Por Sálvio Siqueira
Desde o ano
passado, depois do lançamento do livro “APAGANDO O LAMPIÃO - Vida e Morte do
Rei do Cangaço”, da autoria de MELLO, Frederico Pernambucano de. 1ª Edição,
Editora Globo, São Paulo, 2018, que se gerou uma grande polêmica, ou mais uma
para variar, em torno da morte de Virgolino Ferreira no dia 28 de julho de
1938.
Depois de mais
de 80 anos da morte do chefe bandoleiro, ainda encontrando dúvidas, fantasias e
invenções sobre os fatos, alguns até não tendo nem por que debatermos, pois são
totalmente sem projeções físicas ideológicas, vem que surge a surpresa do
renomado pesquisador nas entrelinhas de sua obra sobre a pessoa que deu o tiro
primeiro naquela fatídica manhã exatamente em Lampião.
Segundo o
pesquisador e autor do livro, em entrevista, sua busca por esse pessoa
iniciou-se desde 1970 quando soube através do coronel Audálio Tenório que o
Cel. José Lucena, da PM das Alagoas, havia lhe confidenciado, por volta de 1955
em seu apartamento no Recife, que o matador do chefe cangaceiro não tinha aparecido
até aquele momento. Ainda segundo o pesquisador, após ter recebido o nome
daquele suposto autor da façanha, procurou-o e por diversas vezes foi recusado
a dar-lhe qualquer entrevista. Um jornalista amigo do pesquisador, procurando
ajudar, entrou em contato com o remanescente, porém, sem êxito total. Anos
passaram-se e só, da capital paulista é que o próprio sandes entra em contato
com o pesquisador e diz que, após receber a informação que está com uma doença
crônica cerebral, resolveu contar-lhe o que havia feito no riacho Angico na
fazenda Forquilha. Essa ligação e o encontro com o personagem, segundo o autor,
foi em 2003 o qual foi a óbito no ano seguinte.
Depois desta
data, quando ainda havia muitos daqueles sobreviventes ainda vivos, o
pesquisador nada escreveu sobre os fatos narrados pelo ex volante. Após a morte
de todo aquele que fez parte da tropa que atacou o acampamento cangaceiro e dos
cangaceiros que estavam no momento, é que vem a tona um livro com as
informações prestadas por Sandes.
Sem haver mais
ninguém que contestasse a versão do ex volante, só restou aos demais
pesquisadores recorrerem a provas físicas periciais que indicassem a veracidade
dos fatos, confirmando-os ou não. Sem auxílio das pesquisas científicas, apenas
por estudarmos as pesquisas históricas, confrontando as narradas com as
escritas, chegamos a conclusão de que não havia ter um pingo de verdade naquilo
que o ex volante contou ao autor.
Porém, como se
trata de algo importante, pois são fatos históricos aonde envolve pessoas de
várias famílias as quais ainda hoje vivos estão seus descendentes, fora pedido
através do governo de alagoas um perícia nos em parte dos espólios do chefe
cangaceiro para ver se, fisicamente, metodologicamente exata, existia alguma
forma, jeito ou razão, para darmos créditos a versão do ex volante. Esse, desde
o princípio disse que seu trabalho, após o cessar fogo, foi de cortar a cabeça
de Lampião e de outros cangaceiros abatidos. Para nós, ação muito mais
comprometedora do que ter sido aquele que atirou e matou Virgolino.
No último
final de semana, entre os dias 22, 23 e 24 de novembro do corrente, tivemos em
Campina Grande, PB, um evento sobre os fatos ocorridos durante o cangaço
imposto por Lampião, I Cangaço Campina Grande 2019, no sítio Vila de São João,
do ilustríssimo João Dantas, inclusive com a presença e participação de
descendente do ‘Rei do Cangaço’.
Aderbal
Nogueira, pesquisador afinco e que levou a vida inteira em busca de narrações
de remanescentes, comparando as citações, investigando as supostas inverdades,
ao saber que estaria presente um ex Perito da Polícia Federal,
médico/pesquisador científico, Dr. Antônio Fonseca, solicitou uma entrevista
sobre o caso da morte de Lampião e conseguiu gravar o excelente depoimento do
mesmo.
Já de posse de
outros depoimentos sobre o mesmo assunto de outro perito, de uma palestra com o
pesquisador Ivanildo Silveira e relato de remanescente, nos presenteia com a,
para nós, solução definitiva sobre o que realmente aconteceu.
Mais uma
produção Aderbal Nogueira.
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