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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

SANTANA IPANEMA, ORLA DA GASTRONOMIA


Clerisvaldo B. Chagas, 21 de janeiro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.249

Esta é uma carta à Prefeitura de Santana do Ipanema, aos políticos e ao povo. Para fazer a cidade crescer em mobilização urbana, turismo e economia, temos a seguinte sugestão que iria precisar de máquinas, aterro, serviço de engenharia, entendimento com proprietários e autorização de órgão do meio ambiente. Trata-se da orla gastronômica do rio Ipanema. Seria construído um dique- estrada em ambas às margens do rio no seguinte trecho: Desde o chamado Poço do Juá, nas barras dos riachos Salgadinho e Camoxinga até a passagem molhada do Minuíno na Rua da Praia de um lado e Conjunto Eduardo Rita, do outro. Altura de acordo com a engenharia e largura bastante para automóveis e barracos padronizados com certa distância um do outro.
CHEGANDO ÁGUA NO RIO IPANEMA.

Local asfaltado, repleto de restaurantes, bares, mirantes e mais: doceiras, tapioqueiras, boleiras, artesanatos, postos de informações, segurança e inspeção constante das autoridades. Seria a grande e última novidade no expansionismo de áreas úteis (hoje perdidas) da “Rainha do Sertão”. Lógico que o sistemas de esgotamento sanitário seria realizado pela CASAL. Iluminação de qualidade satisfatória tanto para toda a orla e seus acessos quanto para possíveis monumentos. Como geógrafo e observador de outras cidades com orlas formidáveis, lanço aos olhos santanenses essas imagens formadas agora na cabeça de quem conhece os trechos citados. Imagine a cena e você implantando ali o seu negócio, gerando emprego e renda. Que mudança espetacular na vida noturna de Santana!
A ideia da Orla da Gastronomia é apenas mais uma para a Capital do Sertão. Nem precisa dizer que essa foi nossa, assim como outras implantadas na terra. E sobre o Poço do Juá, parte mais larga do rio Ipanema que corta a cidade, seria bastante apenas mais atenção dos dirigentes. Uma boa limpeza no leito e nas margens estaria de bom tamanho. A recuperação de uma área de lazer outrora muito concorrida seria entregue às brincadeiras dos Bairros Domingos Acácio e do antigo Floresta.
Ê Santana velha de guerra!
Só quero te ver gloriosa e feliz.
Obs. A foto do rio suponho que seja de Sérgio Campos, muito parecida com a de B. Chagas. Dúvida em nosso arquivo.


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ALÉM DO SEXO

*Rangel Alves da Costa

De repente aconteceu. Aquela tanto sonhada para deitar em nudez sobre a cama, enfim estava lá. Nua, completamente nua, e pronta para o prazer.
Um ritual verdadeiramente mágico. Um rito de corpo que se aproxima da ilusão, da fantasia, do não acreditar que assim pudesse estar acontecendo. Uma cerimônia de corpo nu para corpo nu.
Ela, toda linda. Nada diferente daquilo avistado e desejado pelo olhar. Desde muito que os olhos desenhavam em papel de pele aquelas formas. A geografia corporal, os relevos da bunda e dos seios, a fonte úmida.
E que ritual ali no quarto, perto da cama, antes da nudez total. Cabelos espalhados, calcinha vermelha cuidadosamente tirada. Estava sem sutiã. Os seus miúdos e firmes não precisavam estar escondidos. E que imagem!
Assim acontece quando se está perante uma paisagem de nudez indescritível. A morenice clara da pele, os cabelos escorridos emoldurando a face meiga, o corpo em perfeita forma, o sexo ali à espera...
Sim, o sexo ali à espera. Bastaria se aproximar, tocar, abraçar, enlaçar, dizer palavras sem voz, procurar e procurar. Uma conjugação de desejos logo levaria ao afloramento dos instintos mais pecaminosos. Compreensíveis, desejados e aceitados em momentos assim.
Ora, ela estava ali. Tão desejada, tão esperada e, enfim, ali em completa nudez, esperando somente a aproximação e o enlaçamento. Estendeu a mão, fez menção em abraçar, se aproximou mais e fez a pele eriçar...
Abraçada, acariciada, beijada, levada à cama. Estendida sobre os lençóis e ainda mais bela. Ante aquela deusa nua, a volúpia até refreia perante a delicadeza do anjo. E foi o tempo, entre a admiração e o passo, que a verdade chegou.


Que coisa mais estranha de acontecer. Instinto normal do homem, ou quase na normalidade animalesca do homem, querer o sexo pelo sexo, o prazer pelo prazer, a possessão do corpo como em fúria desenfreada.
Mas se conteve um pouco, por um instante, mas pelo tempo suficiente de reflexão que daria um livro inteiro. Aquela mulher linda, vestida apenas da pele do corpo, em nudez total, em estado de perfeição, e apenas para o sexo. E o restante da beleza?
A muitos, e fato, o sexo é apenas instinto e cegueira. Há a tara, o desejo, o querer a todo custo, e tudo como um tanto faz depois de haver conseguido. Quer dizer, o alcance do prazer acaba retraindo os desejos, os sentimentos, o verdadeiro querer ao outro. Já consegui, e pronto!
Será que um corpo de mulher serve apenas ao uso, à tara, à volúpia, ao desenfreado prazer? Ou será que numa mulher, seja nua ou não, há um relicário maior e mais belo que precisa ser apreciado além do sexo?
Um corpo de mulher é pétala de flor, é asa de borboleta, é leve orvalho, é plangência de gota d’água que se derrama de haste. É preciso muito cuidado. É preciso não tentar destruir a beleza pelo mero instinto do prazer.
Que mau instinto é esse humano de desfazer de tudo depois do uso. Em muitas situações, é como a mulher não prestasse mais depois do uso. Serviu aos instintos, deu prazer, mas depois não vale nada. Vista a roupa e vá embora!
Mas não foi assim que aconteceu. Deitou ao lado dela, abraçou, beijou, acariciou, mas depois começou a sussurrar verdades ao seu ouvido. Mas a coisa mais importante que disse foi: “Eu vou ter prazer e vou lhe dar prazer, mas eu amo outra. E vou ficar pensando nela enquanto estiver com você. Aceita assim?”.
Ela aceitou, pois mesmo linda e desejada por todos, ali estava apenas para o sexo, para dar prazer àquele escolhido. Mas ele não. Ele não aceitou por que amava outra. Naquele instante, o instinto de homem transmudou-se por alguma razão que somente o coração explica.

Escritor
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JORGE DE ALBUQUERQUE PINTO


Esta foto pertence ao acervo Relembrando Mossoró

Jorge de Albuquerque Pinto era proprietário do famoso Cine Pax de Mossoró localizado à Rua Coronel Gurgel no bairro centro. Ele foi prefeito  Prefeito de Mossoró no período de 01-07-1950 a 03-01-1951.



Entre o Cine Pax e o Cine Caiçara existiam duas diferenças interessantes. O Pax tinha boa ventilação, mas o seu som era péssimo. Já o Cine Caiçara tinha bom som, mas em compensação era bastante quente.

Mas são dois cinemas que ficaram para sempre na memória dos mossoroenses.

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PADRE SÁTIRO CAVALCANTI


Por Lúcia Rocha

Hoje é aniversário de Padre Sátiro que está fazendo 90 anos. Nascido na zona rural de Pau dos Ferros, ficou órfão de pai ainda menino. Desde cedo ele dizia que seria padre mas ninguém acreditava, então, aos 13 anos desembarcou em Mossoró de trem e foi direto para o Seminário Santa Terezinha. Se você foi aluno dele, no Diocesano ou na UERN, ou lecionou no Colégio Diocesano, conhece Padre Sátiro e tem algo interessante para dizer, compartilhe porque ele merece saber.


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A VINGANÇA DA FERRAÇÃO DE MARCAR BOI.


Por João Filho de Paula Pessoa

Em incerto tempo, o Cangaceiro Zé Baiano teve sua mãe espancada, torturada e desfigurada pelos volantes liderados pelo soldado Vicente Marques, para denunciar onde se encontravam os cangaceiros, fato que não o fez. 

No início de 1932, por ocasião da passagem do bando de Lampião por Canindé/SE, onde morava a família Marques, Zé Baiano recebeu o aval de seu Capitão para vingar a tortura sofrida por sua mãe. Assim, na invasão à Canindé/SE, Zé Baiano procurou pelo soldado Vicente Marques, como este não se encontrava na cidade pegou sua irmã, Maria Marques, e com a intenção de deixá-la também marcada para a vida toda, mandou um morador que era vaqueiro do Cel. João Brito, pegar um ferro de marcar boi, que, na pressa, pegou o primeiro ferro que encontrou e entregou ao cangaceiro, que pôs-lo no fogo para marcar a irmã do soldado. 


Ao ferrar Maria Marques no rosto percebeu que tinha ficado as iniciais JB em sua face, coincidentemente as mesmas de José Baiano. Ferrou ainda suas nádegas e mais duas mulheres ligadas ao soldado torturador, totalizando três mulheres ferradas na face. 

Após este ataque, Zé Baiano levou consigo o ferro com suas iniciais e a fama de Cangaceiro Ferrador, muito embora não haja registros de nenhuma outra ferração praticada por ele em outras mulheres, sendo certo que houve outras ferrações por outros cangaceiros pelos sertões do Nordeste. 

Dois anos após este fato, em 1934, novo evento de violência contra a mulher reacende sua fama de mal, quando este, ao ser traído, matou tragicamente sua amada Lídia. 

(João Filho de Paula Pessoa/Fortaleza/Ce.) 09/12/2019.


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SENHOR. PEREIRA.


Por Luis Bento de Sousa

No corre, corre. À procura de novas descobertas e conquistas inovadoras relacionadas ao fenômeno cangaço. Me deparei com essa foto de Sebastião Pereira da Silva (Sinhô Pereira) na fazenda Oitis no município de Jati Ce, na casa do senhor Vicente Pereira Araújo, Vicente Maroto, primo de senhor Pereira. 

Um fato me chamou atenção. A maneira conservadora e o respeito existente às famílias no passado. A foto encontra-se exposta ao lado do quarto do casal, mesmo sem presença do casal. Seu Vicente, já falecido. 

Dona Carmelita de idade e com problema de saúde não mora mais na casa. Mas a referida foto do amigo e parente se encontra em perfeita conservação.

Pesquisador, Luis Bento de Sousa
Luis Carolino.


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O SANFONEIRO QUE ABOMINOU O CANGAÇO.


Por João Filho de Paula Pessoa

Zé Rufino era um modesto e humilde sanfoneiro, um sertanejo comum e pacato de Pernambuco que tocava forró e xaxado pelos sertões nordestinos. Certo dia de 1934 estava em Pernambuco tocando sanfona numa bodega, quando chega o bando de Lampião, come, bebe, aprecia sua música, se agrada do sanfoneiro e o convida a acompanhar o bando. Zé Rufino agradece o convite mas recusa dizendo que não tem pretensão daquela vida, de pegar em armas, derramar sangue, pois não queria ser nem cangaceiro, nem soldado, Lampião ficou contrariado mas se foi. Algum tempo depois Zé Rufino tocava em Salgueiro/Pe quando novamente chegou Lampião e seu bando e novamente o convidou para lhe acompanhar, tendo Zé Rufino novamente agradecido e recusado o convite. Pouco tempo depois, Zé Rufino tocava numa festa na fazenda Algodões em Belém de Cabrobó e Lampião, de novo, apareceu no local, quando a música silenciou, Lampião, já irritado, manda chamar o sanfoneiro, que comparece perante Lampião e percebe uns quatro cabras o circundando, hora em que teve medo de morrer, Lampião pela terceira vez lhe convida a acompanhar o bando, Zé Rufino pensa que terá que lutar para não morrer, mas consegue persuadir Lampião e se esquivar do bando naquele momento e fugiu para a Bahia. Sentido-se ameaçado, perseguido e encurralado, decide, mesmo a contra gosto, mas como meio de sobrevivência, ingressar nas fileiras das Tropas Volantes da Bahia e logo virou um implacável caçador de cangaceiro e obstinado perseguidor de Lampião, criou fama e respeito, ascendeu rapidamente na corporação militar, tendo matado mais de vinte cangaceiros, o que lhe deu a fama de “Matador de Cangaceiro”, dentre os cangaceiros mortos por ele, está Corisco. Zé Rufino poupou a vida de Dadá e sua integridade física perante os outros soldados em sua captura, após acertar-lhe um tiro na perna, que levou a amputação da mesma. Em seu leito de morte, muitos anos depois, Zé Rufino foi visitado por Dadá, oportunidade em que relembraram, choraram e se desculparam. J

oão Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 08/01/2020.
Foto: Painel de rua em Jericoacoara/Ce.


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