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quarta-feira, 6 de março de 2019

2ª EDIÇÃO FLORO NOVAIS HERÓI OU BANDIDO?


Mais um livro na praça: FLORO NOVAIS: Herói ou Bandido? De Clerisvaldo B. Chagas & França Filho. Este livro estará disponível a partir de amanhã no Cariri Cangaço São José do Belmonte e segunda feira dia 15/10 Para todo Brasil. 

Preço R$ 40,00 com frete incluso. 124 páginas. Franpelima@bol.com.br e fplima1956@gmail.com e Whatsapp 83 9 9911 8286.

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O MAUSOLÉU DE ANTÔNIO GRANJEIRO IRÁ AO CHÃO

Por Roberto Júnior

A construção da nova rodovia que ligará Porteiras a Missão Velha poderá apagar importante fragmento da história do Cariri. O Mausoléu de Antônio Grangeiro, em Porteiras, é o marco de um dos mais bárbaros crimes cometidos pelas forças volantes do Ceará, Pernambuco e Paraíba, no afamado caso do Fogo das Guaribas (Leia mais sobre essa história clicando aqui: http://bit.ly/2tJFkld ), quando o então tenente, José Bezerra Gonçalves, montou um verdadeiro exército para dar cabo de Chico Chicote.


Algum tempo após aquele fatídico 02 de Fevereiro de 1927, a família Grangeiro erigiu um pequeno mausoléu em lembrança do Coronel Antônio Grangeiro, e outros três companheiros do mesmo, que foram barbaramente assassinados naquela ocasião, tendo sido degolados, e seus corpos incinerados.


O mausoléu em sua arquitetura original

Segundo Bruno Yacub, avido pesquisador do Fogo dos Guaribas e da história de Brejo Santo, o dito monumento está em rota de colisão com a nova estrada, e os marcos topográficos indicam que o mausoléu será destruído. Em visita a Bosco André, importante pesquisador do cangaço em Missão Velha, e em ligação à Heitor Feitosa, presidente do Instituto Cultural do Cariri, pude constatar a perplexidade com tamanho descaso e abuso diante do patrimônio histórico cearense.

O Cariri das Antigas repudia veementemente a demolição do mausoléu, e junto de outros tantos representantes, monta uma frente ampla contra esta agressão, e solicita ao Governo do Estado do Ceará, que reveja os estudos rodoviários naquele trecho e preserve um último fragmento da memória dos que padeceram nas mãos dos agentes de segurança do estado naquele período.


Agradecimentos especiais a Bruno Yacub.
Fotos: Bruno Yacub.


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A ILUSÃO DO CANGAÇO


Por Aderbal Nogueira

Desculpem postar esse vídeo pela centésima vez. Mas quando vejo pessoas dizendo, inclusive mulheres dizendo "eu queria ser cangaceiro" Meninas vocês sabiam que quando as mulheres estavam naqueles dias, elas andavam afastadas do grupo por causa das moscas? Adília contou isso com uma tristeza nos olhos que vocês não podem nem imaginar. 

https://www.youtube.com/watch?v=ybxCMU0MC4c&fbclid=IwAR0IE71SyBMXaon7EQgC25kEdgdFrrQAJ9kip5NKC1jlaSJUxCWhStC6rHk

Um dia postarei uma gravação que fiz junto com Alcino Costa e Paulo Gastão falando com Sila e Adília sobre sexo, tenho certeza que vocês mulheres iam ..., melhor deixar para lá

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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DADÁ


Por Voltaseca

DADÁ a ex-cangaceira e companheira do cangaceiro Corisco, sendo a única mulher do bando de cangaceiros a atirar com arma longa. 


Também foi a única a comandar um sub-grupo de cangaceiros, quando seu companheiro CORISCO foi baleado nos 02 braços, em combate.

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LEIA BEM COM ATENÇÃO ESSE TEXTO.

Por Maria de Lourdes Feitosa Nascimento


O que levou Elétrico a entrar para o bando de Lampião

Conheça um pouco sobre a vida de Elétrico, Cangaceiro do Bando de Lampião.



Naquele tempo, Lampião mandava e todos obedeciam, e ai de quem não obedecia! Certo dia, ele chegou à casa de Pedro Miguel, um senhor honesto e trabalhador que morava em sua nobre casinha no Minador. Estava com sua esposa e filhos quando Lampião chegou com sua tropa, ordenando que Pedro fosse na Lagoa do Saco dar um recado ao vaqueiro da fazenda, dizer a ele que viesse pra matar uma reis, e quando a carne secasse iam fazer suas boias e iam embora. 

Assim seu Pedro fez com medo de desobedecer Lampião. Foi e deu o recado dizendo:

- Luis, Lampião disse que você fosse matar uma reis pra ele.

Mas o vaqueiro recusou, dizendo que não iria de forma alguma. 

Seu Pedro retornou para dar a resposta ao temido rei do cangaço, e já imaginava que a reação não seria das melhores. 

Lampião olhou logo que Luis não havia vindo e perguntou:

- Cadê o vaqueiro, seu Pedro? 

Pedro Miguel falou a verdade, e a reação de Virgulino foi imediata. Estava com um facão na mão e jogou com raiva no chão dizendo: 

- Como é que pode?  Eu não mando chamar um homem e ele não vem? Vão três de vocês e tragam ele aqui. 

O Senhor Pedro tentou intervir pelo vaqueiro, pois sabia que o sofrimento seria dos piores. Falou:

- Capitão, por Nossa Senhora deixe o rapaz em paz, ajoelhou-se aos pés de Lampião que se compadeceu e disse: 

- O senhor tá derrotado de qualquer jeito Seu Pedro, mas vou atender o seu pedido, porque o Senhor pediu por Nossa Senhora, e isso eu não posso negar. Agora pode se preparar, fique ciente disso. Não vai há cinco dias a polícia vai bater aqui. 

Na manhã seguinte, o senhor Pedro saiu bem cedinho pro Saco da Serra e viu os cangaceiros cercando o gado e pegando o boi a mão, levaram amarraram em um pé de umbuzeiro e seu Pedro perguntou:

- Mas capitão, como é que se mata um rato desse? 

Disse-lhe: 

- Oxente! É a coisa mais fácil do mundo.

E o capitão pegou um canivete que tinha no quarto, estava bem amoladinha e empurrou no cabelo loiro da vaca. A vaca caiu esparramada no chão. Fizeram a carne. Era um dia de terça feira. Quando foi na quarta, ele preparou Pedro dizendo:

- Oi, eu tô indo embora amanhã, agora o senhor não negue de jeito nenhum, a polícia vai chegar aí agora, pode dizer que fez a feira que eu mandei, quando acabei matei a vaca, salguei e fiz a carne, e puxei por aqui, pode dizer a eles que nós tamo do Poço pra riba.

Júlio Miguel dos Anjos, irmão do cangaceiro Elétrico. 

Assim seu Pedro fez, quer dizer planejou fazer. Com cinco dias depois, em Minador foi soldado que fechou a caatinga., era no terreiro, no curral, por toda parte, ao todo dava noventa e cinco, agora que uns deles ficaram separados por que eram amigos da família, e volante aqui de Sergipe, apenas de longe gritavam: 

- Não judiem os paisanos não, como é que vocês ao invés de ir atrás dos bandidos na feira ficam judiando os paisanos?

Meu avô e eu, Dinha Feitosa


Mariano, um dos soldados perguntou pelo senhor dono da casa, e seu filho casula, que era o meu avô Julio Miguel; saiu à procura do pai no curral, que estava com seus outros filhos todos trabalhando. Vieram todos pra casa. 

Mariano perguntou ao senhor Pedro como foi que aconteceu, o que Lampião tinha feito, os filhos do Senhor ficaram assentados no chão de um lado e o Velho Pedro do outro lado quando falou: 

- Essa foi a primeira vez que o vi, ele chegou aqui pediu que eu fizesse uma feira e seu Pedro contou toda história, mas quando terminou de contar tudo direitinho recebeu foi uma pancada nas costas sabe como se mata um bode, então foi dessa forma que seu Pedro de 60 anos de idade, pai de 14 filhos, recebeu um golpe pelas costas, como se fosse uma batedura de arroz, cada soldado batia um pouco. 

Seus filhos e esposa apavorados sem poder fazer nada, alguns dos soldados tinham dó e tentavam acalmar a senhora esposa que estava dentro de casa com todos os seus filhos nesse momento.Um dos soldados ainda disse:

- Olhe dona, amanhã bem cedo o seu marido vai preso, agora eu digo quando a gente for se cobrindo lá naquele tanque a senhora mande seus filhos pegarem os animais, arrumarem as coisas e podem ir embora daqui, não fiquem aqui não, se mandem. 

Ao lado da casa tinha um pé de umbuzeiro que estava coberto de soldados embaixo, e um conhecido do velho tentou passar para ajudar, mas pegaram ele. Trouxeram Pedro pra casa todo machucado, duas costelas quebradas, aí soltaram dentro de casa espancado, quase morto. 

No fundo do quintal tinha um jirau de pratos, uma tigela grande que pegava mais ou menos uns dois litros de água, e de repente o jirau caiu, só ficou a tigela, o resto só pó, até os soldados foram ver o que foi na casa. Todos ficaram assombrados, assim os soldados se foram levando com ele o senhor Pedro. 

Nesse dia, haviam dezesseis pessoas na casa e como a velha já estava preparada, quando eles estavam no tanque quase se cobrindo, os filhos foram pegar os animais. 

O dia já estava quase amanhecendo atocaiaram os animais colocaram as cangalhas, tacaram as coisas em cima e saíram devagarzinho, não andaram duzentas varas quando o tenente ordenou que uns soldados voltassem e pegassem um dos filhos, mas quando chegaram a casa não acharam mais nada. 

Ainda saíram aos arredores e por pouco não os viram, desistiram e foram embora. Nesse dia a família do Senhor Pedro foi bater em Sítios Novos. 

Depois pegaram o rumo do Saco Grande, ficaram lá sem saber de noticias, quando foi com as 'Ave Maria', a Senhora estava colocando a comida dos filhos, todos fizeram uma roda no chão para comer. De repente quando olharam pra porta dos fundos seu Pedro entra de portas a dentro e fala:

- Fechem essa porta ligeiro pra ninguém me ver, corram aí a todas vejam se vocês acham uma canoa que preciso ir pras Traíras. Vou atrás de Janjão Maia. Os seus filhos saíram as pressas e levaram o pai dali.

No dia seguinte por volta de umas oito horas a polícia chegou à procura dele, e todos fingiram que não sabiam de nada. Pedro Miguel foi o pai do cangaceiro Elétrico, que depois desse acontecimento com seu pai ele se revolta ao ouvir toda tortura que seu pai passou na delegacia de Monte Alegre, onde foi muito torturado no tempo que esteve lá. Foi tratado feito um animal. 

Manoel era o filho mais velho, por isso não pensou duas vezes quando foi convidado a entrar para o cangaço e ser batizado de Elétrico. Meu avô era o mais novo entre os filhos homens, e se sei dessa história agradeço a ele por sua memória excelente e pela riqueza de detalhes com que me contou. 

Obrigado pai Júlio.

O anúncio da Morte de Elétrico, como se deu.

Nesse tempo sua família morava no Povoado Bom Sucesso, quando saiu a notícia da morte de Elétrico. Senhor meu avô Júlio tinha apenas 14 anos e ainda lembra-se como se fosse hoje, o povo chorava não só pela morte de Elétrico como também pela morte do temido rei do cangaço, que tinha a fama de cruel e justiceiro, e o povo ainda gostava muito dele.

Vejam abaixo a entrevista realizada com meu avô, Júlio Miguel dos Anjos, no dia 31/10/2014

Sobre o cangaceiro Elétrico

Segundo meu avô Julio Miguel, quando Elétrico entrou para o bando de Lampião, ele foi de livre e espontânea vontade, sua família de 13 irmãos na época em que ele foi para o grupo, estavam se mudando do Minador para a Jeremataia, ele não quis acompanhar a família e foi ficar no Cururu, na casa de seu tio, irmão de sua mãe o Senhor João Vicente.


Certa vez Lampião chegou e Manoel quis entrar para o bando, queria ser cangaceiro, apesar de Lampião não querer aceitar por que o Senhor Pedro Miguel(o pai de Elétrico) já tinha apanhado da volante, por ter feito um favor a Lampião.Lampião falou:

-Eu não quero você no bando porque seu pai já sofreu por minha causa, e se você entrar ele vai sofrer muito mais.


Mas mesmo assim Manoel acompanhou o grupo de cangaceiros, seu nome era era Manoel Miguel dos Anjos, já que emu avô é Julio Miguel dos Anjos, ele fala que não lembra muito bem do sobrenome do irmão mas a família toda era Miguel dos Anjos.No tempo em que Manoel entrou para essa vida meu vô Julio era uma criança entrando para a adolescência.Não sei se por querer vingar-se por seu pai ter sofrido muito nas mãos da volante, mas sei que foi a partir daí que ele passou a ser chamado de Elétrico cangaceiro do Bando de Lampião.


Por muito tempo desde que passei a ter entendimento das coisas quis entender o por que, quem ele era, e sempre quis ver uma fotografia dele, do irmão do meu avô, do cangaceiro Elétrico, sei que muitas pessoas tem uma visão diferente, mas eu entendo e respeito sei que muitos os tratam como Bandido, mas o que posso fazer. Não sei se por isso ou por curiosidade busco conhecer um pouco mais sobre ele, e encontrei essa imagem que segundo é a imagem dele. 


Veja logo abaixo e comparem com uma imagem do meu avô quando era jovem.

Entrevista sobre Elétrico, cangaceiro do Bando de Lampião.

Entrevista feita ao Senhor Dionísio dos Santos, mais conhecido por Domes de Quim, o Vaqueiro mais velho do Povoado Bom Sucesso.

Realizada no dia : 28/01/2015.


O senhor conheceu Elétrico ?


-Oxente, me criei junto com ele, a família dele morava no Minador e a família de papai morava nas Lagoas. Quer saber quantos filhos Pedro Miguel tinha... Manoel (Elétrico), era o mais velho, tinha também Júlio, Paulino, Pedrinho, Firmino, Zé, que era meu cunhado, Tonhe era um morenão, e as mulheres eram, Dorinha, Mariquinha e Rosinha, se criemos juntos, vizinhos. Por isso que chamavam o meu pai de Quim das Lagoas e a mim chamavam de Domes de Quim.

Maria de Lourdes Feitosa Nascimento

Sou estudante da UFS no Polo de Glória e futuramente estarei realizando o sonho de me tornar uma professora de História, que é uma de minhas paixões.


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ALALAÔ E A PROSTITUTA

*Rangel Alves da Costa

Certamente que os anos passam, mudanças vão ocorrendo e os modismos acabam revirando tudo dos pés à cabeça. Contudo, o novo, a mudança e a transformação, não significam necessariamente em deterioração dos bons e antigos costumes. Imagina-se que o novo não surja sempre com o poder de aniquilar o que de melhor se enraizou. Apenas se imagina, vez que o modismo procura destruir o passado de tal modo que não há se imaginar senão o fim da humanidade pelo próprio homem.
No carnaval é assim também. O bom carnaval ainda é brincado com as velhas marchinhas, com as músicas de salão e suas letras desafetadas e até românticas. E assim acontece pela letra, pela melodia, pelo prazer de ouvir, cantar e brincar. Mas hoje, e infelizmente, verdadeiros absurdos são entoados como se músicas fossem. Isso mesmo, suas letras são tão pornográficas que até deveriam ser proibidas em sons altos e vias públicas. Para quem ouviu e ainda ouve “Quanto riso, ah quanta alegria, mais de mil palhaços no salão, arlequim está chorando pelo amor da colombina no meio da multidão...”, para atualmente ouvir que namora uma prostituta, que ela é linda, ela é puta, soa como desmedida abusividade.
Abaixo citarei dois exemplos, sendo o primeiro de verdadeira música carnavalesca, e a segunda dessa porcaria que de repente surge e, ao menos por alguns dias, passam a ter o dom de ferir os ouvidos e a mente, e simplesmente pela imprestabilidade pornográfica de sua letra. Na primeira, eternizada pelo seu valor musical, sua melodia e letra, apenas uma singela brincadeira que contagiava salões. Na segunda, um verdadeiro vômito auditivo, nada mais que uma tentativa (e conseguida) de ridicularizar de vez a sociedade, vez que na sua letra o puro achincalhe.


A marchinha carnavalesca Alalaô, de autoria de Haroldo Lobo e Nássara, sucesso nas ruas e salões desde os anos 40 nas vozes de Carlos Galhardo e Emilinha Borba, dentre outros, a ligeira canção momesca diz: “Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô, mas que calor, ô ô ô ô ô ô. Atravessamos o deserto do Saara, o sol estava quente e queimou a nossa cara, Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô, mas que calor, ô ô ô ô ô ô. Viemos do Egito e muitas vezes nós tivemos que rezar: Allah, Allah, Allah, meu bom Allah, mande água pra Ioiô, mande água pra Iaiá. Allah, meu bom Allah”.
Já o segundo exemplo, surgido não sei de onde, mas que está fazendo muito mais sucesso entre os jovens pervertidos que a tal da Jennifer (outra porcaria criada pela mídia igualmente pervertida), diz assim: “Estou gostando de uma prostituta, ela é linda, ela é puta. Tô de rolê com uma prostituta, ela é linda, ela é puta. Estou gostando de uma prostituta, ela é linda, ela é puta. Tom de rolê com a prostituta, que gata, ai que puta. Eu viajo nela, eu tiro onda com ela. Não tem jeito, aonde eu chego a massa paga um pau. Eu viajo nela, eu tiro onda com ela. Eu banco mesmo a figura no jeito, dinheiro é pra se gastar. Eu gosto é de luxar, eu gosto de tirar onda... Estou gostando de uma prostituta, ela é linda, ela é puta. Tô de rolê com uma prostituta, ela é linda, ela é puta...”. A composição dessa “obra-prima” é de um tal de Pepe Moreno.
Absurdos como este vão surgindo a cada dia. E a juventude chega a delirar ouvindo tal imundície. Sim, baboseira, lixo, putrefata nojeira. Realmente difícil imaginar até que ponto a humanidade pode se ajoelhar ao imprestável. Não há psicologia que entenda e explique a personalidade humana sendo rebaixada a nível tão vergonhoso.
E dizem que o mundo ainda tem jeito. Mas tem não. Duvido que a humanidade progrida em alguma coisa quando o seu futuro - que está também na juventude de hoje – desce até o chão para dançar pornografia.

Escritor
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PARA ARQUIVO - NOTA SOBRE O FALECIMENTO DO ESCRITOR E PESQUISADOR PAULO MEDEIROS GASTÃO

Por Rangel Alves da Costa

Consternado e enlutado, o Memorial Alcino Alves Costa pranteia o falecimento do escritor e pesquisador potiguar Paulo Medeiros Gastão, ocorrido nesta segunda, 04 de março. Grande amigo e conselheiro de Alcino Alves Costa, Paulo Gastão foi quem primeiro conheceu e valorizou seus escritos. 

A partir de então firmaram duradouros e profundos laços de amizade, tendo Alcino escrito um livro sobre o seu grande mentor intelectual: “Saudação a Paulo Gastão”, publicado pela Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC. 

Assim, neste momento de luto e dor, rogamos pela salvação eterna da alma deste grande e honrado homem, laureado escritor e, acima de tudo, amigo. 

Que Deus o tenha, Paulo Gastão!

Rangel Alves da Costa
Curador do Memorial Alcino Alves Costa

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SALVE 6 DE MARÇO DE 1817


 A Revolução Pernambucana de 1817 foi deflagrada no dia 6 de março e é um marco da luta contra a opressão da Corte Portuguesa. Este movimento histórico foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio do padre João Ribeiro, Frei Miguelinho, padre Roma, Vigário Tenório, Frei Caneca, Antônio Carlos de Andrada e Silva, Domingos Teotônio Jorge entre outros. Eles instalaram um governo provisório que tinha como propostas a proclamação da República, a extinção de impostos abusivos e a elaboração de uma Constituição para garantir direitos aos cidadãos, tais como: a igualdade de todos perante a lei, a liberdade religiosa e a de imprensa.


Com essas propostas, a Revolução conseguiu reunir representantes dos mais variados segmentos da sociedade, inclusive populares que também desejavam a emancipação política e a implantação de um governo republicano. A iniciativa fez com que a sociedade pernambucana, por aproximadamente dois meses, conhecesse uma nova realidade política.

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EXPEDITO SELEIRO

Por Voltaseca

Expedito Seleiro cearense, e, um dos maiores artistas em couro do Brasil. Vejam, que lindo gibão e chapéu o mesmo está usando no desfile. Confecção própria.
Fonte: Cariri cangaço.

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A GUERRA DO CANGAÇO


Por Semira Adler Vainsencher



O banditismo parece ser um fenômeno universal. É difícil encontrar um povo no mundo que não teve (ou tenha) bandidos: indivíduos frios, calculistas, insensíveis à violência e à morte. Sem entrar no mérito das atrocidades cometidas pelos colonizadores portugueses, que escravizaram os negros africanos e quase exterminaram os índios nativos do país, a região Nordeste do Brasil vivenciou um período de quase meio século de violência, especialmente no final da década de 1870, após a grande seca de 1877.


O monopólio da terra e o trabalho servil, heranças das capitanias hereditárias, sempre mantiveram o empobrecimento da população e impediram o desenvolvimento do Nordeste, apesar do empenho de Joaquim Nabuco e da abolição da escravatura. As pessoas continuam sendo relegadas à condição de objetos, cujo maior dever é servir aos donos de terras.

Enquanto o capitalismo avançava nos grandes centros urbanos, no meio rural persistia o atraso da grande propriedade: a presença do latifúndio semifeudal, elemento dominador que, da monarquia à república, se mantém intocável em seus privilégios. Os problemas das famílias abastadas são resolvidos entre si, sem a intervenção do poder do Estado, mas com a substantiva ajuda de seus fiéis subordinados: policiais, delegados, juízes e políticos.

As relações pré-capitalistas de produção se conservam: os trabalhadores rurais se tornam meros semi-servos. E o dono da terra - o chamado "coronel" - representa o legítimo árbitro social, mandando em todos (do padre à força policial), com o apoio integral da máquina do Estado. Contrariar o coronel, portanto, é algo a que ninguém se atreve.
É importante registrar também a presença dos jagunços, ou capangas dos "coronéis", aqueles assalariados que trabalham como vaqueiros, agricultores ou mesmo assassinos, defendendo com unhas e dentes os interesses do patrão, de sua família e de sua propriedade.

Diante das relações semifeudais de produção, da fragilidade das instituições responsáveis pela ordem, lei e justiça, e da ocorrência de grandes injustiças - homicídios de familiares, violências sexuais, roubo de gado e de terras, além de secas periódicas que vêm agravar a fome, o analfabetismo e a pobreza extrema, os sertanejos buscaram fazer justiça com as próprias mãos, gerando, como forma de defesa, um fenômeno social que propagava vinganças e mais violências: o cangaço.

Fora o cangaço, dois outros elementos que surgem nos sertões nordestinos são o fanatismo religioso e o messianismo, a exemplo de Canudos (na Bahia) com Antonio Conselheiro; de Caldeirão (na chapada do Araripe, município do Crato, no Ceará) com o Beato Lourenço; e dos seus remanescentes em Pau de Colher, na Bahia. O cangaço, o fanatismo religioso e o messianismo são episódios marcantes da guerra civil nordestina: representam alternativas através das quais a população regional pode retaliar os danos sofridos, garantir um lugar no céu, alimentar o seu espírito de aventura e/ou conseguir um dinheiro fácil.

O cangaço nasceu no século XVIII, lapso de tempo em que o sertão não havia sido ainda desbravado. Já naquela época, o cangaceiro Cabeleira atacou o Recife, mas foi preso e enforcado. Da Ribeira do Navio, no Estado de Pernambuco, surgiram, também, os cangaceiros Cassemiro Honório e Márcula. Essa atividade se tornou uma profissão lucrativa, tendo surgido, então, alguns grupos que roubavam e matavam nas caatingas, a exemplo dos irmãos Porcino e Antônio Quelé. No começo da história, eles representavam grupos de homens armados a serviço dos poderosos coronéis.

Em 1897, surge o primeiro cangaceiro importante: Antônio Silvino. Com fama de bandido cavalheiresco, que respeita e ajuda muitos, ele atua, durante 17 anos, nos sertões de Alagoas, Pernambuco e Paraíba. É preso pela polícia pernambucana em 1914. Um outro cangaceiro famoso é Sebastião Pereira (chamado de Sinhô Pereira), que forma o seu bando em 1916. No começo do século XX, frente ao poder dos coronéis e à ausência de justiça e do cumprimento da lei, tais indivíduos entram no cangaço com o propósito de vingar a honra de suas famílias.

Para combater esse novo fenômeno social, o Poder Público cria as "volantes". Do ponto de vista dos cangaceiros, eles eram, simplesmente, os "macacos". E tais "macacos" atuavam com mais ferocidade do que os próprios cangaceiros, criando um clima de grande violência em todo o sertão nordestino.

Por outro lado, a polícia chama de coiteiros todas as pessoas que, de alguma forma, ajudam os cangaceiros. Os residentes no interior do sertão - moradores, vaqueiros e criadores, por exemplo - se inserem, também, dentro dessa categoria.

Sob ordens superiores, as volantes passam a atuar como verdadeiros "esquadrões da morte", surrando, torturando, sangrando e/ou matando coiteiros e bandidos. Se os cangaceiros, portanto, ao empregar a violência, agem completamente fora da lei, as volantes o fazem com o apoio total da lei.

Nesse contexto, surge a figura do Padre Cícero Romão Batista, apelidado pelos fanáticos de Santo de Juazeiro, que nele vêem o poder de realizar milagres e, sobretudo, uma figura divina. Endeusado nas zonas rurais nordestinas, o Padre Cícero concilia interesses antagônicos e amortece os conflitos entre as classes sociais. Em meio a crendices e superstições, os milagres - muitas vezes, resumidos a simples conselhos de higiene ou procedimentos diante da subnutrição - atraem grandes romarias para Juazeiro, ainda mais porque os seus conselhos são gratuitos. O Santo de Juazeiro, contudo, a despeito de ser um bom conciliador e uma figura querida entre os cangaceiros, utiliza a sua influência religiosa para agir em favor dos "coronéis", desculpando-os pelas violências e injustiças cometidas.

Em meio a essa turbulência, surge o mais importante de todos os cangaceiros e quem mais tempo resiste (cerca de vinte anos) ao cerco policial: Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, também chamado rei do cangaço e governador do sertão. Os membros do seu bando usam cabelos compridos, lenço em volta do pescoço, grande quantidade de jóias e um perfume exagerado. Seus nomes e alcunhas são os seguintes: Antônio Pereira, Antônio Marinheiro, Ananias, Alagoano, Andorinha, Amoredo, Ângelo Roque, Beleza, Beija-Flor, Bom de Veras, Cícero da Costa, Cajueiro, Cigano, Cravo Roxo, Cavanhaque, Chumbinho, Cambaio, Criança, Corisco, Delicadeza, Damião, Ezequiel Português, Fogueira Jararaca, Juriti, Luís Pedro, Linguarudo, Lagartixa, Moreno, Moita Braba, Mormaço, Ponto Fino, Porqueira, Pintado, Sete Léguas, Sabino, Trovão, Zé Baiano, Zé Venâncio, entre outros.

Vale ressaltar que um fator decisivo para o extermínio do bando de Lampião é o uso da metralhadora, que os cangaceiros tentam comprar, mas não obtêm sucesso. No dia 28 de julho de 1938, Lampião é atacado de surpresa na grota de Angico, local que sempre julgou como o mais seguro de todos. O rei do cangaço, Maria Bonita, e alguns cangaceiros são mortos rapidamente. O resto do bando consegue fugir para a caatinga. Com Lampião, morre também o personagem histórico mais famoso da cultura popular brasileira.

Naquela época, o cangaço já se encontra em plena decadência e, com Lampião, morre também a última liderança desse fenômeno social. Os cangaceiros que vão presos e cumprem pena conseguem se reintegrar no meio social. Alguns deles são: José Alves de Matos (Vinte e Cinco), Ângelo Roque da Silva (Labareda), Vítor Rodrigues (Criança), Isaías Vieira (Zabelê), Antônio dos Santos (Volta Seca), João Marques Correia (Barreiras), Antônio Luís Tavares (Asa Branca), Manuel Dantas (Candeeiro), Antenor José de Lima (Beija-Flor), e outros.

Por fim, registram-se informações sobre alguns ex-cangaceiros que retornam ao convívio social. Tendo fugido para São Paulo, depois do combate na grota de Angico, Criança adquire casa própria e mercearia naquela cidade, casa-se com Ana Caetana de Lima e tem três filhos: Adenilse, Adenilson e Vicentina.

Zabelê volta para o roçado, assim como Beija-Flor. Eles continuam pobres, analfabetos e desassistidos. Candeeiro segue o mesmo rumo, mas consegue se alfabetizar.

Vinte e Cinco vai trabalhar como funcionário do Tribunal Eleitoral de Maceió, casa com a enfermeira Maria de Silva Matos e tem três filhas: Dalma, Dilma e Débora.

Volta Seca passa muito tempo preso na penitenciária da Feira de Curtume, na Bahia. É condenado, inicialmente, a uma pena de 145 anos, depois comutada para 30 anos. Através do indulto do presidente Getúlio Vargas, porém, em 1954, ele cumpre uma pena de 20 anos. Volta Seca se casa, tem sete filhos e é admitido como guarda-freios na Estrada de Ferro Leopoldina.

Conhecido também como Anjo Roque, Labareda consegue se empregar no Conselho Penitenciário de Salvador, casa e tem nove filhos.

E, intrigante como possa parecer, o ex-cangaceiro Saracura torna-se funcionário de dois museus, o Nina Rodrigues e o de Antropologia Criminal, os mesmos que expuseram as cabeças mumificadas dos velhos companheiros de lutas.

FONTE: FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO
Do texto Cangaço
De: Semira Adler Vainsencher

Adquiri na página do pesquisador José João Souza

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