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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

UM VOTO A FAVOR DO CAPITÃO VIRGULINO... "ERGAM A ESTÁTUA".


Um voto a favor do capitão Virgulino... 

"- Ergam a estátua". 

“Ele era tão bom quanto o Padre Cícero" (Especiosa Gomes de Luz) "Não tem mal que pra sempre dure, e nem bem que nunca se acabe". Mesmo no mais cruéis dos homens, em seu íntimo, há um resquício de bondade.

Fonte: Jornal do Brasil de 11 de Agosto de 1991.

Fonte: facebook

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Sebastião Pereira da Silva - e Luiz Conrado Lorena e Sá


Luiz Conrado de Lorena e Sá que em 1971 entrevistou Sebastião Pereira da Silva, o famoso cangaceiro Sinhô Pereira, ex-patrão de Lampião, perguntou-lhe o seguinte: 

Luiz Conrado de Lorena e Sá

- Por que essa expressão! "MINHAS NAVEGAÇÕES", quando sabemos que navegar é próprio do oceano?

Sinhô Pereira respondeu-lhe: 

- Ouvíamos dizer que o mar é uma imensidão de água, e como a extensão de nossa desgraça não tinha limites, usávamos a expressão "NOSSAS NAVEGAÇÕES".

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EU E OS GONZAGUINOS

Por Jurani Clementino

Foi na casa de seu Luiz (Ferreira), convidado por Xico (Nóbrega) e por causa do Zé (Clementino) que tive contato com os Luiz-gonzaguianos. Trata-se de um grupo de amigos, oriundos de diversos estados nordestinos, que se reúnem todos os anos para trocar material, dividirem experiências e falar sobre a vida e obra do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. 

http://ofoleroncouolivro.wordpress.com/ - só para ilustração

O evento, denominado de O Segundo Encontro Gonzaguiano, aconteceu na cidade de Caruaru, Pernambuco, na casa de Seu Luiz Ferreira, organizador do encontro. Um desses apaixonados incondicionais pelo trabalho de Gonzaga, Luiz ferreira reservou parte de sua casa para guardar fotos, discos, livros, objetos que lembram e preservam a memória de Gonzaga.

Foi assim que ele criou o Espaço Cultural Asa Branca do Agreste que fica situado no bairro Kennedy. Foi nesse ambiente familiar e com a presença desse público bastante seleto que tive a oportunidade de lançar, no último sábado 16, o livro “Zé Clementino: o ‘matuto’ que devolveu o trono ao Rei”. Na mesma oportunidade, pesquisadores e colecionadores Luiz-gonzaguianos nordestinos receberam homenagens pelo trabalho de resgate e preservação da memória de Gonzaga. Cearenses, pernambucanos, Norte-rio-grandenses e paraibanos unidos com um objetivo em comum: manter viva a memória do Rei do Baião.

Este foi o quinto lançamento do livro biográfico sobre o compositor Zé Clementino. Pra mim, por motivos óbvios, um dos mais desafiantes. Quando estive em Várzea Alegre apresentando a obra, eu sabia que teria uma boa recepção e que as pessoas certamente não fariam grandes críticas à biografia. Em Campina Grande, também sentia-se tranqüilo por saber que muita gente desconhecia o Zé Clementino e qualquer coisa que fosse dita sobre ele, soaria como novidade. Já no evento dos Gonzaguianos, todos certamente sabiam da existência e da importância do Zé Clementino na carreira de Luiz Gonzaga. Este é um grupo com amplo conhecimento da obra e das parcerias do Rei do Baião. São pessoas apaixonadas por tudo que é publicado sobre o maior sanfoneiro desse país. Fatalmente, eu estava pisando em terras estranhas, o terreno era minado pra mim. Eu não podia falar bobagem. O meu Zé Clementino tinha que convencê-los. Devia ser original.


Luiz Gonzaga e Zé Clementino

Para os gonzaguianos, Zé Clementino assim como o Rei do Baião, era uma figura reverenciada por todos. Não havia entre os presentes quem desconhecesse o compositor varzealegrenese. Exatamente todos sabiam de seu trabalho e não apenas “Xote dos Cabeludos” ou “O Jumento é nosso irmão”, mas acima de tudo, a música “Fazenda Corisco” gravada por Dominguinhos. Além disso, os fãs de Luiz queriam saber ainda se aquela fazenda existia? Quem era o dono? Por que Zé Clementino nunca saiu da cidade dele?Por que não migrou pra o sul do país? Etc etc.

E mais uma vez, favorecido pela sorte, estas respostas todas estavam presentes no livro. E por ser os gonzaguianos um grupo bastante articulado, uma parte dos integrantes do grupo já havia tido acesso ao livro. Solicitado via correio ou adquirido através de amigos paraibanos como o Zé Nobre e o Xico Nóbrega. E pra minha grata surpresa, ouvi da boca deles testemunhos bastante agradáveis. De uma forma geral. Eles acreditam que o livro sobre Zé Clementino ficou um trabalho primoroso, que eu consegui dá conta da história, detalhar a relação de compositor com Gonzaga, passar a impressão de um homem simples, humilde e comprometido com a sua terra natal. Pra quem chegou com o coração apertado e a sensação de está pisando em ovos, posso afirmar que sai com a alma lavada e a sensação de dever cumprido.


http://paraibaonline.com.br/colunista/clementino/8991-eu-e-os-gonzaguinos.html

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A Lendária Fazenda Abóbora Parte 1

 Por Rostand Medeiros

Desde que comecei a ler temas relacionados ao ciclo do cangaço, a sua figura maior, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e a história do Nordeste no início do século XX, um local em especial me chamava atenção pelas repetidas referências existentes em inúmeros livros. Comento sobre uma antiga propriedade denominada Abóbora, localizada na zona rural do município de Serra Talhada, próximo a fronteira com a Paraíba e não muito distante das cidades pernambucanas de Santa Cruz da Baixa Verde e Triunfo.

Sede da Fazenda Aboboras

Vamos conhecer um pouco de sua história e da visita que realizei a este local.Uma Rica Propriedade. Quem segue pela sinuosa rodovia estadual PE-365, que liga as cidades de Serra Talhada a Triunfo, antes de subir em direção a povoação de Jatiúca e as sedes dos municípios de Santa Cruz da Baixa Verde e Triunfo, percebe que está em um vale cercado de altas serras, que dão uma beleza singular a região. Atrás de uma destas elevações se encontra a Fazenda Abóbora.

Até hoje esta fazenda chama atenção pelas suas dimensões. Segundo relatos na região, suas terras fazem parte das áreas territoriais de três municípios pernambucanos. Aparentemente no passado a área era muito maior. Ali eram criados grandes quantidades de cabeças de gado, havia vastas plantações de algodão, engenho de rapadura e se produziam muitas outras coisas que geravam recursos. No lugar existem dois riachos, denominados Abóbora e da Lage, que abastecem de forma positiva a gleba.[1] Com tais dimensões, circulação de riquezas, no passado o lugar era ponto de parada de muitos que faziam negócios na região e transportavam mercadorias em lombo de animais, os antigos almocreves. No lugar estes transportadores do passado eram recebidos pelo “coroné” Marçal Florentino Diniz, que junto com irmão Manoel, dividiam o mando na propriedade.

Manoel Severo e Rostand Medeiros

Informações apontam que Virgulino Ferreira da Silva, quando ainda trabalhava como almocreve, realizou junto com seu pai e os irmãos vários transportes de mercadorias entre as regiões de Vila Bela (sua cidade natal, atual Serra Talhada) e Triunfo.[2] Certamente em alguma ocasião, o jovem almocreve teve a oportunidade de conhecer a fazenda do “coroné” Marçal e de seu irmão Manoel. Além destes o almocreve da família Ferreira conheceu o impetuoso filho do fazendeiro Marçal, Marcolino Pereira Diniz.[3]

Chefe de bando inteligente e perspicaz, Lampião buscava antes do confronto, o apoio e as parcerias com os antigos proprietários rurais e assim agiu junto aos donos da Fazenda Abóbora. Após assumir a chefia efetiva de seu bando, depois da partida do seu antigo chefe, o mítico cangaceiro Sinhô Pereira, Lampião frequentou em várias ocasiões as terras da Abóbora, onde o respeito do chefe e dos seus cangaceiros pelo lugar estava em primeiro lugar.

Rodrigues de Carvalho, autor do livro “Serrote Preto” (1974), informa nas páginas 252 a 254 que ocorreu uma intensa e positiva relação de amizade entre Lampião e a família Diniz principalmente com o “jovem e pretensioso doutor” Marcolino Diniz, que chegou há cursar durante algum tempo a Faculdade de Direito em Recife, mas não concluiu. Esta relação ambígua de amizade entre estes ricos membros da elite agrária da região e o facínora Lampião foi posta a prova em duas ocasiões.

Marcolino Diniz, sentado, filho do poderoso Cel. Marçal Florentino Diniz

A primeira no dia 30 de dezembro de 1923, quando Marcolino Diniz é preso pelo assassinato do juiz de Direito Ulisses Wanderley em um clube de Triunfo. Marçal solicita apoio de Lampião para tirar Marcolino da cadeia, se necessário a força. Juntos vão acompanhados de um grupo que gira em torno de 80 a 100 cangaceiros armados. Não Houve reação dos carcereiros. A segunda ocorreu no mês de março do ano seguinte. Após o episódio do ferimento do pé de Lampião na Lagoa Vieira e o posterior ataque policial na Serra das Panelas, onde o ferimento de Lampião voltou a abrir e quase gangrenar, é a família Diniz que parte em socorro do cangaceiro. Marçal e Marcolino cederam apoio logístico para a sua proteção, transporte, medicamentos e plena recuperação com o acompanhamento dos médicos José Lúcio Cordeiro de Lima, de Triunfo e Severino Diniz, da cidade paraibana de Princesa. Sem este decisivo apoio, certamente seria o fim do “Rei do Cangaço”.[5]

Lagoa Vieira-Foto-Alex Gomes

Foi igualmente na propriedade Abóbora que Lampião conheceu Sabino Gomes de Gois, também conhecido como “Sabino das Abóboras”.[6] Frederico Pernambucano de Mello, autor do livro “Guerreiros do Sol-Violência e banditismo no Nordeste do Brasil” (2004), nas páginas 243 a 246, informa que Sabino efetivamente nasceu na Fazenda Abóbora, sendo filho da união não oficial entre Marçal e uma cozinheira da propriedade. Consta que ele trabalhou primeiramente como tangedor de gado, o que certamente lhe valeu um bom conhecimento geográfico da região.

Valente, Sabino foi designado comissário (uma espécie de representante da lei) na região da propriedade Abóbora, certamente com a anuência e apoio do pai. Organizava bailes e em um destes envolveu-se em um conflito, tendo de seguir para o município paraibano de Princesa. [7]

Depois, entre 1921 e 1922, acompanhou seu meio irmão Marcolino para Cajazeiras, no extremo oeste da Paraíba. Marcolino Diniz desfrutava nesta cidade de muito prestígio. Era presidente de clube social, dono de casa comercial, de jornal e tinha franca convivência com a elite local. Sabino por sua vez era guarda costas de Marcolino e andava ostensivamente armado. Nesta época Sabino passou a realizar nas horas vagas, com um pequeno grupo de homens, pilhagens nas propriedades da região. O autor de “Guerreiros do Sol” informa que teria sido Sabino que coordenou a vinda do debilitado Lampião para ser tratado pelos médicos José Lúcio Cordeiro de Lima e Severino Diniz. A amizade entre o “Rei do Cangaço” e o filho bastardo de Maçal Diniz, nascida na Fazenda Abóbora, teria então se consolidado a ponto deste último se juntar a Lampião e seu bando, em uma posição de destaque, no famoso ataque de cinco dias ao Rio Grande do Norte, ocorrido em junho de 1927.

Continua...

NOTAS
[1] Relatos transmitidos em entrevista gravada junto ao Sr. Antônio Antas, da cidade paraibana de Manaíra, em dezembro de 2008. O Sr. Antônio, parente de Marcolino Diniz, conviveu com o filho de Maçal quando este estava idoso e vivendo na Comunidade de Patos do Irerê. Vale ressaltar que é relativamente pequena a distancia da sede da Fazenda Abóbora para a cidade de Manaíra.
[2] Relato transmitido ao autor em entrevista gravada junto ao Sr. Antônio Ramos Moura, em agosto de 2006, em Santa Cruz da Baixa Verde.
[3] Para Frederico Pernambucano de Mello, autor do livro “Guerreiros do Sol-Violência e banditismo no Nordeste do Brasil” (2004), na página 244, afirma que Maçal Diniz conheceu Lampião e seus irmãos quando os mesmo já eram membros do bando de Sinhô Pereira, cangaceiro que igualmente recebeu proteção e apoio deste fazendeiro em 1919.
[4] Entrevista gravada com Antônio Antas, dezembro 2008.
[5] Sobre o combate de Lampião na Lagoa Vieira ver – tokdehistoria.wordpress.com/2011/02/10/quando-lampiao-quase-foi-aniquilado
[6] Segundo Frederico Pernambucano de Mello, Sabino também era conhecido como Sabino Gomes de Melo, Sabino Barbosa de Melo, ou ainda com os denominativos Gore, Gório ou Goa. Ver “Guerreiros do Sol-Violência e banditismo no Nordeste do Brasil” (2004), pág. 243.
[7] Rodrigues de Carvalho (pág. 164) afirma que Sabino nasceu na Paraíba, no lugar denominado Pedra do Fumo, então município de Misericórdia, atual Itaporanga. Pela lei estadual nº 3152, de 30 e março de 1964, o antigo distrito de Pedra de Fumo foi desmembrado do município de Itaporanga e elevado à categoria de município com a denominação de Pedra Branca, localizado a cerca de 20 quilômetros de Itaporanga. Pelo que escutamos durante nossas visitas a região, acreditamos que a versão do autor de “Guerreiros do Sol” é mais correta.

Rostand Medeiros, pesquisador e escritor
Natal, Rio Grande do Norte
Fonte: tokdehistoria.com

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2014/12/a-lendaria-fazenda-abobora-parte-1.html

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CHAMADAS DOC GONZAGUIANOS

Por Jurani Clementino

Olá, Amigos:

Começo a dividir com vocês o início do resultado daquele trabalho realizado em novembro em Seu Luiz Ferreira em Caruaru.

São breves chamadas do documentário que está em edição
Clique nos links abaixo:



Abraços

Jurani Clementino


Enviado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano Kydelmir Dantas

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ASPIRANTE FRANCISCO FERREIRA DE MELO


Aspirante Francisco Ferreira de Melo esteve no ataque aos cangaceiros de Lampião em Angico, no Estado de Sergipe, na madrugada de 28 de Julho de 1038, e estava bêbado, aos tombos. Só vivia quebrando "uma", tanto que morreu de cirrose, anos depois.

Tenente João Bezerra à esquerda, Aspirante Ferreira de Melo ao centro e Sargento Aniceto Rodrigues à direita - http://www.terceirobpm.com.br/p/ten-joao-bezerra.html

Fonte da primeira foto: facebook

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CANGAÇO V

Por Antonio Morais

Morte dos Pais.

A família Ferreira refugia-se em Alagoas, no município de Água Branca. Virgulino foi trabalhar no lugarejo Pedra de Delmiro. Como tropeiro, conduzia peles, em companhia de Antonio e Livino. Antonio Matilde, casado com uma parente dos Ferreira, formara um grupo. 

Continuava a luta contra os Saturnino de Barros. Num dos embates, morre o famoso Cassimiro Honório, tio de Saturnino. Suspeitas recaíram sobre os três irmãos que andavam muito arredios. 

Na boca do povo, Virgulino passou a ser identificado, entre os manos, por Lampião. Certa vez, em Água Branca, uma das mulas esbarrou num poste de iluminação pública, pondo-o abaixo com o Lampião. Foi o suficiente para nascer entre os próprios camaradas o apelido. Por desgraça, houve um incidente entre o “tio afim” de Virgulino e o delegado. Estavam, há pouco, no município de Água Branca. João, o único dos irmãos a não pegar em armas, anos depois, narrou ao Diário da Noite de Recife, o episódio da morte dos pais: 

Diz o depoente: Surgem, então apreensões em nossa casa, tanto que meu pai, de comum acordo com a minha mãe, proibiu os meus três irmãos mais velhos, Antonio, Livino e Virgulino de irem à cidade. 

Para atraí-los, o delegado prende João. Os irmãos foram tirá-lo da cadeia e caíram numa emboscada. Após intenso tiroteio, conseguiram escapar. Fracassado o plano, o delegado relaxa a prisão. 

Continua o depoente: - Quando cheguei em casa, já encontrei os preparativos de viagem, pois meu pai decidira mudar-se dali, imediatamente, com toda família. No dia seguinte, partimos para Mata Grande, todos, menos os três irmãos mais velhos, que, em face do incidente, achou-se mais prudente que deveriam se afastar de Alagoas, até que se esclarecesse melhor o caso. Após dois dias de viagem, paramos a duas léguas da cidade de Mata Grande. Tomando rancho em casa, à beira da estrada, de um fazendeiro amigo da família. Meu pai resolveu prosseguir até Mata Grande, a fim de comprar mantimentos. Logo que ele partiu, minha mãe foi atacada de forte crise cardíaca, que a matou em poucos minutos, tanto que, quando meu pai retornou, já a encontrou morta. Mandou-se um portador atrás dos meus irmãos, a fim de avisá-los do ocorrido e, com a presença deles fez-se o enterro no dia seguinte, no cemitério de Mata Grande. Mas, Antonio, Livino e Virgulino não entraram na cidade receosos de serem apanhados pela polícia. Desorientado com esse terrível golpe, meu pai, para nossa completa desgraça, deixou-se ficar aí alguns dias. Fato é que decorridos dezoito dias da morte de minha mãe, uma força volante alagoana, antes do café da manhã, de um dia muito chuvoso, dar um cerco no local e, embora não tivesse havido resistência, desencadeou terrível tiroteio no qual meu pai foi morto. Fato passado em Abril ou Maio de 1920. Nessa época, Antonio, o mais velho, tinha 23 anos. Livino 21 e Virgulino 19 anos e os cinco restantes abaixo de 16, sendo que a caçula não chegara a casa dos nove anos. 

João ficara com a responsabilidade da família. Em virtude das batidas policiais à procura dos irmãos, levou a vida errante, em desassossego permanente, em Pernambuco, Sergipe, Piauí e Ceará. 

Virgulino entra no bando dos Irmãos Porcino, operante na vizinhança de Água Branca. Durante a curta permanência nessa quadrilha teve vários choques com a polícia. Logo depois, serve no grupo de Antonio de Matilde. Num dos esbarros, morreu gente de parte a parte. Um cabo foi confundido com Jose Lucena e recebeu 12 tiros. Os Ferreira, no lugarejo Pariconha, mataram o subdelegado, pensando tratar-se do delegado. Tinha muito desgosto por essa morte. A onda de crimes crescia. O ódio a Suturnino e José Lucena queimava alma dos três vilabelenses.

CONTINUA...

http://blogdosanharol.blogspot.com.br/2009/07/cangaco-v.html

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