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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

LAMPIÃO " Assaltos e mortes em Sergipe - Por Juarez Conrado


COMENTÁRIO
  
Por: Archimedes Marques

O livro "Lampião " Assaltos e morte em Sergipe", de autoria do grande pesquisador, jornalista e escritor

Juarez Conrado (In memoriam), publicado pelos seus entes queridos (filhos, outros parentes e amigos): Frederico Carlos, Helder Ricardo Conrado, Guilherme Henrique, Juarez Conrado Neto, Mateus Vieira Conrado Dantas, Valfredo Avelino dos Santos, Vivian Farias, Walter Jose Neves da Rocha, Vitor Gabriel, Beatriz, Giovana, Carol e Moema Conrado, é o mais completo painel que até então tive o prazer de ler sobre o assunto relacionado às investidas e histórias de Lampião e seus comandados no Estado de Sergipe. O autor, que infelizmente faleceu antes de ver a sua grande obra lançada ao público, descreve com precisão as atrocidades dos bandos de cangaceiros que fervilhavam no Nordeste desde as últimas décadas do Século XIX até os anos 40 do Século XX, quando o último e temível cangaceiro,
Corisco, morreu pelas mãos das volantes baianas, mais de perto, pelas mãos do tenente Zé Rufino em Brotas de Macaúba na Bahia.
Mostrando o ambiente sócio-econômico e político de Sergipe que permitiu o exercício dessa forma de banditismo ao longo de tantos anos e descendo a minúcias biográficas de cada um dos mais importantes atores dessa atividade tão desumana quanto trágica que era o cangaço e sua sanha criminosa e sanguinária, o autor passeia nos lugares mais ermos onde Lampião e seus bandoleiros pisaram.

Baseado em longas e minuciosas pesquisas, incluindo investigações nos locais dos fatos e entrevistas com importantes personagens, sem faltar o mergulho em incontáveis coleções de jornais e na melhor bibliografia pertinente possível, o autor transformou a sua obra em um trabalho sério e confiável, merecedor das melhores considerações e observações.
A sobrevivência do cangaço em Sergipe por longos anos, demonstram nas explicitas ocorrências discorridas pelo autor e, principalmente no imaginário dos sergipanos, que havia intimidade de Lampião com Eronildes Ferreira de Carvalho, médico e capitão do Exército que na cidade de Gararu selou um acordo em que o cangaceiro, na quantidade desejada, seria abastecido de armas e munição e, em contrapartida, tudo que fizesse parte do patrimônio do Eronildes seria respeitado pelo bando, por óbvio, as pessoas suas amigas também não seriam molestadas por Lampião. Posteriormente, Eronildes, galgado ao cargo de governador e interventor do Estado, com certeza, Lampião sentia-se em casa, por outro lado, sua livre permanência nas terras sergipanas também encontra explicação na circunstância de que contava com o apoio, além dos coiteiros, das populações rurais das regiões onde se desenrolava as atrocidades ou mesmo nas passagens amistosas dos bandoleiros em diversas localidades, destarte para a cidade de Capela em que Lampião chegou até a assistir um filme no cinema local, talvez, e bem provavelmente, o único filme em que ele assistiu na sua vida, ainda levando dessa sua "visita" ao município, grande soma em dinheiro arrecadada entre os mais abastados personagens da cidade para que não houvesse saques e mortes.

É fato também, que os cangaceiros mais atrozes, ferozes e sanguinários ficavam famosos e, em contra-senso, acabavam se tornando figuras admiradas principalmente pelo povo pobre, sertanejo sofrido pela seca e pela fome, a cujos olhos muitos deles apareciam como justiceiros que afrontavam um Estado injusto e incompetente, responsável pela miséria reinante e pelas gritantes desigualdades econômicas e sociais da época.

Inteligentemente Lampião, o comandante maior do cangaço, buscava com empenho, sabedoria e perspicácia criar vasta rede de relacionamento com pessoas poderosas, em cujo meio se encontravam os grandes coiteiros que sempre estavam ao seu dispor nas principais áreas sergipanas, destarte para a família de Antonio Brito em Propriá, seu principal ponto de apoio, ou mesmo em terras escondidas e de difícil acesso como era o esconderijo de Zé Baiano na Serra da Caipora, em Alagadiço, município de Frei Paulo.



Zé Baiano, o Pantera Negra, da "Toca da Onça" saía e aterrorizava os municípios de Frei Paulo, Ribeirópolis, Pinhão e Carira, em Sergipe, além de Paripiranga, no vizinho e fronteiriço Estado da Bahia. Zé Baiano era um dos mais sanguinários e temido cangaceiro do bando de Lampião, famoso por ferrar em brasa com as inicias JB as suas vítimas, destarte para as mulheres que ele estuprava.
Toca da Onça
Não se pode esquecer que do próprio povo da caatinga, de cujo seio também saía a maioria dos componentes dos grupos dos cangaceiros, sempre aqueles mais destemidos, destarte para os assassinos que eram os mais bem-vindos pelos chefes do cangaço e por isso, por óbvio, tinham a proteção e o segredo das suas famílias em localidades diversas.

Graças a tudo isso, os cangaceiros obtinham apoio nos momentos cruciais, bem como a indispensável ajuda na aquisição daquilo de que necessitavam. Muitos coiteiros, vivendo isolados num meio rude, não tinham como se negar à ajuda, sob pena de sofrerem fortes represálias, embora muitos deles recebiam em troca, além da recíproca proteção, favores diversos, destarte para a eliminação dos seus inimigos.

Mesmo sendo Sergipe a "casa" de Lampião, jamais o cangaço conseguiria se manter sem a simpatia e o apoio popular, apesar de todas as atrocidades praticadas. Essa condição foi sempre ressaltada e, o povo humilde das caatingas, de uma maneira geral, tinha Lampião como um homem honrado, respeitador e bom para os pobres. O povo era aliado de Lampião, tanto é que por onde passava o facínora, apesar do medo inicial das pessoas, havia multidões ao seu redor. Curiosas e prestativas as diversas pessoas advindas principalmente da classe pobre, dele se cercavam e esperavam por suas palavras, atos e decisões sem se incomodarem muito com o dinheiro ou jóias que seriam levados dos mais abastados das localidades, ou mesmo dos diversos crimes praticados pelo bando.

Entregue à própria sorte, o interior sergipano e nordestino em geral se transformou em território livre para as investidas dos bandoleiros de todos os tipos. Inteligente e estrategista como era, Lampião não tardou a intuir da necessidade de se formar grupos organizados, com regras, chefias definidas, sub-grupos, estratégias e táticas próprias e, assim, passaram de simples arruaceiros criminosos a profissionais especializados.

Nas batalhas dos grupos do cangaço, eram realizadas em perfeita investidas de guerrilhas, as emboscadas, os ataques pelos flancos e pela retaguarda, os truques para furar cercos e despistar os rastros, unidos ao perfeito conhecimento do palco de ação, deixando sempre atabalhoadas as forças policiais das volantes, muitas vezes despreparadas ou ineficientes para o combate.

O medo que os cangaceiros provocavam nas pessoas pacíficas facilitava suas tropelias. Ninguém, por mais corajoso que fosse, ignorava o pavor que causava por toda parte a presença de Lampião. Na sua presença, todos procuravam o melhor meio de bem tratá-lo. Daí a razão pela qual foram os bandoleiros tantas vezes recebidos com festas, banquetes e rapapés em inúmeros lugares, passeando com liberdade pelas cidades, organizando bailes e comilanças.
O Cangaceiro Volta Seca


O autor demonstra no seu livro que a admiração pelos cangaceiros famosos, seus trajes vistosos, sua postura exibicionista e arrogante de seres que estavam acima do bem e do mal influíam na decisão, em especial de jovens, muitos dos quais se iniciaram cedo, por vezes até menores de idade, nas lides do cangaço, como foi o caso de Antonio da Pinta, o Volta Seca, que se tornou um dos mais cruéis do bando de Lampião. Sedento de sangue, Volta Seca, ficava chateado quando em cidades sitiadas pelo bando era impedido por Lampião de sangrar alguém.

A maioria dos cangaceiros recebia ou adotava uma alcunha, quase sempre relacionada com suas características pessoais, habilidades ou fatos biográficos e que serviam como luva. O apelido, apagando o verdadeiro nome, contribuía para despistar inimigos, ademais, o próprio Lampião, estrategicamente, para confundir ainda mais os seus perseguidores, por vezes, quando morria determinado cangaceiro adotava o mesmo apelido em novo componente do bando.

As mulheres que viviam no bando, cujos companheiros morriam em combate deveriam ser sacrificadas como "queima de arquivo", visto que, como conhecedoras das minúcias da vida do bando, elas o deixariam em permanente risco. Mediante tortura sempre praticada pela polícia com supostos protetores ou coiteiros de Lampião, com certeza as viúvas de volta às suas famílias tudo revelariam. Narra o autor em fls. 180 a 182 as mortes em combate com a tropa volante de Zé Rufino dos cangaceiros
Mariano, Pai Veio e Pavão
Mariano, Pai Véio e Pavão, ocorridas no município de Porto da Folha e, em decorrência da viuvez de Rosinha, companheira de Mariano, casal amigo de Lampião, que por sinal sentiu muito a morte desse seu comandado, apesar de ter aberto uma exceção deixando que a cangaceira Rosinha fosse visitar os seus pais, quando da sua volta, resolveu para o bem do bando, matá-la.
 Zé Sereno e Pó Corante foram os cangaceiros encarregados da execução da morte de Rosinha e, assim, sob o falso pretexto de realizarem uma viagem, seguiram os três com destino ignorado. Mais adiante, longe do bando, a cangaceira soube da verdade e, apesar dos seus apelos, pânico, choro e total desespero, Pó Corante desfechou um tiro de misericórdia no seu ouvido, para em seguida os dois executores cavarem a sua sepultura em cova rasa, terminando assim, a existência daquela que um dia fora uma brava guerreira, punida pelo infortúnio de ter ficado viúva, conforme bem explicita o autor no final desse capítulo: "Era a dura lei imposta por Lampião: cangaceira que tivesse o companheiro morto e não encontrasse outro como substituto seria de logo eliminada, para evitar deserção ou traição ao grupo, detalhando à polícia fatos considerados sigilosos pelo capitão Virgulino."

Nota-se perfeitamente no decorrer da leitura do presente livro que foi Lampião o iniciador da fase do "cangaço sem ética". No seu reinado, dependendo da situação, valia tudo, inclusive o assassinato de mulheres, velhos e crianças, seqüestros, extorsões, torturas, castrações, estupros, saques e destruição de propriedades alheias. E de fato, os episódios relatados ao longo do livro, todos confirmados através da extensa pesquisa e relatos de pessoas, familiares ou amigos das vítimas, são de arrepiar os cabelos. Como primeiro exemplo cito o caso ocorrido no povoado Oiteiro Alto em Capela, quando Lampião espancou e estuprou uma mulher e em seguida mandou que todos os cangaceiros presentes fizessem o mesmo. A vítima por estar sofrendo grande hemorragia na sua vagina após a selvageria sexual do bando, ainda teve o seu órgão entupido de areia, socado com o cabo do punhal de um dos cangaceiros, por ordem do próprio Lampião, em desdém e pouco caso ao sofrimento alheio, com pretexto de estancar o sangramento. A indefesa vítima, com pouco tempo de casada, entrou em profunda depressão, não mais saindo de dentro do seu quarto, logo apresentando evidentes sinais de desequilíbrio mental e, enfim chegando a morte prematura por conta da maldade sofrida.
Caso não menos chocante é a comprovação do sadismo de Zé Baiano ocorrido no Sítio Maranduba em Canindé do São Francisco em 1932, quando duas mulheres por ele foram ferradas como se gado fossem.
Olindina Marques, mulher de um sargento que pouco antes tinha sido sangrado por Lampião, assim como,
Antonia Marques, que além de sofrerem atroz e intensa dor, viveram o resto das suas vidas com as iniciais JB nos seus rostos.

Quem lê o presente livro jamais se esquece dos diversos crimes e demais atrocidades perpetradas pelo bando de Lampião na cidade de Nossa Senhora das Dores. Dentro da seqüência de crimes é de se destacar a castração de
Pedro Jose dos Santos, o Pedro Batatinha, pessoa simples que nada tinha a ver com problema algum, apenas tinha vindo do Povoado Malhada dos Negros para a cidade sede do município no intuito de extrair um dente que lhe incomodava, entretanto, ao invés disso, um dos cangaceiros lhe arrancou seus testículos em comprovação de pura perversidade e sadismo. Pedro Batatinha viveu com sua triste sina até o ano de 1990, época em que faleceu em São Paulo onde passou a residir após o seu sinistro castigo e pecado de estar no lugar errado na hora errada.

Exemplo de maldade atroz também se deu em Aquidabâ quando o próprio Lampião em dia de ira decepou a orelha de
Jose Custódio de Oliveira, o Zé do Papel. Zé do Papel, em virtude de ser uma pessoa aparentemente de classe privilegiada por ser um pecuarista e proprietário da Fazenda Pai Joaquim, fora abordado por Lampião e dentro da sua residência na cidade, além de certa quantidade de dinheiro, fora encontrado dez balas de fuzil, sendo daí interpelado para contar onde estava a arma, oportunidade em que afirmou que a mesma se achava em poder do juiz de Direito daquela Comarca, Dr. Juarez Figueiredo. Tal fato, provavelmente incutiu na mente de Lampião que o fuzil fora emprestado ao juiz, justamente para que ele se defendesse do seu bando, daí, enraivecido com o fato, o chefe do cangaço, arrastou Zé do Papel pela cidade e em frente a um armazém próximo da Praça principal da cidade, depois do bando ter praticado saques no comércio local e tantos outros crimes contra pessoas amedrontadas, dentre os quais o assassinato de um débil mental que se fez de corajoso, arrancou fora, provavelmente à faca, a orelha esquerda da sua indefesa vítima e ainda ordenou que o mesmo cortasse um pedaço da orelha do seu próprio irmão de nome Antonio, além de obrigá-lo a beber um litro de cachaça. Em meio a esse místico de humilhação, crueldade, sangue e cachaça o cangaceiro Zé Baiano pegou o roceiro Eduardo Melo e após espancá-lo com o coice do seu fuzil, também cortou a sua orelha seguindo o exemplo do seu chefe. Zé do Papel ainda viveu por muito tempo e viu o cangaço se acabar e seu carrasco morrer, entretanto, o Eduardo Melo faleceu cerca de um mês depois da perversidade sofrida.

A obra do Juarez Conrado é, sem sombras de duvidas, muito rica em detalhes e de excelente qualidade explicativa e exemplificativa a tal ponto que o meu comentário poderia se alongar e até virar um livro, entretanto, mesmo deixando ainda algumas lacunas a citar, quero finalizar com a história da inteligente artimanha usada pelo Padre Madeira para espantar, impedir ou não deixar o bando de Lampião entrar na cidade de Frei Paulo, onde provavelmente haveria derramamento de sangue, vez que alguns homens se prepararam para combater os cangaceiros.
Sabedor que Lampião iria naquele dia invadir a sua cidade, o Padre Madeira, inteligentemente bolou um arriscado plano que deu certo: colocou dentro da sua Igreja um caixão funerário vazio para ser velado pelos seus fiéis católicos que se fizeram presentes em grande número. O defunto invisível e imaginário seria uma pessoa influente e querida por todos da cidade. A população contribuiu se fazendo de consternada pela irreparável perda de um dos seus filhos mais ilustres. A farsa contou com a ajuda de todos, que amedrontados, temiam pelas suas próprias vidas. As senhoras pesarosas, vestidas de preto, véus cobrindo a cabeça, terços nas mãos, encenavam a peça teatral como se verdade fosse, rezando e chorando pelo defunto inexistente, ou mesmo, na verdade, rezando para que o plano desse certo. O Padre Madeira sabia que Lampião, apesar de cruel, bárbaro, sádico e assassino sanguinário, também era extremamente supersticioso e por temer um castigo Divino caso atacasse aquele povo em sofrimento, consternação e luto, certamente desistiria do seu intento. Para a felicidade de todos os atores e da cidade em geral, o plano deu certo.

Assim, o Padre Madeira conseguiu ludibriar o grande Lampião, o rei do cangaço e das estratégias que enganavam os seus inimigos e perseguidores.

Por tudo isso e por muito mais, vez que, além de tudo, o livro em comentário é bem ilustrado com fotografias de personagens ligados ao tema proposto pelo autor, recortes de jornais e tudo mais relacionados com a passagem de Lampião no nosso Estado de Sergipe até o seu trágico fim em 28 de julho de 1938, na grota do Angico, a história é fechada com chave de ouro com a vingança e morte do diabo louro, Cristino Gomes da Silva, o temível e famoso cangaceiro, Corisco, em Brotas de Macaúbas na Bahia, além de outros detalhes e informes de tudo precedentes que finalizam a sua excitante leitura.

Recomendar a aquisição e leitura da grande obra do jornalista e escritor Juarez Conrado, para os amantes e seguidores das noticias do cangaço e o público em geral, é o mínimo que eu posso fazer, e em assim sendo, para aqueles que se interessarem pelo livro, é só entrar em contato com o seu filho Helder Dantas no endereço de:
Autor:
Archimedes Marques
(delegado de polícia no Estado de Sergipe.
Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela UFS) - archimedes-marques@bol.com.br 

Seu Mané Alves - um veterano e excelente locutor

Por: José Mendes Pereira


A entrevista

Por Efigênio Moura
(contato@efigeniomoura.com.br)
Transcrito do blog do jornalista Tião Lucena

Locutor de rádio é amostrado que só a molesta. Imagina aí um locutor de Difusora?

Em Taperoá, quando ainda não havia Radio Comunitária, havia a Difusora de Chédi .Era na Difusora de Chédi que trabalhava Beto Catôco, locutor daqueles bem vibrantes, que enrolava os erres, e chiava nos tis e dis. O sonho de Beto era entrevistar artistas famosos (de forró principalmente) e naquela festa da padroeira aconteceriam dois shows com duas atrações distintas, uma era a Banda Siri com Toddy, a outra Maciel Melo.

O primeiro show seria o de Maciel Melo. Cidade pequena, todo mundo em agitação por conta da presença do artista e lá vai Beto Catôco fazer a entrevista AO VIVO com Maciel Melo. Do Studio da Difusora até o hotel que Maciel estava não dava 50 metros.

O local da entrevista seria a recepção do hotel, uma mesa posta no centro da sala, dois tamboretes e dois microfones.

Maciel Melo com sua particular paciência e atenção à imprensa e fãs, já aguardava Beto Catôco para a entrevista. Perfumado e bem penteado, Beto Catôco (ele tinha sim os dois braços e as duas pernas) cumprimentar o artista e depois dos reclames começa a entrevista, acompanhada por toda a cidade:

- Agora senhores ouvintes, a Difusora de Chédi tem a honra de entrevistá Maciel Melo, o melhor cantô de forró do mundo qui abrange, qui abraça, qui é toda Taperoá, Estaca Zero, Livramento, Desterro e um pedaço dos sítio de São José dos Cordeiros... Boa tarde Maciel Melo.

- Boa tarde Roberto...
- Não, meu nome é Beto... Beto Catôco pode chamá assim, da mais ibope.
- Boa tarde amigo locutor.
- Beto Catôco.
- Han?
- Voce num disse meu nome, Beto Catôco.
- Boa tarde Beto Catôco e todos os outros dessa nobre família catocável...
Beto franziu a testa e partiu para a entrevista propriamente dita. Se os amigos não perceberam há em uma entrevista uma guerra escondida declarada silenciosamente pelo entrevistador. Ele sempre quer saber mais que o entrevistado.
- Meu povo de todo canto, Maciel Melo, esse artista lá de Iguaraci, é um homi letrado, arrochado, um homi qui já iscreveu tanta cantiga qui eu nem sei contá dereito, már vamo pro quinteressa, pra’s preguntas...
- Vamo simbora.
- Maciel, cumo o cantô tem muita cantiga eu quiria debatê somente uma letra duma musga, tá bom assim?
- Tá, mas a gente podia falar também do show, dos músicos, do disco novo...
- A gente fala premeiro das coisas qui interessa aos povo. Adispois das coisa qui o cantô quisé, se dé tempo...
Maciel se remexeu no tamborete.
- Tem umas dez noite qui num drumo dereito tentano intendê uma letra qui você fez- posso chama você de você, Maciel ?
- Pode claro.
- Antão mim chame de Beto Catôco viu?
- Chamo. Que letra é essa?
- Beto Catôco.
- Claro, que letra é essa Beto Catôco?
Beto sentiu-se importante.
- Cabôco Sonhadô.
- Essa música eu fiz em 82 e só fui gravar em 2001, mas antes...
- O povo de Taperoá, onde a odiença da difusora dá de lapada na Grobo , qué discutí cum cantô a letra da cantiga...
- Opa vamo lá.
- Beto Catôco.
- Han?
- O cantô tem sempre qui finalizá a frase cum Beto Catôco, quano fô uma pregunta de importança grau 73...
Agora Maciel ajeitou os óculos e olhou para o empresário que fez o sinal de paciência. “Que bexiga de grau seria aquele?” Deveria estar se perguntando.
Volta Beto Catôco. Caboclo Sonhador já toca ao fundo...
- A gente nota qui o amigo é muito religioso.
- Sou sim Beto Catôco.
- Quem é esse Monsinhô qui você fala na musica ?
- Oxe !! Tem Monsenhor não ?
- Tem sim.
-Tem não.
Beto pega a letra da musica e ler:
- ‘Sou um cabôco sonhadô Monsinhô viu? ’
- É Meu Senhor. Não é Monsenhor.
- Esse sinhô num siria Jesuis Cristo? Meu Sinhô Jesuis Cristo?
Maciel balança a cabeça e fingi que sim, afasta o tamborete da mesa e curva o dorso, suspira alto e diz...
- Próxima pergunta.
- Maciel Melo, você tão religioso pruquê faz propagana de jogo de azá ?
- Oxe homi? Onde danado eu fiz isso?
- Na letra de sua musga, quano você diz Mega e Quina. Né dôi jogo de loteria? Num é?
- É nada. Mega e Quinha são os apelidos de meus irmãos, Miguel e Marcos. São pessoas que eu gosto muito e as homenageei.
- Voce num é de nascença de Iguaraci, in Perrnambuco ?
- Com a graça de Deus, sou sim.
- Num intendi, Taperoá inteira num intende pruquê você fala de sua vorta pra Guarabira se tu nem é de lá?
- Onde molesta eu falei em Guarabira homi de Deus ?
- Beto Catôco.
- Que seja, onde eu falei em Guarabira?
- Tem um trecho qui diz mermo assim: “E meu regresso para o Brejo diminui a minha reza!”. Esse Brejo só pode sê Guarabira e essa reza é pra Frei Damiao, pro causa da istauta? Aí mais na frente tu fala quié devoto de Padim Ciço. Da pá intendê? E inda tem ôta coisa: o padroêro de Iguaraci né São Sebastião?Oxe, inrrolada da gota.
Maciel apenas se levanta, abraça o empresário e saem os dois da sala.
Beto Catôco perplexo encerra a entrevista, sozinho:
- Danou-se, sêle num intende as coisas quê’le mermo iscreve, magina nós e eu tava doidim pra sabê o qui bixiga ele quis dizê cum “ In meu regaço fulminado”...
Chédi mandou tirar Beto Catôco do ar.

Fontes:
 
http://www.blogdotiaolucena.com.br/
http://www.triunfob.com/

O ASSALTO AO TREM PAGADOR

 

Um dos roubos mais espetaculares da história aconteceu no dia 8 de agosto de 1963, há 40 anos, e envolveu 16 pessoas no condado de Buckinghamshire, Inglaterra. Na ação, o bando levou de um trem postal a espetacular quantia de 2 631 784 libras esterlinas em notas miúdas, hoje em dia, o equivalente a cerca de 220 milhões de reais! Duas conhecidas gangues de Londres, a South West e a South East ("Sudoeste" e "Sudeste", em português) juntaram suas forças para pôr o crime em prática. Entre os bandidos, estava um antiquário, um renomado cabeleireiro londrino, um ex-boxeador dono de uma boate e o dono de uma pequena editora. E, claro, o carpinteiro


Ronald Biggs, que se tornou mundialmente famoso por ter se refugiado no Brasil. Os ladrões descobriram que um trem do correio recolhia os depósitos de bancos da Escócia e os levava para a capital inglesa. Eles estudaram a rota e os horários da locomotiva, além de escolher a dedo a data do crime: o dia seguinte a um feriado bancário, quando o trem carregaria os depósitos de dois dias. Por volta das 3 e meia da manhã, o trem passava por uma região conhecida como Sears Crossing. Lá havia uma sinaleira que, ao acender uma lanterna de cor âmbar, indicava parada obrigatória cerca de 1 quilômetro adiante nos trilhos, os ladrões simularam a luz de alerta e tomaram de assalto o trem (veja infográfico). O maquinista foi obrigado a levá-los à próxima estação, onde foi descarregado o dinheiro. Acuado pela ação da polícia, o grupo abandonou às pressas o esconderijo, contratando um comparsa para limpar os rastros. No entanto, o faxineiro se limitou a surrupiar metade da dinheirama. Detalhe: o traidor nunca foi localizado pela polícia. A Scotland Yard descobriu impressões digitais nos quatro cantos da casa, o que facilitou a identificação dos assaltantes.
Menos de um mês depois, a maior parte da gangue já freqUentava a fila do bandejão do presídio mais seguro da Inglaterra. Depois de passar quase dois anos encarcerado, em 8 de julho de 1965, o ex-carpinteiro Biggs, corrompendo funcionários da penitenciária, conseguiu escapar da prisão. Depois da fuga, viveu na Austrália por três anos. Com medo de ser reconhecido, escapou para o Panamá e voou, em 1970, para o Rio de Janeiro. "Meu pai já não tinha mais um centavo, pois havia gastado tudo fugindo pelo mundo",

diz Michael Biggs, o Mike, que também virou celebridade ao integrar, na década de 80, a banda infantil Turma do Balão Mágico. Mike, filho de Ronald com a dançarina Raimunda de Castro, foi quem salvou o pai das garras da polícia britânica. Pela lei, nenhum estrangeiro pode ser extraditado se tiver um filho com uma pessoa de nacionalidade brasileira.

Depois de viver por mais de 30 anos no Brasil, Biggs decidiu se entregar às autoridades britânicas em maio de 2001. Lá, foi para a prisão de Belmarsh, de segurança máxima, em Londres, e cumpre 55 anos de pena. "Aqui na Inglaterra, não há prescrição de crime", afirma Mike Biggs. "Mas meu pai, desde que se entregou, teve um terceiro derrame, não fala mais e anda com dificuldade. Estamos recorrendo nos tribunais europeus de direitos humanos pois, da forma como ele está sendo tratado, ele é um prisioneiro político." Que participou de um assalto de nada menos que 220 milhões de reais...
Do roubo à roubada
1 - Depois de parar o trem postal com um sinal falso no meio da madrugada, os bandidos dão uma paulada na cabeça do maquinista Jack Mills. 

Jack Mills, o maquinista do trem, faleceu 7 anos após o assalto ao trem pagador

2 - Sangrando muito, Jack é obrigado pela quadrilha a conduzir o trem até uma estação próxima, onde mais bandidos aguardavam o dinheiro.
3 - Os ladrões descarregam os 120 sacos de dinheiro e os levam para uma fazenda a 40 quilômetros do local do roubo
4 - A alegria no esconderijo durou pouco: eles fugiram, mas deixaram digitais em tudo (até em peças de Banco Imobiliário), o que facilitou o trabalho da polícia.
Ronald Biggs nasceu em Lambeth, Inglaterra. Em 1947 se alistou na RAF, mas foi dispensado com desonra em 1949 por deserção. Em 1960 casou-se com Charmian Brent, tendo com ela três filhos (um deles já falecido).  


http://super.abril.com.br/superarquivo/2003/conteudo_124175.shtml

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Enquanto não vem "cangaço" - Daniella Perez - Bruto assassinato


Daniella Perez Gazolla nasceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de agosto de 1970, e foi assanisada no  Rio de Janeiro, no dia 28 de dezembro de 1992. Foi uma atriz e bailarina brasileira, filha da autora de telenovelas


Glória Perez.

Daniella tinha 22 anos quando foi brutalmente assassinada pelo ator


Guilherme de Pádua


e por sua esposa Paula Nogueira Thomaz, que a emboscaram e mataram com 18 golpes de punhal.

Julgados e condenados por homicídio duplamente qualificado, com motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, os dois cumpriram apenas seis dos 19 anos a que foram condenados.

A indignação popular que se seguiu a esse episódio resultou na alteração da legislação penal, graças aos esforços da mãe de Daniela, Glória Perez, que encabeçou uma campanha de assinaturas e conseguiu fazer passar a primeira iniciativa popular de projeto de lei a se tornar lei efetiva na história do Brasil.

Fonte:
 Wikipédia

Consolida-se, com mais vigor, a importância histórica e cultural do evento em favor dos nossos Sertões

Por:  Geraldo Ferraz
 
Geraldo Ferraz

Fraternos companheiros,

O carinho da recepção promovida pelo querido
 
 
Severo e sua partner Danielle, uma marca registrada, contagiam todos aqueles que pisam o solo do Cariri Cearense, neófitos ou não. A integração e a fraternidade daqueles que fazem acontecer tão grandioso acontecimento são a essência e a mola propulsora do sucesso até então alcançado. A cada ano que se passa consolida-se, com mais vigor, a importância histórica e cultural do evento em favor dos nossos Sertões.

O grande fato novo foi o surgimento, nesta edição, da figura dos Conselheiros Gestores Consultivos. Tais aconselhadores serão envolvidos diretamente na gestão cotidiana do Cariri Cangaço, oportunizando, assim, sem a menor sombra de dúvida, o fortalecimento profissional para as próximas edições do evento. Particularmente eu gostei muito de tudo aquilo que foi proposto e visto durante o evento, oportunizando-me maior aprendizado sobre a matéria. Quem não foi, infelizmente, perdeu de desfrutar de maravilhosos momentos coletivos.
Que venha o 4º Cariri Cangaço!
 

Abraços carinhosos de Geraldo Ferraz
Conselheiro do Cariri Cangaço
 
 


4.500 CIRURGIAS ESPIRITUAIS

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O médium João Berbel está tratando o ator Reynaldo Gianecchini
FRANCISCO VIANA
Em meio aos avanços da medicina formal e da crescente confiança na ciência, é também salutar os apegos na cura pela fé. Prova disto são as longas filas para consultas com o médium João Berbel, famoso no País por incorporar o clínico geral Ismael Alonso y Alonso, "médico dos pobres". Durante esses três últimos dias que ele passou na Capital, realizou cerca de 4.500 cirurgias espirituais em cearenses que lhe procuraram para amenizar as dores do corpo e da alma.

Foi uma média de 1.500 atendimentos diários no Grupo Espírita Ana Amélia Bezerra de Menezes (Geame). "Tem aumentado muito o número de pessoas que acreditam na cura espiritual. O mais interessante é ver que a própria medicina tradicional já tem reconhecido a importância do nosso tratamento", diz o médium que, atualmente, está tratando o ator Reynaldo Gianecchini, 38, vítima de um câncer no sistema linfático raro e agressivo. Berbel ressalta não cobrar nenhuma taxa ou valor pelo serviço, todo voluntário.

Com um sotaque forte do interior de São Paulo, um jeito simples de falar e vestir, o médium conta com tranquilidade como convive com as críticas e as dúvidas sobre o seu dom. "Eu só faço abrir as portas, deixo a energia interna fazer o restante. Imponho minhas mãos em cima do doente e, juntos, mentalizamos o poder da fé, inspirado no exemplo de Jesus", comenta.

Foto - jesus, cura, surdo. 
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Realizando cirurgias há 16 anos, João Berbel lembra que, no início, até usava bisturis e laminas de corte, dizia que as pessoas gostavam de presenciar o médium abrindo a carne, vendo o sangue escorrer na pele.

"Hoje, não corto mais ninguém, apesar de eles até quererem. Não é mais preciso. Quando a pessoa acredita, daí surge uma energia magnética, que vem da mente. Nós manipulamos esses fluidos e aplicamos na cirurgia espiritual. Só toco os corações deles, e tudo melhora na hora mesmo", testemunha.
Auxílio
Sobre os casos em que o paciente não teve êxito pleno, ele relata que o tratamento espiritual é auxiliar, depende também de outros mil fatores. "Recomendo que o indivíduo procure atenção médica paralelamente. Faça todos os exames, cuide-se. Passo medicamentos fitoterápicos e alternativos", disse.

Questionado sobre seu dom de cura, João Berbel afirma que a responsabilidade toda é do médico Alonso, espírito, que, durante as cirurgias, realiza orações, impõe a mão no foco do problema e dá força. "Eu mesmo sou um homem simples, mal terminei os estudos. Sou instrumento para que os demais possam fazer o bem", comenta. Para maior sucesso do procedimento, o médium recomenda evitar o fumo, álcool e carne três dias antes e uma semana após o atendimento. É necessário repouso moderado de três a sete dias, dependendo do caso.

Com 175 livros publicados, João Berbel reforça os valores que lhe guiam, lhe inspiram. Acredita no amor, na alegria, na autoestima e na fé para melhora das dores físicas. Entretanto, diz lamentar a hipocrisia existente hoje. "Se escreve e se fala mais do que se ama. Tem de se cultivar mais a solidariedade e a gentileza, e bem menos o dinheiro e o egoísmo", ensina.

Ele alerta que o planeta está em mudança e que a sua intenção é mostrar as profecias de Jesus de que a Terra está em processo de transição. "Por isso, aflitos nos procura", diz.
FORÇA DO PENSAMENTO
Curas são realizadas a distância
Para quem ficou triste com a passagem rápida do médium João Berbel por Fortaleza, ele conta que, além das vindas trimestrais para a Capital, é costume realizar cirurgias espirituais a distância. Com o fluxo de cerca de oito mil atendimentos diários no Instituto de Medicina do Além (IMA), em Franca, a aproximadamente 410 Km de São Paulo, a grande demanda tem forçado este tipo de iniciativa.

"Está sendo comum essas imposições à distância. Entramos na mesma sintonia do doente e lhe repassamos bons fluídos de fé. Tem sido bom", comenta.


O caso do ator Reynaldo Gianecchini foi assim. Antes do contato inicial com o ator, Berbel fez orações "virtuais", na companhia da família, longe do enfermo. Só no dia 26 de agosto, encontraram-se. Daí em diante, explica o médium, Gianecchini tem seguido à risca todo o tratamento. "Ele acredita, e diz para mim que está vendo os efeitos. Ele ingere diariamente, após o almoço, uma cápsula de plantas medicinais e fazemos orações, tudo para que possa lhe dar mais forças para resistir", narra.

Para Berbel, toda essa divulgação do seu trabalho tem sido muito positiva, e não vê como a publicidade possa banalizar. "Quanto mais espíritos bons circulando pelo mundo e mais energias de fé, melhor para todos.

Como Chico Xavier já dizia, o Brasil é a pátria do espiritismo e, daqui mesmo, está crescendo e ganhando o mundo. A nossa doutrina vai ser o futuro de todas as religiões", finaliza divulgando que todos os seus livros estão à venda no Geame.

IVNA GIRÃO
REPÓRTER

Homenagens a personalidades durante Cariri Cangaço

A comunidade Lampião, Grande Rei do Cangaço e este blog prestaram homenagem a quatro vaqueiros da história. 

Por: Heldemar GARCIA

Na noite da Quinta-Feira, 22 de setembro durante a solenidade do Cariri Cangaço em Barbalha, CE. a Comunidade do Orkut, Lampião Grande Rei do Cangaço,
(Clique aqui e participe ) administrada pelo pesquisador Ivanildo Silveira e o Blog Lampião Aceso, administrado por Kiko Monteiro, prestaram homenagens a personalidades da família Cariri Cangaço, com a entrega de Placas personalizadas alusivas ao trabalho em prol do engrandecimento da cultura e memória das coisas do nordeste.


Manoel Severo e Danielle Esmeraldo
  

João de Sousa Lima


Alcino Alves Costa
 

Aderbal Nogueira


Detalhe 


Heldemar Garcia  
Assessoria de Imprensa e Marketing.