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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
“PAJEÚ EM CHAMAS: O CANGAÇO E OS PEREIRAS”
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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"
Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.
Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.
Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.
Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:
A CASA DE BARRO-BATIDO
Crônica de Conrado Matos
Eu vou relatar nesta minha crônica como as pessoas do sertão levantavam suas casas de taipa. Começo pela forma de construção.
Vinham primeiro os buracos que eram feitos com cavadores. Depois ele levantava os troncos de madeiras, chamados colunas. Usava o serrote para fazer aquelas cavas, usando um lápis grafite para medir o tamanho da cava a ser feita. As cavas na ponta da madeira dos troncos eram para se encaixarem certinhas com as madeiras das laterais de cima. Usava grandes pregos para fixá-las e deixá-las seguras para não cair alguma madeira. Antes dos caibros, era usada uma grossa madeira para fazer a cumeeira, uma madeira que fica fixada nas colunas centrais. A cumeeira fica no alto, bem no centro da casa, para sustentar os caibros e as ripas. Veja bem, eu não sou um carpinteiro, apenas relato aqui o que vi, quando menino.
Colocadas as colunas e a cumeeira era a vez dos caibros e das ripas. Em seguida, colocava as telhas. E para fechar toda casa vinha com várias varas finas que eram amarradas com cipó para construir as paredes de barro. O piso era feito de barro batido com grande pilão. Alguém vai batendo o pilão no chão até ficar bem duro e o mais nivelado possível para evitar desníveis ou barrocas. Dificilmente evitaria os desníveis do piso.
As portas, as janelas e os batentes eram feitos de madeira. Eram utilizadas aquelas fechaduras de um aço escuro nas portas. Nas janelas, usavam as tramelas. Lembram? Costumavam colocar um pau cruzado pelo meio da porta ou da janela, fixado no caixão por uma grande abraçadeira, para dar mais segurança a casa. Embora, ladrões, nesta época de 1970, no mínimo, existiam somente os de galinha. Raramente existia ladrão que arrombava portas de casa. Tinha, também, ladrão de animais. Alguns roubavam jegues, cavalos, gados e cabras. Podia saber de ladrão de roça que roubava milho, melancia, abóbora e macaxeira.
Pois bem, para terminar a construção da casa de taipa, no interior, principalmente, onde vivi em Nossa Senhora de Lourdes/Sergipe, convidava os amigos, o que era conhecido como digitório, uma união de pessoas, para ajudar a preparar o barro e fazer a parede, enchendo os espaços entre as varas internas e externas que estavam amarradas nos troncos com cipó. As varas eram para não deixar o barro cair, formando a parede.
Para finalizar esta etapa final da construção da casa de taipa existia todo um ritual, abatia um bode ou um porco para oferecer aos amigos, regado com pinga e sanfoneiro. O sanfoneiro era o primeiro a ficar de porre. O porco era cozinhado dentro daquelas grandes latas antigas de querosene Jacaré, num fogo a lenha, que era improvisado no meio da rua. Cozinhava feijão, fava e tinha farinha à vontade. O porco era cozido com tudo, com enormes toras de toucinho. Encerrado tudo, continuava o sanfoneiro fazendo a festa para comemorar a casa nova.
Após alguns dias quando o barro já estava todo sequinho, o dono tomava posse da residência. Pintava a porta de azul, colocava um Coração de Jesus atrás da porta ou um olho de boi. Eu nunca vi uma dessas casas cair.
Uma pergunta: agora, onde estava o segredo da casa bem feita? Para mim, no amor e no carinho que todos os colaboradores tinham para construí-la. Fazer com amor é fazer bem feito. A nossa casa interior é para ser bem feita o melhor possível. Amor próprio, construímos com simplicidade e com muita vontade de acrescentar na alma somente grandeza. Nessa época o que existia ainda era o amor por tudo que fazia, desde a família, os amigos e a educação. Viva o amor!
Conrado Matos - Psicanalista, Poeta e Filósofo. Especialista em Educação em Gênero e Direitos Humanos pela Universidade Federal da Bahia/Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas UFBA.
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ESTADÃO (SP) - 29/07/1973 LAMPIÃO AINDA É HERÓI (Do correspondente em Salvador)
Trinta e cinco anos depois de morto, Lampião é reverenciado pelos nordestinos com o mesmo entusiasmo com que reverencia o Padim Ciço, Antônio Conselheiro, Corisco, Antônio Silvino e Frei Damião (este ainda vivo), entre outras personalidades cujo misticismo, capacidade de liderança ou trabalho em favor dos mais humildes os consagraram na admiração popular.
A figura de Lampião foi reverenciada ontem no cemitério das Quintas de Lázaro, em Salvador, para onde se deslocaram seus antigos companheiros de cangaço, amigos e descendentes de cangaceiros que participaram de seu grupo. A 28 de julho de 1938, Lampião tombava na fazenda Angicos, estado de Sergipe, enquanto sua cabeça e a de sua mulher eram conduzidas a Maceió, como prova da façanha dos policiais.
UM HOMEM SEM ESTIGMAS
“O Lampião não possuía nenhum estigma de criminalidade. Era um homem normal” – continua afirmando, como há 35 anos, o professor Arnaldo Silveira, que a 5 de agosto de 1938 examinou a cabeça de Virgulino Ferreira e de Maria Bonita. Ele tinha sido incumbido de confeccionar uma matriz das duas cabeças, para possíveis reproduções, mas encontrou-as quase em pedaços. Trazidas de Angicos para Maceió dentro de uma lata cheia de cachaça, as cabeças estavam praticamente esfaceladas. O médico teve de fazer uma restauração, recorrendo à madeira para os enxertos.
“Eles usavam cabelos compridos e os soldados fizeram uma trança para conduzir as duas cabeças à presença das autoridades” – lembra o professor Arnaldo, que afirma ter sido obrigado a recompor inclusive a cabeleira de Lampião e de Maria Bonita, utilizando-se de cabelos de outras pessoas. Quanto a Maria Bonita, Arnaldo Silveira lembra que as fortes contrações dos músculos faciais indicam que ela foi degolada antes de vir a morrer. Durante cinco anos essas cabeças ficaram em poder dele, até que foram entregues ao museu do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, onde ficaram até 6 de fevereiro de 1969, quando foram enterradas, juntamente com a cabeça de Corisco, no cemitério das Quintas do Lázaro.
O professor acha que a decisão de enterrar as cabeças dos cangaceiros foi acertada, mesmo porque elas não têm mais nenhuma utilidade para a ciência.
Enquanto ficaram em poder dele, as cabeças conservaram até a cor natural da pele, pois o professor empregava, na época, um processo que ele chama de ítalo-alemão, que consistia em injetar parafina nos tecidos, provocando sua desidratação. “Quando as cabeças foram para o museu – conta Arnaldo Silveira – passaram a ser conservadas por outro processo e perderam totalmente suas características.
RESISTÊNCIA
Entende ainda o professor Arnaldo que Lampião foi um homem de resistência física excepcional, pois mesmo sem o olho direito, tuberculoso de um pulmão e passando privações de todo o gênero, poderia ter vivido muitos anos se não fosse morto pela polícia. Ele acredita que “Lampião matava por necessidade, tinha que amedrontar a polícia para poder viver, e à sombra de seu nome muitas maldades foram feitas no sertão”.
Fim.
"Penso que, enquanto o Nordeste, principalmente o Sertão, continuar sendo sinônimo de abandono, de penúria, de seca, de violência, de injustiça, de descaso, de discriminação, de ignorância, de preconceito, a figura de LAMPIÃO continuará sendo para muitos, expressão de revolta, indignação, irresignação e desespero; brado, por justiça, de um povo cuja vida ainda hoje é marcada pelas cores e pelos tons do sofrer".
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LUTO!
Por Cícero Aguiar Ferreira
Faleceu hoje dia 30/12/20 em Buritis, Rondônia, FLAVIANO PEREIRA, filho de Antonio Pereira de Siqueira e de Maria Pereira de Aguiar.
Neto: Simplício Pereira de Aguiar e de Josefa Pereira de Aguiar, Enéas Pereira de Siqueira e de Maria Conceição de Assis.
Bisneto: Cel. José Pereira de Aguiar e de Jacintha Océlia Pereira da Silva, Alexandre Pereira da Silva Nunes e de Clara Maria de Siqueira, Mariano Barbosa da Silva e de Jacinta Océlia da Silva.
Trineto: Joaquim Pereira da Silva (Joaquim da Carnaúba) e de Severina Pereira de Aguiar, Josefa Pereira da Silva (Dona Zefinha do Serrote) e de Joaquim Nunes da Silva.
Tetra neto: José Pereira da Silva (Patriarca da maior parte da família Pereira do Pajeú) e de Jacintha Océlia de Santo Antônio, João Pereira da Silva e de Antônia Isabel de Sá, Aniceto Nunes da Silva e Antônia Lourenço do Aragão.
Flaviano Pereira era primo legítimo de minha mãe.
Meus sinceros sentimentos
Cicero Aguiar Ferreira.
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ENCONTRO CANDEEIRO, VINTE E CINCO E BULHÕES
Os ex-cangaceiros Candeeiro e Vinte e Cinco e o filho de Corisco, Sílvio Bulhões narram fatos interessantes do tempo do cangaço. Esse vídeo foi doado por Elisa Loiola, filha de Candeeiro, para os meus arquivos. Vídeo gravado em 1997.
MINHA TERRA NATAL
Por Dr. Lima
Eu nasci em Campo Grande
No pé da Serra Cuó
Dormia em uma rede
Que minha mãe fez de cipó
Comia preá assado
Pegado em um quixó.
Tomava banho nas águas
No Rio de Upanema
Brincava na cachoeira
Ao canto da siriema
De longe eu escutava
No galho de uma Jurema.
Brincava em cavalo de talo
Corria atrás das ovelhas
Para botar no chiqueiro
Que era coberto de telhas
Vez por outra eu encontrava
Um exame de abelhas.
Nunca me sai da lembrança
As festas de Senhora Santana
As fogueiras de São João
Comer fruta e chupar cana
Quase morria de medo
Quando via uma cigana.
Dr. Lima
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UMA AVENTURA DE AMOR
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de dezembro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.441
A família Gonzaga dominou Santana do Ipanema no início do Século XX. Mandou na política local até, aproximadamente, 1915, quando apoiou o padre Manoel Capitulino para a municipalidade. Capitulino tinha uma irmã casada com um membro daquela família originária do pé da serra da Camonga, à cerca de 3 quilômetros do Centro da cidade. O padre, que se dedicava mais à política do que a igreja, chegou a ser governador em exercício e foi quem elevou a vila à cidade em 1921. Pois bem, segundo o saudoso comerciante Evilásio Brito, que possuía na cabeça muitas histórias acumuladas, um dos membros da família Gonzaga proporcionou um episódio, digno de folheto de cordel.
Chegando à cidade baiana de Curaçá, apaixonou-se por uma mulher e por ela foi correspondido. Resolveu pedir a amada em casamento, mas o pai, homem ignorante da época e rodeado de capangas, disse para o Gonzaga: “Essa mulher não serve para casar”, dando a entender que ela não era mais virgem. Gonzaga, então se fez de despachado e combinou com a amada uma fugida para Alagoas. Marcaram o dia e a hora. Gonzaga retornou ao seu pé de serra. No dia aprazado, Gonzaga voltou à Bahia. Atravessou o São Francisco e combinou com o canoeiro, uma espera às margens do rio para a travessia do casal. Adiante encontrou nos pastos de uma fazenda, vários cavalos pastando. A chuva caía naquela hora e os animais viraram-se contra a chuva, com apenas a exceção de um deles.
Gonzaga foi ao criador e falou em comprar um dos cavalos. O homem aceitou vender e no campo mostrou os melhores. Gonzaga, então, disse: “Só me serve aquele” e apontou para o animal que enfrentara a chuva com a cara. Acertou as contas e seguiu viagem. Roubou a sua paixão levando-a na garupa do potro até encontrar o rio São Francisco. A capangada seguia seu rastro sob as ordens do coronel, pai da mulher. Na beira do rio, o canoeiro não estava no ponto combinado. “E agora?” indagou seu amor. “Agora é nadar”. Ajeitou os arreios e penetrou na água fazendo o animal nadar e vadeou o rio sem problema algum. Em Alagoas, marchou para o seu refúgio no sopé da serra da Camonga.
A capangada refugou no São Francisco e não se soube depois de nenhuma outra perseguição.
A história é ou não é parecida com folheto de cordel?
SERRA DA CAMONGA, REFÚGIO DOS GOZAGA (FOTO: B, CHAGAS).
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JORNAL A TARDE
Material do acervo do Adelson Mota
Eu sempre disse,que Azulão esteve.na região de Mundo Novo, piritiba,o jornal A tarde notícia que em 09/10/1933.seis dias antes de ser abatido na Lagoa do Lino, esteve em Mundo Novo, e chegou a fazenda Morrinhos via angicos de Mairi, inclusive o SGT.Jose Fernandes,estava em seu encalço.e esse SGT.se não me engano,participou do fogo da Lagoa do Lino,junto com Zé Rufino.
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CANDEEIRO E VINTE E CINCO - PARTE 3
Por Aderbal Nogueira - Cangaço
Durante as entregas alguns foram responsáveis pela chave do cadeado das cadeias e também ajudaram a achar outros cangaceiros que ainda não haviam se entregado.
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