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quinta-feira, 1 de abril de 2021

O JAGUNÇO, O CAPANGA

 *Rangel Alves da Costa

O sangue escorrido na história nordestina e sertaneja tem muito do jagunço e do capanga. Muitas vezes, a confusão se generaliza na explicação dos atos brutais de ambos. Mas a verdade que nem sempre o jagunço foi capanga e nem o capanga foi jagunço, mas aquele tendendo mais a praticar as mesmas ações jaguncistas.

Vamos, contudo, ao que dizem os livros. Os dicionários dizem que jagunço é sujeito criminoso, homem violento contratado como guarda-costas por indivíduo influente. A Wikipédia erra feio ao dizer que “jagunço ou capanga era, no nordeste brasileiro, o indivíduo que se prestava ao trabalho paramilitar de proteção e segurança às lideranças políticas”.

Era feio pelo simples fato da generalização. O modus operandi de um é diferenciado do outro. Até mesmo o tipo de armamento utilizado por um se diferenciava do cano de fogo do outro. Arma na cintura é coisa de capanga. Jagunço que se preze leva seu mosquetão à mão e pelos escondidos do mato vai se entrincheirando até chegar o momento certo de apertar o gatilho.

É no tipo de prestação de serviço que reside a grande diferença. Ora, o jagunço não era, necessariamente, alguém que vivia a serviço de um poderoso. Até que poderia viver aos arredores do coronel dando suporte às suas ordens, mas não na sua rotina diária. Quem sempre estava com o poderoso era o capanga.

O jagunço ganhava para matar, para amedrontar, para aterrorizar a vida dos inimigos e desafetos daquele que o pagasse. Através de suas mãos sempre sujas de sangue, os inimigos tombavam nos beirais das estradas, criações eram sangradas, casas incendiadas, e por aí vai. Já o capanga não se expunha tanto, não fazia o serviço mais sujo.

O capanga tinha a serventia de escudo ao chefe, ao poderoso. Como os coronéis – principalmente aqueles sempre odiados ou contando com inimigos – nunca saíam ou viajavam sozinhos, necessário que tivessem sempre ao lado alguém que os protegessem de ameaças e ataques. Um tiro dado era mais fácil atingir o capanga do que o coronel, pois para tal ele era sustentado.

Imaginem a cena: Numa feira interiorana, um senhor vestido de terno de linho branco, chapéu grande na cabeça, charuto fumaçando na boca, caminhando cercado por homens em vigilância. Cena de um coronel rodeado de capangas. Ora, o capanga estava ao lado para proteger, mas também atacar, revidar agressões, matar. Matava, mas não como o jagunço.

O capanga não saía da presença do coronel para ir fazer tocaia ou emboscada, para ficar escondido nos tufos de matos ou atrás de troncos esperando a passagem do inimigo do coronel ou de quem estivesse com a morte encomendada. Quem fazia isso era o jagunço. Era o jagunço que recebia para dar conta da encomenda. Muitas vezes, o restante do pagamento somente quando levasse a orelha do morto.

Capanga era uma espécie de segurança. Jagunço era uma espécie de frio assassino. Capanga possuía serviço diversificado, pois também ajudante-de-ordem do poderoso. Jagunço sempre agindo na surdina, no escondido, tudo fazendo para não ser descoberto. Capanga matando aquele que atacasse o seu patrão. Jagunço matando qualquer um que desejasse o seu patrão ou outro mandante qualquer.

Não era cena comum a jagunçada se esgueirando pelos centros urbanos à espera da passagem de alguém, e para matar. Mas era cena comum avistar a capangagem armada até os dentes e em companhia de seus patrões. Era uma demonstração de poder pessoal, mas também a força das armas se sobrepondo a tudo e todos.

Outras coisas, contudo, não os distingue muito. Nos dois, a exaltação de desmedida violência. Nos dois, o medo e o terror pelos sertões antigos (e também atuais). Em ambos, a sina da desvalia da vida do próximo, de qualquer um que caísse na desgraça da inimizade com o poder. Em ambos, a escrita sangrenta de uma terra ferida de morte pelo coronel, pelo jagunço, pelo capanga.

Então o coronel mandava o capanga chamar o jagunço e dizia: “Vá matar e mate ligeiro. Vou cuspir. E quero a orelha aqui antes de o cuspe secar!”. E de repente, ali a orelha chegava. O restante era dos urubus, dos gaviões, das aves carnicentas.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

EU NO SAGRADA FAMÍLIA

 Clerisvaldo B. Chaga, 1 de abril de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.502


Quando descobri aquele casarão abandonado na Rua Martins Vieira, tive desejo de conhecê-lo por dentro. A enorme obra inacabada era composta de inúmeros vãos, mas só havia mesmo o telhado e as paredes caídas de branco. Um dos compartimentos era somente uma grande vala de barro aguardando um dia ser aterrada para o nível correto do piso. Para mim, um pequeno abismo. Pessoas falavam que obra era mal-assombrada. Passei a brincar ali dentro. Vinha da Rua Antônio Tavares, cruzava a Rua Nova, pegava um matagal e chegava pelos fundos no prédio do mal assombro. Eu tinha medo por um lado, mas o desejo de brincar ali dentro era maior e nunca vi nada que me botasse para correr. Às vezes saía do Grupo Escolar Padre Francisco Correia e seguia para casa passando por dentro do edifício sinistro.

Eu não sabia, mas Deus me preparava para ser no futuro, professor de Geografia do Casarão temido. Já adulto e lecionando Ciências no Ginásio Santana, via aquele prédio, antes ao abandono, transformar-se em Colégio com o nome de Instituto Sagrada Família, cuja direção pertencia as irmãs holandesas (freiras) Leôncia e Letícia. Convidado pelas irmãs, passei um tempo feliz naquele estabelecimento, assim como também amava o Ginásio Santana.

Lembro-me que foi o professor Alberto Nepomuceno Agra que me falou que a outrora obra inacabada, pertencera ao cidadão que fora interventor de Santana nos anos trinta e passara a ser agiota, Frederico Rocha. E que Frederico emperrava a construção para especular. Por isso dera certo trabalho quando pessoas da sociedade foram tentar adquirir a obra inacabada para transformá-la no Colégio Sagrada Família, naturalmente, com verbas holandesas.

Para não ferir a memória de ninguém, não falarei aqui o motivo do fechamento das portas do Colégio. Ainda hoje conservo uma placa de estojo em homenagens “aos relevantes serviços prestados” naquele estabelecimento, diz a placa. Atualmente o edifício vai de uma rua a outra e funciona também como escola municipal. Aquelas árvores plantadas no pátio com bancos de granito rodeando-as, foi ideia minha. Recordo-me disso quando passo por ali em tempos eleitorais, pois funciona com várias sessões para os votantes. Ali também passei cerca de trinta anos sendo mesário na sessão 115. Nas últimas vezes em que fui votar, por coincidência, o presidente da mesa era um ex-aluno, funcionário do Banco do Nordeste.

Está aí a história para os pesquisadores santanenses sobre a origem de mais um dos admiráveis casarões de Santana do Ipanema, uma das 10 escolas desse território onde lecionei, do total de 12 com outros municípios.

Continuo amparado pela SAGRADA FAMÍLIA. AMÉM.

 

PRÉDIO QUE PERTENCERA AO SAGRADA FAMÍLIA, FUNDADO EM 1976.  (FOTO EM 2013: LIVRO 230/ACERVO B. CHAGAS).

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2021/03/euno-sagrada-familia-clerisvaldob.html

A HISTÓRIA DO ENCONTRO ENTRE O TENENTE ZÉ RUFINO E DADÁ.

Por Geraldo Júnior
https://www.youtube.com/watch?v=-d0YyMCa-yM&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Cangaçologia

Um encontro histórico entre antigos inimigos ocorrido no dia 31 de maio de 1968 na cidade baiana de Jeremoabo, onde ficaram frente a frente o célebre Tenente Zé Rufino, notório perseguidor e matador de cangaceiros, e a ex-cangaceira Dadá, companheira do cangaceiro Corisco. Zé Rufino foi responsável pela morte de vários cangaceiros pertencentes ao bando de Lampião e pela morte de Corisco o "Diabo Loiro", nessa mesma ocasião Dadá foi baleada na perna direita e teve de ser amputada posteriormente, ficando condenada para sempre ao uso de moletas. Um encontro tenso e emocionante que foi promovido pela historiadora Maria Christina Russi da Mata Machado e pelo jornalista Humberto Mesquita. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. 

INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações. Forte abraço... Cabroeira! Atenciosamente: Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia e Arquivo Nordeste. Seja membro deste canal e ganhe benefícios: https://www.youtube.com/channel/UCDyq...

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NOTA DE PESAR!

O Relembrando Mossoró vem comunicar o falecimento do amigo ZÉ CARNEIRO, vítima da covid-19. Nossos sentimentos aos familiares e amigos!

Crédito: Divulgação/Jan Bulas

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ARQUEÓLOGOS ENCONTRAM CEMITÉRIO MEGALÍTICO E FORTALEZA DE 5 MIL ANOS NA POLÔNIA

Foram identificados ainda esqueletos de dois cavalos da Idade do Bronze

ISABELA BARREIROS, SOB SUPERVISÃO DE THIAGO LINCOLINS PUBLICADO EM 31/03/2021, ÀS 13H44

Entre 2019 e 2020, escavações foram realizadas em um sítio rural perto da cidade de Dębiany, na Polônia, após arqueólogos identificarem estruturas subterrâneas por meio de imagens de satélite. As informações são do portal Live Science.

Apenas agora os pesquisadores divulgaram as descobertas feitas no local: eles encontraram uma fortaleza e um cemitério megalítico na região. Segundo os arqueólogos Marcin Przybyła e Jan Bulas, envolvidos no estudo, o monumento foi construído em cima das tumbas sem que se soubesse.

No entanto, os pesquisadores fizeram outra descoberta impressionante durante as escavações. Eles desenterraram uma tumba que continha os restos mortais de dois cavalos que remontam à Idade do Bronze, há mais ou menos 3.500 anos atrás

Já a fortaleza medieval possivelmente data dos séculos 9 e 10, o que é antes de o primeiro reino da Polônia ser estabelecido. No local, estavam ainda fossos medievais impressionantes.

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/arqueologos-encontram-cemiterio-megalitico-e-fortaleza-de-5-mil-anos-na-polonia.phtml?fbclid=IwAR0my42yNUZ8KDMbbv_BnvgX9NZHqh-Qq-v_cc19wmeT-RAk2DTl0gr24dI

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COMA MUITA FRUTA...

 Por Robérios Santos

Médico diz: coma muita fruta. Pronto! Valeu, amigos, estamos na luta da recuperação. Hoje fiz exames de sangue, agora é aguardar resultado. Perdi 5kg nestes quase 20 dias de luta. Vamos melhorar! Um dia por vez!

https://www.facebook.com/photo/?fbid=10159148507412840&set=a.10150374243192840

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ELA CAMINHAVA PELA CORONEL GURGEL E EU AO SEU ENCALÇO

Por José Mendes Pereira

Foto só para ilustração do trabalho. 
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Como hoje é 1º. de abril eu não deixaria de escrever algo para aquelas pessoas que gostam de ler. Muitas delas são amantes da leitura e não deixam de apreciar certos contos que alguém os escreveu, mesmo não sendo verdade, a sua intenção é lê-los. 

Quando eu ainda era jovenzinho e morador da maior rua de Mossoró, Avenida Alberto Maranhão, no bairro Paraíba, ao sair de casa, fui surprendido por uma mocinha que solitariamente caminhava em direção ao centro da cidade, e me pareceu comerciária. Eu também estava caminhando até ao mercado, fazer algumas compras de frutas para a instituição que eu morava.

Aprecei os meus passos para alcançá-la, no que não demorou muito para que acontecesse o meu caminhar ao seu lado. Ela me observou com uma aparência meio tímida, e com gesto sorridente. os lados e os cantos da boca se elevaram ligeiramente, mas fiquei sem saber se aquele gesto era de alegria, amabilidade, contentamento, aprovação, mas também poderia ser expressamente um pouco ou muita ironia.

Ali, nós andávamos com passos curtos. A minha intenção era que demorasse mais para alcançarmos os nossos destinos no centro da cidade. Eu para o mercado e ela talvez, não sei, para ocupar a sua função em uma loja qualquer. Daí a pouco resolvi falar algo que talvez ela se sentisse feliz:

- Você é linda! Uma verdadeira gatinha...

Ela me observou virando o seu rosto para o meu lado. Em seguida disse-me:

- Você também é um gato...

Mas do que feliz eu fiquei e a provoquei para que ela reforçasse o belo elogio que tinha dito comigo:

- Eu também sou um gato, mocinha? 

E ela sem tutubiar e com um riso sarcástico disse:

- Você é um gatão moço, mas da zinebra...!

Decepção!

Veja a feiúra do gato da zinebra. Será que eu era feio?...

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O FERRO DE ZÉ BAIANO

Por Aderbal Nogueira
 https://www.youtube.com/watch?v=tygcwdUIJU0&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

A origem do ferro de Zé Baiano por Vinte e Cinco e Candeeiro.

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