Seguidores

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Maranduba

Por:Alcino Alves Costa

Devido problemas na nossa página, por não conseguirmos a postagem completa, resolvemos colocar apenas o link, para você ler o que o escritor Alcino Alves Costa escreveu sobre Maranduba.

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2013/04/maranduba-poralcino-alves-costa.html


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Centenário de João Gomes de Lira - Confira a Programação


Dia: 13 de julho de 2013 em Nazaré do Pico - Floresta /PE

14:00 - Mesa Redonda ( Clube Recreativo)
Tema: Nazaré do Pico: Historiando as Raízes do Cangaço

Palestrantes - Paulo Moura - Recife/PE
Antônio Vilela Souza - Garanhuns/PE
João de Sousa Lima - Paulo Afonso/BA
Lançamento da 3ª edição do livro "Lampíão - Memórias de um Soldado de Volante", de autoria do Ten. João Gomes de Lira

16:30 - Merenda

 17:00 - Inauguração do Busto / Apresentação de grupos culturais

19:00 - Missa (Capela Nª Sra. da Saúde)

22:00 - Festa na praça

Um agradecimento especial à Prefeitura Municpal de Floresta pelo apoio ao evento. 

Att.


Lemuel Rodrigues
Presidente

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br

O Escravo Que Aterrorizou a Bahia

Por: Luiz Muricy Cardoso (*)

Lucas de Feira foi um insólito personagem de sua época. Fugitivo negro cometeu crimes atrozes durante o Brasil Colônia e entrou para o folclore da região sertaneja.

Feira de Santana é a cidade mais populosa da Bahia, depois da capital, Salvador. Chamada carinhosamente de Princesa do Sertão, boa parte de sua economia está baseada na criação de gado. Por volta do século XIX, as culturas do fumo e do algodão eram, além da pecuária, suas principais atividades econômicas. Ao contrário do Recôncavo – assim chamado por rodear a Baía de Todos os Santos – cujo solo de massapê se prestava à cultura da cana-de-açúcar, tão estreitamente vinculada à atividade escravocrata, a cidade está numa região de transição entre o litoral e o sertão (agreste). Foi nesse cenário um tanto inóspito, caracterizado pela vegetação de caatinga entremeada de trechos úmidos – os brejos – que nasceu Lucas Evangelista dos Santos, em 1807. Ele se tornaria famoso entre os escravos que se revoltaram contra sua condição e que fugiram dos engenhos da região (a rebeldia escrava na forma de contestação de massa foi uma constante no Brasil Colônia). Diferentemente de Zumbi e outros que a história reverencia como heróis, Lucas Evangelista – chamado de Lucas de Feira (ou da Feira) – não é tão conhecido pela historiografia, muito menos tratado como personagem heroico. Isso pelo fato de que Lucas, violento, foi um bandido que espalhou terror pelas plagas sertanejas atacando homens de negócio, fazendeiros, caixeiros viajantes e vaqueiros.

UM HOMEM PERTINAZ

Carpinteiro de formação, Lucas de Feira reuniu um bando de oito criminosos, assaltando também feiras livres, matando e seviciando. A história tem se omitido sistematicamente a respeito dele. Porém, recentemente, a Universidade Estadual de Feira de Santana realizou um seminário para trazer informações sobre esse personagem. A professora Zélia Lima de Jesus escreveu a obra. A médica Nina Rodrigues, refletindo o preconceito dominante da época, credita o fato de Lucas ter sido mestiço a sua “superior inteligência”. Outras informações dão conta de que ele veio de uma linhagem nobre e, se tivesse nascido na África seria considerado rei. “Como hoje é uma figura muito badalada por causa dos movimentos reivindicatórios afrodescendentes, é possível que estejam comparando Lucas a Zumbi. Esse sim tinha antecedentes reais”, comenta Franklin Machado, da Universidade Estadual de Feira de Santana.

BANDIDO CRUEL


Lucas nasceu escravo – de propriedade do padre José Alves Franco – em Belém, perto de Cachoeira, contígua a São Félix, na fazenda Saco do Limão. Segundo as descrições da época era “alto, espadaúdo, tinha rosto comprido, barba e olhos grandes”. O historiador Melo Moraes Filho creditava a ele as qualidades da gratidão e da caridade, porém, que ninguém se engane com esse perfil. Lucas de Feira era um homem que muitas vezes tratava suas vítimas com requintes de perversidade. Chegou a pregar o lábio de um capturado a uma árvore, prometendo se vingar caso ainda o encontrasse ali em seu retorno. Numa ocasião, atacou uma família, ferindo o filho, matando o pai, seviciando a filha. Chegou a crucificar num pé de mandacaru uma virgem que se recusou a submeter-se ao estupro. Há quem diga que Lucas formou um bando de até 30 homens, mas o mais comum é encontrar referências de 3 a 8 componentes em sua quadrilha. O escravo começou sua atividade criminosa com cerca de 20 anos, e nela permaneceu até 1848, quando foi preso. Seu final de vida foi sofrido. Durante o cerco que resultou em sua prisão, foi ferido no braço esquerdo e teve que amputá-lo. “Ele foi traído por um coiteiro chamado Cazumbá, que revelou seus principais esconderijos”, diz Franklin. Conta-se que um escravo, tendo enfiado diversos espinhos no braço amputado, saiu às ruas exibindo-o como troféu sobre o bandido “que causou mal a tanta gente”. Entre homicídios e tentativas, roubos e estupros, alguns calculam – não sem contestação – cerca de 150 os crimes de Lucas de Feira, que foi enforcado em 25 de setembro de 1849 e morreu pedindo perdão pelos seus crimes. Sua vida foi cantada nos versos do poema ABC de Lucas, do oficial de justiça Souza Velho, que narra a vida do escravo sob o ponto de vista dos senhores.

Certamente Lucas não foi um revolucionário ou herói dos escravos – na sua sanha bandida não fazia distinção se atacava ricos, pobres, negros ou brancos, escravos ou libertos. “É um personagem bem pouco conhecido de nossa historiografia, até mesmo entre os baianos. É possível ainda que muitos dos crimes atribuídos a Lucas tenham sido praticados por outros escravos que se passavam por ele. Existem algumas obras que ajudam a desvendar o mito. Entre elas, Lucas, o salteador, de Alberto Silva; Lucas, o demônio negro, romance de Sabino de Campos; Flor dos Romances Trágicos, de Câmara Cascudo; A Verdadeira História de Lucas de Feira e o espetáculo músico-teatral Escravo Lucas, o Cristo Exu da Bahia, ambos de minha autoria”, afirma o professor Franklin Machado.

(*) Pesquisador. Escritor.

NE: As ilustrações desta postagem fazem parte do livro "Lucas da Vila de Sant'Anna da Feira", de Marcos Franco, Marcelo Lima e Hélcio Rogério.

http://lentescangaceiras.blogspot.com.br/

A Primeira dama do voto - 29 de Abril de 2013

Por: Geraldo Maia do Nascimento

A “Revista de História da Biblioteca Nacional”, Ano 8 – nº 91, de abril de 2013, na sessão “Almanaque” (pag. 88), traz uma nota sobre Celina Guimarães Viana que aqui reproduzo pela importância da matéria:
               
Celina Guimarães Viana

“A primeira mulher a ter o direito de votar no Brasil foi Celina Guimarães Viana. E isso bem antes do Código Eleitoral de 1932. Aos 29 anos, Celina pediu em um cartório da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para ingressar na lista dos eleitores daquela cidade junto com outras seguidoras, Celina votou nas eleições de 5 de abril de 1928.
               
Nascida em 1890 e formada pela Escola Normal de Natal, Celina aproveitou a Lei nº 660, de outubro de 1927, que estabelecia as regras para o eleitorado solicitar seu alistamento e participação. Em todo o país, o estado potiguar foi o primeiro a regulamentar seu sistema eleitoral, acrescentando um artigo que definia o sufrágio sem “distinção de sexo”.
               
O caso ficou famoso em todo o mundo, mas logo recebeu o balde de água fria do Congresso de Poderes do Senado, que não aceitou o voto. No entanto, a iniciativa da professora marcou a inserção da mulher na política eleitoral, numa época em que os homens dominavam esse ambiente. A legalização do voto feminino ainda demoraria um pouco mais. Somente em 1932, o Código Eleitoral definiria que o voto era extensivo a todos, sem distinção de gênero, tornando-se obrigatório em 1946.
               
A nota, que é assinada por Angélica Barros, tem o mérito de ser a primeira que reconhece Celina Guimarães Viana como pioneira no voto feminino, numa revista de circulação nacional, e ainda mais, numa revista editada pela Biblioteca Nacional. A autora não foi clara, no entanto, quando informou que o Congresso de Poderes do Senado não aceitou o voto. O correto seria informar que o voto feminino instituído no Rio Grande do Norte não foi aceito, de 1927 a 1932, a nível nacional, mas válido em todas as eleições estaduais. Vejamos como tudo aconteceu:
               
Há muito que as mulheres brasileiras aspiravam ao direito político e objetivavam a conquista de sua cidadania através da participação política. O primeiro dos projetos que visava dar direito de voto à mulher foi de Maurício de Lacerda (1917), depois Justo Chermont (1920), representante do Estado do Pará, e em seguida Moniz Sodré (1925). Todos eles redundaram no fracasso devido à timidez dos políticos. Contudo, o voto se impôs e aconteceu no Rio Grande do Norte, precisamente na cidade de Mossoró.
               
Em 1926, José Augusto, então governador do Estado do Rio Grande do Norte promoveu a reforma da constituição do Estado, tentando adapta-la à Constituição Federal. Elaborou nesse mesmo ano uma nova Constituição política pelo Congresso Estadual Constituinte.
               
E, assim, feita a revisão da Constituição do Rio Grande do Norte, por exigência do senador Juvenal Lamartine, junto ao Governador José Augusto, foi nela incluído um dispositivo “consagrando a igualdade de direitos dos cidadãos de ambos os sexos”. Nas suas Disposições Transitórias, lá estava o Art. 77, que dizia: - “No Rio Grande do Norte, Poderão votar e ser votados sem distinção de sexos, todos os cidadãos que reunirem as condições exigidas por esta lei.” Esse dispositivo foi apresentado pelo deputado e líder do governo, o mossoroense Adauto Câmara, por solicitação de Juvenal Lamartine.
               
Em 25 de outubro de 1927, quando da aprovação da Lei nº 660, ficou clara a permissão de direitos dados à mulher de interferir na política norte-rio-grandense.
               
Foi com base nessa Lei, que a 25 de novembro do mesmo ano, a professora Celina Guimarães Viana requereu sua inclusão no alistamento eleitoral. Seu requerimento preencheu todas as exigências da Lei e nesse mesmo dia, verificados os documentos que o acompanhavam, exarou o Juiz Israel Ferreira Nunes, então Juiz Eleitoral de Mossoró, em substituição ao Dr. Eufrásio de Oliveira, seu jurídico despacho, mandando incluir o nome da requerente na lista geral de eleitores. Esse despacho, hoje um documento de imenso valor histórico, encontra-se no Museu Histórico “Lauro da Escóssia”, em Mossoró.
               
Mesmo não sendo um feminista, José Augusto ingressou na história do desse movimento, tornando-se o primeiro a receber o voto feminino no Brasil com satisfação, o que não aconteceu com a Comissão de Poderes do Senado, que excluiu dos 10.612 votos considerados válidos, 15 votos femininos dados a José Augusto para Senador da República. José Augusto foi candidato a Senador da República na vaga aberta pela renúncia de Juvenal Lamartine de Faria, que saiu candidato a governador do Estado. A não aceitação dos votos das mulheres norte-rio-grandense nesse pleito deveu-se ao fato da Lei 660 ter abrangência apenas no âmbito do Rio Grande do Norte, sendo o voto feminino válido apenas para eleições no Estado. Esse fato de maneira alguma diminui o mérito de D. Celina Guimarães Viana. Afinal, só 5 anos depois, em 24 de fevereiro de 1932, é que as mulheres dos demais Estados brasileiros viriam a conquistar esse direito. E nem eram todas as mulheres que podiam votar, somente as casadas (com permissão dos maridos), as viúvas e as solteiras que tivessem seu próprio dinheiro. Em 1934, após grande pressão popular, o presidente Getúlio Vargas tirou essas restrições do Código Eleitoral.
Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Fonte:

Blog do Gemaia
http://www.blogdogemaia.com/

Autor:

Geraldo Maia do Nascimento

Postado por: "Blog do Mendes e Mendes"
http://blogdomendesemendes.blogspot.com/