Por José Mendes Pereira
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sexta-feira, 29 de julho de 2022
LIVRO DO ESCRITOR GUILHERME MACHADO
LIVRO
Por José Mendes Pereira
Você leitor, e eu, vamos participar do casamento de José Ferreira da Silva (Santos) com a dona Maria Sulena da Purificação (Maria Lopes) pais dos irmãos Virgolino Ferreira da Silva, Antonio Ferreira da Silva, Levino Ferreira da Silva e Ezequiel Ferreira Silva.
Vamos chegar devagarinho! Pés às alturas, como se nós estivéssemos flutuando em um picadeiro de circo, silêncio total, sem pigarrearmos em momento algum, para vermos o que irá acontecer durante esta união familiar. Não se preocupe, os irmãos Ferreiras não estão aqui entre nós, eles ainda irão nascer, primeiro Antonio Ferreira, depois Levino Ferreira, depois Virgolino Ferreira e por último (dos homens) Ezequiel Ferreira da Silva.
O casamento destes famosos e futuros pais de 4 cangaceiros você irá adquirir toda história no livro: "Lampião a Raposa das Caatingas", do escritor e pesquisador do cangaço José Bezerra Lima Irmão - a partir da página 70.
Esta maravilhosa obra você irá encontrá-la através deste e-mail: franpelima@bol.com.br, com Francisco Pereira Lima, o professor Pereira, lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba.
A maior obra já escrita até hoje sobre cangaço, e sobre a família Ferreira, do afamado Lampião.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/.../lampiao...
Fotos:
1 - Livro: "Lampião a Raposa das Caatingas";
2 - José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação os pais de Lampião;
3 - O autor do livro José Bezerra Lima Irmão.
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A CULTURA TEM QUE SER PROPAGADA, E NÃO FICAR ADORMECIDA EM BLOGS.
Por José Mendes Pereira
PERSONAGENS DO CANGAÇO
Por Antônio Corrêa Sobrinho.
Do Jornal O ESTADO DE S. PAULO, de 11/04/1987 (pág. 53 e 54), extraio a palavra de Gilberto de Mello Kujawski sobre o best-seller
"GUERREIROS DO SOL", de Frederico Pernambucano de Mello.
Sempre me
impressionaram fundo as fotografias de cangaceiros. Emana daquelas figuras
torvas, armadas até os dentes, certa dignidade sombria de demônios das
caatingas, capazes de realizar o inconcebível em maldades, e também em bravura.
Aquele silêncio que nos colhe ao contemplar fotografias assombra-se em
fascinação; a fascinação do mal, ou melhor, dos arquétipos visíveis do mal. De
onde provém a autoridade ferina daqueles homens de tantas ruindades, senão de
saberem encarar a morte a toda hora, sem estremecerem uma só fibra do rosto
crestado pela energia do Sol e pela dureza das armas? Homens dos avessos,
egressos das profundas do sertão, que nos amedrontam por não terem medo de
nada, e que, ao destemerem até Deus, se sentem integrados nas hostes de
Satanás. Aquele clássico punhal nordestino, atravessado na cintura de todos
eles, não serve só para “matar”, e sim para sangrar ritualmente o inimigo, até
a última gota, como o sacerdote sangrava no altar a vítima sacrificial. Não são
homens sem Deus, são homens que cultuam Deus com os ritos do Diabo.
Bandoleiros, mas não crápulas. Escravizados a um conceito arcaico de honra,
sentem-se no direito de saquear e matar como quem faz justiça pelas próprias
mãos. Cavalaria andante às avessas. Fotografados em bando, com seus chapéus de
couro e rifles em punho, parecem sobreviventes desgarrados de Canudos, a
serviço de um Antonio Conselheiro eternizado na alma popular do sertão.
Cangaço,
escarninha palavra, varada de maldição. Tem o peso da canga e o relâmpago do
aço.
II
“Eu fui aquele
que disse
E, como disse,
não nego,
Levo faca,
levo chumbo,
Morro solto e
não me entrego.”
A quadra
popular sertaneja, da metade do século XIX, serve de epígrafe ao primeiro
capítulo do livro “Guerreiros do Sol”, da autoria de Frederico Pernambucano de
Mello, Editora Massangana, Fundação Joaquim Nabuco (1986). Prefácio
interessantíssimo de Gilberto Freire. Frederico Pernambucano de Mello, jovem
sociólogo formado na larga visão da escola gilbertiana, retoma o tema do
banditismo no nordeste do Brasil. Seu primeiro cuidado foi expurgá-lo de certas
interpretações ligeiras não por acaso inspiradas na retórica marxista. Como a
de Cristina Mata Machado, ao considerar o cangaço como “resposta à violência do
coronel”. Ou da de José Honório Rodrigues, quando o define como “resposta
contra o monopólio da terra e exploração do trabalhador rural pelo
latifundiário. Marx não merecia que sua dialética da luta de classes fosse
assim banalizada e mecanizada por discípulos tão simplistas.
O autor,
liberado de fórmulas já prontas e definitivas, retoma o tema do cangaço a
partir de seus pressupostos históricos. Vai examinar “como se fez o fato”.
Concluindo que o cangaço não foi nenhuma “resposta” a qualquer tipo localizado
de dominação, e sim um fenômeno alicerçado numa sociedade toda ela varrida pela
violência como forma de vida. A violência do cangaço não apareceu como
resultado da violência dos senhores rurais, sim que uma e outra faziam coro a
um sistema de vida coletiva indissociável da violência. Como diz muito bem
Vamireh Chacon, o autor “viu que o banditismo agrário se insere naturalmente no
quadro maior da violência rural, esquecida ou ignorada por antecessores de
pesquisa, mais especificamente na violência do ciclo nordestino do gado”. Nesse
mundo, a violência não era contra a lei, a violência era a lei universal. O
senhor rural podia ser também um cangaceiro, e vice-versa.
Frederico
Pernambucano lembra a migração do homem do Nordeste, que saiu das terras
agricultáveis do massapé para “o universo cinzento da caatinga”, em fins do
século XVIII e começos do século XIX, fazendo surgir um novo tipo de cultura no
Interior, marcado pela predominância do individual sobre o coletivo, com o
reforço vigoroso do sentimento de independência e autonomia na luta contra o contorno
vasto e agressivo do sertão. O sedentarismo do ciclo do açúcar dá lugar ao
nomadismo do ciclo do gado. Desenvolve-se um tipo humano agreste, combativo,
prepotente, ao mesmo tempo que o cenário cultural se imobiliza no tempo,
naquilo que Costa Pinto chamou de um “quadro arqueológico. O sertanejo –
escreve o autor, lembrando Euclides da Cunha – não é nenhum degenerado, e sim
um retrógrado, arcaizante no convívio social, na economia, na moral e na
religião. Não fala português errado (como parece ao homem da cidade), e sim o
mais puro vernáculo do século XVI, contemporâneo de Gil Vicente e Camões. O
sertanejo nascia, crescia e vivia limitado pelo mais severo isolamento,
organizando o poder por sua conta e risco, longe dos centros oficiais de
administração, polícia e justiça.
O tipo do
cangaceiro, neste ambiente, erige-se como o representante mais completo do
conjunto dos atributos de valentia que marca o sertanejo. Explica o autor que
entre o sertanejo e o cangaceiro, de início, não houve nenhum antagonismo, e
sim um acordo tácito, no qual o homem do cangaço aparecia como verdadeiro
arquétipo de bravura, pela liberdade selvagem que encarnava. Assim nos versos
populares sobre a saga de Antônio Silvino, o “Rifle de Ouro”, ou “Governador do
Sertão”, ao despontar deste século:
“Como ninguém
ignora
Na minha
pátria natal
Ser cangaceiro
é a coisa
Mais comum e
natural;
Por isso
herdei de meu pai
Este costume
brutal...”
Esta primeira
fase foi a do cangaço “endêmico” (na terminologia do livro), bem tolerado pela
sociedade local. O cangaço só passou a ser repelido por essa mesma sociedade,
quando da segunda fase, a do cangaço “epidêmico”. Palavras do autor: “Esses
surtos de cangaço epidêmico, em cuja etiologia se acham sempre presentes
fatores de desorganização social e de consequente inibição das atividades
repressoras, tais como revoluções, disputas locais, agitações de fundo místico
ou político ou social, lutas de família e prolongadas estiagens, provocam o
rompimento do equilíbrio que permitia à sociedade sertaneja viver, produzir e
continuar crescendo lado a lado com cangaceiro, com base num compromisso tácito
de coexistência (p. 45).
Com a sucessão
de surtos epidêmicos é que o cangaço se criminaliza socialmente, não hesitando
o autor em pintar o cangaceiro como verdadeiro bandido ou malfeitor, embora
frequentemente sublimado como vingador de alguma afronta ou cruel injustiça.
Esta sublimação é analisada em termos sociológicos por Frederico Pernambucano,
como a teoria do “escudo ético’, assim desmistificada no livro: “Este
instrumento capaz de convencer a quem o utilizava e à sociedade da nobreza da
vida putativamente vingadora dos bandidos, mas que não passava de um bovarismo
épico facilmente aceito como real por uma cultura carente de símbolos desse
gênero” (p. 71).
À figura
legendária de Lampião, titular máximo do cangaço, o jovem sociólogo dedica todo
um capítulo inspiradamente titulado “As muitas mortes de um rei vesgo”. Mesmo
se recusando a vestir de herói Virgulino, trata-o como rei, pela soberania de
sua autoridade e até mesmo pelos seus repentes de perdão e liberalidade.
III
“Guerreiros do
Sol” é livro que se lê com interesse, não só pelo que, efetivamente apresenta
de sedutor, como pelo que poderia apresentar. Por exemplo, o enfoque mais
vigoroso do cangaceiro em perspectiva antropológica. Acima das colocações de
ordem estritamente social ou sociológica, e de qualquer juízo de valor, mesmo
sem querer em nada romantizar o cangaço, a verdade é que o cangaceiro constitui
uma certa variedade antropológica particular, com traços culturais e biotipo
singulares e bem marcados.
Desafiando o
bitolado pedantismo acadêmico que despreza qualquer observação pessoal como
simples “impressionismo”, sem valor hermenêutico, e animados pelo conselho de
Ortega, segundo o qual é vendo com os olhos da cara que se faz as duas terças
partes de uma filosofia que não seja uma escolástica, voltemos a observar as
fotografias de cangaceiros, que sempre nos impressionam tanto, como foi dito.
Nota-se em todos eles uma tensão peculiar, aliada à concentração de energia que
parece inesgotável, e aquele dose superior de “magnetismo animal”, esse
conceito arcaico de Mesmer, por isso mesmo coerente com a tipologia arcaica do
homem do sertão. Nada daquela displicência desengonçada do sertanejo em repouso,
tal como fixada na página sempre lembrada de Euclides da Cunha. Pelo contrário,
o homem do cangaço tem tudo do sertanejo subitamente desperto e aceso para a
luta, na descrição do mesmo autor: “O homem transfigura-se. Empertiga-se,
estadeando novos relevos, novas linhas na estatura e no gesto; e a cabeça
firma-se lhe alta, sobre os ombros possantes, aclarada pelo olhar desassombrado
e forte; e corrigem-se lhe, prestes, numa descarga nervosa instantânea, todos
os efeitos do relaxamento habitual dos órgãos; e da figura vulgar do tabaréu
canhestro, reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e
potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias”
(Os Sertões).
O cangaceiro
desdobra-se deste sertanejo pintado por Euclides, em permanente pé de guerra
com o contorno. Aquele sorriso é puro negaceio. Seus sentidos adquirem
hiperestreita inusitada, semelhante à dos índios, ou das feras, capaz de
pressentir o inimigo à distância de muitas léguas. Sua musculatura, nada ostensiva,
ganha a têmpera do aço, e seus nervos, a agilidade inesperada dos felinos.
Compare-se com
as fotos dos caçadores de cangaceiros, policiais, ou “volantes”, também homens
duros e valentes. Só que todos eles de forma arredondada e de cara lavada, com
o ar ingênuo de verdadeiros homens da lei, sem aquela tensão psicofísica
anormal, sem nada daquele éclat de pactários, ostensivo na postura dos
cangaceiros. Quase a diferença entre o animal bravio e a planta.
É a vida
nômade, ao ar livre, e sobretudo ao sol e aos perigos do sertão, que confere ao
cangaceiro a peculiaridade do seu biótipo, e sua singularidade antropológica e
cultural. O sertão nordestino e o sol são elementos inseparáveis da mesma
realidade. Esta é um ambiente adusto, calcinado, suplicante, no qual o homem,
para sobreviver, tem de ser em tudo o contrário de um vegetal, a saber,
sensorialidade e nervosidade puras. Tais atributos, assumidos desde logo pelo
sertanejo, são ainda mais aguçados na vida absolutamente sem segurança do
cangaço.
O cangaceiro a
cavalo em seu nomadismo selvagem está polarizado com o sol, atrelado ao sol.
Por isso o título “Guerreiros do Sol”, escolhido para esse livro dedicado ao
banditismo no Nordeste do Brasil, além da beleza literária, irradia certeira
intuição antropológica. A deixa não escapou à habitual perspicácia de Gilberto
Freire, que assim se pronuncia sobre esse ponto no prefácio que dedicou ao
livro:
“Sugestão a
que pode ser associada esta outra: a de, ao sertanejo do nordeste brasileiro –
região de muito sol, como que masculinizante -, ter faltado maior convívio com
a água: uma água como que feminilizante, feminilizante da própria culinária,
nos sertões tão masculinamente ascética. E feminilizante também, através de uma
frequência de banho de rio, de ação, além de higiênica, recreativa, esportiva,
refrescante e capaz, como há quem suponha ser o caso entre gentes árabes, de
atuar psicologicamente sobre impulsos bravios, atenuando-os e até adoçando-os.
“... Em certa
página, apresenta um desses tipos de bandido, em dias de ortodoxo, indiferente
tanto a prazeres de alimentação como à constância de convívio com mulher,
enquanto em atividade absorvente e monossexualmente belicosa, repele o contato
habitual com o feminino. Naquela página referida por Gilberto Freyre, o autor
recolhe o depoimento de Sinhô Pereira, cangaceiro da velha guarda: “No meu
tempo não havia mulheres no bando. Ninguém andava com mulher. Eu acho até
esquisito que depois Lampião e o pessoal dele começasse a carregar mulher” (p.
82). Frederico Pernambucano ainda reproduz outro testemunho eloquente do
ex-cangaceiro Balão: “Homem de batalha não pode andar com mulher. Se ele tem
uma relação, perde a oração e seu corpo fica como uma melancia: qualquer bala
atravessa” (p. 82).
A hipótese de
homossexualismo seria precipitada e impertinente. A restrição aqui inclui
qualquer tipo de contato sexual, fale-se, portanto, em “monossexualismo”,
conforme a terminologia de Gilberto Freyre. A dedicação integral às armas,
quando levada ao fanatismo, exige a misoginia, como garantia da
invulnerabilidade do guerreiro. Na medida em que esse se abandona à tentação da
mulher, ou do sexo, ele "abre seu corpo” e se expõe à virulência
implacável do inimigo. Também Guimarães Rosa sabia muito bem dessas coisas, e o
drama de Diadorim, em “Grande Sertão”, tem os mesmos pressupostos.
No entanto, a
analogia surpreendente e inesperada do homem do cangaço, modelado pela
disciplina do sol, das armas, e do ascetismo sexual, na tensão crispada e
solitária do princípio masculino, essa analogia se revela é com a figura do
guerreiro, tal como descrita pelo poeta-soldado japonês Yukio Mishima, no livro
traduzido sob o título “Sol e Aço”. “Sol e Aço” fazem o contexto do homem do
cangaço e do samurai de Mishima. Indagado, de certa feita, como conseguia
ativar tanto o brilho do seu fuzil, respondeu Lampião: “Só o aço com o aço dá
esse brilho...”
IV
Em “Sol e Aço”
a autoafirmação da virilidade na vida militar chega até o delírio, o delírio
catastrófico que conduzirá à morte fulgurante do herói, sem que a mais leve
sombra do feminino perpasse pelo texto do poema em prosa. A ascese do sol e do
aço educa o corpo e o espírito de Mishima na sublimação do épico, que liga a
terra e o céu, a vida e a morte, o tempo e a eternidade. “Mais tarde, muito
mais tarde, graças ao sol e ao aço, eu viria a aprender a linguagem da carne,
mais ou menos como quem aprendesse uma língua estrangeira. ” Só que essa
“linguagem da carne”, apreendida pelo guerreiro nipônico, não tem a menor
afinidade com o feminino nem com os abandonos do erotismo. A carne de Mishima,
revigorada pelo sol e pelo aço, não se consuma nem no amor heterossexual nem no
amor homossexual (ao menos neste livro), e sim na tensão sobre humana dos
exercícios militares. Mishima assimila plasticamente o vigor do sol na
exuberância de sua musculatura, a qual ia adquirindo cada vez mais as
qualidades do aço: dureza flexibilidade e brilho. A ação, fielmente, me ensinou
a correspondência entre o espírito e o corpo. ” Mishima não resiste ao
narcisismo romântico, traído nestas linhas: “Em especial, me era caro um
impulso romântico em direção à morte, mas, ao mesmo tempo, eu exigia um corpo
estritamente clássico como veículo desse impulso”.
A chave da
analogia entre os “guerreiros do sol” e o samurai de Mishima está na
radicalização unilateral do princípio masculino hermetizado em si mesmo como
fonte invulnerável de energia épica, temperada pelo sol e pelo aço.
A diferença é
que os cavaleiros do sol, bons centauros do sertão, jamais perderam a
pertinência com a Terra, ao passa que o herói japonês, embriagado de
romantismo, escorregou voluntariamente rumo ao infinito, por aquela tênue linha
de fuga que liga a Terra ao Céu, ao azul vertiginoso do Céu, que o fulminava
com apelos irresistíveis.
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REALIDADE!
Por Guilherme Velame Wenzinger
A verdadeira
realidade, sem romantização, da entrada dos jovens sertanejos para o cangaço.
Passagem transcrita do livro "LAMPIÃO - O CANGAÇO E SEUS
SEGREDOS" do saudoso escritor, José Sabino Bassetti, págs. 29, 30 e
31.
"O
RECRUTAMENTO
É corriqueiro
se ouvir, que os cabras geralmente entravam para as fileiras do cangaço, devido
a atitudes arbitrárias contra ele ou membros de suas famílias cometidas pelos
coronéis. Impossível negar que tal fato tenha acontecido em algumas poucas
ocasiões. Mas não seria correto confirmar que tal coisa tenha acontecido com a
frequência que muitos acham que tenha ocorrido. Houve casos de membros de
famílias terem entrado para os mais diversos bandos de cangaceiros para terem a
possibilidade de se vingar de alguma ofensa cometida contra algum elemento de
sua família ou a si próprio. Às vezes uma agressão por parte da polícia, ou a
mando de qualquer pessoa de melhor posição, outra vez por ter uma irmã, uma
prima e até uma namorada "ofendida" por alguma autoridade ou alguém
pertencente a alguma família de maior importância, ou até por haver tido
qualquer divergência com esta ou aquela pessoa, eram motivos para que alguém
aderisse ao cangaço.
Mas na maioria
das vezes, o jovem sertanejo entrava para as hostes do cangaço, influenciado
por um amigo, um parente ou até por um simples conhecido que já estivesse
tomando parte de qualquer um dos diversos bandos de cangaceiros que infestavam
os sertões nordestinos. São inúmeros, muitos mesmos, os elementos que estavam
engajados nos mesmos grupos ou em grupos diferentes e que eram parentes entre
si. Outras vezes, os jovens sertanejos deixavam se iludir pela aparência dos
componentes dos grupos que entravam nos povoados com ostentação, frequentavam
bares sem fazer economias, usavam roupas vistosas, andavam bem armados, sendo
respeitados e admirados por todos. Isso sem considerar a grande dificuldade que
o jovem sertanejo tinha para conseguir qualquer ocupação que lhe proporcionasse
um ganho mínimo para seu sustento e da própria família. Daí, para que esses
pobres moços entrassem para um desses grupos de criminosos era só uma questão
de tempo e oportunidade. Existiram aqueles que entraram para o cangaço quando
ainda eram verdadeiros meninos, quando ainda estavam na faixa dos 13 ou 14
anos. Caso dos cabras Volta Seca, Chumbinho, Oliveira e outros.
É necessário
mencionar aqui, que existiram muitos desses infelizes sertanejos que aderiram
ao cangaço, única e exclusivamente com a intenção de amealhar dinheiro, de
fazer fortuna, assim como alguns poucos realmente conseguiram, embora não
tenham usufruído daquilo que conseguiram.
Jamais
poderemos negar que existiram muitos que procuraram entrar nos mais diversos
bandos de cangaceiros, simplesmente por possuírem "sangue ruim". Mas
existe um fator importante curiosos. Todos daqueles que um dia entraram para as
fileiras do cangaço, seja por qualquer um dos mais diversos motivos, quando
perguntados ou não, sempre, sem exceção, todos possuíam uma história
"dolorosa" para contar, tentando sempre justificar sua entrada no
cangaço..."
Imagem da
publicação é ilustrativa, nelas estão, em Fevereiro de 1939, os já
ex-cangaceiros: Barra de Aço, Pedra Roxa, Pancada, Santa Cruz e Velocidade.
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O FATÍDICO 28 DE JULHO DE 1938.
Por Getúlio Moura
VESTIDO USADO POR MARIA BONITA
Por Wesley Ferreira da Silva
No dia do
assassinato de Maria Bonita, ela estava com esse vestido de domingueira (festas
organizadas pelo Cangaço) em seu bornal, mas dele foi retirado pelo Aspirante
Francisco Ferreira de Mello, que comandou a vanguarda da volante que matou
Maria Bonita, e entregue à Melchiades da Rocha.
https://www.facebook.com/groups/179428208932798
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TEMPOS MARCANTES – O ESPERADO LIVRO DE MANOEL DE BRITTO VAI SER LANÇADO
Tempos Marcantes
Após uma longa espera dos amigos que insistiram com a elaboração do livro, finalmente será lançada a primeira obra do norte-rio-grandense Manoel de Medeiros Britto.
Com o título TEMPOS MARCANTES, Manoel relata os mais de 60 anos de atividade pública e privada, sob a perspectiva histórica de um seridoense pobre de Jardim do Seridó, que, após muito trabalho, foi deputado estadual, auxiliar e secretário de Estado em vários governos, Ministro do Tribunal de Contas do Estado (hoje o cargo é de Conselheiro), bem assim atua na presidência de duas renomadas instituições na Capital do Estado: a Liga de Ensino do RN (mantenedora do Complexo Noilde Ramalho – ED / HC e do Centro Universitário do RN – UNIRN) e o Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Rio Grande do Norte – IPAI (mantenedor do Hospital Varela Santiago).
Prefaciada pelo imortal Cassiano Arruda Câmara, o exemplar é permeado de minuciosas descrições dos inúmeros eventos da política estadual e nacional dos últimos anos. Sem dúvidas servirá de documento histórico às novas gerações, eis que foi preparado por quem viveu os episódios ou testemunhou os acontecimentos, sempre com discrição e eficiência no trato com a coisa pública.
O Livro foi impresso pela Gráfica Diplomata (Denise Lins Convites), e será lançado no dia 2 de agosto de 2022, às 18h, no Complexo Noilde Ramalho – Unidade Escola Doméstica.
https://tokdehistoria.com.br/2022/07/26/tempos-marcantes-o-esperado-livro-de-manoel-de-britto-vai-ser-lancado/
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BANDIDO OU PATRIMÔNIO CULTURAL E TURÍSTICO? - A REPERCUSSÃO DO PLEBISCITO DA ESTÁTUA DE LAMPIÃO EM SERRA TALHADA EM 1991
Rostand Medeiros – IHGRN
Os principais jornais, revistas e emissoras de televisão no Brasil colocaram o tema na pauta e a cidade de Serra Talhada foi alçada as manchetes dos principais meios de comunicação.
Pescado no Tok de História