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sábado, 19 de maio de 2018

CARIRI CANGAÇO POÇO REDONDO – PROGRAMAÇÃO COMPLETA

*Rangel Alves da Costa

Tudo pronto, ajeitado e preparado para o maior evento do sertão nordestino: Cariri Cangaço Poço Redondo 2018. Com o tema “Celebrando o Chão Sagrado de Alcino”, eis a programação completa do que ocorrerá entre os dias 14 e 17 de junho:
QUINTA-FEIRA, Dia 14 de Junho de 2018 - 6h00min, Alvorada Festiva e Queima de Fogos - 19h00min, Noite Solene de Abertura na Praça de Eventos de Poço Redondo/SE. 19h20min, Formação da Mesa de Autoridades - 19h30min, Hino Nacional e Hino de Poço Redondo. 19h30min, Apresentação do Cariri Cangaço pelo Conselheiro RAUL MENELEU MASCARENHAS, de Aracaju/SE - 19h45min, Fala das Autoridades - 20h20min - Entrega de Comendas pelos Conselheiros CELSINHO RODRIGUES E MANOEL SERAFIM - 20h50min, Cariri Cangaço, Mais que um Evento, um Sentimento, por MANOEL SEVERO BARBOSA - 21h15min, Apresentação de Grupos Folclóricos, Feira de Cordéis, Xilogravuras e Literatura do Cangaço - 22h00min - Show em Praça Pública.
SEXTA-FEIRA, Dia 15 de Junho de 2018, 8h30min - Saída para Curralinho - 9h00min, Inauguração dos Marcos Históricos na Estrada Antônio Conselheiro (Cangaceiro Canário, Zé de Julião, As Cruzes dos Soldados, Tonho Canela), por RANGEL ALVES DA COSTA e MANOEL BELARMINO, de Poço Redondo/SE - 10h00min, Alto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição Conferência “Antônio Conselheiro: O Mito”, por CARLOS ALBERTO SILVA, de Natal/RN, WESCLEY RODRIGUES, de Sousa/PB e OLEONE COELHO FONTES, de Salvador/BA - 10h40min, Caminhada pelas ruas do povoado de Curralinho - 11h00min - Margens do Rio São Francisco, Orla de Curralinho Conferência “Lampião e as Novidades na Historiografia do Cangaço em Sergipe, por ARCHIMEDES MARQUES, de Aracaju/SE - 12h00min, ALMOÇO - 14h00min, Saída para Fazenda Maranduba - Visitações aos Marcos Históricos, Brió e Zé Joaquim, por RANGEL ALVES DA COSTA e MANOEL BELARMINO, de Poço Redondo/SE - 15h00min, Recepção na Fazenda Maranduba pelo GRUPO TEATRAL RAÍZES NORDESTINAS - 15h30min, Inauguração dos Marcos Históricos: Serrote da Maranduba e Cruz dos Nazarenos - 16h30min, Capela da Maranduba, Conferência “O Fogo da Maranduba: Vitoria de Lampião ou Derrota das Forças Volantes?”, por IVANILDO SILVEIRA, de Natal/RN - 19h00min - Lançamentos de Livros na Praça de Eventos de Poço Redondo/SE: A Revolução Praieira no Sertão, de LEONARDO FERRAZ GOMINHO, As Quatro Vidas de Volta Seca, de ROBÉRIO SANTOS, e Lampião, o Cangaço e outros fatos no Agreste Pernambucano, de JÚNIOR ALMEIDA - 21h00min, Shows na Praça de Eventos.


SÁBADO, Dia 16 de Junho de 2018 - 8h30min, Saída para Serra Negra (Pedro Alexandre, Bahia) - 9h30min, Solenidade de Abertura na Câmara de Vereadores de Pedro Alexandre - 9h50min, Fala das Autoridades - 10h00min, Entrega de Comendas por Conselheiros NARCISO DIAS e LUIZ RUBEN BONFIM - 10h15min, Conferência “A Importância de Serra Negra para a História do Cangaço” por ORLANDO DE CARVALHO, de Serra Negra/BA - 10h50min, Visitação aos pontos Históricos de Pedro Alexandre: Quartel das Volantes, Praça João Maria de Carvalho, Rua Velha, Praça General Liberato de Carvalho- 12h30min, ALMOÇO - 14h00min, Retorno para Poço Redondo - 15h00min, Cortejo Festivo em direção à Avenida Alcino Alves Costa, em Poço Redondo/SE - 15h30min - Inauguração do Marco em Homenagem a ALCINO ALVES COSTA - 16h30min - Inauguração da Reforma da Praça Lampião - 17h00min - Feira de Livros e Artesanato na Praça da Matriz - 19h00min, na Praça de Eventos, em Poço Redondo/SE - 19h20min, Entrega de Certificados aos FAMILIARES DE REMANESCENTES DO CANGAÇO pelos Conselheiros KYDELMIR DANTAS, ANTONIO VILELA e EDVALDO FEIOSA. Homenageados: Família dos ex-cangaceiros Sila, Novo Tempo , Mergulhão e Marinheiro, Família dos ex-cangaceiros Adília e Delicado, Família do ex-cangaceiro Cajazeira (Zé de Julião), Família da ex-cangaceira Enedina, Família das ex-cangaceiras Rosinha e Adelaide, Família da ex-cangaceira Áurea, Família do ex-cangaceiro Zabelê, Família do ex-cangaceiro Canário, Família do  coiteiro Manoel Félix, Família do coiteiro Adauto Félix, Família do coiteiro Messias Caduda  - 19h30min, Conferência “O Legado de Alcino Alves Costa: Vida e Obra”, por RANGEL ALVES DA COSTA, de Poço Redondo/SE – Depoimentos: JULIANA PEREIRA, de Quixadá/CE - 21h00min, Apresentações Artísticas - 22h00min - Shows em Praça Pública.
DOMINGO, Dia 17 de Junho de 2018, Aniversário de Nascimento de Alcino Alves Costa, O Caipira de Poço Redondo - 6h00min, Alvorada Festiva e Queima de Fogos - 7h00min, Missa de Aniversário, 78 Anos de Nascimento de Alcino Alves Costa defronte ao MEMORIAL ALCINO ALVES COSTA, em Poço Redondo/SE -8h30min - Café Sertanejo de Encerramento, Grupos Folclóricos, Forró Pé de Serra.
Assim será o grande evento. Então, cangaceiros e atrevidos, AVANTE!

Escritor e Membro da Comissão Organizadora
blograngel-sertao.blogspot.com

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PROGRAMAÇÃO CARIRI CANGAÇO .Poço Redondo-SE


Por Manoel Severo

QUINTA-FEIRA 

Dia 14 de Junho de 2018
6h00min - Alvorada Festiva e Queima de Fogos
19h00min – Noite Solene de Abertura
Praça de Eventos
Poço Redondo-Sergipe
19h20min – Formação da Mesa de Autoridades
19h30min – Hino Nacional e Hino de Poço Redondo
19h40min – Apresentação do Cariri Cangaço
Por Conselheiro
RAUL MENELEU MASCARENHAS
Aracaju-SE
19h50min - Fala das Autoridades
20h20min - Entrega de Comendas
Por Conselheiros
CELSINHO RODRIGUES E MANOEL SERAFIM
20h50min - Cariri Cangaço,
Mais que um Evento, um Sentimento
MANOEL SEVERO BARBOSA
21h15min - Apresentação de Grupos Folclóricos
Feira de Cordéis, Xilogravuras e Literatura do Cangaço
22h00min - Show em Praça Pública

SEXTA-FEIRA

Dia 15 de Junho de 2018
8h30min - Saída para Curralinho
9h00min - Inauguração dos Marcos Históricos
na Estrada Antônio Conselheiro
Cangaceiro Canário
Zé de Julião
As Cruzes dos Soldados
Tonho Canela
RANGEL ALVES DA COSTA
Poço Redondo-SE
MANOEL BELARMINO
Poço Redondo-SE
10h00min - Alto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição
Conferencia - Antônio Conselheiro: O Mito
CARLOS ALBERTO SILVA
Natal-RN
WESCLEY RODRIGUES
Sousa-PB
OLEONE COELHO FONTES
Salvador-BA
10h40min - Caminhada pelas ruas do povoado de Curralinho
11h00min - Margens do Rio São Francisco - Orla de Curralinho
Conferência - Lampião e as Novidades na Historiografia do
Cangaço em Sergipe
ARCHIMEDES MARQUES
Aracaju-SE
12h00min - ALMOÇO
14h00min - Saída para Fazenda Maranduba
Visitações aos Marcos Históricos
Brió e Zé Joaquim
RANGEL ALVES DA COSTA
Poço Redondo-SE
MANOEL BELARMINO
Poço Redondo-SE
15h00min - Recepção na Fazenda Maranduba
GRUPO TEATRAL RAÍZES NORDESTINAS
15h30min - Inauguração dos Marcos Históricos
Serrote da Maranduba
Cruz dos Nazarenos
16h30min - Capela da Maranduba
Conferência - O Fogo da Maranduba: Vitoria de Lampião ou Derrota
das Forças Volantes?
IVANILDO SILVEIRA
Natal-RN
19h00min - Lançamentos de Livros
Praça de Eventos
Poço Redondo-SE
A Revolução Praieira no Sertão
LEONARDO FERRAZ GOMINHO
As Quatro Vidas de Volta Seca
ROBÉRIO SANTOS
Lampião, o Cangaço e outros fatos no Agreste Pernambucano
JUNIOR ALMEIDA
21h00min - Shows na Praça de Eventos

SÁBADO

Dia 16 de Junho de 2018
8h30min - Saída para Serra Negra
Pedro Alexandre - Bahia
9h30min - Solenidade de Abertura
Câmara de Vereadores de Pedro Alexandre
9h50min - Fala das Autoridades
10h00min - Entrega de Comendas por Conselheiros
NARCISO DIAS e LUIZ RUBEN BONFIM
10h15min - Conferência
A Importância de Serra Negra para a História do Cangaço
ORLANDO DE CARVALHO
Serra Negra - BA
10h50min - Visitação aos pontos Históricos de Pedro Alexandre
Quartel das Volantes
Praça João Maria de Carvalho
Rua Velha
Praça General Liberato de Carvalho
12h30min - ALMOÇO
14h00min - Retorno para Poço Redondo
15h00min - Cortejo Festivo
Avenida Alcino Alves Costa
Poço Redondo-SE
15h30min - Inauguração do Marco em Homenagem a
ALCINO ALVES COSTA
16h30min - Inauguração da Reforma da Praça Lampião
17h00min - Feira de Livros e Artesanato
Praça da Matriz
19h00min - Praça de Eventos
Poço Redondo - SE
19h20min - Entrega de Certificados
FAMILIARES DE REMANESCENTES DO CANGAÇO
Por Conselheiros
KYDELMIR DANTAS e ELANE MARQUES
ANTONIO VILELA e EDVALDO FEITOSA
Homenageados:
Família dos ex-cangaceiros Sila, Novo Tempo , Mergulhão e Marinheiro
Família dos ex-cangaceiros Adília e Delicado
Família do ex-cangaceiro Cajazeira (Zé de Julião)
Família da ex-cangaceira Enedina
Família das ex-cangaceiras Rosinha e Adelaide
Família da ex-cangaceira Áurea
Família do ex-cangaceiro Zabelê
Família do ex-cangaceiro Canário
Família do coiteiro Manoel Félix
Família do coiteiro Adauto Félix
Família do coiteiro Messias Caduda
19h30min - Conferência
O Legado de Alcino Alves Costa: Vida e Obra
RANGEL ALVES DA COSTA
Poço Redondo-SE
Depoimentos
JULIANA PEREIRA
Quixadá-CE
21h00min - Apresentações Artísticas
22h00min - Shows em Praça Pública

DOMINGO

Dia 17 de Junho de 2018
Aniversário de Nascimento de Alcino Alves Costa
O Caipira de Poço Redondo
6h00min - Alvorada Festiva e Queima de Fogos
7h00min - Missa de Aniversário
78 Anos de Nascimento de Alcino Alves Costa
MEMORIAL ALCINO ALVES COSTA
Poço Redondo - SE
8h30min - Café Sertanejo de Encerramento
Grupos Folclóricos
Forró Pé de Serra
Cariri Cangaço Poço Redondo 2018
Realização
INSTITUTO CARIRI DO BRASIL ( Dr.Manoel Severo Barbosa)
Co-realização
PREFEITURA MUNICIPAL DE POÇO REDONDO
MEMORIAL ALCINO ALVES COSTA ( Rangel Alves da Costa)
Apoio
SBEC- SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO
GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DO CEARÁ
ICC - INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI
GPEC-GRUPO PARAIBANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PAJEÚ
Mídia e Redes Sociais
GRUPO LAMPIÃO CANGAÇO E NORDESTE
GRUPO OFICIO DAS ESPINGARDAS
COMUNIDADE O CANGAÇO
GRUPO HISTORIOGRAFIA DO CANGAÇO
GRUPO DE ESTUDOS CANGACEIROS
O CANGAÇO NA LITERATURA
GRUPO SERTÃO NORDESTINO.

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PUNHAL DO CANGACEIRO SOFREU! PRESENTE DO SEU ZÉ PEQUENO IRMÃO DO CANGACEIRO.


Por Guilherme Machado

Punhal do Cangaceiro Sofreu! Presente do seu Zé Pequeno irmão do Cangaceiro. 


Hoje a tarde em Paripiranga depois de tomar uma xícara de café feito na hora por sua esposa.

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DONA ANTONIA - MULHER DE GATO

https://www.youtube.com/watch?v=tp1P_rWKZSU


Publicado em 18 de mai de 2018

Gravado aproximadamente no ano 2000, quando dona Antônia contava com 98 anos. Graças ao amigo e pesquisador João de Souza Lima conseguimos esse depoimento. Aqui uma pequena parte desse registro
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LAMPIÃO EM CABROBÓ PERNAMBUCO EM 1926.

Por Guilherme Machado Historiador Machado

O rei do cangaço Lampião e seu bando invadiram a cidade de Cabrobó no Estado de Pernambuco por duas vezes. A foto acima é da primeira casa construída em Cabrobó, conhecida como Chalé. 


A foto é do coronel Epaminondas Lima e sua esposa Flora Novaes Lima, os quais foram as primeiras pessoas que receberam e deram hospedagens a Virgulino Ferreira da Silva, o afamado Lampião e seus Cangaceiros.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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VISITA À GRÉCIA: ATENAS (CAPITAL)


Por Benedito Vasconcelos Mendes
Susana Goretti e Benedito Vasconcelos Mendes

Atenas é a capital e a maior cidade da Grécia. É uma das cidades mais antigas do mundo, sendo que seu território está continuamente habitado há 3400 anos. Um centro artístico, estudantil e filosófico desde a Antiguidade, a cidade sediou a Academia de Platão e o Liceu de Aristóteles, além de ser amplamente considerada como o berço da civilização ocidental e da democracia. 


Em 2004, de acordo com o Eurostat, Atenas era a sétima área urbana mais populosa da União Europeia (a quinta capital mais populosa da UE). A cidade também é a capital mais ao sul do continente europeu. A herança da era clássica ainda é evidente na cidade, representado por antigos monumentos e obras de arte, sendo o Partenon o mais famoso de todos, considerado um marco fundamental do início da civilização ocidental. 


Atenas tem dois Patrimônios Mundiais da UNESCO: a Acrópole e o Mosteiro de Dafne. A cidade foi a anfitriã dos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896, e 108 anos depois, foi a sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2004. Em Atenas situa-se o Museu Arqueológico Nacional, que possui a maior coleção do mundo de antiguidades gregas, bem como o novo Museu da Acrópole.


PARTENON                                              

O Partenon foi um templo dedicado à deusa grega Atena, construído no século V a.C. na Acrópole de Atenas, na Grécia Antiga, por iniciativa de Péricles, governante da cidade e decorado em sua maior parte pela oficina do escultor Fídias, que também executou a estátua da deusa patrona da cidade, Atena Partenos, presente no interior do templo naquela época. 


O Partenon é o mais conhecido dos edifícios remanescentes da Grécia Antiga e foi ornado com o melhor da arquitetura grega. Suas esculturas decorativas são consideradas um dos pontos altos da arte grega. O Partenon é um símbolo duradouro da Grécia e da democracia e é visto como um dos maiores monumentos culturais da história da humanidade. O nome Partenon deriva da estátua de Atena Partenos. O Partenon e outros edifícios da Acrópole são um dos mais visitados sítios arqueológicos da Grécia.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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UM POUCO MAIS DE LUIS PEDRO POR:ALFREDO BONESSI

Alfredo Bonessi, Edilson e Comendador Mariano, em um dos encontros Cariri Cangaço-GECC

Apelidado de Catitu por Maria Bonita, que apelidava todos oscomponentes do Grupo de Cangaceiros, Luis Pedro ficou comprometido em morrer ao lado de Lampião após o acidente de tiro que vitimou Antonio Ferreira, irmão desse. Era estimado e respeitado por todos os cangaceiros e tido como um homem de coragem. Segundo Sila, a sua mulher Nenê morrera logo após apanha-la e ao pular uma cerca foi alvejada, sendo escudado o baque do seu corpo de encontro ao solo por aqueles que iam a sua frente. Luis Pedro foge da luta, mas depois tenta resgatar o corpo dela, sendo impedido a força pelos demais companheiros.

Segundo registros, a policia pôs um cachorro para violentar o cadáver de Nene. Talvez essa morte tenha sido o maior golpe da vida desse cangaceiro. Depois disso não temos registros dos seus feitos na vida cangaceira, mas episódios apenas, como daquela vez que após as brigas dos cachorros, de sua propriedade com o do Lampião, o chefe puxa a pistola para atirar no cachorro vencedor de Luis Pedro e esse arma o fuzil para atirar no chefe.

Um lance para ser questionado: a vida do leal amigo por um cão ? – que amizade é essa ?

Nenê e Luis Pedro
  
Outro que disse que puxou arma para Lampião foi Volta Seca – o que Sila contesta: se alguém fizesse isso Lampião matava na hora !. Outro que disse que também engatilhou arma para Lampião foi Labareda e se cuidava dele quando estava “danado da vida”. Já falamos que o grupo de Lampião não era comandado de uma maneira militar, com rigidez e disciplina como eram as volantes do Exército e da Policia. Havia respeito e consideração pelo chefe, que possuía uma intuição privilegiada, sabia mais, mas não na base do temor em relação a ele. Todos se respeitavam e seguiam Lampião como um líder carismático. Ele mesmo se cuidava de sua segurança interna, pois tinha sempre um homem de confiança a sua retaguarda, ora Juriti, ora Amoroso, ora Quinta-Feira, ora Luis Pedro. A noite, ao dormir, armava a sua rede, depois pegava as suas cobertas e ia dormir em outro lugar, no chão a maioria das vezes e durante a madrugada se acordava várias vezes, espreitava ao redor e depois voltava a dormir novamente.

Não se pode negar que Luis Pedro era íntimo de Lampião e de Maria Bonita...

... muito próximo a eles, a ponto de dar uma palmada nas nádegas de Maria Bonita e os três, após isso, darem sonoras gargalhadas. Pergunto: você possui um amigo tão sincero assim e de confiança a ponto de poder dar uma palmada na traseira de sua mulher e você achar graça ?

O fato que quando nos lembramos de Luis Pedro construímos uma imagem de homem leal, de amigo, de homem bom- predicados impróprios para foras da lei - e mesmo para soldados volantes daqueles tempos, muitos deles mais criminosos que os próprios cangaceiros. A grande diferença era que os militares estavam a serviço da Lei e os cangaceiros eram perseguidos em nome da Lei.

Não temos noticias que o viúvo Luis Pedro, em dois anos restantes da sua vida cangaceira, tenha se aproximado de outra mulher dentro do bando ou fora do bando. Uma mulher acusou-o de te-lo visto aos amassos com Maria Bonita dentro de uma canoa – coisa que não acreditamos – Maria era uma mulher de vergonha e de caráter - não iria macular a união fruto de um amor sincero com o homem que amou até na hora da morte, além do mais essas coisas quando acontecem na vida das pessoas, se espalham mais que fogo em macega seca – mais hoje, mais amanhã, ele saberia e o mundo viraria de cabeça para abaixo.

"você possui um amigo tão sincero assim e de confiança a ponto de poder dar uma palmada na traseira de sua mulher e você achar graça ?
Foto:Maria Bonita
 
Para falarmos mais de Luis Pedro, era dele a ideia de executar as cangaceiras que, viúvas e sem maridos, optavam para retornar para a casa dos familiares, com a desculpa de se fossem presas poderiam denunciar a rotina dos cangaceiros. Foi assim com Cristina, que já na estrada rumo ao seio de seus familiares, foi perseguida por Luis Pedro, Juriti e Candeeiro, e assassinada a punhal por eles, a mando de Lampião e com o consentimento de Maria Bonita, aproximadamente em junho de 1938 - fato esse que originou a desavença de Corisco e Dada para com Lampião e Maria. Corisco, ouvindo o gado mugindo triste, quase como um lamento, vaticinou: que é isso, parece que tá tudo se acabano !!!!!! – De fato, um mês depois foi a vez de Lampião e de Maria e dois anos depois, dele mesmo passar por essa experiência derradeira de dizer adeus a vida e dormir para sempre nos braços da morte.

Com relação ao fim da vida de Luis Pedro, testemunhas declararam que, iniciado o tiroteio, ele já estava fora do cerco quando retornou. Segundo Balão era na tentativa, entre muitas já realizadas, para apanhar o ouro que estava no interior das latas de óleo, na barraca de Lampião, bem de frente aos fuzis da volante que cuspiam fogo sem cessar. Outros afirmaram que era para cumprir o juramento feito ao chefe, de que morreria no dia que este morreria - não acreditamos nisso. Foi apanhado em cheio pelo fuzil de Mané Véio, soldado volante do Pelotão do tenente João Bezerra, que vinha em sentido contrario, descendo rumo a gruta de Angicos - foi um tiro só e tudo se acabou para aquele cangaceiro rico e tido como boa gente.

Iniciado o tiroteio na madrugada de 28 de julho de 1938, na grota de Angicos, Maria Bonita leva um tiro na altura do ombro que saiu na frente, Lampião já está caído e se contorce, com um tiro que levara no lado esquerdo do umbigo. Maria leva um segundo tiro por detrás que lhe rasga o frente, ainda corre e vai cair junto a Lampião. Cessado o tiroteio, quando a volante invade o reduto, Lampião ainda se mexe e Maria, ainda viva, balbucia palavras intelegíveis – com certeza assistiu a tudo o que aconteceu naquele buraco. Quando o Tenente João Bezerra chega lá embaixo, Lampião está acabando de morrer e o Aspirante Ferreira de Melo já está com duas cabeças cortadas de cangaceiros dependuradas em ambas as mãos. Mais tarde afirma que Maria não foi degolada viva. As últimas palavras escritas nas páginas da História pertencem sempre aos vencedores, aos vivos que restaram para contar as suas versões sobre os fatos. Não há literato que consiga expressar e substituir a visão e a experiência de quem realmente participou daquele cerco, bem sucedido, naquela histórica e invernosa manhã ao lado do Rio São Francisco, quando o estado-maior do cangaço deixou de existir para sempre.


Não se pode negar que metade da população nordestina comemorou o feito policial de Angicos...

...outros tantos guardaram silencio não acreditando e não retiraram o rifle detrás da porta por longos anos, como foi o caso de Zé Saturnino; outros se lamentaram e ficaram entristecidos porque a alegria do Sertão tinha se acabado com Lampião e os seus leais companheiros.

Alfredo Bonessi – Professor –Pesquisador – Estudante
Membro Fundador do GECC - Membro da SBEC

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2011/12/um-pouco-mais-de-luis-pedro-poralfredo.html

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DUAS IMAGENS PROVÁVEIS DE PAE VELHO.

Por Rubens Antonio
1925

1937

O morto com Marianno e Pavão, em 1936, seria outro Pae Velho, apelido comum à época.

Página do http://cangaconabahia.blogspot.com administrado pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio.

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VISITA AO MUSEU DO LOUVRE


Por Benedito Vasconcelos Mendes
Benedito Vasconcelos Mendes e Susana Goretti

O Museu do Louvre é o maior museu do mundo. Está localizado na margem direita do rio Sena. Aproximadamente 38.000 objetos são exibidos em uma área de 72.735 metros quadrados. Em 2017, o Louvre foi o museu de arte mais visitado do mundo, recebendo 8,1 milhões de visitantes.


O museu está localizado no Palácio do Louvre, originalmente construído como uma fortaleza no final do século XII. Devido à expansão urbana da cidade, a fortaleza acabou por perder sua função defensiva e, em 1546, foi convertida por Francisco I na residência principal dos reis franceses.O prédio foi ampliado muitas vezes até formar o atual Palácio do Louvre.


O museu foi inaugurado em 10 de agosto de 1793 com uma exposição de 537 pinturas, sendo a maioria das obras da realeza ou de propriedades confiscadas da igreja. Por causa de problemas estruturais com a construção, o museu foi fechado em 1796 até 1801. A coleção foi aumentada sob o governo de Napoleão e o museu foi renomeado pelo "Museu Napoleão", mas, após a sua abdicação, muitas obras apreendidas por seus exércitos napoleônicos foram devolvidas aos seus proprietários originais. A coleção foi aumentada ainda mais durante os reinados de Luís XVIII e Carlos X e, durante o Segundo Império Francês, o museu ganhou 20 mil peças.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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EPISÓDIOS DA VIDA DE LAMPIÃO UM SIMPLES HOMEM DO CAMPO - PARTE 3


Por Ruy Lima pesquisador do cangaço

A rixa entre a família de Virgulino e a de Zé Saturnino continuava com tocaias e confrontos infindáveis, de modo que houve a intercessão do coronel Cornélio Soares e do juiz, de Vila Bela, os quais conseguiram firmar um acordo entre as duas famílias. Os Ferreiras foram morar no Poço do Negro, cerca de 2 Km da Vila de Nazaré (atualmente Nazaré do Pico), distrito de Floresta/PE. No acordo, nenhum membro das duas famílias iria entrar no território da outra. 


Entretanto, isso não foi totalmente cumprido por nenhuma das duas famílias. Houve novamente várias refregas entre Zé Saturnino e seus capangas e os irmãos Ferreira, Antônio, Livino e Virgulino. 

Na realidade o maior responsável pelos atritos entre os Ferreiras (Virgulino) e os Alves de Barros (Zé Saturnino) foi o fazendeiro João Nogueira, sogro de Zé Saturnino. João Nogueira queria ser o maior fazendeiro e líder político da Região. 

Ele tinha a maior inveja de outro fazendeiro da região, Manuel Ferreira de Lima, o qual comprara grande parte das terras dos Pereiras, os quais estavam em decadência devido às constantes lutas com os Carvalhos. 

Manuel Ferreira, que não tinha nenhum parentesco com Virgulino, casou-se, em segunda núpcias, com Dona Joana Lopes, tia pelo lado materno dos irmãos Ferreiras. Ele prestou bastante ajuda aos Ferreiras. 

Por outro lado, O João Nogueira deu o maior apoio a Zé Saturnino e estimulou o confronto entre as famílias Ferreira e Alves de Barros. 

Em janeiro de 1919, Virgulino, simulando acompanhar seus irmos numa viagem de almocrevia, rumou no destino da Vila de São Francisco, atualmente Pajeú, distrito do município de Serra Talhada, antiga Vila Bela, território dos Pereiras, para uma visita ao Sinhô Pereira, no intuito de obter o seu apoio e de conhecer, na observação e convivência, a vida do cangaço. 

Dez dias de convívio com aqueles homens, alguns mercenários contratados, mas a maioria com sua história de injustiça e perseguição, proporcionaram a Virgulino melhor entendimento e conceito sobre aquela vida. 

No começo de novembro, inventou Lampião de ir a Triunfo com seus dois irmãos, Antônio e Livino, mas, desviou novamente o caminho e dirigiu-se à Vila de São Francisco. 

Participou, junto ao bando de Sinhô Pereira, durante um mês, de cinco combates contra as volantes do Capitão José Caetano de Melo, inimigo mortal de Sinhô Pereira, um em Quixaba e três em Santa Rita, no município de Vila Bela, e um em Bom Nome, município de Belmonte, no Estado de Pernambuco. 

Durante esses “estágios” com o mestre Sinhô Pereira, Virgulino demonstrou muita habilidade no conserto de armas de fogo defeituosas e danificadas. 

Nessa atividade, Virgulino aprendeu o mecanismo acionador das armas de repetição, mesmo sem conhecer as automáticas, inexistentes naquela época no Nordeste. 

Ele criou a famosa “peia”, ou seja, um simples lenço preso a tecla do gatilho à alavanca de manejo, unindo de modo que, em cada movimento da alavanca o pino percutor (agulha), liberto, picotava a cápsula fulminante, por si mesma, sem necessidade de se acionar a tecla, transformando, deste modo, o rifle (cruzeta ou papo amarelo/Whinchester), em arma semi-automática, isso porque não dispensava o manejo da alavanca para colocar o cartucho na câmara. 

Virgulino manejava com tanta rapidez a alavanca do rifle “peiado”, que os tiros se sucediam formando uma tocha na boca do cano. 

No combate, à noite, na fazenda Quixaba, Dê Araújo, um dos componentes do bando de Sinhô Pereira, comentou que a boca do rifle de Virgulino mais parecia um lampião. Daí surgiu o apelido do Virguino cangaceiro: Lampião. Mais tarde, “Lampião, Rei do Cangaço” 

Sinhô Pereira, ante o valor de Virgulino, insistiu para que continuasse no grupo, juntamente com seus irmãos. 

Eles decidiram retornar ao convívio da família Ferreira. 

Porém o destino cruel já estava marcado para Virgulino e seus parentes. 

Já eram considerados foras-da-lei, para a polícia, com a ajuda de Zé Saturnino, que assumira o cargo de Comissário, e dos “Nazarenos”, assim denominados os filhos de João de Souza Nogueira, cujo “sobrenome” veio do nome da sua mãe, Florência Felismina de Sá. Os irmãos nazarenos (corruptela de nazarenenses, nascidos na Vila de Nazaré), Euclides, Manuel, Odilon, Ildefonso, Américo, Luis e Hildebrando, foram os dos mais ferrenhos combatentes contra Lampião em Pernambuco. 

Num dos confrontos dos Ferreiras com a polícia e os nazarenos, Livino foi ferido no braço esquerdo, saindo a bala no ombro. Levado preso para Floresta, sob escolta, onde foi tratado, durante quinze dias, com cuidado e competência pelo Padre José Dehrle, vigário da freguesia. Com a participação de Antônio Boiadeiro, homem de preceito e muito cordato, na região, Livino foi liberado com a condição de ir embora com seus irmãos, deixando Floresta em paz. 

Já cansado disso tudo e devido os seus filhos Antônio e Livino terem sido ferido à bala, e o precário estado de saúde da sua esposa, talvez devido a esses conflitos, o Sr. José Ferreira resolveu, mais uma vez, retirar-se do lugar onde morava, o que lhe trouxe novamente prejuízos com a venda de parte de seus bens a preços abaixo do mercado. Após uma longa e cansativa viagem, chegaram à fazenda Olho d’Água de Fora, situada no município de Água Branca, no vizinho Estado de Alagoas (em torno de 190 Km de distância de Nazaré, Floresta). 

A família ocupou uma casinha simples de taipa, no entanto o velho José Ferreira sentiu-se aliviado, achando que finalmente viveriam em paz. Alugou dois burros, formando com os seus uma tropa de cinco e mandou seus três filhos almocrevarem de Mata Grande/Al a Rio Branco (Arcoverde/PE). 

“O inimigo, porém, não dormia... 

Zé Saturnino em vez de alargar de mão e em paz os Ferreiras e que por onde eles estivessem mostrassem, por si mesmos, quem eram; não. Começou a acatruzar (aborrecer) e provocar perseguições. Para isto, escreveu cartas ao Coronel Ulisses da Cobra e a seu irmão, o Capitão Sinhô (não confundir com o Sinhô Pereira), à baronesa de Água Branca e ao comissário de polícia Amarilio Batista Vilar”, denunciando os irmãos Ferreiras e Antônio Matilde como “bandidos perigosos”, “assassinos”, salteadores e ladrões”, contando, nos exageros e falsos, vários “causos”” (Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado – 1. As origens – Frederico Bezerra Maciel). 

Antônio Matilde, que sofrera muito castigo e humilhação por parte de Zé Saturnino, morava naquela mesma região alagoana, viu que chegou a hora de vingar-se do inimigo e convidou os irmãos Ferreiras para essa ação. 

“Na primeira quinzena de março, Antônio Matilde e Virgulino formaram um grupo com Antônio e Livino, os três irmãos Beneditos, Lula Marinho, Chicó de Salvador e Chico Chililim. Ao todo dez. E seguiram para Pernambuco.

Na Vila de São Francisco, conseguiu Virgulino cinco cabras, dos bons, com Sinhô Pereira, aumentando assim o grupo para quinze homens fortemente armados. 

Dentro de um plano fulminante traçado por Virgulino, foram arrasadas as fazendas Serra Vermelha, de João Nogueira, Pedreira, de Zé Rufino, Mutuca de Venâncio Barbosa, derrubas as cercas e depois incendiadas, com as casas, os roçados e o mato.” (Frederico Bezerra Maciel. Ibid, pág. 181) 

Houve uma série de combates entre os grupos de Antônio Matilde e Virgulino e os de Zé Rufino, com o apoio do seu tio Cassimiro Honório, um abastado fazendeiro, mas um verdadeiro guerreiro e, por incrível que pareça, amigo e companheiro de lutas de Antônio Matilde. Muy amigo! 

Após esses refregas, Antônio Matilde, satisfeito da sua vingança, foi embora de vez para a Paraíba. 

Os membros da família Ferreira, porém viviam normalmente em total ansiedade e inseguros. 

João Ferreira, irmão de Virgulino e o único que não pegou em armas, foi enviado a Água Branca para comprar um medicamento para um dos filhos da sua irmã Virtuosa. Ele era apenas um rapazote. De modo que o respeitariam. 

Ao tomar conhecimento da chegada do rapaz na cidade, o delegado mandou prendê-lo, suspeitando que ele fora comprar munição para os irmãos. 

Muitas horas depois, sem que o irmão retornar-se, Virgulino, Antônio e Livino perderam a paciência e foram atrás do menino, desse no que desse. 

Acompanhados de dois homens, e, armados de rifle, seguiram no rumo da cidade. 

No caminho, Virgulino, descobriu que estavam prestes a cair numa emboscada. 

Houve um feroz tiroteio, e o delegado, que prepara a emboscada, fugiu com seu pessoal. 

Logo após a luta, Virgulino, os irmãos e os dois cabras voltaram para casa, quase sem munição. 

No dia seguinte, enviou Virgulino um ultimatum ao delegado: 

“Se até à boca da noite meu irmão não chegar, vou buscar ele de qualquer modo.” 

Às cinco da tarde, João Ferreira foi solto. Voltou para casa, correndo pela estrada, com fome e sede e apavorado. 

José Ferreira resolveu mudar-se para a Fazenda Engenho Velho, do velho Luis Fragoso, cujos filhos também eram modestos agricultores e criadores e também almocreves, como os Ferreiras. A família Ferreira ficou morando numa casa desocupada de morador. A fazenda ficava apenas a 30 Km de Água Branca, porém tinha a vantagem de pertencer ao município de Mata Grande, cujo delegado era amigo da família.

Virgulino, Antônio e Livino, ficavam oculto no mato por causa da polícia que os perseguiam, embora, espalharam que estavam no brejo de Triunfo, onde ainda tinham um sitiozinho. 

No dia 22 de março de 1920, a mãe de Virgulino faleceu “de morte natural”, na presença das suas irmãs e do seu irmão caçula, Ezequiel. 

Mais tarde, por volta de meio-dia, José Ferreira e João, juntamente com os três irmãos chamados de seus esconderijos, chegaram à casa e a encontraram morta sobre uma cama de vento. 

Após o sepultamento da esposa, José Ferreira ficou cada vez mais amargurado e recomendou que os seus três filhos, que se encontravam ocultos, a retornarem para Pernambuco. 

Seguiram então Virgulino, Antônio e Livino para Espírito Santo de Moxotó (antigo distrito de Tacaratu- PE, atualmente município de Inajá-PE (30 Km de Mata Grande-AL e 234 km de Vila Bela/Serra Talhada-PE), onde ficaram trabalhando na propriedade de um fazendeiro chamado Terto. 

Porém, o pior vinha a acontecer à família Ferreira. 

O delegado de Água Branca, comprado por Zé Saturnino, enviou cartas ao Chefe de Polícia de Alagoas, informando da invasão de perigosos bandidos vindo de Pernambuco, com um longo registro das ocorrências.

Alarmado com tudo isso, o Governo determinou ao delegado de Viçosa, 2º Tenente José Lucena, famoso por excesso de severidade, fazer uma diligência por aquelas bandas de conflitos. 

A chegar em Água Branca, Lucena inteirou-se de tudo o que ocorrera, inclusive da carta de Zé Saturnino, onde constavam o nome dos “três perigosos bandidos e criminosos”!: os irmãos Virgulino, Antônio e Livino, além de Antônio Matilde. 

Era terça-feira, 29 de junho de 1920, José Ferreira debulhava milho numa gamela, no terreiro em frente da sua casa, quando de repente foi cercada por soldados, sob o comando de Lucena. 

“A uma distância de três braças gritou Lucena para o velho José Ferreira: 

- Cadê os seus três filhos bandidos?” 

Ferido em seus brios e honra, José Ferreira retrucou, com todo o desassombro e altivez, alto, firme e pausadamente: 

- “Não, sinhô! Bandidos, não! Meus filhos não são bandidos. Querem forçar eles a ser. Mas eles são é home!...” 

- É assim que responde a um oficial, velho malcriado, cachorro da mulesta – revidou furioso Lucena. 

E, sem mais, descarregou ele próprio a pistola no peito daquele pobre velho, pacífico e indefeso, que caiu, por estranha coincidência, ali, no mesmo chão onde falecera sua esposa” (Frederico Bezerra Maciel. Ibid, págs. 194 e 195) 

Após esse fato, Virgulino, Antônio e Livino entraram definitivamente na vida do cangaço. 

No princípio se juntaram ao bando conhecido como Porcinos, para depois, em agosto de 1920, passarem definitivamente para o bando de Sinhô Pereira. 

Notas: 

1. no rodapé do seu livro referenciado acima, Frederico Bezerra Maciel registra que “é absolutamente autêntica, com todos os seus pormenores, a descrição do assassínio do pobre, manso e indefeso velho José Ferreira, assim como das outras circunstâncias.” 2. Propus-me a postar neste Grupo, semanalmente, alguns dos principais fatos da história da vida de Lampião, com base em minuciosa pesquisa e estudo dos livros e videos que tenho e de outras informações colhidas na internet, sobre o assunto, direcionados àqueles que ainda tem pouco conhecimento de um dos maiores fenômenos ocorrido no Nordeste entre os séculos 18 e meados do século 20. Para alguns especialistas, uma forma de defesa dos sertanejos diante de um governo ineficiente em manter a ordem e aplicar a lei; para outros, uma onda de banditismo que se alastrou por quase todo o sertão nordestino. Porém, devido ao meu exíguo tempo, fora do horário das minhas atividades profissionais, não estou conseguindo concluir os episódios semanalmente. Entretanto, não é só a falta de tempo que atrasa esse simples trabalho – embora complexo já que trata da sintetização de obras de grandes pesquisadores e historiadores, para não ser um texto muito extenso – e sim as grandes contradições entre os autores dessas obras sobre os mesmos assuntos. No caso do pai de Lampião, por exemplo, o autor da morte de José Ferreira foi o volante Benedito Caiçara, intempestivamente, sem saber nem quem ele era, na hora da invasão a casa, segundo Clerisvaldo B. Chagas, no seu livro “Lampião em Alagoas” Ruy Lima – 14/05/2018 Próxima postagem: 

Parte 4 – LAMPIÃO NAS AÇÕES DO BANDO DE SINHÔ PEREIRA.

Enviado pelo pesquisador do cangaço Ruy Lima

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