou-se facílima para o coronel e deputado José Abílio de Albuquerque Ávila, seu coiteiro e fornecedor de armamentos e munições. A solução era viajar à mauriceia.

Não confiando em ninguém na vida, incluído o próprio Abílio, Lampião acampou cinquenta de seus cabras na fazenda do acompanhante, como garantia e segurança para a ida, a estada e o retorno da arriscada empreitada.

Disfarçado de latifundiário, usou barbas crescidas, óculos escuros, chapéu de massa, terno elegante e preparou-se para a viagem com seu protetor.
De trem, rumaram de Garanhuns para o Recife.

Ali, submeteu-se a terapêutica ambulatorial com o então famoso cirurgião Isaac Salazar da Veiga e, durante a permanência, fez-se verdadeiro turista.

Pasmou-se com o intenso movimento de veículos pelas ruas e de pessoas nos estabelecimentos comerciais. Admirou-se com a imponência das igrejas. Visitou-as e nelas rezou. Passeou em bondes elétricos, indo à Olinda, quando conheceu a Sé e o Seminário. Surpreendeu-se com a imensidão do oceano, que desconhecia, e impressionou-se com os tamanhos dos navios. Conheceu o Cinema Royal, na rua Nova, onde assistiu a um filme, em cartaz, sobre a atividade militar. O Palácio do Campo das Princesas e o Quartel do 2º Batalhão mereceram especiais atenções. Frequentou o restaurante do Hotel Leão, na rua do Rangel, à época dos mais preferidos pelo público.

Turismo intenso viveu Lampião em sua temporada recifense.

*Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista. 

http://macariobatista.blogspot.com.br/2014/01/historias-de-lampiao.html

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FRANCISCA DA SILVA TAVARES VIÚVA DO CANGACEIRO ASA BRANCA

Por José Mendes Pereira
Cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira, viúva do cangaceiro Asa Branca Francisca da Silva Tavares e o escritor Kydelmir Dantas

Como  Francisca da Silva Tavares conheceu o cangaceiro "Asa Branca"

Segundo ela contou a Adryanna Paiva minha filha e a mim, que no ano de 1954, ela já era casada e mãe de um filho. Mas nesse período, ela contraiu uma doença, ficando por alguns meses  sem andar. Procurando recursos para se livrar da maldita doença que ora a perseguia, soube que na região havia um curandeiro, já de idade. Não foi tão difícil, pois dias depois um velho fazia as curas ao pé de sua cama. O tempo foi se passando, finalmente dona Francisca se livrou da maldita e desconhecida doença. 

Com aquele contato de reza vai, reza vem, os dois findaram apaixonando um pelo o outro, e dona Francisca passou a desejá-lo. E no ano de 1955, resolveu abandonar  o seu marido e um filho de sete meses, fugindo com o curandeiro, cujo destino de apoio, Mossoró.

O ex-cangaceiro Asa Branca

Mas veja bem leitor, quem era o curador! Antonio Luiz Tavares, o ex-cangaceiro "Asa Branca", que deve ter aprendido as milagrosas rezas com o seu ex-comandante, Virgulino Ferreira da Silva o Lampião.


Pelo que se ver é que dona Francisca da Silva fez o mesmo papelão que fez a rainha do cangaço, Maria Bonita, quando abandonou o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Neném, para acompanhar o afamado Lampião.


A única diferença entre as duas, é que Maria Bonita tornou-se cangaceira; e  Dona Francisca jamais participou de cangaço.

Mas  assim que o seu pai, o Máximo Batista tomou conhecimento que ela havia fugido com o rezador, isto é, o "Asa Branca", mandou dois dos seus funcionários procurá-la por todos os recantos de Mossoró.

Já fazia três dias da permanência do casal em Mossoró, e assim que Asa Branca soube que estava sendo procurado, resolveu fugir às pressas com a companheira para Fortaleza, capital do Ceará. Lá, desempregado, foi assistido por um médico, o doutor Lobo, que logo solucionou o seu problema, e o empregou em uma mina de ametista.

De Fortaleza, foram morar em Itapipoca, posteriormente para Caridade, e lá o casal teve quatro filhos, mas sempre trabalhando na agricultura.

Anos depois a família mudou-se para Macaíba, já no Estado do Rio Grande do Norte. Com alguns anos passados, Asa Branca resolveu retornar a Mossoró, onde aqui criou a sua família e viveu os seus últimos dias de vida.

Nos anos 70, o Dr. José Araújo, ex-dentista, e diretor de algumas escolas de Mossoró, juntamente com João Batista Cascudo Rodrigues, conseguiram um emprego na FURRN, atualmente UERN, e Asa Branca trabalhou nela até morrer.

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A TESE DO ENVENENAMENTO EM ANGICO


Em decorrência do excelente debate, sobre a tese do envenenamento em Angico, em particular, o fenômeno das mortes de alguns urubus naquele coito, compartilho a Revista O Cruzeiro de 26.09.1953, em que Oséias Rosa (irmão de Pedro e Durval), concede entrevista para o jornalista Luciano Carneiro, e fala sobre aquele fenômeno (imagem 4). Aproveito o ensejo para postar, novamente, as outras três partes, que compuseram, a série de matéria, produzida por aquele repórter. PDF no arquivo










Fonte: facebook
Página: Geziel Moura

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