Do acervo do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio
Rio Itapicuru, em Queimadas, no ponto atravessado por Lampeão e seu bando, em 22 de dezembro de 1929..
A entrada de Lampeão e seu bando, em Queimadas, em 22 de dezembro de 1929, se fez após a travessia, por canoa, do Rio Itapicuru.
Desembarcou o grupo a cerca de 150 metros do chamado Chalé Lantyer.
Caminharam em sua direção e encontraram dois homens diante de um automóvel.
Foi assim que João Lantyer de Araújo Cajahyba tornou-se o primeiro a ser abordado por Lampeão e demais cangaceiros, após aqueles terem atravessado o Rio Itapicuru, diante da sua residência.
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Chalé Lantyer, em Queimadas.
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Ali, João se encontrava com o mecânico Pedro Patápio realizando consertos no seu "Ford Bigode”.
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João Lantyer, segundo à direita, com seu "Ford Bigode", em 1928. Na extrema direita, o mecânico Patápio.
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Após breve conversa com Lampeão, que solicitou o automóvel para adentrar a cidade no mesmo, informando-o que este se encontrava, como se podia perceber, com defeito, foi deixado para trás. Isto, enquanto o cangaceiro despachava alguns cangaceiros para neutralizar o telégrafo e avançou adentrando a cidade.
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João Lantyer
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Zulmira Lantyer de Araújo Cajahyba, irmã de João, que se encontrava na residência da sua irmã, Djanira Lantyer de Araújo Cajahyba, quando foi chamada a ver a passagem do que seria uma tropa volante pernambucana.
Reconheceu Lampeão e os cangaceiros que, passando-se por força volante, adentravam Queimadas.
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Zulmira Lantyer
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Tentou avisar a cidade, em uma ação poderia ter evitado o saque da cidade e o massacre dos soldados.
Entretanto, não deram crédito ao seu alerta.
Tendo tomado a cadeia e quartel e prendido o sargento Evaristo e alguns praças, Lampeão fez tocar o apito que chamava os demais para o quartel.
João Lantyer avistou e avisou um dos soldados que a pretensa volante era, na verdade, um "troço de cangaceiros” liderado por Lampião. Entretanto, o soldado não acreditou nele e seguiu para a morte.
Nascido em 24 de setembro de 1895, João Lantyer faleceu em 17 de dezembro de 1987, em Queimadas.
Zulmira Lantyer faleceu em Queimadas em 25 de junho de 1989.