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quinta-feira, 9 de agosto de 2018

ARROGÂNCIA NO CHÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1960

     Se você não se lembra mais das aulas do Colégio, vamos relembrar uma saga impressionante que fica como lição à vaidade, à arrogância,  ao imperialismo que muita gente besta carrega dentro das calças. A impressão que é única no mundo e que derrota não existe. Acreditam até esses indivíduos, que são invencíveis e imortais. Você conhece algum dono do mundo na sua vizinhança? Pois o tal Napoleão Bonaparte, talvez pensasse desta maneira. Não estamos aqui falando da piada sobre a posição que Napoleão perdeu a guerra... Enfim, vejamos se dá para aprender alguma coisa com Napu. 

Óleo sobre tela. (Jacques-Louis Davi).
 (...) Napoleão respondeu a essa desobediência invadindo a Rússia em 1812, com um poderoso exército formado por 600 mil homens e 180 mil cavalos.
Inicialmente, os generais franceses foram avançando pela imensidão do território russo no encalço de seus adversários, julgando que os venceriam com facilidade. Os russos, por seu lado evitaram o confronto direto e adotaram a tática da “terra arrasada”: conforme iam se retirando, destruíam as lavouras e tudo aquilo que pudesse ser útil aos invasores. Ao entrarem em Moscou, Napoleão e seus homens tiveram uma surpresa, as casas estavam vazias e a cidade queimava numa imensa fogueira feita pelos próprios russos.
czar russo, Alexandre I sabia que era uma questão de tempo. Dali a um mês chegaria o inverno, o rigoroso inverno russo, que forçaria os franceses a bater em retirada. E foi o que de fato aconteceu. Os franceses iniciaram o longo caminho de volta. Sob uma temperatura de muitos graus abaixo de zero, os soldados morriam de fome e de frio; os cavalos escorregavam no gelo, quebravam as patas e eram sacrificados. Às vezes, serviam como alimento; as rodas das carroças atolavam na neve, retardando a retirada. Os tesouros que os franceses haviam saqueado também iam ficando pelo caminho. Era o “general inverno” vencendo o general francês. Dos 600 mil soldados que partiram para a Rússia, somente 30 mil retornaram aos seus lares na França. O mito da invencibilidade napoleônica havia sido quebrado.
Extraído de: JÚNIOR, Alfredo Boulos. História, sociedade e & cidadania. FTD, São Paulo, 2015, 3edição, pag.142.


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ALUNOS DE PEDRO ALEXANDRE (SERRA NEGRA, NA BAHIA) VISITARÃO O MEMORIAL ALCINO ALVES COSTA NO PRÓXIMO SÁBADO

*Rangel Alves da Costa

Foi com imenso prazer que recebi um comunicado do Professor Reinaldo - o mesmo que foi cerimonialista quando da passagem do Cariri Cangaço por Pedro Alexandre - informando do seu interesse em trazer duas turmas do 9º ano para uma visitação ao Memorial Alcino Alves Costa, no sertão sergipano de Poço Redondo.
Tal atitude é uma demonstração de cordialidade entre os dois municípios vizinhos, de interesse pela história poço-redondense e sertaneja, bem como de alargamento do universo da pesquisa e do conhecimento. Poço Redondo e Serra Negra sempre mantiveram laços fraternos de amizade.
A Família Carvalho das terras baianas sempre teve Poço Redondo como seu segundo lar. João Maria de Carvalho, Piduca Alexandre, João de Ioiô, Heraldo de Carvalho, Evaldo de Carvalho, e agora Zé Maria de Carvalho e seu irmão Orlando da Serra Negra, dentre outros, sempre mantiveram proximidade com Poço Redondo.


São dois municípios irmãos separados apenas por um limite geográfico, pois no restante sempre o entrelaçamento da história, da cultura, das tradições e das amizades. Para uma exemplificação, a segunda mais importante avenida de Poço Redondo leva o nome de João Maria de Carvalho.
E a chegada da comitiva baiana, ou dessa juventude estudantil, a terras sergipanas, será uma forma de manter esse cordial relacionamento e cultivar nas novas mentes os laços afetivos entre sertanejos. Considerando que são jovens os visitantes, uma perspectiva ainda maior que novos frutos surgem desse compartilhamento.
Acrescente-se que tal visita também pode ser vista como um legado bom deixado pelo evento Cariri Cangaço que no último mês de junho foi realizado em Poço Redondo e que também teve passagem por Pedro Alexandre. Tão grandioso foi o evento nas terras baianas que logo o Professor Reinaldo se comprometeu a levar alguns de seus estudantes para uma visita a Poço Redondo.
A escolha do Memorial Alcino Alves Costa como local de visitação se deu principalmente pelo fato de que neste espaço histórico-cultural há uma síntese de todo o percurso sertanejo, sendo possível avistar o passado e o presente em cada canto e recanto. Há no Memorial não só as relíquias do passado, mas também as faces de um rico presente sertanejo.


Os visitantes encontrarão fotografias, manuscritos, mobiliário antigo, objetos que não são mais usados na modernidade dos lares, documentos importantes, retalhos do cangaço e da saga sertaneja, biblioteca, sala de artesanato, enfim, um resumo de um todo num só espaço. O encantamento maior certamente estará no encontro da juventude com aquilo que sequer imaginava existente.
Que sejam, pois, bem-vindos. E toda a população de Redondo está convidada a receber e abraçar, no próximo sábado dia 11, esse grupo de visitantes não só ao Memorial, como a cidade de Poço Redondo e talvez até Curralinho, num percurso histórico-geográfico enriquecedor. Avante!

Escritor
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RETORNAR À PIRANHAS

Por Aderbal Nogueira

Retornar a Piranhas é sempre um prazer para mim. Rever amigos, fazer novos amigos e mergulhar nas histórias e lendas do Velho Chico não tem preço. 









Obrigado Jairo Luiz Oliveira pela hospitalidade de sempre e agradeça a Sra. Maristela Sena por todo carinho e simpatia para conosco em sua terra.

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VIRGOLINO EM FORTALEZA!


Parece estranho falarmos de cangaço e termos que recorrer a conceitos próprios do ambiente empresarial moderno. Aprofundando-nos um pouco mais na história intrigante de Virgulino, não nos parece exagero considerar que já naquela época o engenhoso bandido das caatingas conhecia muito bem o valor do Marketing Pessoal, da Política da Boa Vizinhança, do Lobby e Tráfico de Influência, até mesmo noções de Logística Empresarial; na verdade não conseguimos conceber um reinado tão extenso de uma vida fora da lei em circunstâncias tão adversas, sem que boa parte desses conceitos não fizesse parte da mente prodigiosa de Lampião.

Desde cedo pela própria profissão da família; o pai era almocreve; Virgulino e os irmãos passaram a conhecer toda a região e fazer um grande ciclo de relacionamentos, que mais tarde, unido a ingredientes como o medo e o favor, seriam de muita valia. Sem falar que essa espetacular rede de “apoiadores”, formada de gente miúda e graúda, foi fundamental para a sobrevivência por tanto tempo do famoso grupo.

As condições inóspitas e hostis da caatinga exigiam, além da extrema capacidade física, um exagerado instinto de sobrevivência. Comida, água, descanso, dormida, eram luxos muitas vezes esperados por dias a fio. Andanças intermináveis, muitas vezes em círculos, passando por vários estados em poucos dias carecia de um mínimo de organização e senso de direção. Tudo isso e muito mais neste sábado, dia 11 de agosto no Café Patriota em Fortaleza, todos estão convidados.


Virgulino: O homem, o cangaceiro, o mito!
Palestra com o curador do Cariri Cangaço 
Manoel Severo
Sábado dia 11 de Agosto, 
pontualmente as 10 da Manha 
Aberto ao Público
CAFÉ PATRIOTA
Av. Santos Dumont, 1453 Aldeota
Fortaleza,CE

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HISTÓRIAS DAS BATALHAS SERRA GRANDE SE CONSOLIDOU COMO A MAIOR VITÓRIA

por Fernando Maia - Repórter.
 Na casa para onde os feridos na batalha de Calumbi foram levados,
se vê a Serra Grande, local em que Lampião obteve a sua maior vitória no cangaço

Calumbi (PE). O enfrentamento motivou o ex-policial, pesquisador e colecionador Lourinaldo Teles a escrever, após seis anos de pesquisa, o livro “A maior batalha de Lampião- Serra Grande e a invasão de Calumbi”, o que valeu na época para Virgulino Ferreira o título de Imperador do Sertão. Para se ter uma ideia do material conseguido por Lourinaldo, ele coleciona mais de 300 projéteis retirados da serra onde foi travada a luta, além de cartuchos vazios, a maioria encontrados com um detector de metais. Nos cálculos do escritor, pelo menos cinco mil tiros foram deflagrados no evento no qual Lampião demonstrou toda a sua condição de estrategista.

 Lourinaldo Telles (Foto Blog Cariri Cangaço)

Quando tomou conhecimento que o major Theófiles Torres seria nomeado comandante geral das forças volantes do interior pernambucano, Lampião, já sabendo que o principal objetivo do militar era prendê-lo ou matá-lo, buscou uma maneira de desmoralizá-lo. No dia 24 de novembro, sequestrou Pedro Paulo, o Mineirinho, representante da Shell na região. Seguiu para a Serra Grande, entre os municípios de Flores, de quem Calumbi se emancipou em 1964, e Serra Talhada. No local, além de ser acostumado a acampar, tinha no entorno vários coiteiros.


Lampião enviou uma carta para as autoridades de Serra Talhada exigindo uma quantia em dinheiro para liberar Mineirinho. A Polícia foi até o local do sequestro para levantar pistas. Enquanto isso, o cangaceiro e seu bando praticavam ataques e sequestros na região, numa indisfarçável tentativa de levar as volantes ao local onde cerca de 116 homens estavam entrincheirados.

Segundo o pesquisador, oficialmente a Polícia contava com 296 soldados, mas o número real seria 350, contra 116 cangaceiros. Num confronto que começou às 8 horas da manhã e foi concluído às 17 horas, o saldo foi o seguinte: 10 mortos e 14 feridos entre as forças policiais. Nenhum cangaceiro saiu ferido.

“Esse é o relato oficial. Entretanto, consegui encontrar pelo menos mais um outro policial que faleceu, conforme depoimento de seus familiares. Foi uma batalha extraordinária. Lampião estava armado até os dentes com o arsenal que recebeu em Juazeiro do Norte. Do outro lado, estava toda a elite da Polícia de Serra Talhada. É considerada a maior batalha de Lampião, pelo número de envolvidos, de mortos e feridos e munição deflagrada, pelo menos uns cinco mil tiros, se contarmos em torno de dez balas por homem”.

Na companhia de Lourinaldo, visitamos a casa de Zé Braz, no Sítio Tamboril, onde os feridos ficaram. “Sete dos mortos foram enterrados numa cova coletiva, depois que os três primeiros foram colocados em sepulturas individuais. Os 14 feridos vieram para cá. Esse pilão aqui é o original. Aqui os pintos eram jogados e o pilão era usado para triturar as aves junto com água. O preparo era dado aos feridos. A crendice popular indicava que aqueles que bebessem e não vomitassem escapavam; do contrário, morreriam. O certo é que todos os pintos do sítio foram sacrificados nesse dia”.

De cima da linha férrea da Transnordestina, Lourinaldo aponta para a região onde os homens de Lampião se entrincheiraram. “O local é conhecido até hoje como Serrote de Lampião. Era o ponto perfeito. Do alto da serra, se via tudo o que se passava embaixo. Além disso, existiam olhos d´água e muitos animais para a caça. Outro fator importante: vários amigos de Virgulino, antes de ele entrar para o cangaço se tornariam seus coiteiros. Por ali, quando adolescente, ele levava e trazia mercadorias para negociar em Triunfo e outras cidades com os irmãos, conhecendo cada centímetro daquela terra. Enfim, ele escolheu o território ideal para desafiar as forças oficiais”.

Polêmica

Embora reconheça em Lampião um “homem astuto, extremamente estrategista e inteligente”, Lourinaldo contesta o entendimento de que o Rei do Cangaço, capaz de práticas cruéis contra seus inimigos, jamais abusou de mulheres. “No meu primeiro livro, já citei um caso envolvendo uma mulher casada. A pedido da família, o nome não foi mencionado. Entretanto, brevemente lançarei outra publicação, intitulada “Lampião, o Imperador do Sertão”, no qual narrarei dois outros abusos, também de mulheres casadas. Já recebi a autorização das famílias para citar os nomes e o farei”.

Lourinaldo destacou que o que mais lhe impressionou na história do Rei do Cangaço “foi sua capacidade de liderar mais de cem bandidos da pior espécie”. Sobre o fato de policiais utilizarem os mesmos métodos de tortura praticados pelos cangaceiros, o pesquisador disse não haver a menor dúvida disso e tem uma explicação.

“Muitos personagens estiveram dos dois lados. Quelé do Pajeú, por exemplo, foi inspetor de Polícia em Triunfo (PE). Saiu da Polícia para se tornar cangaceiro de Lampião, com quem se desentendeu. Abandonou o bando e foi ser sargento na Polícia da Paraíba. Corisco era soldado do Exército. Quando saiu, entrou para o cangaço”.


Coleção

O pesquisador possui em sua coleção particular, além de centenas de balas e cartuchos encontrados na Serra Grande e até em Angicos, punhais que pertenceram aos cangaceiros Joaquim Teles de Menezes, Meia-Noite e Félix Caboge. Mas uma arma tem um valor inestimável. É a que Luiz Pedro, considerado braço direito de Lampião, matou acidentalmente Antônio, irmão de Virgulino. O fuzil é o mesmo com o qual Antônio pousa em suas pernas para a famosa foto de Lampião e o restante da família, em Juazeiro do Norte.

O escritor e colecionador conta que todos estavam bebendo e jogando baralho no acampamento, quando Antônio bateu na rede onde Luiz Pedro estava deitado com o fuzil engatilhado. A arma disparou um tiro certeiro em Antônio. Tal era a confiança de Lampião em Luiz Pedro que poupou sua vida, mesmo ele tendo tirado a do próprio irmão.

O fuzil foi deixado por Luiz Pedro na casa de uma irmã, chamada Elvira, que, muitos anos depois da sua morte, entregou a arma a Lourinaldo.

Publicado originalmente no Jornal Diário do Nordeste.

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LAMPIÃO E A APARIÇÃO EM CIMBRES

Por Júnior Almeida
Conselheiros Cariri Cangaço, João de Sousa Lima e Jorge Remígio

Cimbres é uma pequena vila que pertence ao município de Pesqueira, no agreste de Pernambuco, e está dentro das terras da reserva dos índios da etnia Xucuru, e foi nesse cenário, no Sítio Guarda, que conta a história que Nossa Senhora apareceu para duas adolescentes. Corria 6 de agosto de 1936 e o agricultor Arthur Teixeira mandou sua filha Maria da Luz Teixeira de Carvalho de 13 anos com Maria da Conceição de 16 fossem na mata perto de sua casa apanhar mamona. 

Maria da Luz, de 13 anos e Maria da Conceição, de 16 anos, adolescentes que relatam ter visto a Virgem em Cimbres. 

As meninas estavam assustadas com as notícias que davam conta do bando de Lampião na região, mas, foram mesmo assim, conversando justamente sobre isso. A menina Maria da Luz perguntou a Maria da Conceição o que ela faria se naquele momento Lampião chegasse ao local com seu bando. De pronto a garota respondeu que Nossa Senhora haveria de dar um jeito para o cangaceiro malvado não as ofender.


Ao proferir tais palavras, Maria da Conceição olhou em direção à serra e ficou algum tempo sem entender o que via e o que estava acontecendo. Viu no alto da serra uma bela mulher com uma criança no colo, que acenando com a mão as chamava até ela. Maria da Conceição apontou para o local mostrando à colega e descrevendo o que via. Maria da Luz também viu, mas as duas não foram até a mulher que as chamava. Voltaram pra casa assustadas. A princípio as meninas não disseram o que aconteceu, mas terminaram por revelar o que tinham visto. Arthur Teixeira pai de Maria da Luz, quis repreender as meninas, argumentando que elas estavam enganadas, mas desistiu por conselhos da esposa. Junto com o casal, as meninas voltaram ao local da aparição. No mesmo lugar em que tinham visto a bela senhora, as meninas tornaram a vê-la, mas Arthur e sua esposa não viam nada. Como dessa vez as meninas estavam mais perto da gruta da aparição, perguntaram quem era aquela senhora, e ouviram como resposta: “- Eu sou a Graça”.

Lampião, Padre Kherle, NS das Graças e Irmã Adélia.

As meninas perguntaram o que a Senhora queria ali, e Nossa Senhora disse que tinha vindo avisar que viriam três castigos mandados por Deus, e recomendou que o povo rezasse e fizesse penitência.

A notícia se espalhou rapidamente pela região e de toda parte chegaram fiéis e curiosos na esperança de também verem Nossa Senhora. Com três dias depois da primeira aparição parte do povo dizia que só acreditava se tivesse um sinal que todos pudessem ver. Tristes, as meninas então pediram à santa que ela desse um sinal que provasse que elas não estavam mentindo. A imagem concordou, e no dia seguinte, 10 de agosto, logo cedo, as meninas foram ao local e viram que saía água da rocha em frente ao lugar da aparição, além de duas pegadas na pedra, de uma mulher e de uma criança. As meninas ainda ouviram da Senhora que aquela água era “para curar doenças”. Felizes, as meninas foram pra casa a fim de dizer a mãe o que tinha acontecido.

As moças foram depois submetidas a exames psicológicos e declaradas “normais” pelo médico Lydio Parayba. A Igreja Católica, através da Diocese de Pesqueira, mandou o padre alemão José Kehrle, aquele mesmo que em 1923 impediu que Lampião acabasse o casamento da prima Maria Licor, em Nazaré do Pico, investigar a história. Ele sabendo que as meninas não eram alfabetizadas e, para ter certeza de que elas realmente estavam vendo a mãe do filho de Deus, fez perguntas em alemão e latim, e as meninas respondiam em português o que a aparição lhes mandava. Depois desses questionamentos, o padre Kehrle e o frei Estevão Rottiger, que também confiou no relato, acreditaram que as meninas realmente tinham visto Nossa Senhora das Graças, conforme registros no diário do padre Kherle, que dizia:

-“Elas pediram um sinal para que as pessoas acreditassem nas aparições. Desde então, começou a sair água de dentro da pedra, como uma fonte, e sai até hoje”. Padre José Kherle juntamente com Frei Estevão foram os responsáveis pela entrada de Maria da Luz na vida religiosa, quando essa demonstrou interesse em servir a Cristo. Junto com Arthur, pai da menina, tentaram inscrevê-la no Colégio Santa Dorotéia em Pesqueira, que se recusou receber a vidente do Sítio Guarda, em Cimbres. Com a negativa da instituição, os padres escreveram às Irmãs Beneditinas de Caruaru, pedindo a admissão de Maria da Luz, mas antes das respostas os religiosos receberam convites do Colégio Santa Sofia, de Garanhuns, da congregação das Damas da Instrução Cristã, se prontificando a recebê-la. Maria da Luz viajou para Garanhuns onde foi aceita sem dificuldades.

Após alguns anos nota-se Nossa Senhora tinha escolhido Maria da Luz para servir a Deus e em dezembro de 1940, já se preparava para a primeira vestição, recebendo o nome de sóror Adélia, prestando votos no Recife, de onde percorreu várias casas da congregação em Nazaré da Mata, Campina Grande, Carpina, Vitória de Santo Antão e Itamaracá. Irmã Adélia faleceu no Hospital Português na capital pernambucana em 13 de outubro de 2013 aos 91 anos de idade e foi sepultada no Cemitério de Santo Amaro naquela cidade.

Junior Almeida, pesquisador e escritor
Conselheiro Cariri Cangaço
Capoeiras, PE

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A FORTUNA DOS CANGACEIROS


Em um trecho de carta escrita pelo soldado Antônio Jacó, da volante alagoana, responsável pela morte e saque do cangaceiro Luiz Pedro, veterano chefe de subgrupo do bando de Lampião, dizia o seguinte:

Antonio Jacó o Mané Veio

Papai, hoje é o dia mais feliz da minha vida. Dando combate com Lampião matamos onze cangaceiros. Temos dinheiro hoje para o resto da nossa vida. E vai nessa carta, pelo portador, 25 contos para o senhor comprar uma fazenda...

Um outro soldado, o de nome Venceslau, recolheu nessa mesma ocasião 115 contos de réis do bornal de Maria Bonita.

Esta foto de Maria Bonita muito embora colorida por quem sabe Rubens Antonio, 
mas eu nunca gostei dela, da foto, é claro.

Obs.: No ano de 1926, podia-se comprar uma automóvel por 4: 950$000. (4 contos e novecentos e cinquenta mil réis).

Do livro: Guerreiros do Sol
De: Frederico Pernambucano de Mello.

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ASCRIM/PRESIDENCIA – CONFIRMAÇÃO E RETRANSMISSÃO AO CONVITE DE LANÇAMENTO DO LIVRO “FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE PÚBLICA”, AUTORIA: EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DA OAB/MOSSORÓ, DR. FRANCISCO CANINDÉ MAIA, -OF. Nº 040/2018.

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ASCRIM/PRESIDÊNCIA – CONFIRMAÇÃO E RETRANSMISSÃO AO CONVITE DE LANÇAMENTO DO LIVRO “FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE PÚBLICA”, AUTORIA: EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DA OAB/MOSSORÓ, DR. FRANCISCO CANINDÉ MAIA, -OF. Nº 040/2018.

MOSSORÓ-RN, 09 de AGOSTO de 2018.

RECEBES ESTE EXPEDIENTE PORQUE A ASCRIM O(A)VALORIZA E RESPEITA, PELO ALTO NÍVEL DE QUEM TEM O PRESTÍGIO DE SER ASSIM CONSIDERADO(A).’ 

           REFERENTE EXPEDIENTE OF. Nº 037/2018, DE 03 de AGOSTO de 2018, INFORMO AOS INTERESSADOS IDENTIFICAREM-SE ACADÊMICOS DA ASCRIM NO MAGNO EVENTO SUPRAMENCIONADO, ESTÃO LIBERADOS DE USO DO UNIFORME OFICIAL COMPLETO, PODENDO SIMPLESMENTE, DE FORO ÍNTIMO, EXIBIR O MEDALHÃO DA ASCRIM. ATRIBUTO SIGNATÁRIO DIGNO DO INTELECTUAL QUE OS IDENTIFICA COMO LITERATAS.

   O REFERIDO EVENTO ACONTECE HOJE (09.08.2018/QUINTA-FEIRA), ÀS 19H00MIN, NO AUDITÓRIO DA OAB, LOCALIZADO NA RUA DUODÉCIMO ROSADO, 1125, NOVA BETANIA, 17, CENTRO, NESTA URBE.

    ESTE PRESIDENTE EXECUTIVO DA ASCRIM, RESERVA-SE O DIREITO INDIVIDUAL, DE CUMPRIR A PRAXE DO RIGOR DA VESTE TALAR, QUE O IDENTICA, INDUBITAVELMENTE ENTRE OS PARES LITERATAS EM ATIVIDADES CULTURAIS DESSA GRANDEZA.

SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
-PRESIDENTE DA ASCRIM-

Enviado por: asescritm@hotmail.com 

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RELEMBRANDO SIVUCA E CLARA NUNES FEIRA DE MANGAIO (19780

https://www.youtube.com/watch?v=3913APj59rg

Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, mais conhecida como Clara Nunes (Paraopeba12 de agosto de 1942[2][1] — Rio de Janeiro2 de abril de 1983), foi uma cantora e compositora brasileira, considerada uma das maiores e melhores intérpretes do país. Pesquisadora da música popular brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, Clara também viajou para muitos países representando a cultura do Brasil. Conhecedora das músicas, danças e das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda e levou a cultura africana para suas canções e vestimentas. Clara Nunes foi uma das cantoras que mais gravou canções dos compositores da Portela, sua escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos.

Clique no link para continuar lendo a biografia da cantora Clara Nunes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Clara_Nunes

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O CANGACEIRO GATO" FOI ROUBADO...!!! EM QUEIMADAS NA BAHIA...!!! SEGUNDO O PROFESSOR ANTÔNIO NONATO MARQUES.



Um cidadão chamado Félix Rato estava em uma festa dançando, quando observou que o cangaceiro Gato colocou todo o seu dinheiro dentro de uma latinha, bem junto dos embornais, do fuzil, no canto da sala e estava escuro o local. Pois é, Félix Rato foi dançando e disfarçando e pegou toda a bolada dentro da latinha e saiu da festa, sem que os cangaceiros percebessem o "roubo". Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. Segundo Nonato Marques, Félix Rato foi, provavelmente o único sujeito que teve coragem de roubar um cabra de lampião. O rato logrou o gato.

De madrugada, por volta das 3 horas, lampião apita e os cangaceiros se colocão. Então, Gato notou a falta do dinheiro e fica furioso, onde manobrou o fuzil, fez rapapés, ameaças e só não consumou um tiroteio por intervenção do chefe do bando. Félix Rato já tinha caído fora.

Então, os cangaceiros se retiraram às 03:00 horas da madrugada, todos bêbados. As 09:00 horas da manhã, chegou um trem, com muitos soldados liderados pelo Tenente Geminiano. O trem veio apitando insistentemente, como se quisesse dar a entender, de modo suspeito, aos cangaceiros, que a soldadesca estava ali, para dar tempo a que escapassem, se por acaso ainda lá permanecessem.

Félix Rato, no outro dia pegou toda a sua família e debandou de queimadas, mudando-se para a cidade de Alagoinhas, no Estado da Bahia, município distante 280 km de Queimadas, onde Félix Rato viveu com a sua família, até a morte em 1984, passando dos 80 anos. Feliz e pequeno produtor rural, propriedade comprada com o dinheiro do destemido valente cangaceiro Gato Santilho Barros.

Segundo Maneca Paes, delegado de Aramari e Serrinha "in memoriam" que conheceu Félix Rato e afirma o delegado: “Nunca vi sujeito tão covarde e frouxo como Félix Rato. Finalmente o rato comeu o gato.

Observação: Fonte: Extraída do livro Santo Antônio das Queimadas. Autor: Nonato Marques.

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SYMARA TÂMARA LANÇA LIVRO SOBRE A OBRA DE ANTÔNIO FRANCISCO DURANTE JORNADA CULTURAL



A literatura de Cordel chega ao meio acadêmico e se mostra um verdadeiro leque de possibilidades de estudo. Nessa perspectiva, a professora e escritora Symara Tâmara lança no próximo sábado em Mossoró o livro Antônio Francisco: tradição e modernidade – uma poética da memória. 


O livro já foi lançado em Natal, a convite da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins (SPVA), e em Sousa/PB, dentro do IX Abril para Leitura, promovido pelo Centro Cultural Banco do Nordeste. É resultado de um trabalho monográfico apresentado em 2013 pela autora, com o qual obteve o título de Especialista em Estudos Literários pela UERN, e em 2014, concorreu com trabalhos vindos de várias partes do RN no IV Prêmio Literário Rota Batida, sendo classificado em 1º lugar na categoria Trabalho Acadêmico. A obra foi então publicada pela Fundação Vingt-un Rosado/Coleção Mossoroense, com patrocínio da Petrobras.

O lançamento e sessão de autógrafos acontecem no próximo sábado, às 18h, no Teatro Dix-huit Rosado, dentro programação da Jornada Cultural, promovida pela Prefeitura Municipal de Mossoró, evento em comemoração pelo aniversário do referido teatro. O livro estará à venda ao valor de 20 reais.

O livro é dividido em dois capítulos. Além de acepções sobre o que é literatura de cordel e uma breve análise do ponto de vista estilístico e temático da obra de Antônio Francisco, traz ainda uma entrevista concedida pelo poeta à autora durante seu trabalho de pesquisa, onde ele fala sobre o processo de composição dos poemas analisados, assim como de sua poesia de um modo geral. 

Apesar de se tratar de um trabalho acadêmico, o livro traz uma linguagem simples, passível de leitura tanto crítica quanto de entretenimento, para estudiosos e amantes da literatura. Para a autora, “mais que uma pesquisa, ler e entender o cordel e a obra de Antônio Francisco se constitui, sobretudo, num deleite literário, num resgate do folclore e da memória do povo”. 

Quem é Symara Tâmara na literatura? - A professora, poetisa e cantora Symara Tâmara Fernandes Carlos nasceu em Natal, em 14 de fevereiro de 1983, mas sempre morou em Mossoró. Graduada em Letras com habilitação em Língua Portuguesa, Especialização em Estudos Literários e Mestrado em Letras pela UERN, começou sua carreira literária em 2000, com a publicação de O zênite da inspiração, pela Coleção Mossoroense e POEMA, através do projeto Poema na escola. A partir de então, passou a publicar seus poemas, artigos e crônicas em sites e jornais de Mossoró. Ficou em 2º lugar nas edições 2006 e 2007 do prêmio Literário Maria Silvia de Vasconcelos, na categoria Poesia – estudante universitária, promovido pela Prefeitura Municipal de Mossoró. Trabalhou na imprensa mossoroense como revisora gramatical, período em que escreveu matérias jornalísticas, ficando em 1º lugar no prêmio jornalístico Jornalista Martins de Vasconcelos, categoria Mídia Impressa – texto, em 2007. Nesse mesmo ano, entra para a Academia Feminina de Letras e Artes Mossoroense – AFLAM, como sócia fundadora e ocupante da cadeira de nº 03. Em 2011, publica o plaquete Clara Nunes – a filha de um Brasil de muitas cores, artigo sobre vida e obra da cantora. Em 2010, vence o concurso Curta Gazeta, promovido pelo jornal Gazeta do Oeste, na categoria Ensino Fundamental, com a produção do curta-metragem A missa dos mortos, baseado na obra do folclorista Câmara Cascudo. Em 2017, recebeu título de Cidadã Mossoroense. Em 2018, juntamente com o poeta Antônio Francisco, participou do IX Abril para Leitura. Atualmente, concilia a literatura com seus trabalhos na música, na pesquisa e como professora de Língua Portuguesa na rede pública de Ensino.

veja a programação completa da Jornada Cultural:
https://www.prefeiturademossoro.com.br/prefeitura-divulga-…/

https://www.facebook.com/symara.tamara/posts/1349742878462576

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