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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

EU E OS GONZAGUINOS

Por Jurani Clementino

Foi na casa de seu Luiz (Ferreira), convidado por Xico (Nóbrega) e por causa do Zé (Clementino) que tive contato com os Luiz-gonzaguianos. Trata-se de um grupo de amigos, oriundos de diversos estados nordestinos, que se reúnem todos os anos para trocar material, dividirem experiências e falar sobre a vida e obra do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. 

http://ofoleroncouolivro.wordpress.com/ - só para ilustração

O evento, denominado de O Segundo Encontro Gonzaguiano, aconteceu na cidade de Caruaru, Pernambuco, na casa de Seu Luiz Ferreira, organizador do encontro. Um desses apaixonados incondicionais pelo trabalho de Gonzaga, Luiz ferreira reservou parte de sua casa para guardar fotos, discos, livros, objetos que lembram e preservam a memória de Gonzaga.

Foi assim que ele criou o Espaço Cultural Asa Branca do Agreste que fica situado no bairro Kennedy. Foi nesse ambiente familiar e com a presença desse público bastante seleto que tive a oportunidade de lançar, no último sábado 16, o livro “Zé Clementino: o ‘matuto’ que devolveu o trono ao Rei”. Na mesma oportunidade, pesquisadores e colecionadores Luiz-gonzaguianos nordestinos receberam homenagens pelo trabalho de resgate e preservação da memória de Gonzaga. Cearenses, pernambucanos, Norte-rio-grandenses e paraibanos unidos com um objetivo em comum: manter viva a memória do Rei do Baião.

Este foi o quinto lançamento do livro biográfico sobre o compositor Zé Clementino. Pra mim, por motivos óbvios, um dos mais desafiantes. Quando estive em Várzea Alegre apresentando a obra, eu sabia que teria uma boa recepção e que as pessoas certamente não fariam grandes críticas à biografia. Em Campina Grande, também sentia-se tranqüilo por saber que muita gente desconhecia o Zé Clementino e qualquer coisa que fosse dita sobre ele, soaria como novidade. Já no evento dos Gonzaguianos, todos certamente sabiam da existência e da importância do Zé Clementino na carreira de Luiz Gonzaga. Este é um grupo com amplo conhecimento da obra e das parcerias do Rei do Baião. São pessoas apaixonadas por tudo que é publicado sobre o maior sanfoneiro desse país. Fatalmente, eu estava pisando em terras estranhas, o terreno era minado pra mim. Eu não podia falar bobagem. O meu Zé Clementino tinha que convencê-los. Devia ser original.


Luiz Gonzaga e Zé Clementino

Para os gonzaguianos, Zé Clementino assim como o Rei do Baião, era uma figura reverenciada por todos. Não havia entre os presentes quem desconhecesse o compositor varzealegrenese. Exatamente todos sabiam de seu trabalho e não apenas “Xote dos Cabeludos” ou “O Jumento é nosso irmão”, mas acima de tudo, a música “Fazenda Corisco” gravada por Dominguinhos. Além disso, os fãs de Luiz queriam saber ainda se aquela fazenda existia? Quem era o dono? Por que Zé Clementino nunca saiu da cidade dele?Por que não migrou pra o sul do país? Etc etc.

E mais uma vez, favorecido pela sorte, estas respostas todas estavam presentes no livro. E por ser os gonzaguianos um grupo bastante articulado, uma parte dos integrantes do grupo já havia tido acesso ao livro. Solicitado via correio ou adquirido através de amigos paraibanos como o Zé Nobre e o Xico Nóbrega. E pra minha grata surpresa, ouvi da boca deles testemunhos bastante agradáveis. De uma forma geral. Eles acreditam que o livro sobre Zé Clementino ficou um trabalho primoroso, que eu consegui dá conta da história, detalhar a relação de compositor com Gonzaga, passar a impressão de um homem simples, humilde e comprometido com a sua terra natal. Pra quem chegou com o coração apertado e a sensação de está pisando em ovos, posso afirmar que sai com a alma lavada e a sensação de dever cumprido.


http://paraibaonline.com.br/colunista/clementino/8991-eu-e-os-gonzaguinos.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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