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segunda-feira, 24 de julho de 2017

LIVRO “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”

Por Antonio Corrêa Sobrinho

O que dizer de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”, livro do amigo Ruberval de Souza Silva, obra recém-lançada, que acabo de ler, senão que é trabalho respeitável, pois fruto de muito esforço, dedicação; que é texto bom, valoroso, lavra de professor, um dizer eminentemente didático da história do banditismo cangaceiro na sua querida Paraíba. É livro de linguagem simples, sucinto e objetivo, acessível a todos; bem intitulado, pontuado, bem apresentado. E que capa bonita, rica, onde nela vejo outro amigo, o Rubens Antonio, mestre baiano, dos primeiros a colorizar fotos do cangaço! A leitura de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO” me fez entender de outra forma o que eu antes imaginava: o cangaço na terra tabajara como apenas de passagem. Parabéns e sucesso, Ruberval!

Adendo: José Mendes Pereira

Eu também recomendo aos leitores do nosso blog para lerem esta excelente obra, e veja se alguns dos leitores  possam ser parentes de alguns cangaceiros registrados no livro do Ruberval Souza.

ADENDO -  http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Entre em contato com o professor Pereira através deste 
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UM VALENTÃO DAS RUAS DE POMBAL/ DÉCADA DE 1960. DÃO DOS PASSARINHOS OU DÃO ALEIJADO.

 Por Jerdivan Nóbrega Araujo

Eu conheci Dão nas ruas de Pombal, conduzido por um jumento, sempre com uma ou mais gaiolas nas mãos. Outras vezes o encontrava solitário no Riacho do Bode, caminho da Camboa, “atocalhando” alçapões para prender passarinhos, ou colhendo macambira para fazer gaiolas.

Quem o via vendendo pássaros para sobreviver, mal sabia que tempos passados aquele senhor, quando jovem implantou, o terror na zona rural de Pombal. Era um sujeito que metia medo em quem o encontrava no meio da caatinga.

Na sua biografia consta a primeira grande fuga do presídio do Roger, onde esteve preso e ganhou as suas muitas tatuagens. Dão fugou se arrastando por um estreito esgoto, saindo as margens do rio Sanhauá, e de lá ganhado a liberdade o que foi notícia em jornais da Paraíba.

Dão dos Passarinhos ou Dão Aleijado

Depois da fuga Dão retornou aos arredores de Pombal, passando a ser procurado pela polícia paraibana, sem muito êxito, já que era um conhecedor de toda aquela região. Prender Dão passou a ser um desafio para o policiamento da Paraíba. A missão de agarra-lo "vivo ou morto" ficou por conta do policial Chico de Ernesto (sim aquele da famosa “razão de Chico de Ernesto” e também pai de Negro Caru).

E Chico de Ernesto conseguiu a proeza de colocar Dão de volta a cadeia. Essa façanha passou a fazer parte das conversas de Chico, que nunca se cansou de contá-la nas esquinas e bares da cidade. Transcrevo em seguida, na narração de Ignácio Tavares, como Chico de Ernesto relatava a perseguição a Dão:


“...topei a parada, preparei-me e saí a procura do homem que se dizia destemido e valentão. Não foi difícil encontrá-lo, uma vez que eu conhecia muito bem os lugares que costumeiramente, o dito cujo costumava frequentar. Atravessei o rio e tomei a direção do Sítio Xique-Xique. Ao longe avistei o homem a caminhar justo em minha direção. Ao perceber que já estava bem próximo dei-lhe voz de prisão. Incontinente puxou uma peixeira de doze polegadas e continuou a caminhar em minha direção. Então falei: hei seu moço, pare aí onde você está, nenhum passo à frente, viu? Nada do homem me atender. Continuou a caminhar como se nada tivesse ouvido. Dei alguns passos para trás, manejei o fuzil e falei: você está preso em nome da lei! E nada, parecia que o homem estava mouco ou mordido de cachorro da moléstia. Então mirei o fuzil em sua direção e apertei o dedo. O caboclo deu um grito de desespero que até parecia um boi mugindo.Foi sangue para todo lado. Pensei: matei o homem! Que nada, quando me aproximei vi que o tiro havia atingido a perna direita, mas, mesmo assim o sujeito corria o risco de morte. De repente apareceu um homem numa carroça puxada a burro, colocamos o preso em cima e mandei que o carroceiro levasse para o hospital Sinhá Carneiro”.

Foi esse tiro certeiro que acabou com a carreira de crime de Dão, que cumpriu a sua pena, foi solto, e passou a circular pelas ruas da cidade montado em um jumento, negociando passarinhos.

Nos dias de hoje Dão mora na rua dos Pereiros, com 87 anos de idade. Com simpatia gosta de contar as suas aventuras, mas, diz que muitas das histórias que lhes são atribuídas “é mais invenção do povo”, no entanto não conta uma versão diferente, limitando-se a um riso.

Já Chico de Ernesto entrou para história de Pombal como o Soldado de Polícia que deu cabo a carreira de crimes de Dão.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
franpelima@bol.com.br
Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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A PRAÇA É NOSSA

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de julho de 2017 
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano 
Crônica 1.699

 Até certo tempo atrás, praça pertencia ao povo. No interior, principalmente, os logradouros vivem situações diferenciadas e corriqueiras: abandono, loteamento para os compadres pelo poder municipal ou – em mínima escala – tratamento respeitoso como deve ser. Cremos que todas as pessoas que têm mais de trinta anos, devem se recordar de alguma pracinha da sua adolescência. No momento estamos na Praça Deodoro, Centro de Maceió, que nos faz recordar os tempos de estudante na capital. Muitas reformas foram feitas através das inúmeras gestões do município. Quantas e quantas histórias estão ainda em torno desse lugar: de construções, de viajantes, malandros, namorados, mendigos e ambulantes, por exemplo. A estátua ao Marechal titular da praça, ainda permanece ali, como o monumento mais pujante e belo de Maceió. 

Estátua a Deodoro. Foto (Minube.com).

     Além de Proclamador da República e primeiro presidente do Brasil, Deodoro foi herói da Guerra do Paraguai, participante de várias batalhas como “Estero Bellaco”, “Curupaity-Itororó”, “Passo da Pátria” e “Angustura-Tuyuty”. Planejada pelo pintor Rosalvo Ribeiro foi a praça inaugurada em 03 de maio de 1910. A estátua feita de bronze havia sido encomendada pelo então governador de Alagoas Euclides Malta autorizado por uma lei (527) de 13 de julho de 1908. Com o Teatro Deodoro ao fundo e outros edifícios importantes em torno, a Praça vai cumprindo o seu papel tão importante para a liberdade de um povo.
 
     Não mais estão aqui, mas parece que sentimos o aroma do Café Afa na esquina ou o sabor do picolé da Gut-Gut, defronte ao centro da praça. Engraxates, bancas de jornal, rapazes com olhos compridos para as estudantes, boêmios de sapatos bicolores, senhoras de sombrinhas esperando ônibus, policiais girando a pé nos desenhos da calçada... É a memória dos anos setenta. 
 
 Os pormenores do monumento ao marechal podem ser encontrados em livros. E os detalhes realistas da estátua são de fazer inveja a qualquer um dos grandes artesãos do Brasil. Esses pormenores são apreciados por olhos inquiridores sedentos de mistérios particulares da Arte. Paraas pessoas comuns, basta dizer apenas “que a praça é nossa”.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2017/07/a-praca-e-nossa.html

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DA ARTE DA POBREZA E DA NECESSIDADE

*Rangel Alves da Costa

A situação economicamente caótica em que vive o Brasil acaba fazendo surgir verdadeiras mirabolâncias no intuito da sobrevivência. O crescimento da pobreza, a miséria que se alastra por todo lugar, o desemprego, a falta de qualquer oportunidade de ganha-pão, são aspectos negativos que transformam pessoas em verdadeiros artistas da sobrevivência. Daí se ter pelas ruas, esquinas, semáforos e calçadas, a contínua exposição da arte da pobreza e da necessidade.
Não é fácil ser artista sem o dom ou a propensão à criatividade espontânea. Nada fácil ser artista do próprio estômago, do bolso vazio, da mesa nua e da fatura atrasada. Mas, como diz o ditado, na hora da precisão, da necessidade, da carência mais veemente, a pessoa se vira como pode. Então se torna artista daquilo que nunca fez ou jamais pensou em fazer. Um artista que surge sem pincel ou tela, sem caderno e lápis, sem molde ou cinzel, sem qualquer transformação do nada em beleza.
A arte das ruas já não está mais no esmero arquitetônico do luxo, na parede grafitada, na escultura das praças, nos monumentos, nos modernos equipamentos urbanos ou nas fachadas das lojas grã-finas. A arte das ruas agora está na estátua humana, no ilusionista da calçada, na novidade repentinamente surgida e que vai aglomerando pessoas incrédulas no que acabam vendo. Palhaços sem circo, trapezistas sem palco, mambembes sem picadeiro. Ou apenas a postura de um envelhecido senhor carregando uma placa dizendo que compra ouro.
A capital sergipana nunca teve tantos artistas assim. Agora eles estão por todos os lugares. As calçadas, logradouros, marquises, meio de rua, tudo está tomado de arte, da arte da pobreza e da necessidade. Flores de plástico, arames transformados em brinquedos, carrinhos de madeira, cuscuz de coco, laços de fita enfeitados, diademas floridos, bombons e doces caseiros de todos os tipos, tortas e salgados igualmente caseiros, enfeites e objetos do lar feitos à mão, uma infinidade de produtos dessa arte crescente das ruas.
O comércio ambulante deixou de ter o cafezinho, o chá, o suco e o pão de queijo ou sanduíche, para ofertar o inesperado. Passa o carro de frutas, de amendoim, de legumes e verduras, de milho verde e canjica, de meias e cuecas, de cds e filmes, de pipoca e algodão doce, de bebidas e refrigerantes, mas também os produtos e objetos até mesmo desconhecidos à maioria da população. É uma reinvenção ambulante na tentativa de atrair clientes e garantir a sobrevivência. E os ambulantes não recriam seus comércios para auxiliar outros ganhos, mas como única forma de sustentar a si mesmos e até a família inteira.
Pelo centro comercial, principalmente na região central do principal calçadão, a cada dia vai surgindo uma nova forma de arte da pobreza e da necessidade. A pessoa pode tirar um retrato ao lado de uma monstruosidade qualquer, de uma pessoa vestida em fantasma aterrorizante. Logo abaixo está a caixinha para o vintém, para o trocado tão útil e necessário. A pessoa pode admirar estátuas humanas, e tão perfeitas que mais parecem de cobre reluzente. Logo abaixo a caixinha da moeda ávida por uma compra qualquer. A pessoa pode se encantar com a mágica do dia, com a cobra que dança, com o objeto que some, com o cãozinho de máxima ou obediência ou com o transformista que vai se enrolando em si mesmo. E logo ao lado a caixinha para a moeda ser lançada como uma esmola.
Verdade que aumentou o número de vendedoras de acarajé, de bolsas e relógios pelas esquinas, de óculos e chapéus, de sandálias e bolsas. Há um comércio paralelo tão forte que passa a assustar os comerciantes estabelecidos em lojas. Mas nem o preço se diferencia muito como antigamente. O que diferencia do grande ou pequeno comércio é a possibilidade da pechincha e a aquisição de objetos por preços muito mais justos. Mas até no comércio de meio de rua há uma invencionice para atrair e cativar os passantes. Os ambulantes se reinventam de tal forma nos seus jeitos de vender que mais parece estar diante de um artista da voz, do humor, da alegria. Tudo uma questão de necessidade.
Ora, mas que tristeza avistar aqueles senhores, muitos já envelhecidos, em pé nos calçadões e carregando à frente e nas costas aqueles anúncios de “compro ouro”. Quanto estes idosos ganham por dia? Uma insignificância, mas com a ilusão da soma à mísera aposentadoria. Também são artistas do silêncio, da simulação da dor e do sofrimento, do fingimento de que estão ali por vontade e satisfação. E mais adiante a jovem grita “olha o chip, olha o chip”, enquanto outra vai puxando pelo braço qualquer um para dizer que pode fazer seu cartão de crédito na hora ou que dinheiro não é mais problema, pois logo adiante há empréstimo a juros baixos.
É preciso ser artista para sobreviver. Será a resposta dada por qualquer um que a cada dia se esforça como pode para garantir seu tostão. Seja como estátua humana ou como tagarela gritante, o objetivo da arte é a própria vida.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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CONFIRA A LISTA COMPLETA DOS PALESTRANTES CONFIRMADOS ATÉ AGORA PARA O V CNEA E VII ENBIO:


Boisbaudran Imperiano – UNIPÊ
Karina Massei – Aquário Paraíba
Lígia Tavares – UFPB
Luciana Cordeiro – UNICAMP
Lucivânio Jatobá – UFPE
Maria de Lourdes Soares – UFPB
Paulo Sergio da Silva – UFU
Ricardo Farias do Amaral – UFRN
José Ricardo Martins da Silva – Emlurb-PCRecife
Solange Coutinho – UPE
Talden Farias – UFPB
Thais Guimarães – GEOdestinos
Afonso Peche Filho – IAC
Alecksandra Vieira de Lacerda – UFCG
Alineaurea Florentino Silva – EMBRAPA
Anderson Pereira Portuguez – UFU
Andréa Maria Calazans Pacheco Pacífico – UEPB
Edson Vicente da Silva – UFC
Carlos Hiroo Saito – UNB
Flávia Rebelo Mochel – UFMA
Francisco Seabra – Sistema UniAstro
Giovanni de Farias Seabra – UFPB
Hermeson Cassiano de Oliveira – UESPI
Vanice Fragoso Selva – UFPE
Yendry Dover – UNA Costa Rica


Confira o currículo de cada um no link:http://www.cnea.com.br/?page_id=1243


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A PRISÃO DE LUCAS



Por Adilson Simas
O nosso blog não tem certeza que esta foto é do cangaceiro Lucas da Feira

O jornalista e historiador Helder Alencar brindou os leitores de sua coluna ‘Pois é’, publicada em dezembro de 1976, no jornal Feira Hoje, com o tema “A prisão de Lucas”. Vale a pena recordar:

- Alguma coisa estava por acontecer naquele janeiro de 1848. O movimento era um pouco maior no pacato e sem vida Arraial de Santana da Feira. Há dias que as conversas das portas das casas comerciais deixaram de reportar-se à vida alheia (coisa tão comum até hoje), para referir-se integralmente ao escravo Lucas, assunto que, aliás, desde que por aqui passaram a ser contadas as estórias do bravo negro.

A época era de trevas. A escravidão imperava. As leis beneficiárias dos escravos ainda viviam em sonho na mente clarividente de alguns abnegados. Os negros eram vítimas, então, da vingança e do ódio.

Filhos de escravos, escravo seria, também, Lucas, quando veio ao mundo no Saco do Limão, nascido de Inácio e Maria. Seus pais, escravos do Padre Franco, dele seria Lucas escravo até o dia em que resolveu se libertar. Sair pelo mundo. Lutando por uma raça. Ajudando seus irmãos de raça. Protegendo os pobres. Amparando os miseráveis.

A caçada era intensa naqueles dias de janeiro. Policiais e figuras outras da cidade, guiados por Cazumbá, companheiro e compadre, mais tarde seu traidor, buscavam Lucas nas matas de Santana da Feira.

Atiravam por todos os lados e em todas as direções. Lucas resistia bravamente escondido no fundo da fazenda Tapera, junto ao Poço da Gurunga. Enfrentava centenas. Era a luta de um contra todos.

Uma bala quebra seu braço, minando-lhe as forças. Lucas, porém, prossegue na sua fuga desesperada. Embrenha-se nas matas. Corre, luta, resiste. Tenta sobreviver. É a luta solitária. Traído pelo melhor amigo.

Roubara, é bem verdade. Roubara muito. Mas nunca para si. Famílias inteiras, pobres e desemparadas, foram sustentadas por ele. Facínora para uns, herói para outros, Lucas vivia seus derradeiros momentos.

A prisão estava eminente. Lucas já não tinha forças. Sangrava. Estava ferido. Braço quebrado. Escoriações generalizadas.

A noite chegava. Os policiais, comandados por Cazumbá e Benedito (outro amigo de Lucas) prosseguiam a busca. Continuou madrugada a dentro, até as primeiras horas da manhã de 25 de janeiro. Lucas é finalmente  preso e conduzido ao centro da cidade.

Bailes foram organizados. Os sinos das igrejas repicaram festivamente. Fogos de artifícios cruzavam os céus. Passeatas saíram às ruas. Eram os escravocratas comemorando a prisão de um grande negro.

Do outro lado, entretanto, lágrimas eram derramadas. Choravam copiosamente os que tinham sido protegidos por Lucas. E quanta gente ele protegeu.

Cazumbá que com um tiro quebrou-lhe um braço, alcançara o perdão e ainda recebeu dinheiro e presentes. Lucas seguia para a prisão, depois de ouvido e submetido a exames médicos. O laudo, pouco revelado, mostraria todos os ferimentos, todos os tiros, todas as escoriações de que fora vítima Lucas.

Um ano e meio depois, com o braço amputado, é julgado e condenado a forca.

25 de setembro de 1849; o patíbulo armado no fim da hoje avenida Senhor dos Passos, espera Lucas. Ele vai cumprir a última etapa de sua vida, vida em defesa dos negros e dos escravos, dos desprotegidos e dos desamparados. Fala ao povo. Pede perdão. Mas diz também que roubou para ajudar os pobres.

Enforcava-se Lucas. Uma nuvem de gafanhotos caia sobre a Feira de Santana, sobre esta Feira de tantas coisas. (Adilson Simas).


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CLEMILDO BRUNET: POMBAL 155 ANOS DE CIDADE, 319 DE FUNDAÇÃO E 245 DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA!

Por Clemildo Brunet de Sá - Radialista e Escritor Publicado em 18.07.2017

O que dizer de uma cidade que desde a data de sua fundação aos dias atuais é tricentenária? Edificada a margem direita do rio Piancó. Fundada por Teodósio de Oliveira Ledo no sertão das Piranhas. Pombal foi conhecida como povoação de Piancó em 27 de julho de 1698, tendo sido denominada de Arraial de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Piancó (Pombal).

Sua emancipação política se deu em 04 de maio de 1772, quando elevada de Arraial à categoria de Vila, sendo chamada Vila de Pombal, dando-se na mesma data sua Emancipação Política. Em 21 de julho de 1862 ela foi elevada a status de cidade. Nestes 27 de julho Pombal celebra 319 anos de sua fundação.

Muita coisa se perdeu no tempo, pois segundo o nosso escritor pombalense Verneck Abrantes, documentos que tiveram registros de acontecimentos políticos com mais precisão, entre 1926 a 1928 e parte de 1930 a 1945, não foram encontrados nos arquivos da Câmara.

Em seu livro “A Trajetória Política de Pombal”, o escritor pombalense cita que parte dessa memória foi queimada quando de um incêndio ocorrido na Prefeitura e outros desapareceram em razão de nos anos 80 ter havido uma reforma na sede do Poder Legislativo pombalense e pessoas sem o menor conhecimento histórico atearam fogo em antigos documentos dentro de um poço.

Pombal já foi palco de grandes eventos que marcaram a nossa história. Um fato interessante e que talvez seja desconhecido pela maioria. Verneck diz que no final de 1926, foi organizado o primeiro time de futebol de nossa cidade, denominado de Itajay Futebol Clube. Os atletas tinham camisas listradas em preto e branco, mangas cumpridas, golas ajustadas com cadarços, calções nos joelhos, meiões, chuteiras e alguns atletas usavam toucas. O campo era aberto... Localizado onde hoje é o Bar Centenário.

O pioneiro time da terra tinha a sua torcida formada por homens da sociedade local que se vestiam de paletós brancos engomados, gravatas borboletas, chapéus de massa e bengalas. A banda de música enchia a rua com festivos dobrados e saudosas modinhas incentivando a torcida a comparecer as disputas futebolísticas. O dono desse time era o político e desportista, Vicente de Paula Leite, conhecido como Major Senhor.

A Propósito há uma Rua em Pombal com o nome de Vicente Paula Leite e não faz muito tempo, a Câmara de Vereadores quis dar o nome de outro cidadão a parte desta artéria urbana; revoltados os moradores se mobilizaram e fizeram abaixo assinado e faixas a fim de impedir tal façanha.

Em todo esse tempo, Pombal é uma cidade marcada por perdas e ganhos. E nesse equilíbrio é difícil fazer uma avaliação das vantagens e desvantagens de tudo isso, poderia ter avançado mais no curso da história. No entanto, alguns de seus monumentos que por descuido ou displicência de agentes políticos e autoridades desta terra, deixaram de ser tombados oficialmente como patrimônio histórico e foram demolidos literalmente por força do capital selvagem.

No artigo, “Edição definitiva para Seixas da revista UNIPÊ 2005” de João Pessoa, numa referência ao livro “O Velho Arraial de Piranhas”, em um dos trechos diz o seguinte: “O livro que, em face da esmerada pesquisa documental, em fontes principais, permite exata visualização da ocupação do sertão paraibano e parte do nordestino, veio à luz enriquecido por vários textos de interpretação”. O compêndio teve a sua edição ampliada e revisada, cujo lançamento em Pombal foi feito em 09 de setembro de 2004, devido ao zelo e cuidado da viúva e colaboradora do autor, Sra. Zélia Carneiro Arnaud Seixas.

Hoje a população de Pombal é ciente que, agora em julho, dia 21, não se trata da data de emancipação Política, e sim a data em que a vila de Pombal foi elevada à categoria de Cidade.

Muitos políticos alheios a essa história, ainda nos dias atuais repete em seus discursos ser essa data de emancipação política. Ledo engano!

Clemildo Brunet de Sá
Radialista e Escritor


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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OS EUA JAMAIS DUVIDARAM DA GENIALIDADE DE SANTOS DUMONT

Por Luiz Serra (prof. de Literatura brasileira)

HÁ 80 ANOS (23/07), FALECIA O INVENTOR DO AVIÃO: ALBERTO SANTOS DUMONT.

Perseguiu documentalmente “o sonho de fazer o ser humano voar”.

Antes houve experiências de asas que tragicamente saltavam ou subiam e caíam no estilingue, com Lillenthal, Adler e Wright.

Em 1910, os Wright finalmente voaram, isto é, alçaram voo controlado e pousaram, à semelhança dos voos de Dumont, de quatro anos antes…Mas os EUA não gostaram de Santos no episódio de St. Louis, veja abaixo.

Multidão a comprovar o original feito (comandos de dirigibilidade em voo) para a humanidade em Paris, evento que se repetiria no Campo de Bagatelle.

Santos Dumont criou o formato aerodinâmico como subsiste a aviação que conhecemos…. O mais … é o costume nosso do “complexo de vira-latas, como dizia Nelson Rodrigues, no achar que tudo de fora (do estrangeiro) é melhor!.. Vejamos…
Rememorando eventos antecedentes à comoção nacional após o 23 de julho de 1906.

Companhia constante de Santos Dumont com Yolanda Penteado, socialité paulista.

Depois do histórico voo com o 14 Bis, em 1906, Santos Dumont entrou num período de depressão. O sucesso com os aeroplanos parecia não mais animá-lo. Ele acusava os amigos de o terem abandonado, e dizia a todos que estava sem dinheiro. Aconselhavam-no a patentear seus inventos. Proposta imediatamente recusada. Eram seus presentes para a humanidade, dizia. “Prefiro terminar num asilo de pobres a cobrar o privilégio de copiar meus experimentos aéreos.”

Santos Dumont jamais voou com seus dirigíveis em suas inúmeras visitas aos Estados Unidos.

Decolagem ousada, as primeiras que se tinham conhecimento, impressionaram público e julgadores aos olhos do mundo!

Em 1904, estava tudo certo para ele voar na Feira Mundial de St. Louis mas, poucas semanas antes do evento, o balão de seu dirigível No 7 apareceu misteriosamente rasgado.

Havia tempo para o conserto e os organizadores se propuseram a cobrir os custos. Mas Santos Dumont afirmou não confiar na mão de obra da América e preferiu voltar à França. Indignados, os americanos publicaram uma versão de que o próprio brasileiro maquinara a destruição de seu balão.

Santos tinha em mente sua ideia futurista, a começar com o simulador do avião como tal a humanidade se desfrutou.

A argumentação dos americanos baseava-se numa controvertida teoria: o governo japonês teria prometido dar um milhão de dólares a Santos Dumont caso ele, após demonstrar a eficiência do No 7, vencendo o prêmio em St. Louis, concedesse essa aeronave e mais outras duas para que o exército do Japão atacasse os russos. Só que um agente de Moscou também teria oferecido 200 mil dólares para o aviador romper o contrato com os japoneses. Inseguro se conseguiria vencer em St. Louis, Santos Dumont teria aceitado a proposta russa e cortado seu balão em pedaços. O brasileiro declarou que sua dignidade não lhe permitia comentar suspeita tão ignóbil.

Em 4 de janeiro de 1910, sofreu um acidente sério com o Demoiselle, seu avião de uso pessoal. Foi a última vez que pilotou uma aeronave.

Sua saúde piorou. Passou a ter visão dupla e fortes crises de vertigem. Alguns médicos diagnosticaram que Santos Dumont, aos 36 anos, sofria de esclerose múltipla. Outros atribuíram os sintomas a problemas psíquicos.

Fermin e Voisin, amigos e admiradores de Santos Dumont, fabricantes de aeronaves, pioneiros, seguindo o modelo do mestre genial.

O aviador passou a maior parte dos anos da guerra no Brasil. Projetou em Petrópolis (RJ) uma casa de arquitetura bastante avançada para a época, chamada de “Encantada”. Mas Santos Dumont nunca parou por muito tempo num só lugar. Revezava-se entre Petrópolis e clínicas de repouso na França e na Suíça.

Num de seus retornos ao Brasil, em 1928, um hidroavião batizado com seu nome explodiu enquanto voava para saudar a sua chegada na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. As 12 pessoas a bordo morreram no acidente, visto de perto por Santos Dumont, que observava tudo de pé no convés.

Era costume dos parisienses verem o Demoiselle a voar por lagas extensões de Paris.

O episódio só agravou a saúde mental do aviador. Viveu em uma casa de repouso na Suíça.

Em 1931, um sobrinho chamado Jorge retirou-o da casa de repouso na Europa e trouxe-o de volta ao Brasil.

No ano seguinte, irrompeu a guerra em São Paulo com emprego de aeronaves. A Revolução Constitucionalista, que colocou paulistas e as tropas federais em campos opostos. Os médicos sugeriram que Santos Dumont deixasse a cidade de São Paulo e fosse morar num lugar mais tranquilo. O sobrinho zeloso o levou para um hotel no Guarujá. Todas as manhãs, o sobrinho acordava mais cedo e escondia os jornais na tentativa de ocultar do tio doente as notícias do conflito.

No dia 23 de julho de 1932, os dois estavam no saguão quando irrompeu uma explosão, um avião bombardeara um alvo próximo. O aviador mandou o sobrinho levar um recado ao maître d'hôtel e tomou o elevador de volta ao quarto. Hóspedes que estavam próximos revelaram que ainda o ouviram falar: “Nunca pensei que minha invenção fosse causar derramamento de sangue entre irmãos”.

Simples, a máquina de voar, Demoiselle, com o pioneirismo dos comandos, à semelhança dos mecanismos que se fixaram na aviação mundial.

O sobrinho Jorge, que sempre temia deixar o tio sozinho, voltou para o quarto e o encontrou pendurado com o pescoço amarrado a duas gravatas presas ao gancho da porta do banheiro. O mais genial dos brasileiros, Santos Dumont, aos 59 anos de idade, estava morto.

Processo de embalsamento, para a transferência do corpo à então capital, o Rio de Janeiro. Aguardaram a guerra findar, após seis meses de conflito intenso. E a presença da multidão que foi se despedir do brasileiro ilustre para a humanidade.

Dentre as tantas curiosidades do inventor do avião, uma delas não se sabia amiúde: a mãe de Santos Dumont, Francisca Dumont, também cometera suicídio em Portugal, onde morava junto das filhas. As circunstâncias são desconhecidas, já que a família fez parecer que ela morrera de causas naturais.

Consultas: Scientific American, Aeroclube de France.

https://www.facebook.com/luiz.serra.14/posts/10209492286446473

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NO ANIVERSÁRIO DE POMBAL UMA HOMENAGEM A POMBAL DOS NOSSOS AVÓS. PAISAGEM DE POMBAL

PAISAGEM DE POMBAL
Por Anísio Medeiros

Por que você meu Pombal
Se veste toda de seda
Deixando, pois, sem vereda
Seu filho assim com saudade?

Prá que imitar as cidades
Com essa Tal de evolução
Se eu trago Pombal antigo
Dentro do meu coração.

O Pombal da velha guarda
do bar Junqueira, pois não
De Pedro Estevão, tio Nane
João Espalha, Zé Romão.

Pombal, Severino Moça
Pombal, José Carisé
Maria Buxim e Raqué
João Terto e Serapião.

Pombal feira que ronca
Com a poeira do feijão
Da chegada de Bertoldo
Com seu comboio de carvão.

Pombal, Luiz Capuchu
com seu cabaré sombrio
Os matutos do navio
querendo agasaiá.

Pombal, Chica do Padre
Pombal, Jogo do bicho
Com Doutor do mestre Chico
buscado sem ter alarde.

Pombal, cachaça gostosa
Pombal, Severino rosa
Zezinho Santana na prosa
E Zé de Júlia imitar

Pombal, música e poesia
Pombal, Cromaço e Torquato.
Pombal, Morena do Mato
Acompanhando Rosário.

Pombal, velho vigário
O Padre Valeriano
Pombal, Antônio Toscano
Do mais antigo Cenário.

Pombal do Riacho do Bode
Do alto de Dona Neca
De Antônio de Benta , Bideca
E Bocage com seu bigode.

Pombal Zé Rufina
Com sua banca de brôa
Negociando à tôa
Ao lado de Josefina.

Pombal da catirinas
De Santa de Marculina
Zefa Piranha e Bilino
E Zé de Véi na canoa

Pombal Dozin na cabaça
Fugindo da arruaça
No rio cheio ele passa
Pro lado do Araçá.

Pombal de Cristiano
Que da feira leva a chave
Poeta curtidor de couro
Poeta que tem sua nave.

Só ele por mim poderia
Falar de perto à Pombal
Prá ninguém levar a mal
Esta minha opinião.

Essa tal de evolução
Acaba com o belo na vida
Pois a vida bem vivida
Foi em Pombal meu sertão.



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso


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