Por Jornal O Mossoroense
José Di Rosa Maria é
o nome artístico de José Ribamar de Carvalho Alves, criado em 2018 em homenagem
a sua mãe Rosa Maria da Costa, que antes assinava seus trabalhos com o nome de
José Ribamar ou José Ribamar Alves. Poeta repentista, cordelista,
cantador profissional, declamador, músico e escritor de bancada nascido em 16
de março de 1962, na fazenda Solidão, em Caraúbas/RN.
Filho de José Alves
Sobrinho (in memorian) e Rosa Maria de Carvalho “um sobrenome Carvalho” só há
em sua documentação, equívoco de cartório. Avós paternos: Francisco Alves da
Silva e Maria Ferreira Alves; Avós maternos: Vicente Cabral da Costa e Sofia
Maria da Conceição.
Criou-se no sítio Boa
Vista, Severiano Melo/RN. José Di Rosa Maria é casado com Rita de Oliveira
Carvalho, com quem tem quatro filhos e seis netos. Têm, dentre outras obras, os
livros Espelho de Carne e Osso (2011), Chorando na Chuva (2012), Pela Vida do
Planeta (2014), Solidão Noturna (2015) e Glosas & Trovas (2020). José Di
Rosa Maria, mora em Mossoró-RN, desde março de 1998.
https://www.omossoroense.com.br/nossos-poetas-jose-di-rosa-maria/
CAUSA FEMININA
Acorda Brasil,
acorda,
Precisamos combater
A violência doméstica
Que não para de crescer;
Contra quem sofre e se cala,
Temos que erradicá-la
Para a mulher não sofrer.
Aderimos à campanha
De nome Agosto Lilás;
Que enfrenta e denuncia
Aquele agressor que faz…
A mulher pedir clemência,
Que por ter deficiência
Sua dor dói muito mais.
A deficiência física
Deixa a mulher vulnerável,
E nesse caso tem homem
Que se dar por imprestável,
Humilha a própria mulher,
Agride, faz o que quer,
Mas não quer ser responsável.
https://pt.vecteezy.com/foto/1954693-mendigo-sob-a-ponte-com-um-copo-contendo-moedas-e-macarrao-instantaneo
O MENDIGO DA PONTE
O fadário tacanho tem
deixado
Macambúzio meu débil coração
Como um louco ou um réu trancafiado
Na senzala da triste indecisão.
Foi meu sonho
esplêndido transformado
Em angústia, fracasso e solidão.
Muito ínfimo, tão só e revoltado,
Vejo-me neste ermo, ainda em vão.
Vivo e durmo à beira
do perigo.
É meu brado de mísero entregue aos ventos,
Esta vida que levo de mendigo.
Debaixo da ponte, é
de lamentos;
Quando a ponte se for, adeus abrigo;
Quando a morte vier, adeus tormentos.
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SOU
Sou o Everest da
filosofia
Dos homens de bem que só Deus enxerga,
A torre dos sonhos quem ninguém enverga,
O mar do querer, que não se esvazia,
A flor que se abre nos braços do dia
Lançando perfume nos lábios do ar,
O vento que dorme nas mãos do luar
Deixando o silêncio reinar no espaço,
Pra noite escutar os versos que faço
Na hora que o mundo não quer escutar.
Sou a voz da chuva
que acorda o grão
Que dorme por baixo da fronha da terra,
O grito do tempo que desperta a serra
Pra escutar óperas na voz do trovão;
Sou o mel do beijo que adoça a paixão
Da alma da vida, na luz do sonhar,
O pranto da nuvem ao se desfiar,
O eco dos anjos que a Deus pedem tanto
Pra noite escutar os versos que canto
Na hora que o mundo não quer escutar.
Sou a maestria das
aves canoras
Que suavemente na sua inocência,
Nos cipós da doce magnificência
Gorjeiam na vinda das cândidas auroras;
Sou a solidão noturna das floras
No ápice da calma das águas do mar,
Sou o pensamento que pra viajar
Não pega carona nos sonhos de amigo,
Mas pede pra noite ouvir o que digo
Na hora que o mundo não quer escutar.
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