Por Geziel Moura
A Primeira casa de Padre Aristides, em Piancó (PB).
Tentarei,
desta vez, produzir tessituras, sobre o Pe. Aristides Ferreira da Cruz,
correndo risco de erros e equívocos, diante de grandes estudiosos do cangaço da
Paraíba, cabras como: Francisco Pereira
Lima e Jose
Tavares De Araujo Neto. Assim, buscarei apoio, em minha narrativa, no livro
"A Coluna Prestes, na Paraíba" do Pe. Manuel Otaviano.
A segunda casa, alvo do combate no dia 09 de fevereiro de 1926, pela Coluna Prestes;
A segunda casa, alvo do combate no dia 09 de fevereiro de 1926, pela Coluna Prestes;
O recorte
histórico, que ora faço, remete a 25 de agosto de 1902, com a vinda do Pe.
Aristides, do Rio Grande do Norte, para assumir os trabalhos eclesiásticos em
Piancó (PB) e outras paróquias sertanejas próximas, como, por exemplo,
Misericórdia e Conceição, no alto sertão da Paraíba, substituindo o Pe. Melibeu
Lima, que pediu sua remoção, por estranhar a cultura sertaneja (alimentação,
hábitos, costumes, clima, viagens), pois era oriundo da capital.
Marcas de balas, ainda, existentes na, porta interna, da casa;
Segundo, o Pe.
Otaviano, nos dez primeiros anos de sua função religiosa, Aristides viveu,
longe da política coronelística na Paraíba. Entretanto, questões de ordem,
políticas e que envolveram o Senador Epitácio Pessoa e o Deputado Federal Dr.
Felizardo Leite, favoreceram o rompimento do padre, com a família Leite, e
aproximação com o Senador.
Quarto do Pe. Aristides, na casa em que ocorreu a chacina;
Quem comandava,
politicamente, Piancó, naquele tempo, era Felizardo Leite, e com a separação do
antigo amigo, Felizardo se rebelou contra Aristides, o proporciona sua demissão
da paróquia, em Piancó, pelo Bispo D. Adauto. Obstante, sua destituição do
cargo clerical, Aristides não manifestava rebelião ao seu superior e
continuava, seu sacerdócio, dessa feita, na posição de auxiliar. Porém, a
guerra política entre Aristides e Felizardo recrudesceu, levando o rompimento do padre com seu
superior, o Bispo D. Adauto.
Sepultura da Família Ferreira da Cruz, em que jazem o padre e dois filhos;
Sentindo-se
traído por D. Adauto, e por diversas calúnias recebidas por seus adversários
políticos, Aristides afronta o bispo, e manda raptar Maria José, a
"Quita" e passa a viver com ela em sua casa. O escândalo foi
inevitável, a família da moça nada fez, pois, esta, era maior de idade. Ele
alegava tal procedimento, por ter sido, traído.
Sepultura da Família Ferreira da Cruz, em que jazem o padre e dois filhos;
Sepultura da Família Ferreira da Cruz, em que jazem o padre e dois filhos;
Quando a
Coluna Prestes, invadiu Piancó, provavelmente, em 09 de fevereiro de 1926,
Aristides e sua tropa, não queriam o combate, porém sabedores das atrocidades,
provocadas pelos rebeldes, não tiveram escolhas. Assim, a luta foi sangrenta, o
padre não estava em "boas amizades" com, então, presidente
(governador) da Paraíba do Norte, João Suassuna (pai de Ariano), e se
expulsasse os rebeldes, da Coluna Prestes, poderia ganhar prestigio junto ao
governo estadual.
Memorial aos mortos de Piancó;
Memorial aos mortos de Piancó;
Igreja de Piancó, onde, Aristides foi Pároco.
Como
Aristides, poderia combater, exército de cerca de dois mil homens? O inevitável
ocorreu. Os piquetes em Piancó, se limitaram a casa do Padre e a cadeia, outros
estavam longe do conflito, da vila. O combate começou na rua, se estendendo
depois até a casa, o Sgt João Baiano, da Coluna Prestes, jogou uma lata de
gasolina na porta da casa de Aristides, quando a porta se abriu, ao tentar
penetrá-la o Sgt Laudelino Pereira da Silva, é alvejado e morre, porém a casa é
invadida pela tropa de revoltosos, Aristides e seus companheiros são
chacinados, neste momento, e seus corpos lançados em, espécie de monturo.
Todas fotos,
foram, capturadas por Geziel Moura
Fonte: facebook
http://blogdomendesemendes.blogspot.com