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terça-feira, 14 de agosto de 2018

LIVROS SOBRE CANGAÇO É


COM O PROFESSOR PEREIRA ATRAVÉS DESTE E-MAIL: FRANPELIMA@BOL.COM.BR

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LANÇAMENTO DE LIVRO


Por Ruy Lima

Sábado passado (14/07/18) fui ao lançamento do livro “Lampião e o Sertão do Pajeú”, de Anildomá Willians de Souza, pesquisador e historiador do cangaço, nascido em Serra Talhada, terra de Lampião.

Na ocasião aconteceu a exibição do curta metragem "Lampião e o Fogo da Serra Grande", roteiro e direção de Anildomá e produzido pela Fundação Cultural Cabras de Lampião, em Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco. O filme foi um dos grandes vencedores da 19ª edição do Festival de Curtas de Pernambuco - FestCine 2017.

Houve também uma roda de conversa com Anildomá e a apresentação do grupo de Xaxado Cabras de Lampião.

Foi um evento cultural muito importante e ocorreu no Cais do Sertão, no Recife antigo. 

Fiquei admirado com o Cais do Sertão, onde tem o Museu de Luiz Gonzaga. Coisa pra cidade do primeiro mundo. Olha que eu conheço alguns lá fora. Mas, o nosso é simplesmente arretado!

OBS: ainda estou lendo o livro. Depois escreverei algo sobre o seu conteúdo, como simples leitor e não como crítico.

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ALGUNS ESCLARECIMENTOS SOBRE ‘CONTAMINAÇÃO AO MEIO AMBIENTE’


Identificando: da esquerda para direita: Sálvio SiqueiraMaria Oliveira, Isaque Santana, Vaneildo Bispo, João Carlos, Richard Torres Pereira Torres, José Lopes Tavares, Luciano Costa, Giovane Gomes, Gean Weider, Romilson Ferreira e Cristiano Ferraz.

METAIS NO MEIO AMBIENTE: CÁPSULAS, ARMAS, BOLOTAS DE CHUMBO E OUTROS METAIS E SUA CONTAMINAÇÃO.

O tempo de decomposição dos materiais inorgânicos na natureza pode levar muitos anos para se completar, provocando poluição do meio ambiente e prejudicando nossa saúde. Por isso, a reciclagem e o correto tratamento do lixo são duas medidas extremamente importantes. Além disso, esses procedimentos contribuem fortemente para a preservação do meio ambiente.

Algumas identificações da tropa: Tenente João Bezerra da Silva, Aspirante Francisco Ferreira de Melo, sargento Aniceto; cabos: Juvêncio, Bida, Bertoldo e Zé Gomes; Soldados: Justino, Leão, Pedro Barbosa, Raimundo, Cecílio, Honorato, Antônio Ferro, Antônio Jacó, Augusto, Abdon, José Panta de Godoy, Sebastião de Oliveira, Manoel Farofa, Antônio Campos, Antônio Seno, Zé Balbino, Elias Marques, ant^nio Vieira, Amaro Preto, Guilherme, Maneco, João Bengo, Vicente, Otacílio, Wenceslau, Pedrão, Paturi, Sílvio, Zé Baixinho, Jerônimo, Inácio, Bida e Ulisses Ferreira alcunhado de "Chocolate". Ainda faltam as identificações de alguns. Oito ou nove nomes. Fonte: Sabino Bassetti

Grande parte dos materiais, pode levar dezenas e até centenas ou mesmo milhares de anos para se decomporem na natureza. Desta forma, é de fundamental importância que os materiais, principalmente os inorgânicos, não sejam descartados no solo ou em rios e mares, ou mesmo em suas adjacências. Isso pode deixar o solo poluído ou contaminado durante muito tempo, já que quanto maior o tempo de decomposição dos materiais na natureza, maior é o prejuízo para o meio ambiente. Fato.

Identificação, da esquerda para a direita: Lampião, Vila Nova, Deferente, Passarinho, Juriti, Mané Sereno, Pitombeira, Gorgulho, Cacheado, Sabonete III, Barra Nova, Luiz Pedro e Nenê do Ouro (companheira de Luiz Pedro) - Fonte Rubens Antonio

É importante conscientizar-se de que precisamos cuidar nosso meio ambiente. E fazendo isso, recolhendo lixo inorgânico do meio ambiente, no local em que fizemos nossas pesquisas, estamos ‘matando dois coelhos com um só disparo’: contribuindo para a limpeza do meio ambiente e levantando locais com provas físicas históricas, pois temos suas localizações adquiridas através de equipamentos de alta tecnologia. Além da limpeza do lixo, retirada dos despojos de metais altamente contaminadores ao meio ambiente, estamos ajudando a esclarecer fatos de uma historiografia complexa. Digam-me se souberem o que vale uma prova de metal soterrada sob o solo para preservação da História? Para nada, a nosso ver. Fato.

Alguns metais, tais como o chumbo, o cromo, o cádmio, bismuto e outros, são extremamente resistentes às intempéries, justamente por isso que são perigosos. Eles não se decompõem facilmente, de fato, acho que nem mesmo se decompõem, pois são metais puros, assim, por mais que permaneçam no ambiente, e por mais que sofram desagregações, sempre restará ao menos um átomo desse elemento.

Esses metais, principalmente o chumbo, são imóveis, isso significa que eles permanecem no ambiente e não são facilmente removidos. Veja que o chumbo é utilizado em métodos de datação, significando que ele permanece no ambiente por milhões de anos, contaminando-o.

O problema começa quando são lançados no meio ambiente, contaminando o solo, a água e o ar, pois apresentam em sua composição substâncias consideradas perigosas à saúde humana e à natureza.

O chumbo, do latim plumbum, é um elemento químico de símbolo Pb, número atômico 82 (82 prótons e 82 elétrons), com massa atômica igual a 207,2 u, pertencente ao grupo 14 ou IVA da classificação periódica dos elementos químicos. À temperatura ambiente, o chumbo encontra-se no estado sólido. Trata-se de um metal tóxico, pesado, macio, maleável e mau condutor de eletricidade. Apresenta coloração branco-azulada quando recentemente cortado, porém adquire coloração acinzentada quando exposto ao ar. É usado na construção civil, baterias de ácido, em munição, proteção contra raios-X e raios gama e forma parte de ligas metálicas para a produção de soldas, fusíveis, revestimentos de cabos elétricos, materiais ante-fricção, metais de tipografia, material para munição de equipamento bélico, etc. O chumbo tem o número atômico mais elevado entre todos os elementos estáveis.

Abaixo, descrevemos uma tabela com o tempo que alguns materiais levam para se decomporem no Meio Ambiente:

Material - Tempo de Degradação
Aço - Mais de 100 anos
Alumínio - 200 a 500 anos
Cerâmica - indeterminado
Chicletes - 5 anos
Corda de nylon - 30 anos
Embalagens Longa Vida - até 100 anos (alumínio)
Metais (componentes de equipamentos bélicos) - cerca de 450 anos
Vidros - indeterminado


As nossas “I e II Exposições Angicos”, 2016 e 2018, tiveram em suas principais metodologias procurarmos saber, e assim deixarmos claro para os historiadores do tema Fenômeno Social Cangaço, em seu epílogo com a morte de seu maior símbolo, mito, histórico, Virgolino Ferreira, o cangaceiro Lampião, através dos achados físicos, o posicionamento da tropa que o eliminou e, consequentemente, a munição e as armas usadas no conflito. Assim como desanuviar as dúvidas e suposições que existem, pois foram criadas ao longo do tempo, como se dera o ataque ao acampamento cangaceiro comandado pela tropa do tenente João Bezerra da Silva em 28 de julho de 1938, ou mesmo comprovar ou não o uso do material bélico descrito no boletim de Fiscalização Administrativa emitido pelo comandando do II Batalhão de Regimento Policial Militar, com sede em Santana do Ipanema, AL, na época.

O Boletim de Fiscalização Administrativa, referente ao material bélico retirado do depósito/almoxarifado, para ser usado no ataque da tropa ao acampamento dos cangaceiros na “Grota do Riacho Angicos”, descreve o seguinte, transcrição na íntegra:

“FISCALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – 1 – Descarga: Sejam descarregados da carga geral deste Regimento e carga do II Batalhão, 1 carregador para F.M.H., 2.377 cartuchos para fuzil mauser, modelo 1908, 15 cartuchos 1895 e 380 cartuchos para pistola “Bergmann e Royal”, 9m/m.

2. Recolhimento de arma: Recolha-se ao Almoxarifado deste Regimento para os devidos fins, o F.M.H. do II Batalhão e pertencente a volante que se achava em repressão ao banditismo no dia 10 do corrente mês. Of. Nº 65 de 24/VIII/1938, do Sr. Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão, comandante do II Batalhão.

(Nota: I – O II Batalhão de Regimento Militar, sede em Santana do Ipanema-AL).

(Nota: II – O material (munição) acima, foi gasto na refrega com a morte de “Lampeão”, Maria Bonita e mais 10 (dez) cangaceiros).

(Nota: III – F.M.H. = Fuzil Metralhadora Hotchkiss).

(Boletim Regimental nº 192 de 29 de agosto de 1938)”

Vejam, notem, que da munição citada no referido boletim, conseguimos encontrar provas físicas e estas nos levarem a determinados locais no campo da batalha, dando a rota, posição tomada pela tropa. Também nos revelaram que uma das armas que foi retirada do almoxarifado não foi usada no ataque, pois até o presente momento não foram encontradas provas físicas, cápsulas ou cartuchos da mesma, que nos mostre sua utilização. Categoricamente o Fuzil Metralhadora Hotchkiss – F.M.H., não foi utilizado no ataque ao bando de cangaceiros naquela manhã de quinta-feira, 28 de julho de 1938. Outra referência, ou a falta desta, que nos chama atenção no BM é a falta da data em que foi dada a ‘saída’ do material bélico do almoxarifado do II Batalhão, contando apenas as datas do “Recolhimento de arma”, 24 de agosto de 1938, vinte e sete dias depois do ataque, e a da emissão do mesmo, 29 de agosto de 1938, trinta e dois dias depois da hecatombe.

No projeto/pesquisa registramos as coordenadas de onde se encontravam os resquícios histórias, cápsulas, fragmentos e bolotas de munição ficando assim o solo, Meio Ambiente, livre desse material altamente poluidor, contaminador, porém, registrados de onde estavam mostrando a colocação das partes em conflitos, volantes e cangaceiros. Nossa meta é resgatar a historiografia dos fatos, sem criarmos, inventarmos ou fantasiarmos fatos, atos ou lugares para chamarmos a atenção.

Acreditamos que, aqueles que se dizem preservadores de locais históricos, deveriam promover projetos para que as casas, taperas e outros lugares como currais, cruzes, jazigos e monumentos da época dos conflitos entre volantes e cangaceiros no tempo do cangaço ser preservados e/ou restaurados, quando se fizerem necessário, devido à degradação imposta pelo tempo. Pois, são provas de um passado sangrento sem, no entanto, causarem poluição ao meio ambiente.

Nosso trabalho não findou. Pelo contrário, iniciou-se uma nova etapa em que se torna lento, calculado e necessita de análises de estudos detalhados quanto às datas das munições, pois essas podem nos levar diretamente àqueles que as usaram no conflito. E o resultado estará disponível aos pesquisadores/historiadores, assim como, e principalmente, à direção do Monumento Natural Grota de Angico, para ampliarem seus dados históricos podendo, num futuro próximo, registrar com placas os lugares, detalhando armas, munição e quem estava em determinado local. Ou mesmo junto aos monumentos homenagens, placas e cruzes, ser instalado placas com croquis referenciando posicionamentos, armas portadas, munição usada e lugares dos conflitantes.Acabando de uma vez por todas com fantasias, suposições, mistérios e/ou mentiras sobre a história.

Não somos dono da verdade, porém, nossa batalha é sempre em busca dela.


Equipe da “II Expedição Grota de Angicos” – julho/2018
Cristiano Ferraz e Giovane Gomes de Sá – Floresta – PE; Lourinaldo Teles – Calumbí – PE, José Lopes Tavares e João Carlos – Recife – PE; Richard Pereira – Serra Talhada – PE; Maria Oliveira – Poço Redondo – SE; Isaque Santana – Itabaiana – SE; Vaneildo Bispo – Canindé do São Francisco; Sálvio Siqueira – São José do Egito – PE; Romilson Santos Ferreira – Aracajú – SE; Geanderson Lacerda - Petrolina – PE; Luciano Costa – Nossa Senhora das Dores - SE


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PILÕES DE PEDRA

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.963

       A natureza caprichosa realiza gigantescas obras, mas também faz coisas menores e incríveis que encantam. Nos sertões nordestinos, costuma trabalhar com milhares de anos para esculpir em inúmeros lajeiros, lajedos ou lajeados, locais onde se acumulam as águas pluviais. São os pilões de pedra também chamados pedra d’água e caldeirão formados pelas condições climáticas, com as mais diferentes formas. Surgem esses caldeirões: côncavos, em rachaduras, espiralados, panelas e em outros formatos menos comuns. O líquido acumulado mata a sede dos animais selvagens e é usado pelos habitantes do lugar para beber e lavar roupa, principalmente. Os pilões são lugares pitorescos como pontos turísticos, encontro de moradores e agradabilíssimo para convescotes.

PIlão de pedra no sítio Laje dos Frade. (Foto: Clerisvaldo B. Chagas).
Estão incluídos em nosso projeto os registros de todos os pilões de pedra do nosso município, zona rural. Surgirão graficamente em número e localidades onde se encontram, ficando à inteira disposição dos pesquisadores, inclusive, mapeados. Farão parte também todos os riachos significativos, as fontes naturais, lagoas e os artificiais açudes e barreiros. Além disso, todos os sítios terão suas origens reveladas, com históricos pequenos ou grandes e fotos dos seus principais atrativos. Teremos mapas de alta qualidade confeccionados por ilustres profissionais da terra: mapa de relevo, hidrografia, vegetação, clima, rodoviário/político e temáticos.
Voltando aos pilões de pedras, muitos se tornaram famosos na região de Santana do Ipanema, Alagoas, mas ficaram alheios ao foco pelo modernismo que faz esquecer as tradições. Hoje todas as formas atrativas do campo são procuradas pelos que fazem o turismo rural. Esses magníficos trabalhos rochosos com seus ornamentos particulares, serão valorizados por nós e apresentados carinhosamente ao mundo.
Em torno desses lajeiros, nascem pequenos cactos como a coroa-de-frade, o rabo-de-onça... E outros ainda são multicoloridos pelos minúsculos animais que a eles se agregam.
Setembro vai chegar.


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TEXTO DE RANGEL ALVES DA COSTA É CITADO NO SENADO FEDERAL

*Rangel Alves da Costa

Eu escrevo, escrevo e escrevo mais, mas nunca com a pretensão de ter leitores cativos ou mesmo alguns que mais apreciem. Escrevo em sites, em jornais impressos, em páginas virtuais. Escrevo tanto que nem recordo onde este ou aquele texto foi publicado.
De vez em quando, contudo, eis que encontro os meus textos de forma mais surpreendente. Pesquiso no Google e logo percebo que o que escrevo foi transcrito ou utilizado em sites, em blogs, em programas radiofônicos, em textos acadêmicos, nos lugares mais inesperados.
Foi o que aconteceu, por exemplo, nesta segunda, quando soube que um texto de minha autoria havia servido de base para um pronunciamento da senadora Maria do Carmo, semana passada, no plenário do Senado Federal. Eis as palavras da parlamentar sergipana, em release distribuído por sua assessoria e intitulado “MARIA DO CARMO REVELA PREOCUPAÇÃO COM VAZÃO DO VELHO CHICO”:
“A senadora Maria do Carmo Alves (DEM) falou hoje da sua preocupação com a situação hídrica de Sergipe e dos demais Estados que se valem das águas do Rio São Francisco. Em pronunciamento no Senado da República, ela lembrou que o maior reservatório do Nordeste, o de Sobradinho, na Bahia, já está passando hoje por um controle rigoroso de vazão, procurando garantir, no mês de novembro, um nível de água acima do volume morto.
Maria destacou que “às margens do Velho Chico, a vida já mudou”. Ela citou que o acadêmico Rangel Alves da Costa, da Academia de Letras de Aracaju, em artigo recém-publicado sobre a angústia e vida no velho Chico, “a vida ribeira mudou e as piabas, os peixes miúdos, que eram fartura nas mesas, desapareceram”.


“As canoas e pequenas embarcações estão dormindo no cais, sem perspectiva de futuro, e as redes e tarrafas servem agora de enfeite nas varandas. Quando jogadas, voltam vazias de peixe e carregadas de desesperança”, disse Maria, ressaltando que “como bem observa Rangel, a única coisa que restou da vida ribeirinha foi a batida da roupa das lavadeiras nas pedras do rio, repetindo o gesto de suas antepassadas”.
De acordo com a senadora, os ribeirinhos estão vivendo à beira da angústia, pois as grandes embarcações foram embora e os peixes grandes já não aparecem mais. “E como bem disse o texto quase poético do acadêmico, ‘resta a tristeza e o silêncio’”. Para ela, esse cenário desolador pode ainda se acentuar se nada for feito para apressar a revitalização do Rio São Francisco. “Precisamos de vontade e ação política para estabelecer urgência em programas de recuperação vegetal, com plantios de espécies nativas, por exemplo”.
De acordo com a parlamentar democrata “só com um esforço concentrado, direcionado pelo Governo brasileiro e pelos Estados que se servem do Rio, poderemos evitar as terríveis perspectivas com as quais estaremos lidando nos próximos anos e que prometem esvaziar a torneira do povo sergipano”.
Maria ressaltou que apesar de muitos avisos, dados décadas atrás sobre a possibilidade de morte do Velho Chico, não conseguimos evitar que chegássemos onde chegamos, e agora, para desespero de todos os sergipanos, estamos beirando o colapso hídrico. Não só a vida ribeirinha, mas o consumo de água nas principais cidades sergipanas e o fornecimento de energia elétrica, colocarão em cheque nossas possibilidades de retomar o desenvolvimento econômico”.
Muitíssimo agradecido à senadora. Ao Senado federal cheguei ao menos através do que de repente escrevo.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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UM GRANDE FERIMENTO NA PERNA DO CANGACEIRO " CANDEEIRO" EM UM COMBATE EM 1936. VEJA, COMO ELE FOI CURADO..!


https://www.youtube.com/watch?v=nQ2Pi6TZ7I8

. Se esmorecesse, morria, sentenciou Jararaca.
Mais um vídeo com o selo Aderbal Nogueira

OBS: O que me chamou muita atenção nesse vídeo, foi o cangaceiro " Candeeiro", falar de "Jararaca" comandando um grupo, em 1936. Ora, esse último bandoleiro, morreu no ataque de Lampião a Mossoró, em 13 de junho de 1927. Acredito, que houve um equívoco quanto à utilização do nome do cangaceiro Jararaca. (adendo, por Volta Seca).


Eu também fiquei em dúvida e achando que eu estava desaprendendo o cangaço, mas o pesquisador Volta Seca tem razão, quando diz que houve um equívoco quando o Candeeiro fala em Jararaca comandando um grupo de cangaceiros em 1936. Tenho real certeza que Candeeiro não chegou a conhecer Jararaca morto em Mossoró em 1927. (Adendo, por José Mendes Pereira).


Publicado em 12 de ago de 2018

Um tiroteio, o ferimento e o tratamento. Se esmorecesse morria, sentenciou Jararaca.

Categoria

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SNIPERS DO CANGAÇO


Por Cabo Francisco Carlos

Hoje assistimos a inúmeros filmes de francos atiradores “SNIPERS,” apresentando com garbo seus rifles supermodernos e sofisticados com lentes telescópicas, e de calibres potentes projetados para longo alcance que é capaz de atingir com precisão, alvos minúsculos a quilômetros de distancia. Estes militares são considerados a “ELITE” de suas tropas, pois só são enviados para cumprir missões especiais de alto risco. Para ser um franco atirador, tem que possuir muito equilíbrio emocional, além de algumas qualidades condizentes ao seu treinamento e capacitação no manejo da arma, a escolha da posição no ambiente ou terreno, e a exatidão nos cálculos precisos para usar de acordo com as condições e variações das intempéries no momento de executar o disparo preciso e fatal. 

Isso ocorreu entre os terríveis cangaceiros do bando do Capitão Virgulino Ferreira da Silva o famigerado Lampião rei do cangaço. O próprio Lampião era um exímio atirador, mas em seu bando havia alguns cabras que tinham tal habilidade, eram um “SNIPER” perfeito. Um simples Fuzil Mauzer 1908 cal 7mm, um mosquetão do mesmo calibre e até mesmo um Winchester cal. 44 “papo amarelo” resolvia a questão dependendo do traquejo de quem o manuseava. Já ouvi dizerem que o cangaceiro Ponto Fino, o irmão mais novo do Rei do Cangaço executou com seu mosquetão 7mm um tiro com tamanha perfeição, que deixou todos do bando boquiabertos. 


Pois um dia já bem à tardinha quando o bando de Lampião chegou em uma fazenda perto da cidade de Propriá, um dos empregados vendo e identificando ao longe o bando de cangaceiros, mais que depressa; montou num cavalo e saiu a galope pela estrada para chegar na cidade e pedir ajuda ás autoridades daquele lugar, mas teve a vida ceifada e caiu sem vida após receber um tiro nas costas disparado pelo cangaceiro ponto fino á mais ou menos 1.200 metros de distancia, calculo este feito pelo cangaceiro Arvoredo, que mediu com passadas de onde o atirador disparou a arma; até onde o rapaz encontrava-se caído inerte no chão, 1.220 passos regulando 1 metro cada passo. 

Outro tiro perfeito foi realizado pelo cangaceiro Catingueiro que acertou o sino no campanário torre de uma igreja a mais de 800 metros dando o alarme ao bando do Cangaceiro Canário que a volante de Zé Rufino vinha se aproximando daquele povoado. 

Sabino Gomes também já á noite, á mais ou menos 500 metros acertou um lampião a querosene dentro de uma casa causando um grande incêndio na moradia de um coiteiro delator. A casa estava cercada e todos morreram queimados no deu interior.


O interessante é que tais cangaceiros efetuavam esses disparos, simplesmente usando a alça e a massa de mira regulável de seus rifles. Um dia o Capitão Cangaceiro falou assim: Quando cubro um macaco na mira do meu fuzil e disparo, é Deus que decide se ele vive ou morre; pois se eu errar ele esta salvo, mas se Deus não quiser, que ele tenha pena do infeliz.

CABO FRANCISCO CARLOS.

https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5/posts/1636710249773486

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GROTA DO ANGICO: A HISTÓRIA REVISITADA UM NOVO OLHAR SOBRE UM FATO SEM O RESPEITO MERECIDO E A HOMENAGEM ATRAVÉS DE UMA LEMBRANÇA QUE FALTAVA

Por João de Sousa Lima
João de Sousa e o confrade Antonio Vilela

Dia 1º de abril de 2012, um domingo de Ramos, dia de oração para muitos fieis e por outro lado o que em nossa cultura comemora-se “Dia da Mentira” serviu para tornar verdadeira a história, sendo reconhecido um capítulo que por muito tempo se manteve sem o seu devido valor.

Lembro que tudo começou em 2008 quando Eu, Vilela e a equipe jornalística do Diário do Pernambuco, em visita para gravar uma entrevista com Antonio Vieira, soldado de volante e que residia na cidade alagoana de Delmiro Gouveia, prometemos ao velho combatente que iríamos realizar uma homenagem ao seu amigo de farda e companheiro de batalha, o soldado Adrião Pedro de Souza, que foi o único policial que morreu quando do confronto que matou o cangaceiro Lampião e mais dez companheiros incluindo sua mulher, a famosa Maria Bonita.

Em março de 2011 durante o evento do Centenário de Maria Bonita acontecido também na cidade alagoana de Piranhas, quando lá chegou o grupo de pesquisadores, escritores e estudiosos do tema cangaço oriundos de Paulo Afonso, fomos apresentados a Décio Canuto, neto do soldado Adrião e que tinha vindo de Maceió pra participar do evento e falar da possibilidade dos escritores realizarem a homenagem ao seu avô. Falamos para Décio que esse era um projeto meu e de Vilela e que vínhamos amadurecendo desde 2008, falando inclusive da promessa feita a Antonio Vieira.

Vilela ficou encarregado de colher mais informações com os familiares de Adrião e que ainda residiam próximos a sua cidade Garanhuns.

Depois de quatro anos do compromisso firmado com Antonio Vieira a promessa foi cumprida. Dia 1º de abril de 2012 saímos de Paulo Afonso, Eu, Jadilson Ferraz, Edson Barreto, Elaide Barreto e Evelin Barreto. De Garanhuns veio Vilela, sua esposa Da Paz, seu filho Hans Lincoln, a nora Soraya Crystina e o pesquisador de São Bento do Una, Edvaldo Primo.

Chegamos ao porto de Piranhas, embarcamos na canoa “O Cangaceiro”, comandada por Célio e descemos o Rio São Francisco até a Grota do Angico.
Edson Barreto transportou a cruz.

Na Grota, lateral a pedra onde se situa a homenagem aos cangaceiros escolhemos uma pedra e fixamos a cruz e a placa com o seguinte texto:

Jadilson "Bin Laden" Ferraz
descansa na sombra de uma árvore, olhos fixos na cruz. 

Edson, João e Jadilson Ferraz fixam a placa e a cruz

Desempenhamos nossa obrigação e retornamos com a confiança do dever exercido e com a certeza da reparação histórica que por tantos e tantos anos ficou como lacuna sobre o capítulo acontecido naquela manhã fria de 28 de julho de 1938.

Agora descanse em paz Adrião Pedro de Souza, descanse em paz Antonio Vieira. Que os remanescentes de Adrião possam se orgulhar dos atos de suas últimas horas de vida, que a policia em seus arquivos resguarde o mérito desse brioso guerreiro, que a história lhe atribua o respeito merecido informando pontualmente que na Grota do Angico doze pessoas (e não onze) tombaram sem vida naquele fatídico dia frio.
O novo aspecto de Angico

Paulo Afonso, 01 de abril de 2012.

Colhido no Sitio do primo João

E eu colhi no sítio do pesquisador Kiko Monteiro http://lampiaoaceso.blogspot.com

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"O IMPARCIAL" - BA, EM 22 DE MAIO DE 1935 LIBERDADE PARA ALECRIM E BANANEIRA

 TRANSCRITO POR: URANO ANDRADE

É o que menos se poderia acreditar, mas aconteceu. Quatro ex-cangaceiros que assolavam o sertão, espalhando o terror por toda parte foram soltos e enviados para Ilhéus e Itabuna, para trabalharem (honestamente, já se vê) nos campos do Sul...

Manoel Raymundo Correia, Sebastião Valentim dos Reis, Pedro Vieira da Silva (Alecrim), e Horácio Teixeira Junior (Bananeira)  chegaram já a Ilhéus. Os dois primeiros eram bandoleiros de um Virgilino, bandido de Ituassu, e os dois últimos do celebérrimo Virgolino Ferreira, o Lampião, condenado a morrer de velho...

Dois desses bandoleiros foram enviados a Itabuna, ficando os outros em Ilhéus sob a vigilância da polícia...

Ora, essa “bôa gente” estava aqui na Penitenciária há cerca de um anno, tendo agora essa liberdade “devido ao bol procedimento que tiveram naquele presidio, e atendendo a outras circinstancias que militam em seu favor...”

Quaes serão estas circunstancias favoráveis aos presos, e como teria sido essa rápida regeneração que durou só um anno, depois de ninguém sabe quantos crimes?


Pedro Vieira da Silva o "Alecrim"

Um criminoso comum pode, por um só crime, levar 30 annos na Penitenciaria; uns bandoleiros que foram o terror do sertão, de cujos crimes, ninguém sabe o numero certo se arrependem assim depressa, no espaço de um anno, e são postos em liberdade, embora vigiada!

Bandoleiros habituados a correr no matto denso trabalhando “vigiados” nas mattas do Sul!...

É curioso, mas parece também perigoso... E ninguém é capaz de atinar 

OPINIÕES CITAÇÕES SOBRE JOÃO BEZERRA. (#)

Por Paulo Britto

O artigo a seguir é uma breve compilação de algumas referências/citações ao Coronel João Bezerra da Silva, feitas por pessoas de realce dentro do contexto do tema Cangaço, as mais diversas possíveis: coiteiros, soldados, oficiais, respeitados pesquisadores e escritores, autoridades militares, renomados chefes de volantes de outros Estados, etc.

Meu intuito é único e exclusivo, levar ao público informações para que diante delas, tirem suas próprias conclusões...




Att Paulo Britto
"Filho de João Bezerra"

Boletim Regimental número 179, de 12/08/1938 (Grafia original)
Não se enganou, portanto, o Exmº. Sr. Interventor Osman Loureiro, nem tampouco este comando. A perseguição se iniciou de forma tenaz e vigorosa, e não tardou a raiar da manhã de 28 de Julho, onde um punhado de 45 bravos comandados pelo Capitão João Bezerra da Silva, 1º Tenente Francisco Ferreira de Melo e Aspirante a oficial Aniceto Rodrigues dos Santos numa arrancada de heróis, atacaram de surpresa, na Fazenda “Angicos” município de Porto da Folha, no Estado de Sergipe, o grupo de famigerado “Lampeão” composto de nada menos de 58 bandidos e com eles numa luta tremenda conseguiram abater 11 sicários, inclusive o Rei do cangaço, pondo os demais em debandada, sem que tivesse tempo, os restantes, de conduzir do campo da luta os seus apetrechos e material de guerra que abandonaram.
 João Bezerra "Foto inédita em livros". 
Arquivo do Jornal Diário de Pernambuco
Acervo Lampião Aceso 

... O Exmº Sr. Interventor Federal Dr. Osman Loureiro, vendo realçada, com o mais significativo êxito, a missão de que fora e ainda se acha encarregado o II Batalhão, houve por bem premiar os que tomaram parte na refrega, e assim sendo, graduou no posto de Coronel, o Tenente Cel. José Lucena de Albuquerque Maranhão e promoveu por ato de bravura, a Capitão, o 1º Tenente João Bezerra da Silva, a 1º Tenente, o aspirante a oficial Francisco Ferreira de Melo, a aspirante, o 3º sargento Aniceto Rodrigues dos Santos...
Coronel Lucena
Louvor do Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão comandante do II Batalhão, transcrito no III item do Boletim nº 285, do II Btl, de 17 de dezembro de 1938. (Grafia original)
Lucena. Acervo Ivanildo Silveira
 “Tendo o Sr. Capitão João Bezerra da Silva, sido desligado deste Batalhão, a fim de assumir a função na sede do Regimento. Louvo-o pelo modo brilhante com que soube espontâneamente cumprir as árduas missões de que foi incumbido, quando neste batalhão, mormente na campanha contra o orda de facínoras, perturbadores da paz sertaneja que há tanto tempo vinha sofrendo as agruras consequentes da ação do banditismo.

Este oficial, demonstrou os nobres predicados de que é possuidor; trabalhador incansável que nunca ousou dar tréguas a tal corja, combatendo-a bravamente até o momento máximo em que assediou com a sua fôrça o conjunto chefiado pelo célebre “Lampeão” que não podendo vazar tal assédio, caiu sem vida, quando para os supersticiosos já era tido como imortal.

Jornal de Alagoas
O Chefe de Polícia de Alagoas relata como se deu o encontro em que morreu o “Rei do Cangaço”. Quem é o Tenente João Bezerra. A Agência Nacional, do Departamento de Propaganda, procurou ouvir pelo telegrapho, o Secretário do Interior e Chefe de Polícia de Alagoas Sr. José Maria das Neves. O Sr. José Maria das Neves informou o seguinte.
- O Sr. João Bezerra da Silva, nasceu em Pernambuco a 4 (*) de junho de 1898, verificando praça em 29 de novembro de 1921. Foi 2º Sargento em 29 de março de 1922... e 1º Tenente por merecimento em 30 de setembro de 1936. Teve vários encontros com bandidos, tendo de uma feita morto três dos comparsas de Lampeão. ... É official valoroso da Polícia Alagoana e de immediata confiança do governo...
Entre os prêmios recebidos por João Bezerra, a sua família guarda, zelosa e orgulhosamente, uma Espada que ele recebeu do povo de Piranhas em 1938, expressão de gratidão pela morte de Lampião, em cuja “Copa” está escrito: “Ao Capitão João Bezerra pela sua bravura e heroísmo. Offerece o povo de Piranhas.”
Durval Rosa
Colocações de Durval Rodrigues Rosa, irmão de Pedro de Cândido, no livro “Assim morreu Lampião” de autoria do pesquisador e escritor Antônio Amaury, página 105.

... João Bezerra disse que tava certo e dividiu todo mundo.
Avisou:
- Não conversa ninguém. Puxem o ferrolho dos fuzis. Não dá tiro a tôa.
Passou uma ordem severa.
- Vou passar uma ordem pra todo mundo. Não se dá um tiro sem se vê em quem . Só se atira em cangaceiro. Soldado não briga deitado, o qui eu encontrá deitado, ou outro qualquer encontrar deitado, atire e mate que esse é covarde. Quando vocês me verem deitado atirem em mim também.
Quando eu gritar, avança, aí eu quero Lampião pegado hoje de qualquer maneira. Ou morto ou pegado a mão!


Nisso Antonio Jacó chegou perto dele, tirou o chapéu, botou no chão, pisou em cima e disse assim.
- Mi solte logo “Seu” tenente, que eu quero saber se Lampião é mais homem que eu.
Ficou doido, doido, doido.

O tenente falou:
- Espere aí, i tenha calma!” ...


Afirmativas como esta feita pelo coiteiro que não tinha necessidade alguma para enaltecer a coragem do comandante da tropa e seu subordinado, não são consideradas por certos pesquisadores que se apegam a comentários tendenciosos que não tem relevância.

Antônio Jacó
"Mané Véio e Paulo Britto"
Colocações de Antônio Jacó no livro “Assim morreu Lampião” de autoria do escritor e pesquisador Antônio Amaury Correa de Araújo, página 117, Edição 1982.

João Bezerra armou uma rede, botou os bornaes pendurados num galho e disse assim:
- Mané Véio, deita aqui debaxo da minha rede:
Eu respondi:
- Voce tá pensando qui eu sou mulher? Prá seiscentos diabos!
Mas deitei no chão, que eu obedecia a ele. ...

Quando estive com Antônio Jacó na cidade de Pires do Rio em Goiás, ele bastante emocionado, sem acreditar que estaria ao lado do filho de Ten. João Bezerra, em longa entrevista me disse:
- O seu pai, eu considerava como meu pai.

Elias Marques
Sgt. Elias e o autor
Em conversa com Elias Marques, soldado da volante do meu pai, que residia em Olho D`Água do Casado, onde lá estive por diversas vezes. A foto ao lado é registro de uma destas ocasiões.

Perguntei a ele: – Elias e essas conversas que meu pai se encontrava com Lampião, etc?
Ele respondeu:
– Paulo você vai acreditar nisso, seu pai não se afastava pra lugar nenhum que não levasse um de nós e nós nunca vimos falar nisso. O Tenente não era de brincadeira”. ...

Estas colocações são para demonstrar a confiança e o respeito de Antônio Jacó e Elias Marques pelo então Tenente João Bezerra, demonstrando que pessoas como estas jamais se insubordinariam ao seu comando, a consideração e a confiança do comandante por eles.

Ferreira de Melo
O coronel Francisco Ferreira de Melo no livro do Dr. Estácio de Lima “O Mundo Estranho dos Cangaceiros”, páginas 285, 286 e 287:
O veterano Ferreira
 -Lastimamos a perda de meu excelente soldado Adrião, ou Adrião Pedro de Souza. Também foi baleado o nosso digno Comandante e mais um praça que teve o braço partido.

-De qualquer forma, Lampião foi liquidado pela tropa sob o comando geral de Bezerra.

- As precauções e as providências. Bezerra nunca se mostrava egoísta, ou vaidoso. Gostava de ouvir a opinião dos comandados.




Manoel Neto
Comentário de Manoel de Souza Neto em um Jornal do Nordeste

Manoel Neto
O capitão Manoel Netto reconstitue, para esta folha, a luta em que se empenhou durante 12 anos.

Pertencente à Brigada Militar do Estado, tem a sua carreira ligada ao combate sistemático e constante ao cangaceirismo no nordeste.

Por fim, o capitão Manoel Neto allude a antigos companheiros de jornada, destacando os nomes do Tenente Coronel Hygino, do Tenente Arlindo Rocha, Luiz Mariano, Capitão Optato Gueiros, Major José de Alencar, concluindo refere-se ao Tenente João Bezerra dizendo:

- O Tenente João Bezerra a quem conheço pessoalmente, é um official disposto, disciplinado e muito bem quisto no seio da Polícia alagoana e dos Estados vizinhos.

Coronel José Rufino
Trecho de uma Carta do Cel José Osório de Farias; Jeremoabo, datada de 1 de abril de 1964.

Zé Rufino
 Amigo Cel João Bezerra,
... Aqui fica o teu velho amigo que muito te estima.
Olha João, eu ainda hoje sonho com aqueles tempos daqueles em que nós vivíamos naquela mardita campanha.



Manoel Flor
Carta do Coronel Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor)
Manoel Flor
João Bezerra, Recebi sua carta, ontem, 19 de agosto de 1961, quando me preparava para um ligeiro passeio pela cidade. Seria faltar a primorosa verdade se lhe afirmasse ter sido um momento de alegria ao recebê-la. Foi meu caro amigo muito mais do que uma satisfação passageira. Ela veio me transportar a terreno mais profundo, o qual ficou no passado, mas de meandro crateroso, contemplado por mim com tantas emoções.
Emoção pelo desaparecimento de velhos companheiros, cujas cinzas veneramos com admiração e respeito, pela bravura e respeito; Emoção pelo verdadeiro espírito fraternal que sempre existiu entre as tropas pernambucanas e alagoanas. A confiança fazia com que considerássemos Pernambuco, um pedaço de Alagoas e Alagoas, um pedaço de Pernambuco; Emoção dos dias cruentos que enfrentamos, apesar da dureza da campanha, ocasionada pela fadiga, apreensão e responsabilidade, os nossos encontros efetivados na maior cordialidade, ou melhor festivos. ...
Do amigo e companheiro Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor)
Floresta, 20/9/1961

Frederico Pernambucano de Melo
Colocações feitas por este escritor e pesquisador na introdução do Livro “Como Dei Cabo de Lampião” de autoria do Capitão João Bezerra, página 38, 3ª edição.

... as curtas memórias do coronel Bezerra nos revelam um homem eleito pela fatalidade de um destino de aventuras permanente, pondo-lhe a vida a cada passo um obstáculo para saltar e lhe proporcionando a aventura capaz de fazer lamber os beiços a um jovem do Pajeú da época, de poder provar, em pelejas sucessivas, aos seus próprios olhos e aos de terceiros que se tratava de “cabra disposto”. Metido no interminável steeple–chase que culminaria com a destruição do “Rei do Cangaço”, Bezerra há de ter-se considerado um homem de sorte, sob esse aspecto. Pois olhe que até uma onça cruzaria seu caminho para lhe dar oportunidade de tirar uma das mais invejadas cartas de valente: a de matador de onça. ...
Frederico
Outro comentário de Frederico no Livro “Como Dei Cabo de Lampião” de autoria do Capitão João Bezerra, página 55 e 56, 3ª edição:
... Fico à vontade, portanto, para reconhecer em Bezerra o homem que não tremeu no momento em que o destino o aceitou como seu agente e ponta de lança, dando-lhe a chance de virar uma das páginas mais expressivas da história do Nordeste rural. ...

... No cenário de Angico, Bezerra não foi outra coisa. Sujeito e objeto da história, soube fazer-se templo da síntese magnífica. Como um Ahab original, mil vezes afortunado, cuidou em atropelar tudo o que se levantou entre ele e o cangaceiro. E ao lhe tomar no último instante a porta, quem sabe não o terá desenganado de um possível brilho derradeiro das estrelas de seu chapéu, sentenciando como o capitão da perna de marfim:

Louco! Sou o lugar-tenente do destino. Apenas cumpro ordens ...

Billy Jaynes Chandler
Repúdio ao Professor Billy Jaynes Chandler, no Livro da escritora Marilourdes Ferraz “O Canto do Acauã”, 3ª Edição – 2011, página 476:

- Pág. 252: “Estas histórias são repetidas pelos pernambucanos, principalmente por aqueles que, como os da família Flor e outros nazarenos, se sentem ludibriados porque, segundo eles, Lampião foi morto por um oficial de Alagoas, corrupto e covarde, indigno de tal honra. Esta honra, de direito, deveria ter sido deles. Bezerra infame, como era, só pode ter...“ Estas referências aéticas lançadas contra o Coronel João Bezerra não podem ser atribuídas a quem não as deu, no caso os Flor de Nazaré que nem ao menos foram entrevistados pelo professor. E, além de tudo, não concordam com esse tratamento contra o colega de outro Estado.

(Marilourdes Ferraz é filha do Coronel Manoel de Souza Ferraz – Manoel Flor).

Belarmino Neto
Carta do Major da Polícia Pernambucana, Belarmino de Souza Neto, dirigida à escritora Marilourdes Ferraz e publicada em seu livro “O Canto do Acauã” – 3ª Edição – 2011, páginas 486 e 487.

Há anos li uma obra de Rodrigues de Carvalho, sobre Lampião tratando do tema, aquele autor não tem dúvida: Afirma que a morte foi mesmo por veneno, obscurecendo o trabalho de João Bezerra a quem não poupa ofensas e cobre de ridículo.

Lendo aquela obra, comentei à margem: “Lampião foi um bandido, sem nobreza, sem ética, sem piedade. Seria um injustificável exagero que se fosse exigir, para a sua destruição, o emprego de princípios, de lealdade cavalheiresca que ele nunca usara para com suas vítimas. Teria sido ele envenenado? Para mim o assunto é irrelevante e não conduz a nada.

O Coronel João Bezerra continuará a ser o homem que livrou o nordeste brasileiro daquela praga de vândalos. Que o tenha feito a bala, pelo arsênico, pela surpresa ou através de qualquer artifício, isso não vem ao caso, negar seu mérito pelo extermínio de Lampião, é como negar a Colombo o mérito pelo descobrimento da América. E no entanto, depois de vinte anos de escaramuças através do nordeste, entre o bandido e as forças policiais de 7 Estados, foi o Coronel João Bezerra o único que conseguiu quebrar a calota do ovo e colocá-lo de pé sobre a mesa. ...

Antonio Amaury
Correspondência enviada a mim em 6 de Julho de 2002 pelo escritor e pesquisador Antônio Amaury Correa de Araújo:
Amaury em foto do coroné Severo
... Não é novidade para os pesquisadores que seu pai foi amplamente injuriado, invejado e que teve sua imagem denegrida por comentários oriundos de mentes tacanhas pelo fato de haver sido o comandante que eliminou Lampião e parte do seu bando cangaceiro, ... Isso causou-lhes profundo ressentimento e usaram então dos mais baixos argumentos para achincalhar o episódio da Fazenda Angico.

... Pelo que pude observar nesses 53 anos de pesquisas e com seis mil entrevistas realizadas qualquer pessoa, em qualquer época usando de qualquer método para eliminar Lampião, ... ... seria questionado e destratado e sua atuação estaria sempre em dúvida na visão daqueles que não conseguiram o mesmo desideratum. A imaginação humana não tem limites e até mesmo episódios claros como cristal são colocados sob suspeita.... Para terminar, a polêmica não tem fim. É traição, veneno, tiro e Lampião ainda vivo até a década de 1990. Viva a fantasia, a ficção, a criatividade de alguns pesquisadores menos cuidadosos e pouco honestos para com a história...

PS. Faça o uso que quiser destas, pois é a expressão do meu pensamento e da verdade que obtive de cangaceiros, soldados, coiteiros e outras pessoas envolvidas no episódio de Angico.

Gazeta de Alagoas
06.12.1970 – 1º Caderno, página 3. "Matador de Lampião sepultado em Maceió com honras militares"

...O Coronel (de Exército) Carlos Eugênio Pires de Azevedo, comandante da Polícia Militar conheceu pessoalmente o Coronel Bezerra há 02 anos em Garanhuns. Lamentou a sua morte. Como última homenagem a corporação da qual é comandante, satisfazia o pedido de João Bezerra de ser sepultado em solo alagoano.

Pelos bons serviços prestados à Polícia Militar de Alagoas e a todo o nordeste, não há tributo que pague ao Coronel Bezerra, pelo que ele realizou, disse o comandante da Polícia Militar de Alagoas. ... “O Coronel Bezerra era um militar cônscio de suas responsabilidades e tratava a todos os seus comandados com igualdade de condições. Devido esse comportamento, diante das tropas, que comandava no Quartel é que ele grangeou a simpatia de todos e consequentemente foi conquistando as promoções, todas elas por relevantes serviços prestados à nossa Polícia, ao Estado e à Nação”.

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Espero que estas citações consigam demonstrar, um pouco, de quem foi o homem, o policial militar, o maçom, grau 18 que, em todas as suas ações e missões, só fez enaltecer o nome da instituição a que pertenceu, e que, graças a Deus, teve o privilégio do reconhecimento e do respeito dos familiares, amigos, superiores e subordinados.
Sempre estive e continuo disponível aos amigos, para poder contribuir com o modesto conhecimento que tenho.
Att Paulo Britto 
ADENDOS
(*) A data correta do nascimento do Coronel João Bezerra é 24 de junho de 1898.

(*) Frederico Pernambucano, durante sessão de fotos no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, em Maceió em agosto de 2009 para ilustrar o livro "Estrelas de Couro - A Estética do Cangaço".

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