Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.
Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.
O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
franpelima@bol.com.br
Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.
Pouca coisa se
fala sobra as façanhas de Lampião e seu bando de cangaceiros em terras
potiguares. Além da famosa defesa de Mossoró no dia 13 de Junho de 1927 contra
os cangaceiros, a história guarda alguns feitos do bando, pouco explorados,
trazemos agora esse relato que ate hoje é contado nos arredores da antiga
fazenda Veneza. Fique-se registrado. Bom estudo.
Com SÍlvio
Bulhões (filho de Corisco e Dada) e Nely (filha do casal cangaceiro Moreno e
Durvinha), segurando uma mecha do cabelo de Corisco. Ver, também, a cAIxa com as
cinzas do mesmo.
Houve muitas histórias estranhas sobre navios, marinheiros e o mar, mas talvez nenhuma tão intrigante quanto à história da vida real do misterioso navio fantasma Mary Celeste. Esse caso estranho confundiu o mundo quando ocorreu em 1872, e não estamos mais perto de entendê-lo hoje. O Mary Celeste permanece um mistério, com segredos que o oceano nunca revelou.
Isso é o que se conhece. Em 5 de novembro de 1872, o navio mercante Mary Celeste estava em Staten Island, Nova York, onde embarcou na empresa Meissner Ackermann & Co. uma carga de 1.701 barris de álcool. O álcool deveria ser transportado para Gênova, na Itália, para o fortalecimento dos vinhos italianos. O navio estava em condições de navegar com um capitão experiente e uma tripulação capaz.
Um mês depois do Mary Celeste partir dos Estados Unidos, ele foi descoberto ao largo da costa do sul de Portugal. Estava com as velas armadas e em bom estado, mas completamente deserto. Todas as dez pessoas a bordo haviam desaparecido, sem nenhum sinal de violência, ou de luta, e elas nunca mais foram vistas. O que aconteceu com todos a bordo e como o navio conseguiu navegar tranquilamente por quase dez dias sem tripulação não tem respostas até hoje.
O capitão da Mary Celeste era Benjamin Spooner Briggs, de 37 anos de idade, oriundo de uma família de marítimos, que já havia comandado com sucesso outros navios e fez muitas viagens bem-sucedidas. Ele era conhecido como um homem justo e agradável, sempre apreciado por suas tripulações e também profundamente religioso.
Nessa viagem fatídica, o capitão estava acompanhado por sua esposa Sarah Elizabeth Cobb Briggs, que já havia realizado várias outras viagens com ele, além de sua filha Sophia, de dois anos. Por causa da escola, o casal havia deixado em Marion, Massachusetts, com a mãe do capitão, seu Arthur filho de sete anos. As outras sete pessoas a bordo eram os tripulantes: dois americanos, um dinamarquês e quatro alemães, todos com reputação sólida.
O tempo durante a travessia do Oceano Atlântico estava bom, a tripulação harmoniosa e competente, o capitão experiente e um bom homem para comandar uma carga de álcool. Nada deveria ter dado errado nesta viagem. E, no entanto, algo terrível aconteceu.
Em 4 de dezembro de 1872, o Mary Celeste foi descoberto pelo navio Dei Gratia, que passava em direção ao estreito de Gibraltar. O navio abandonado foi visto navegando em boas condições, ainda que suas velas estivessem um pouco desarrumadas. Depois de observar o Mary Celeste por cerca de duas horas sem ver sinais de ninguém a bordo, os homens do Dei Gratia arriaram uma baleeira e foram ao encontro do estranho navio e o encontraram deserto. Tudo o que descobriram a bordo apenas aprofundou o mistério.
Não havia sinais de luta violenta, a carga estava intacta e restavam objetos pessoais e de valor nas cabines. O relógio do capitão foi encontrado pendurado na cama. O Mary Celeste ainda tinha seis meses de suprimento de água e comida, mas o barco salva-vidas havia desaparecido e todos os documentos do navio estavam faltando – exceto o diário do capitão, que não registrava nada de anormal. Uma corda foi presa ao final do navio, cuja extremidade desgastada foi encontrada na água.
O capitão do Dei Gratia, David Reed Morehouse, ordenou que alguns de seus homens navegassem o Mary Celeste para Gibraltar, para informar as autoridades e ser reivindicado algum valor pelo salvamento da nave. Por causa das circunstâncias suspeitas, um inquérito foi aberto pelo Tribunal do Vice Almirantado e durou três meses. No final, a tripulação do Dei Gratia foi inocentada de qualquer irregularidade e recebeu o devido prêmio pelo resgate. Quanto ao que aconteceu com Mary Celeste e sua tripulação desaparecida, nenhuma resposta foi encontrada.
Os jornais estavam repletos de especulações, como pode ser visto nos quatro artigos a seguir. Havia na época três torias principais, mas nenhuma delas suporta um exame cuidadoso.
Uma das teorias apontou que o Mary Celeste havia sido atacado por piratas! No entanto, o que originalmente se imaginou ser gotas de sangue no passadiço, era na verdade manchas de ferrugem, conforme foi demonstrado por testes científicos. O que é mais convincente em desmascarar a teoria dos piratas é o seguinte: não havia sinais de luta, a carga de álcool estava intocada e objetos de valor foram deixados nas cabines. Você pode imaginar piratas do norte da África capturando um navio cheio de barris de álcool, com muitos objetos de valor nas cabines, e não levando nada? O Mary Celeste teria sido o prêmio dos sonhos de qualquer pirata.
A segunda teoria foi que um motim ocorreu a bordo da Mary Celeste! Mas, novamente, a falta de qualquer sinal de luta parece excluir isso. Além disso, a reputação do capitão e da tripulação faz com que seja quase certo que não houve motim.
A última teoria apontou que o Mary Celeste foi vítima de uma fraude no seguro! Mas isso parece tão implausível quanto os outros dois rumores. É inconcebível que o capitão Briggs, um homem de excelente reputação, seguisse esse esquema – especialmente aquele que implicava abandonar o navio e forçar sua esposa e sua filha a enfrentar os perigos do mar em um barco salva-vidas. Briggs também escreveu uma carta para sua mãe pouco antes da partida de Mary Celeste, comentando de maneira otimista sobre a viagem e expressando seu forte desejo de vê-la e a seu garotinho quando o navio retornasse na primavera. Dificilmente o pano de fundo para um homem que planeja cometer uma fraude de seguro pela metade e perigosa.
Nos últimos tempos foi proposta uma teoria que, a princípio, parece plausível – mas não resiste ao escrutínio melhor do que as teorias de 1872-1873. Quando a carga foi finalmente entregue aos proprietários em Gênova, nove dos 1.701 barris foram encontrados vazios. Esses nove barris – e somente esses nove – eram feitos de carvalho vermelho, uma madeira mais porosa do que o carvalho branco usado em todos os outros barris. Especula-se que os nove barris vazaram, e a tripulação ficou alarmada ao sentir o cheiro dos vapores esmagadores e temer uma explosão iminente.
De acordo com essa teoria, todo mundo pulou no barco salva-vidas, preso por uma corda forte à popa da Mary Celeste, para esperar um período de tempo para ver se ocorreria uma explosão. Então, por algum motivo, a corda se rompeu, o barco salva-vidas se afastou e o Mary Celeste conseguiu navegar sem a tripulação, que se perderam na imensidão do Atlântico.
Existem dois fatos importantes que contradizem essa teoria. Por um lado, quando os homens da Dei Gratia entraram no porão da Mary Celeste, menos de dez dias depois que ele foi abandonado, eles não sentiram o cheiro de nada. Se o porão cheirasse a vapores alcoólicos tão poderosos, que o experiente capitão Briggs e sua tripulação estivessem convencidos que uma explosão era iminente, certamente algum resquício de forte cheiro ainda prevaleceria.
Especialmente por causa do fato número dois: a escotilha principal da Mary Celeste ainda estava selada quando o navio fantasma foi descoberto. Se a tripulação temesse uma explosão devido ao acúmulo de vapores alcoólicos, eles abririam a escotilha para deixar o navio sair enquanto esperavam na segurança do barco salva-vidas. Mas eles não fizeram.
Não, a razão não pode resolver o quebra-cabeça da nave fantasma Mary Celeste, pois não há explicação. Continua sendo o que tem sido desde a sua surpreendente descoberta em 4 de dezembro de 1872: um mistério do mar.
[1] Jornalista formado pela Universidade de Berkeley, morando em Deerfield, Massachusetts, Estados Unidos, tendo atuado em seis jornais norte-americanos e em trabalhos no congresso daquele país.
Quando a Ponte General Batista Tubino (interventor do estado de Alagoas) foi construída sobre o rio Ipanema, a margem direita do rio era despovoada. Somente mato, estradas carroçáveis e uma ou outra casinha isolada aqui e ali. Foi essa ponte que em 1969, uniu o Comércio de Santana com o outro lado da corrente aquática Graças a ela, a margem direita rapidamente foi povoada e até hoje continua em expansão. Assim como o “prédio do meio da rua” e o “sobrado do meio da rua”, foram demolidos no governo Ulisses Silva, o “Poço dos Homens” também foi golpeado a 20 metros da ponte que chegava. A aproximação do progresso espantou os banhistas e o poço ficou abandonado até a presente data.
Construção de ponte, cabeça e evolução da obra. (Fotos: Livro 230/Domínio público.).
O mais famoso poço da cidade ficou imortalizado em nosso livro “Ipanema, um Rio Macho”. Ali tomaram banho maloqueiros, vagabundos, empresários, políticos, comerciantes e muito mais. Porém, esse grande lugar de lazer do povo santanense, sempre engoliu pessoas. Lembramos que antes da ponte contamos mais de vinte banhistas afogados no poço entre o “Estreitinho” e o “Largo” que funcionavam, como divisória. Os mais velhos falavam da “lenda do Jabobeu ou Zé Belebebeu como chamavam os meninos. Segundo essa lenda, Jabobeu teria sido, talvez, o primeiro afogado do poço e, de vez em quando ele vinha puxar na perna de um dos banhistas, matando-o por afogamento também. Os pais não gostavam que seus filhos fossem tomar banho no Poço dos Homens.
A Ponte General Tubino foi construída com a murada de proteção muito baixa. O degrau estreito de pedestres continua imprensando pessoas entre a baixa murada de proteção e o forte trânsito de todas as qualidades de veículos que trafegam de uma a outra margem. Como no antigo Poço dos Homens, vez em quando pula da ponte um suicida para as rochas do rio seco. A ponte é uma espécie de Edifício Breda, escolhida para o suicídio. Nunca foi levantada a murada de proteção, nunca foi alargado o degrau dos pedestres. Como na ponte Cônego José Bulhões, casas comerciais avançam tomando conta do leito do rio provocando tragédias como a da última cheia.
Continua ativa a lenda do Jabobeu, quando não puxa a perna no Poço dos Homens, puxa tudo de uma vez da ponte general Tubino.
Certa vez li em um trabalho que não sei de quem e nem disponho da fonte, mas não é invenção minha, que uma autoridade qualquer perguntou ao ex-cangaceiro Antonio Silvino o seguinte:
- Antonio Silvino, o que as autoridades governamentais devem fazer para acabar de uma vez por toda o banditismo do nordeste brasileiro?
E o cangaceiro sem titubiar (no sentido de gaguejar) respondeu-lhe:
- O que os governos devem fazer para extinguir de uma vez por toda o banditismo do nordeste brasileiro basta acabar com a rede de coiteiros, que com certeza, os cangaceiros ficarão sem forças e sem proteções para continuarem no crime.
Verdade. Sem coiteiros quem iria fazer compras na cidade para eles? Sem coiteiros quem informaria que a polícia estava ali por perto...?
Assim acabaria com os marginais de hoje. Se prendessem os receptadores não existiam ladrões, porque eles não tinham a quem vender os seus roubos.
Vem muita coisa boa por aí... O que estava por trás do ataque de Lampião a
Mossoró? Que elementos inconfessáveis motivaram ao rei do cangaço a invadir a
capital do oeste potiguar? Quais os principais protagonistas e os mistérios da
trama? Tudo isso e muito mais nesta sexta-feira, dia 14 as 20h no Canal do
YouTube do Cariri Cangaço, imperdível ! Convidados especiais: Honorio de Medeiros e Kydelmir Dantas. Você não pode ficar fora !