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sexta-feira, 8 de junho de 2018

LENDA DO TÊNIS MUNDIAL, MARIA ESTHER BUENO MORRE AOS 78 ANOS.

Alexandre Cossenza, Demétrio Vecchioli e José Edgar de Matos Do UOL, em São Paulo (SP) 08/06/2018 

Lenda do tênis mundial e por muitos anos comentarista da modalidade no canal Sportv, Maria Esther Bueno morreu nesta sexta-feira. A ex-atleta de 78 anos, que fez história durante as décadas de 1950 e 1960, estava internada no Hospital 9 de Julho, em São Paulo, após ser diagnosticada com um câncer na boca. Posteriormente, a doença afetou seu ombro e suas costas.

O velório de Maria Esther será no Salão Oval do Palácio dos Bandeirantes, do governo de São Paulo. A cerimônia será realizada das 8 às 15 horas.

Maria Esther foi internada no Hospital 9 de julho em meados de maio. Ela lutava contra o câncer e estava sedada desde a última quarta-feira, mas não resistiu e morreu.

Com a raquete na mão, Maria Esther fez história e foi a primeira representante brasileira a se destacar na modalidade. Durante a carreira, a paulistana se tornou um dos principais nomes do esporte durante a transição do amadorismo para o profissionalismo.

https://www.scoopnest.com/pt/s/Maria%20Esther%20Bueno/

Maria Esther Bueno conquistou sete títulos de Grand Slam de simples - quatro no Aberto dos Estados Unidos e três na tradicional grama de Wimbledon. Ela ainda levantou o troféu nas duplas em 12 oportunidades (uma delas nas duplas mistas ao lado do australiano Bob Howe).

Nas duplas, a brasileira colocou seu nome na história ao vencer os quatro torneios de Grand Slam no mesmo ano em 1960, marca atingida apenas por outras lendas como Martina Navratilova, Pam Shriver e Martina Hingis.

A carreira extremamente vitoriosa alçou a tenista ao Hall da Fama da modalidade no ano de 1978. Em 1959, temporada na qual venceu Wimbledon e o US Open, Maria Esther Bueno recebeu o prêmio de Atleta do Ano pela Associated Press (AP), sendo a única atleta do país a chegar a tal feito (tanto no masculino quanto no feminino).

Pioneira do Brasil nas quadras

Nascida em 11 de outubro de 1939, a lendária tenista brasileira começou a carreira aos 12 e, ainda adolescente, conquistou o primeiro torneio. A paulistana, que cresceu nas quadras do extinto Clube de Regatas Tietê e era frequentadora assídua da Sociedade Harmonia de Tênis, teve a sua trajetória profissional interrompida no final da década de 60 por uma lesão no cotovelo direito.

Maria Esther Bueno lê os jornais que ressaltaram sua vitória em WimbledonImagem: 11.07.59/Folhapress.

Maria Esther chegou a tentar o retorno jogando com o braço esquerdo nos anos 70, mas não teve o mesmo brilho. Antes figura constante entre os principais nomes da modalidade, a brasileira chegou a alcançar o número 29 do mundo em 1976 na WTA, em um dos poucos rankings no qual ela apareceu desde a criação da entidade, em 1973.

A ex-tenista também se destacou um motivo além do jogo durante o profissionalismo. Maria Esther fez parceria com o renomado estilista Ted Tinling, responsável por produzir os vestidos que a tenista usava em quadra, e ganhou destaque pela elegância nos trajes esportivos.

O ingresso no circuito internacional, ainda na Era Amadora, veio em 1958, já com um título de duplas em Wimbledon aos 19 anos.

"Bailarina do tênis" recebeu diversas homenagens

Maria Esther Bueno posa ao lado de Gustavo Kuerten, outro brasileiro a chegar ao topo no tênis - Imagem: Andre Penner/AP.

De acordo com o Hall da Fama do Tênis, Maria Esther Bueno ocupou o topo do ranking mundial em 1959, 1960, 1964 e 1966. A elegância da brasileira também aparecia no estilo de jogo, como mostram obras dedicadas à modalidade, reproduzidas pelo site da entidade que reconhece os melhores tenistas da história.

“O incomparável balé de Maria Esther Bueno. Seu voleio bonito, sempre jogando com ousadia e brio, a brasileira se tornou a primeira sul-americana a conquistar Wimbledon”, escreveu Bud Collins em “A Enciclopédia do Tênis.”

“Ela parecia como uma exótica gata siamesa na quadra. Maria é sinuosa, elegante e feminina. É a Rainha de Wimbledon”, descreveu Gwen Robyns, por sua vez, no livro “Wimbledon: The Hidden Dream”.

O sucesso nas quadras lhe rendeu diversas homenagens. Maria Esther emprestou seu nome à quadra central do Parque Olímpico da Barra, palco do tênis nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Ela ainda teve uma estátua exposta no museu de cera Madame Tussauds, em Londres.

Outras estátuas foram construídas em sua homenagem em São Paulo: uma no complexo esportivo do Pacaembu, uma no Clube de Regatas Tietê e outra na praça Califórnia, em Pinheiros.

Presença nas tribunas como convidada de honra anualmente em Wimbledon, Maria Es

https://esporte.uol.com.br/tenis/ultimas-noticias/2018/06/08/lenda-do-tenis-mundial-maria-esther-bueno-morre-aos-78-anos.htm?utm_source=chrome&utm_medium=webalert&utm_campaign=uol

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VISÃO GEOGRÁFICA DE HENRY KOSTER SOBRE MOSSORÓ EM 1810.

Por José Romero de Araújo Cardoso

Henry Koster era filho de um comerciante inglês radicado em Lisboa (PT), tendo nascido na capital lusitana. Devido à saúde frágil, estabeleceu-se no ano de 1809 em Pernambuco, onde se tornou senhor de engenho em Itamaracá. Falava fluentemente o português, motivo pelo qual ficou conhecido entre os nativos por Henrique da Costa. Faleceu por volta de 1820 em Recife (PE).
          
Em 1810 empreendeu viagem a cavalo, saindo de Recife em direção ao Ceará. A sete de dezembro, às dez horas da manhã, chegou ao pequeno arraial de Santa Luzia, o qual não passou despercebido à apurada visão do viajante inglês.
          
Em 1816 Koster publicou em Londres livro que compila as observações feitas durante a fantástica viagem, com título de Travels in Brazil, em dois volumes. Em 1942 Câmara Cascudo traduziu, prefaciou e comentou a obra do viajante inglês, sendo publicada pela Editora Brasiliana, de São Paulo, dando-lhe o título de Viagens ao Nordeste do Brasil.
          
Com relação a Mossoró, cujos registros Câmara Cascudo considerou o primeiro e melhor depoimento sociológico e etnográfico da região, Koster assinalou que na época constava duzentos ou trezentos habitantes, estando edificado em quadrângulo tendo uma igreja e pequenas casas baixas. O viajante inglês enfatizou ainda a dura labuta cotidiana dos sertanejos radicados no arraial de Santa Luzia do Mossoró, tendo que conviver com a ameaça de animais ferozes e com as secas.
          
No arraial de Santa Luzia, Koster reencheu garrafas de bebidas e supriu-se de tijolos de rapaduras, demonstrando que o viajante inglês estava bem adaptado à cultura local. A rapadura, obtida com o beneficiamento da cana-de-açúcar em engenhos e moagens, tornou-se um dos símbolos do Nordeste Brasileiro.
          
A igreja a qual Koster fez referência é a atual matriz de Santa Luzia, em cuja imediação é considerada por muitos como o marco zero do povoamento mossoroense. Com relação ao citado templo católico, encontramos na Wikipédia que: A primeira edificação no local foi uma capela fundada oficialmente no dia 5 de agosto de 1772. Na ocasião, o sargento-mor da ribeira do Mossoró, Antônio de Souza Machado, e sua mulher, Rosa Fernandes, receberam autorização para construir uma capela na fazenda Santa Luzia, de sua propriedade. Em 13 de julho de 1801, Rosa Fernandes, já viúva, doou o patrimônio da Capela de Santa Luzia, onde já eram enterrados os mortos da cidade desde 1773. Em 1830  foi feita uma reforma na capela, que recebeu uma imagem de Santa Luzia de Mossoró, em madeira, esculpida em Portugal.
          
Motivos históricos, como a fixação efetiva da população e a continuidade do povoamento, foram levados em conta para a fixação do marco zero ao lado da igreja matriz de Santa Luzia, pois há consenso entre àqueles que escreveram sobre Mossoró que a povoação tomou impulso histórico e geográfico a partir da construção do templo em devoção à santa italiana.
          
Polêmicas, no entanto, são enfatizadas com relação ao início da colonização e do povoamento de Mossoró, pois há registros bem antes de 1772, com a presença dos Carmelitas no Rio do Carmo.
          
Em Viagens ao Nordeste do Brasil, Koster não faz menção à existência da Missão Carmelita no rio do Carmo, talvez em razão de sua viagem não ter sido realizada contemplando efetivamente a área de fixação dos religiosos oriundos de Pernambuco, não obstante haver citação em Viagens ao Nordeste do Brasil que houve travessia do leito seco do Panema, em cujo curso encontrava-se a redução Carmelita de catequese.
          
Em todo relato enfatizado por Koster, constata-se inexpressiva espacialização geográfica no arraial de Santa Luzi e em áreas adjacentes, pois avançando em direção ao Ceará, na localidade Tibau, destacou existir esparsas choupanas de pescadores e cinco ou seis casinhas de palha no povoado de Areias.
          
A fim de dar sustentação à tese que defende o surgimento de Mossoró a partir da igreja de Santa Luzia, o escritor e historiador Geraldo Maia afirma que: O fato dos Carmelitas terem sido os primeiros habitantes da região não quer dizer que os mesmos foram os fundadores, nem tampouco que a mesma nasceu no Carmo. (...) Mossoró surgiu ao redor da Capela de Santa Luzia em 1772, erguida no pátio da fazenda do mesmo nome, nas margens do rio Mossoró, por isso ficou sendo arraial de Santa Luzia, sendo emancipada como Vila do Mossoró, em 15 de março de 1852 , através da lei número 246, e elevada ao predicamento de cidade em nove de novembro de 1870, através da Lei número 620 da mesma data, passando a ser Cidade de Mossoró como permanece até os dias atuais.
          
O escritor e historiador Geraldo Maia defende que se os Carmelitas realmente tivessem tido a primazia de ter fomentado a efetiva colonização e povoamento de Mossoró, a Cidade teria tomado a denominação toponímica de Nossa Senhora do Carmo, Carmópolis ou denominações parecidas.
          
Os escombros da antiga morada dos Carmelitas existem, visitei-os diversas vezes, motivado pelos relatos fabulosos de David Medeiros Leite, Gildosn Sousa Barreto e José Lima Dias Júnior em Os Carmelitas em Mossoró, opúsculo importantíssimo para a história local em razão que defende com plausíveis argumentos a instalação do verdadeiro marco zero do início da povoação na região do rio do Carmo.
          
A presença Carmelita no Rio do Carmo é fato histórico inegável, datando do início do século XVIII, setenta anos antes da construção da igreja de Santa Luzia, motivo pelo qual não se pode desprezar a contribuição inequívoca que a ordem religiosa prestou para a História mossoroense, havendo necessidade de se repensar a importância de se colocar placa alusiva ao fato histórico referente ao início do povoamento também na área em que se fixou a missão religiosa na terra dos Monxorós, pois a existência de dois marcos zeros não é algo possível para a localização histórica referente ao início da colonização e povoamento de um lugar.

FONTES CONSULTADAS:

Catedral de Santa Luzia de Mossoró. Disponível em .< https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Santa_Luzia_de_Mossor%C3%B3>. Acesso em: 03 de junho de 2016.

DAVID MEDEIROS LEITE. Disponível em .< http://www2.uol.com.br/omossoroense/120504/entrevista.htm>. Acesso em: 09 de junho de 2016.

GASPAR, Lúcia. Henry Koster. Pesquisa Escolar Online. Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em .< http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar_en/index.php?option=com_content&id=1115>. Acesso em: 20 de julho de 2016.

LEITE, David Medeiros; BARRETO, Gildson Sousa; DIAS JÚNIOR, José Lima. Os Carmelitas em Mossoró. Mossoró: Fundação Vingt-un Rosado, 2002.

MAIA, Geraldo. Assim Nasceu Mossoró. Disponível em: .< http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2011/11/assim-nasceu-mossoro.html >. Acesso em: 05 de junho de 2016.

_______________.  Henry Koster e Mossoró em 1810. Disponível em: .< http://www.caldeiraodochico.com.br/henry-koster-e-mossoro-em-1810/>. Acesso em: 08 de julho de 2016.

_______________. Seriam os Carmelitas os fundadores de Mossoró? Disponível em: .< http://www.blogdogemaia.com/geral.php?id=167>. Acesso em: 09 de julho de 2016.

KOSTER, Henry. Viagens ao Nordeste do Brasil. 12ª edição. Tradução, prefácio e comentários de Luís da Câmara Cascudo. Rio – São Paulo – Fortaleza: ABC Editora, 2003. V. 01.

___________. Viagens ao Nordeste do Brasil. 12ª edição. Tradução, prefácio e comentários de Luís da Câmara Cascudo. Rio – São Paulo – Fortaleza: ABC Editora, 2003. V. 02.
ROSADO, Vingt-un. Koster volta a Mossoró. Mossoró: Fundação Vingt-un Rosado, 1998 (Série C, Coleção Mossoroense, V. 990).

______________. Mossoró. Mossoró: Fundação Vingt-un Rosado, 2006 (Série C, Coleção Mossoroense, V. 1521).
                                
José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto do Departamento de Geografia (DGE) da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FAFIC) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Membro do ICOP (Instituto Cultural do Oeste Potiguar), SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço) e da ASCRIM (Associação dos Escritores Mossoroenses). Diretor de Acervos da ASCRIM (Associação dos Escritores Mossoroenses) (Biênio 2017-2018).

Enviado pelo autor

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Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

Adquira-o através destes e-mails:

franpelima@bol.com.br

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
E-mail:   

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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A TV ACABA OU PERMANECE?

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.918

As perguntas se sucedem sobre o futuro da televisão. Será substituída? Evoluirá mais ainda? Continuará sendo a companheira da dona de casa em sua novela preferida? Foi em 1950 quando no Brasil governava no seu último ano, o presidente Eurico Gaspar Dutra, popularmente presidente Dutra, que surgiu a televisão brasileira. A primeira emissora foi a TV Tupi de São Paulo. Até parece nome de marca de enxada. Ela foi fundada pelo dono de rede de jornais “Diários Associados” e da revista “O Cruzeiro”, Assis Chateaubriand. Na época, o Rádio já estava no auge e revelava muitos cantores e outros profissionais, além da própria gente do Rádio. Assim, esses profissionais foram chegando à televisão.

Prédio onde funcionou a TV Tupi. (Foto: Prefeitura-divulgação).
Naquela época somente o rico podia comprar um aparelho para se divertir com programas musicais humorísticos, esportivos e telejornais. Houve a inauguração da TV Tupi, mesmo com apenas cinco aparelhos particulares em São Paulo. Entretanto, o dono da TV Tupi, Chateaubriand, comprou televisores e os distribuiu em pontos da cidade. Nos anos de 1960, a TV foi sendo desejada por todos. Os profissionais do Rádio pensavam até que o Rádio desapareceria com a concorrência. Com a continuação, em 1970, a TV já fazia parte definitiva na casa dos brasileiros.
A evolução da sua qualidade chegou até os nossos dias, quando a população procura cada vez mais uma imagem mais perfeita. Mesmo sendo popular como a geladeira e o fogão, o preço continua alto. Mas o aperfeiçoamento do celular, hoje com várias denominações, ameaça o uso constante do televisor e mesmo o do computador de mesa. Como o homem não para de inventar e aperfeiçoar seus inventos, ainda irão chegar coisas que o cão duvida. Aliás, muitas já chegaram, deixando de boca aberta o próprio usuário.
O Rádio continua trabalhando ao lado da televisão e dos sites que engoliram os jornais impressos. Parece não ter sofrido nada até agora. Mas, a televisão sobreviverá? Pelo menos até a copa de 2018, sim.


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JOÃO DA ESCÓSSIA NOGUEIRA

Por Geraldo Maia do nascimento

Nasceu em Mossoró a 27 de maio de 1873, sendo filho do jornalista Jeremias da Rocha Nogueira, pai da imprensa mossoroense, e de Izabel Benigna da Cunha Viana. Foi o terceiro filho do casal que, antes dele, tiveram Cecília da Rocha Nogueira e Agar, vindo este a morrer ainda criança. João foi o primeiro Escóssia de Mossoró. 


Sobre isso nos conta Lauro da Escóssia: “Dias após o seu nascimento, foi levado à Igreja Matriz de Santa Luzia a fim de receber as águas lustrais do batismo. Seria batizado com o nome de João Batista da Rocha Nogueira. Na época dessa cerimônia estava em evidência a luta entre a Igreja Católica e a Maçonaria, em nossa cidade seriamente fomentada através do jornal, que tinha o pai do neófito como diretor, pois era Jeremias da Rocha “homem de bons costumes”. O padrinho seria Targino Nogueira de Lucena, outro maçom, pelo que os dirigentes católicos rejeitaram batizar o inocente rebento de Jeremias. A providência não se fez esperar: Jeremias conduziu a criança à Loja Maçônica 24 de junho, sendo ali batizada com o nome do patrono da Ordem Escocesa Antiga e Aceita – São João da Escócia. Esta foi a solução lógica que deu origem à família Escóssia (assim mesmo com dois ss), hoje com centenas de descendentes radicados em vários Estados do País”. João da Escóssia foi jornalista, xilógrafo, artista plástico, desenhista, gravador, cenarista e autor de teatro. Em 1901 fundou o jornal humorístico “O Echo” que circulou até 1902, e foi considerado o marco da xilogravura potiguar. Em 12 de junho de 1902 reabriu "O Mossoroense", em sua segunda fase, dando continuidade ao trabalho do seu pai. O jornal ganhou com João da Escóssia uma nova cara: passou a ser ilustrado com gravuras, cujas matrizes ele próprio talhava em madeira utilizando apenas um simples canivete. No número de estreia, o jornal apresentou uma alegoria em homenagem a Frei Miguelinho, em trabalho de xilogravura que ocupava toda a primeira página. Em sua empresa, denominada Atelier Escóssia, João também fazia artes publicitárias, carimbos para particulares e empresas, intermediava aulas para professores de arte, vendia cartões postais, máscaras carnavalescas e muitas outras coisas de sua criação. Sob a direção de João da Escóssia, “O Mossoroense” circulou até 1917. Foi um homem preocupado com o futuro intelectual das novas gerações, ao ponto de se inscrever, em 1901, para prestar auxílio ao Colégio Sete de Setembro, fundado a 7 de setembro de 1900 pelo professor Antônio Gomes de Arruda Barreto, que transferiu sua escola da Paraíba para Mossoró a convite do farmacêutico Jerônimo Rosado. Um início de paralisia o colocou numa cadeira de rodas.  Chegou a viajar ao Rio de Janeiro para tratar-se na clínica do Dr. Henrique Roxo; não adiantou. Sofria também com inchaços e fortes dores na mão direita, justamente a que imprimia força no canivete para moldar formas na madeira. Faleceu em Mossoró a 14 de dezembro de 1919, num dia de domingo, aos 46 anos de idade. Além de patrono de uma rua no bairro de Nova Betânia, bairro nobre da cidade, o seu nome aparece com muita justiça no frontispício de um dos templos maçônicos do Oriente de Mossoró – a Loja Maçônica João da Escóssia, fundada a 15 de maio de 1967, por um grupo de 13 obreiros oriundos do quadro da sua coirmã, Loja 24 de junho, também deste Oriente.

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EM ENTREVISTA, PIAZA MERIGHI APRESENTA 'O CONTO DE Y'

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Piaza Merighi, é advogado, morador de Porciúncula, no interior do RJ (pode não parecer, mas apesar do nome, é uma cidade real), nerd assumido, leitor inveterado e agora escritor.

“Quando escrevi o final. Era exatamente o que eu queria fazer com aqueles personagens (sem spoilers!), mas materializar seus destinos finais na escrita foi mais difícil do que pensei.”

Boa leitura!

Escritor Piaza Merighi, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o inspirou a escrever “O Conto de Y”?


Piaza Merighi - Desde criança sempre gostei muito de ler, hábito que se intensificou ao longo da vida. Mas daí a decidir me arriscar como autor foi algo que levou tempo e coragem…Tenho um gosto especial pelo universo fantástico, um tipo de literatura complexo e não tão comum no Brasil, mas muito bem representada por nomes como Affonso Solano e Eduardo Spohr. Então, acabei decidindo por essa ambientação para meu primeiro livro.

Como foi a escolha do título?

Piaza Merighi - O livro narra a história de Y, um guerreiro mercenário em um reino em guerra; então, o título acabou sendo uma consequência meio lógica.

Apresente-nos a obra.

Piaza Merighi - “Uma terra de monstros e magia, onde criaturas vagam atacando inocentes, e feiticeiros lidam com forças capazes de corromper o mais íntegro dos homens. É nesse cenário que Y, um aventureiro viajante, aceita uma missão supostamente simples para resgatar a filha de um líder local, mas se vê envolvido nos planos da Làithean, um grupo de druidas e magos que não hesita em assassinar cidades inteiras para atingir seu objetivo: vingar a derrota dos elfos em uma guerra ocorrida séculos atrás e garantir que a natureza se sobreponha aos humanos e demais raças.”

Quais os principais desafios encontrados para produção do enredo que compõe a obra?

Piaza Merighi - O principal desafio foi manter o foco, criando uma narrativa simples e envolvente, sem sobrecarregar com fatos ou informações que pudessem ser um obstáculo ao leitor.

Dizem que os personagens têm muito do autor. Qual dos personagens de “O Conto de Y” tem mais de você? Por quê?

Piaza Merighi - Gosto de todos os personagens, uns mais que outros, mas daí a dizer que tem algo meu… não, não é o caso.

Quais critérios foram utilizados para a escolha de nomes dos principais personagens que compõem a trama?

Piaza Merighi - O caso mais significativo é Y, o protagonista guerreiro/mercenário, com um nome inspirado no personagem de “O Castelo”, de Kafka, e na matemática. Assim como o pobre K, Y também é só isso, uma letra, nem mesmo um nome; e sendo tradicionalmente a letra “x” a designação de algo incógnito, o protagonista não chega nem mesmo a ser um X, ele é só um Y em seu conturbado mundo em guerra.

Qual o momento, enquanto escrevia a obra, que mais o marcou? Comente.

Piaza Merighi - Quando escrevi o final. Era exatamente o que eu queria fazer com aqueles personagens (sem spoilers!), mas materializar seus destinos finais na escrita foi mais difícil do que pensei.

Onde podemos comprar seu livro?

Piaza Merighi - “O Conto de Y” está disponível no site da Drago Editorial e pelo site do livro. Além disso, quem quiser conhecer mais, pode visitar a página no facebook.

https://www.livrariadragoeditorial.com/products/pre-venda-o-conto-de-y-piaza-merighi (apesar do link, não é pré-venda, mas venda oficial)

Quais os seus principais objetivos como escritor?

Piaza Merighi - Acredito que, independentemente de qualquer coisa, um bom livro é aquele que o leitor gosta, que prenda sua atenção. Se conseguir isso, já estarei satisfeito.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor “O Conto de Y”, do escritor Piaza Merighi. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Piaza Merighi - Aqui, eu gostaria de agradecer a oportunidade desse espaço; afinal, até há pouco tempo eu era só um leitor, e agora estou no meio de autores excelentes.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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AS CIRCUNSTÂNCIAS EXTERNAS E INTERNAS À VIDA DE LAMPÍÃO...

Por Verluce Ferraz

As circunstâncias internas e externas da vida de Lampião não eram de forma alguma desfavoráveis a uma pressuposição de um desvio sexual no cangaceiro. Traços distintos podem, provavelmente, serem encontrados no cangaceiro, com uma inclinação precoce que podem ser presumidos de constituição para uma predisposição a uma neurose; outros indicam predisposição ao crime. Até a sua puberdade as suas forças libidinosas não eram atraídas para as mulheres, enquanto só aumentavam os seus desejos de vingança. A esta altura certas outras circunstâncias não precisam ser examinadas aqui, entram em jogo sua fixação na raiva, enquanto se formava à puberdade. A natureza de sua índole sempre o atraíram para os crimes, reforçado pela mãe que o aconselhava não retornar à casa sem tomar certas atitudes contra aqueles que o contrariassem. Já me referi em outros textos aos sentimentos que Virgulino Ferreira da Silva tinha em relação à sua mãe e avó, explicando isso através da sua composição musical “Mulé rendeira” e através da teoria do pai da psicanálise, o Complexo de Édipo. As letras das composições de Lampião são testemunho de seus desejos. Ele se orgulhava tanto de suas habilidades no uso das armas que respondia à sociedade de forma romanesca, colocando sua família como uma forma de reflexo de sua própria infância. A versão de suas letras dão para imaginar como Lampião odiava a todos.

“Meu rifle atira cantando
Em compasso assustador
Faz gosto brigar comigo
Porque sou bom cantador
Enquanto meu rifle trabalha
Minha voz longe se espalha
Zombando do próprio horror”

Durante anos a fio, sua raiva era dirigida a todos, mas considerando a associação que faço entre os Complexos, (de Édipo e Lampiônico) evidencia-se que odiava o pai, e desejava sua morte. Assim sendo, a finalidade com que isso ocorreu, tinha verdades de um amor inconsciente como um sintoma reativo, e os crimes por ele perpetrados exerciam a finalidade de matar o pai para ficar com a mãe. Os crimes eram para suprimir outro crime. Não posso deixar de verificar que foram os bordados da Maria que trouxeram à tona os desejos da sua velha afeição pelas duas mulheres de sua vida: a mãe e avó. Assim A Maria exercia poderes sobre o cangaceiro, mas nunca o suficiente para afastá-lo do mundo do crime.Nenhum outro sentimento posso colocar no lugar, para ocupar aqueles crimes. Não se pode ignorar que Lampião era incapaz do sentimento de amor. 

Dependendo de tantas condições desfavoráveis, o cangaceiro necessitava mais das condições do Sertão do que de uma mulher para satisfazer seus impulsos e desejos sexuais sádicos...

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

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LENHA NA FOGUEIRA ! ADEMAR OU BENJAMIM?


Por Renato Casimiro

Severo me pediu uma opinião sobre o excelente Depoimento de Nirez, com respeito à participação de Ademar Bezerra Albuquerque na realização do filme com Lampião. A rigor, não ouvi ali nada do que não seja o restabelecimento da verdade. Nirez tem a seu favor um zelo muito grande por tudo que lhe cerca, seja na fotografia, na música e em todas as suas manifestações de grande memorialista.

Não há dúvida que o seu depoimento procura esclarecer a verdade sobre aquilo que, historicamente, se aceitou como sendo uma ação de Benjamim Abrahão.

É perfeitamente factível que as atenções de Ademar Bezerra Albuquerque para não perder a oportunidade de realizar o trabalho, através de Benjamim, sejam verdadeiras e incontestáveis. E nisto o Nirez juntou detalhes fornecidos pelo Chico Albuquerque com grande propriedade para firmar a veracidade das afirmativas. Procurando imagens do Juazeiro antigo, não encontrei em muitos anos uma só que pudesse ser referida ao “fotógrafo” Benjamim. E olhe que ele tinha tudo para fazê-lo, pois no período em que foi secretário do Pe. Cícero, Juazeiro se viu descoberto por uma quantidade enorme de visitantes ilustrados e o dia-a-dia da casa do padre era muito favorável a isto.

Ademar Bezerra Albuquerque 

Efetivamente, este período de Juazeiro e do Pe. Cícero (época em que Benjamim servia à casa do padre) é muito rico em imagens fotográficas e filmes. A propósito destes filmes, reproduzo o texto que apresentei em nosso então jornal eletrônico Juazeiro on line, na sua edição de 18.01.2009, numa coluna denominada Juazeiro, por aí, que ainda pode ser encontrado disponível em
http://www.juaonline.info/.

FILMOGRAFIA(I)...

Numa consulta à Cinemateca Brasileira (Secretaria do Audiovisual/Minc), São Paulo, localizei dados sobre os filmes realizados pelo sr. Lauro Reis Vidal, durante sua visita a Juazeiro, em 1925. Foram três películas: um filme original, de 1925, e dois outros montados nos anos 1939 e 1955.

FILMOGRAFIA(II)...

O JOAZEIRO DO PADRE CÍCERO

(Infelizmente, a Cinemateca Brasileira não possui este filme), é um documentário inscrito na categoria de curta-metragem/silencioso/não-ficção. O material original foi em 35mm, BP, 16q. Produção de 1925, em Fortaleza, onde foi lançado em 08.12.1925, no Cine Moderno. A produtora foi a Aba Film, de Adhemar Albuquerque, que fez a direção. Sinopses: "Surpreendente filme natural apresentando magníficos aspectos da região do Cariri em que se vêem: Joazeiro, Crato, Barbalha e outros lugares, assim como Missão Velha, Lavras, Quixadá, Ingazeiras, Fortaleza, etc.

Impressionante vista do grande açude do Cedro". (Jornal do Comércio, 28.11.1926). "Trata-se de uma bela reportagem cinematográfica do Cariri, zona em que o padre Cícero exerce a sua infatigável atividade e o seu grande prestígio. O Joazeiro, a cidade do padre Cícero, é apresentada em seus diversos aspectos, mostrando o seu progresso, o seu povo, enfim tudo o que ali existe de importante. Além do Joazeiro, o público aprecia outros bonitos pontos do sertão cearense, destacando-se o Crato, Barbalha, Missão Velha e o colossal açude do Cedro, obra grandiosa da engenharia brasileira. De Fortaleza há algumas, como sejam o porto, o passeio Público e o Parque da Liberdade.

Há também belos trechos da estrada de ferro e fotografias de Lampião e seu grupo. É um filme digno de ser apreciado. Não fatiga o espectador. Ao contrário, torna-se atraente pela variedade de cenas, que desenrola. Além disto satisfaz uma curiosidade: mostra o maior domador de homens dos sertões, o padre Cícero Romão Baptista, que se apresenta em diferentes cenas, entre o povo que o aclama, em sua residência trabalhando, abençoando afilhados e romeiros, discursando, enfim de diversas maneiras é ele visto na tela".
(Jornal do Comércio, 02.12.1926)

FILMOGRAFIA(III)...

O JUAZEIRO DO PADRE CÍCERO, o segundo documentário, foi realizado em 1939, na categoria de curta-metragem/sonoro/não-ficção, a partir de um material original anterior, em 35mm, BP, com duração de 8min, 220m, 24q. A produção foi de Lauro Reis Vidal, no Rio de Janeiro.

FILMOGRAFIA(IV)...

PADRE CÍCERO, O PATRIARCA DO JUAZEIRO, o terceiro documentário, foi realizado em 1955, na categoria de curta-metragem/sonoro/não-ficção, a partir do material original em 35mm, BP, com duração de 11min, 300m, 24q. A produtora foi a Filmes Artísticos Nacionais, do Rio de Janeiro, e a co-produção foi de Lauro Reis Vidal, tendo como direção Alexandre Wulfes. Por exigência da época, o documentário passou pela censura em 19.01.1955, com o certificado 31942, válido até 19 de janeiro de 1960.

FILMOGRAFIA(V)...

Comentários: Observe que fotos de Lampião são referidas em período anterior à sua visita a Juazeiro, em 1926. Algumas das cenas destes documentários podem ser vistas em outras produções recentes, tanto para cinema como para TV. Na ilustração da coluna de hoje, o arquivo do Juaonline apresenta algumas delas, em fotos que foram obtidas por Raymundo Gomes de Figueiredo (anos 50), a partir de fotogramas destas películas. Especialmente sobre esta primeira película, encontro um registro cartorial firmado pelo Pe. Cícero nos seguintes termos:
1931, 13 de Novembro

-  DOCUMENTO DO PADRE CÍCERO CONCEDENDO AUTORIZAÇÃO EXCLUSIVA, AO SR. LAURO DOS REIS VIDAL, PARA EXIBIÇÃO DO FILME" JOAZEIRO DO PADRE CÍCERO E ASPECTOS DO CEARÁ. "ÍNTEGRA: 

" Amigo e Sr. Laudo Reis Vidal. Saudações. Consoante os seus desejos, pela presente, dou a V.S. a exclusividade absoluta para exibição e representação cinematográfica em "qualquer parte do país e fora dele" de filme que diz respeito a aspectos deste município ou fora dele, nos quais figure a minha pessoa. Assim autorizado poderá V.S. fazer a exibição de qualquer película authentica que tenha obtido, ou que possa obter, conforme melhormente consulte as suas conveniencias e as aspirações gerais do povo, a exemplo da que já é de sua propriedade. 
Joazeiro, 13, de outubro de 1931.  
Ass. Padre Cícero Romão Baptista. (Lo. B-l, N° de Ordem 10, p. 18)

No dia seguinte, o Pe. Cícero faz constar no mesmo livro do primeiro tabelionato uma outra comunicação, reafirmando a concessão do dia anterior e ampliando suas prerrogativas:

1931, 14 de Novembro 

- DOCUMENTO DO PADRE CÍCERO CONCEDENDO AUTORIZAÇÃO EXCLUSIVA AO SR. LAURO REIS VIDAL, PARA IXIBIÇÃO DO FILME "JOAZEIRO DO PADRE CÍCERO E ASPECTOS DO CEARÁ. "Integra:

"Amigo e Sr. Lauro Reis Vidal. Local. Reportando-me a minha carta passada onde lhe concedo a exclusividade de minha exibição cinematográfica ficando V.S. com plena autorização por ser o único habilitado a propagar o município de Joazeiro e minha pessoa, através da mesma exclusividade, em todos os tempos, como proprietário do filme "Joazeiro, do Padre Cícero e Aspectos do Ceará" ou outro qualquer filme que possa obter; sirvo-me da presente para juntar as fotografias e documentos que solicitou, em relação separada e por mim assignada, como elementos precisos para a via de propaganda acima citada. Encerrando, cumpre-me, de já, agradecer a sua manifesta boa vontade para comigo, os meus amigos e as coisas do Joazeiro. 
Saudações. 

Joazeiro, 14 de novembro de 1931. 

Ass. Padre Cícero Romão Baptista.( Lo.B-l, N° de Ordem 12, p. 19/20).

O ano de 1925 foi pródigo para filmagens em Juazeiro. Conhecemos a película realizada em 11 de janeiro, quando da inauguração da estátua ao Pe. Cícero, na Praça Alm. Alexandrino de Alencar; conhecemos a película realizada em setembro, quando da visita da comitiva do presidente Moreira da Rocha; conhecemos a que foi realizada por Ademar Albuquerque/Reis Vidal; mas não conhecemos uma que teria sido realizada por iniciativa do então deputado estadual Godofredo de Castro, neste mesmo ano.

É muito mais provável que Ademar esteja como realizador em todas estas películas e este relacionamento teria servido para oferecer um treinamento mínimo para o que viria anos depois com o filme de Lampião, pois é neste ponto que o testemunho de Chico Albuquerque a Nirez é importante.

Não tenho dúvida em aceitar que Ademar e Benjamim tornaram-se parceiros, sendo este cliente daquele e a quem poderia realizar pelo motivo apresentado por Chico Albuquerque e Nirez, o da confiança de alguém que não o punha, e a seu grupo, em apuros com a repressão policial.

Embora tenha feito isto, publicamente, em depoimento durante uma edição do Cine Ceará, anos atrás, aproveito a oportunidade para relatar brevemente o que me foi ensejado conhecer desta atividade cinematográfica de Benjamim. No início dos anos 80, eu e Daniel Walker adquirimos uma coleção de fotografias antigas de Juazeiro e alguns pequenos pedaços destas películas que o seu proprietário, Raymundo Gomes de Figueiredo, cidadão juazeirense, mantinha como acervo e no qual se incluíam livros e jornais, e a que deu o nome de Arquivo Benjamim Abraão.

Benjamim Abraão


Quando adquirimos e isto foi divulgado pelo Diário do Nordeste, o fato foi relevado como se tivéssemos adquirido o Arquivo “de” Benjamim Abraão. A família de Benjamim, através de seu filho, então residente em Niteroi e comerciante no Rio de Janeiro, Atalah Abraão, instruído por Eusélio Oliveira, resolveu mover uma ação contra nós dois e a levou adiante nas instâncias de Juazeiro do Norte e Fortaleza. Vencemos nas duas e o material nos foi devolvido, anos depois.

Mais adiante, numa conversa com o ex-senador da república, José Reginaldo Duarte, cuja família criou nos arredores de Juazeiro, o filho de Benjamim, o sr. Atalah, nos chamou para uma conversa onde algumas coisas foram faladas a respeito da frustração que aquele ato determinou para nós e para a família, sobretudo porque ficou demonstrado que nós não havíamos comprado nenhum roubo, portanto, não éramos receptadores de um acervo, até então procurado.

O sr. Reginaldo Duarte nos lembrou, inclusive, que por vários anos, encontrando-se diversos rolos de filmes pertencentes a Benjamim (não se sabe se apenas outros que não o relativo a Lampião) num canto da casa, na localidade de Brejo Seco, proximidades do atual Aeroporto Regional do Cariri, guardados em latas...

...a garotada do sítio tomava aqueles rolos e os queimavam durante as festas juninas. Certamente que por conta do material cinematográfico de então, sua queima se assemelhava a uma chuva de prata, coisa que fazia a garotada delirar.

Este é o fim trágico, pelo qual, inclusive tivemos que pagar duramente por uma suspeita descabida, a partir da ignorância e má vontade do então, meu amigo, Eusélio Oliveira, que não se permitiu aceitar o convite para conhecer de perto o que tínhamos comprado. A grande indagação que ficou, como moral da história foi mais uma grande dúvida sobre o que teria feito ou não Benjamim Abraão, como fotógrafo e cinegrafista, aluno de Ademar.

Em tudo o que mencionei antes e do que ouvi, destaco: Sem querer por fogo na fornalha e já pondo, enfatizo o que registra a ficha da Cinemateca, mencionada: Há também belos trechos da estrada de ferro e fotografias de Lampião e seu grupo. Não é interessante que haja estas fotografias tomadas em data(s) anterior(es) a 1926. Observar que no filme com Lampião, Benjamim aparece usando um bornal com a inscrição Aba Film. Nunca houve omissão de que a produtora foi a Aba Film, de Adhemar Bezerra Albuquerque, que (também) deve ter feito a direção, à distância. Por isto, o depoimento de Nirez corrobora com as indicações anteriores de que ele era, efetivamente, produtor, diretor e fotógrafo destas películas em torno de 1925.

Entre 1925 e 1936, quando filma Lampião, certamente Benjamim já teria apreendido objetivas e eficientes lições para manejar a máquina. Em mais de 10 anos de relação profissional com Ademar, Benjamim só teria feito isto? A resposta se foi, desgraçadamente, no fogo ingênuo das crianças, em noitadas de São João, nos arredores de Juazeiro do Norte.

Renato Casimiro

Pescado no açude do Coroné Severo: Cariri Cangaço

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FAMILIARES IRMÃ DO CANGACEIRO JARARACA VIVE EM SERTÂNIA, PE.


Créditos para Danilo David Carvalho

Irmã do célebre cangaceiro Jararaca , do bando de Lampião, Quitéria Sá, ou Quitéria Zuza como é mais conhecida no Povoado Moderna, município de Sertânia, Sertão do Moxotó completou cem anos de idade no dia 27 de Outubro. Na celebração do seu centenário de existência houve uma grande festa no Povoado, com música, poesia , entrevistas, conversas, além de muita comida e bebida, é claro.

Antônio Amaral , Cantor e compositor sertaniense, acompanhado da Banda Acordes fez um show de Música e poesia, com participação especial do Poeta Josessandro Andrade. Antônio trouxe músicas como “Cangaceiro”, vencedora do Festival de Música de Afogados da Ingazeira, No final dos anos 1980, na voz de Chico Arruda , acompanhado do Sexteto Tamba, cujo versos musicais certamente lembrarão à aniversariante o seu irmão famoso:

“ Não tenho a conta dos perigos que passei/Não faço média das vezes que já morri/ um cangaceiro mouro e bárbaro sem lei/ nos altiplanos condoreiros do Sertão/ A cor do sangue é a cor do guerrilheiro/ corpo ligeiro, olhar de corvo fatal/ Bandoleiro de batalhas nas volantes/ aço malhado ,estilhaços de um tiro/ se refez retiro no silêncio da prisão/ (...) Corisco doido, Jararaca Aluvião..”.

Dona Quitéria Santana é filha de Manuel Leite de Santana, (Mané Zuza) e Maria Luiza de Santana, pais adotivos de Jararaca, que o criaram , Já que o mesmo era filho de um irmão de Mané Zuza. Lúcida, forte, Dona Quite´ria é descrita pelos familares, amigos e conhecidos no povoado pertencente ao Município de Sertânia como uma pessoa espirituosa, bem-humorada.

“Ela Ainda dança e bebe. Aliás sempre bebeu, mas tem uma saúde de ferro”, atesta o Agrônomo Cicero Paulo Sampaio, sobrinho-neto de Quitéria Zuza. “As farras que participei nas festas com ela eram atrativas não pela bebida, mas pela inteligência e sabedoria de Tia Quitéria ”, garante Sampaio.

Há outra irmã do cangaceiro Jararaca, Germana Sá, com cerca de 80 anos. Ela e Quitéria Zuza são as que ainda restam vivas. Haviam ainda José de Sá, Tatái, falecido em 1997 e Félix Sá, que se foi há alguns anos, ambos na casa dos 90 anos, sendo que o último faleceu em um acidente de moto. Todos eles iam anualmente no dia de finados, 02 de novembro, em caravana com outros parentes visitar o túmulo do Irmão em Mosoró-RN. Os irmãos daquele que foi um dos cabras mais valentes do bando de Lampião mantém este costume até hoje.

Além da família, a localidade faz questão de manter o vínculo com o histórico filho do lugar. No Parque aquático Oásis Nordestino, entre suas piscinas há uma estátua do famoso cangaceiro, que jorra água, espécie de bica criativa e o lugar já é ponto turístico da região.

De acordo com O Professor João Lúcio, Secretário de Cultura e Juventude do Município de Sertânia, Jararaca é filho natural da Moderna, povoado pertencente ao município sertaniense, mas foi registrado em Buíque, pelo fato de ser mais próximo o cartório daquela localidade. Mas a vida de Jararaca foi em solo sertaniense, a sua casa ainda está lá, conservada. “Temos todo interesse que o Município de Sertânia estreite esta relação com a Memória de Moderna e a trajetória de Jararaca. Todo isto é História”, afirma João.

Segundo ele está sendo mantido entendimento com o agrônomo Cicero Paulo Sampaio, que é Secretário de Agricultura do município para estudar a possibilidade de instalação de um ponto de memória, na Casa de Jararaca, um espécie de Museu do cangaceiro e suas origens, que se confundem com as raízes de Moderna. Cícero Paulo é proprietário do espólio de Jararaca, casa e terra. Cicero Paulo, que é um entusiasta do turismo rural, acrescenta que já estiveram no local, pesquisadores do Rio Grande do Norte, que fotografaram a casa, filmaram o local e entrevistaram dona Quitéria Sá e outros parentes.

Pescado em Sertânia Vip

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blogdomendesemendes - Até o ano de 2013 dona "Zuza" ainda era viva, mas este blog não tem mais informação se ela está viva ou não.

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