Por José Mendes Pereira
Buritis que nunca foi Lampião
Quantos estudiosos do cangaço desejam saber de uma vez por toda, se o Lampião de Buritis era ou não, o Lampião do Nordeste brasileiro?
E para o reconhecimento de Lampião de Buritis como sendo o Lampião do Nordeste, basta fazer "DNA" com a família do mesmo, que possivelmente residem ainda lá por Buritis, sem precisar pedir autorização à justiça para exumação do cadáver do Lampião de Buritis.
José Geraldo Aguiar afirma em seu livro que Lampião foi morar em Buritis com sua última esposa, Severina Alves Moraes. Os dois se
conheceram no município de Paulo Afonso, tiveram 3 filhos e moraram em
diferentes cidades de Minas Gerais. Nesse tempo, ele adotou o nome de Antônio
Maria da Conceição.
Outro filho do então famoso Lampião de Buritis, Tadeu Lima, que também foi para lá, é fruto do penúltimo
casamento com Maria Pereira de Brito e atualmente, é proprietário de um
pesqueiro a cerca de 45 km da cidade, onde vive com sua família.
O livro "Lampião o Invencível, Duas Vidas, Duas Mortes" do José Geraldo Aguiar, diz que Sabino Gomes morou em Bocaiuva, no Estado de Minas Gerais. Menos verdade.
Leiam o que escreveu Manoel Severo sobre o Sabino Gomes, local da sua morte, inclusive com fotos.
FAZENDA PIÇARRA E A MORTE DE SABINO GOMES.
Por Manoel Severo.
Cariri Cangaço em visita a Fazenda Piçarra
Sabino Gomes com certeza era um dos cangaceiros mais destacados do grupo de Virgulino; criado sob as bençãos do clã paraibano de Marcolino Diniz, se uniu a Lampião logo após ao episódio do ataque a Sousa, fato esse que veio a antecipar o afastamento do líder cangaceiro ao poderoso coronel Zé Pereira, de Princesa, cunhado de Marcolino Diniz.
Em pouco tempo, por sua ferocidade e destemor, Sabino já ocupava lugar de destaque dentre o estado maior do cangaço e se colocava ao lado de Antonio Ferreira e Luiz Pedro, como os lugares tenentes do grande Virgulino Lampião.
Foi presença marcante em todos os combates desde então, tendo também escrito seu nome em investidas ousadas, sem a presença do chefe maior, como foi o caso do próprio ataque a Souza e também a Cajazeiras. Em Mossoró esteve ao lado de Virgulino e Massilon arquitetando o ataque e propenso saque a metrópole potiguar do oeste.
Quase um ano após a saga do desastre da empreitada de Mossoró; Lampião se dirige com poucos homens ao cariri cearense, novamente entra em terras alencarinas pelos lados de Macapá; atual Jati; dali parte célere para um de seus coitos mais seguros: A Piçarra de "Seu Antonio".
Local da partida da volante de Arlindo Rocha
A volante acabou seguindo por duas veredas
Por essa vereda seguia o grupo de Arlindo Rocha
Neste local ao tentar passar uma cerca, Sabino foi mortalmente ferido
Era o mês de março de 1928; arranchados no parede de um barreiro da fazenda, incumbiram seu fiel amigo e protetor Antônio da Piçarra de algumas encomendas, entre elas; armas e munição, no que ficou acertado que seria entregue dentro de um dia.
O destino guardava para todos esses personagens um desfecho cruel, que marcaria eternamente a relação de seu Antônio da Piçarra e o Capitão Lampião. A volante pernambucana de Arlindo Rocha juntamente com Manel Neto, no encalço dos bandidos, chega à Piçarra. Não havia como evitar! Seu Antônio foi obrigado a guiar os homens de Arlindo Rocha até o coito de Lampião.
Seguindo por duas veredas, uma mais acima e outra mais abaixo, circundando a parede do barreiro, as forças se aproximavam sorrateiramente do coito; chovia e a noite escura ajudava a empreitada de aproximação. No coito já incomodados com a demora de seu Antônio, os liderados de Lampião resolvem ir até a proximidade da casa saber a razão da demora.
Sabino se distancia do grupo e ao tentar saltar sobre uma passagem de cerca é iluminado por um relâmpago, era tarde! Foi avistado e rapidamente alvejado pelos homens de Arlindo Rocha. Retrocede e é carregado temerosamente pelos companheiros cangaceiros. A volante se adianta e apesar de intenso tiroteio não consegue empreender a perseguição.
Piçarra ficaria marcada por aquele episódio, a noite em que seria morto Sabino Gomes, um dos mais ferozes cangaceiros da era Lampiônica. A partir daquele dia Lampião engrossava o rol de nomes que clamavam por vingança, e o alvo seria a partir dali: Antônio da Piçarra.
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