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sábado, 13 de fevereiro de 2016

ZABELÊ, MEU TIO CANGACEIRO

Por Rangel Alves da Costa*

Manoel Marques da Silva, filho de Antônio Marques da Silva e Maria Madalena de Santana (Mãe Véia), alcunhado de Zabelê no bando de Lampião, era meu segundo-tio, pois irmão de minha avó paterna Emeliana Marques. Rapazote ainda, quase na idade de menino, influenciado pelas andanças do bando do Capitão pela região de Poço Redondo, no sertão sergipano, eis que um dia decide seguir no rastro dos homens do sol, da lua e da catingueira. Abandonou a família para nunca mais retornar ao lar, ainda que muito andasse em séquito pela região e redondezas. Estava presente na Gruta do Angico quando Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros foram chacinados pela volante alagoana comandada pelo tenente João Bezerra, porém saiu ileso. Mas desse dia em diante ninguém mais teve notícia de seu paradeiro. Com o nome de pássaro, pois Zabelê é nome de bicho que voa, talvez tivesse voado para uma desconhecida distância. Durante muitos anos os seus familiares de Poço Redondo entrecortaram regiões do país no seu encalço, em busca de seu paradeiro, mas sem jamais reencontrá-lo. Voou, Zabelê voou. Arribou para sempre e nunca mais retornou. Hoje é pássaro somente na história e na recordação.

Poeta e cronista

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O MAIS NOVO LIVRO DO POETA E ESCRITOR JOSÉ EDILSON DE ALBUQUERQUE GUIMARÃES SEGUNDO


O livro "NAS TRILHAS DE MEU AVÔ" pode ser adquirido: Em Mossoró na Livraria Independência. Em Natal na Livraria Nobel, da Avenida Salgado Filho.
O valor do livro é 30,00 reais.

Um grande abraço,
Edilson Segundo

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A COLUNA PRESTES NÃO TEVE FOCO COMUNISTA, APESAR DE MARCHA REVOLUCIONÁRIA COMO ASSIM FICOU CONHECIDA PELA HISTÓRIA.

Por Luiz Serra, Portal UNNO

Prestes e os companheiros chegaram a enfrentar em breve recontro o bando de Lampião na trágica frente nordestina. (Frederico Pernambucano).

Foi uma rebelião nacional, iniciada em 1925 no R. G. do Sul, tendo por líderes civis e militares, tais como Osvaldo Aranha, Juarez Távora e Luiz Carlos Prestes, que se insurgiram contra o governo Arthur Bernardes, e a política “de convenção”, que fazia eleger alternadamente um presidente da República mineiro e outro paulista. Era então a política do “café-com-leite”.


A reação na passagem por São Paulo, com a morte de Joaquim Távora, em que grupos de militares paulistas, liderados pelos generais Isidoro Dias Lopes e Miguel Costa e também pelos tenentes Eduardo Gomes, Joaquim Távora e Juarez Távora, fugiram da capital paulista em razão de bombardeios sofridos, e se uniram, no estado do Paraná, às tropas gaúchas, que vieram da cidade de Alegrete, onde o movimento teve início. Os gaúchos tinham como líderes: Siqueira Campos, João Alberto e Luis Carlos Prestes.

Na prática, a liderança foi do general Miguel Costa, e Prestes cuidava do estado-maior da Coluna, e inspirou o nome da gigantesca tropa de cavalarianos insubmissos. A inspiração dessa marcha de revoltosos fora a epopeia dos Tenentes, na denominada rebelião do Tenentismo de 1922. Cavalgaram Brasil adentro em quatro grandes alas de 350 homens, comandadas por Siqueira Campos, João Alberto Lins e Silva, Djalma Dutra e Cordeiro de Farias.

A Coluna atravessou o país, arregimentou mais de mil e 400 milicianos, entre policiais e soldados desertados, e precisava de montarias e alimentação, do que dependia de contribuição, e até em forma de apresamento de animais de fazendeiros pelo caminho.

Ao adentrar o Nordeste, a Coluna se transformou numa marcha desesperante, pois houve resistência armada em vários lugares, inclusive ameaça de confronto com os terríveis cangaceiros de Lampião. Até Padre Cícero constituiu uma frente de jagunços armados, o Batalhão Patriótico, para combater a Coluna Prestes.

Num desses recontros houve a chacina de Piancó, quando dezenas de sertanejos, liderados pelo padre Aristides, fizeram fogo contra uma das alas da Coluna, tendo inicialmente tombado quatro revoltosos de Prestes. Audácia suicida de Aristides, pois a ala de João Alberto veio em reforço à de Siqueira Campos atacada, e foi um morticínio de todos os 30 resistentes de Piancó. O padre Aristides foi esquartejado e teve a genitália decepada e jogada aos cães.

Mais confrontos na Bahia quando da reação de coronéis locais fizeram a Coluna volver a marcha pelo sertão de Alagoas, fazendo os revoltosos saírem de novo pelo Piauí, não sem antes trocar tiros com o bando de Lampião.

Prestes após a dispersão da Coluna redigiu um manifesto induzindo a que a base de propósitos da revolta tivesse uma conotação marxista. Mas tal intenção foi repelida por Juarez Távora, que redigiu a carta resposta de princípios democráticos. Prestes então seguiu para a Argentina, e depois entrou para o Partido Comunista, e, voltando da Rússia, alimentou a famosa Intentona Comunista, de triste memória nacional.

No conteúdo político, a Coluna Prestes traduziu um movimento político-militar brasileiro existente entre 1922 e 1953 e ligado ao tenentismo, de insatisfação com a República Velha, pugnavam a exigência do voto secreto, a defesa do ensino público e a obrigatoriedade do ensino secundário para toda população. Fez redundar a Revolução de 1930, e todo o regime de índole populista de Getúlio Vargas.

Há quem afirme que a relevância da carta de princípios da Coluna Prestes influiu os ditames sociais por toda a história política brasileira até os nossos dias.

Fonte: facebook
Página: Luiz Serra

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ONTEM, 12 DE FEVEREIRO COMPLETARAM 13 ANOS DO FALECIMENTO DE WILSON RIBEIRO FILHO DOS CANGACEIROS SILA E ZÉ SERENO


Hoje, dia 12 de fevereiro de 2016, completam-se treze anos de falecimento de meu primeiro esposo, Wilson Ribeiro de Souza, filho do casal de ex-cangaceiros Zé Sereno e Sila.

Wilson faleceu no dia 12/02/2003, vítima de ataque cardíaco e derrame cerebral, em nossa casa, em Rio Claro-SP e está enterrado no Cemitério Evangélico no jazigo de minha família.

Saudades!

Suzi Ribeiro Campos
Esposa

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CAUSOS DO CANGAÇO: BRIGA DE CANGACEIROS ACABA EM ROSTO COLADO

Do acervo do pesquisador Raul Meneleu Marcarenhas

No sexto centenário da morte de Lampião a Empresa Sergipana de Turismo e a Prefeitura de Canindé de São Francisco programaram um encontro de estudiosos do cangaço, o I Seminário sobre a História do Cangaço.

Na Grota do Angico foi celebrada missa pelos 60 anos da morte de Lampião, Maria Bonita e nove "cabras". 

O padre Eraldo Cordeiro, nesse episódio, tascou a frase "Covardes não entram para a história", isso diante de autoridades, admiradores da saga e dos sobreviventes desse mais famoso embate, os cangaceiros Manoel Dantas Loiola, mais conhecido como Candeeiro e Sila e o volante Elias.

Elias


Pois bem, de volta à Canindé de São Francisco, no debate de encerramento do I Seminário sobre a História do Cangaço, os mesmos personagens fomentaram a maior polêmica desse evento.

Candeeiro

Candeeiro comentou que, dias antes do episódio da Grota do Angico, Lampião havia lhe confidenciado que pretendia deixar o cangaço. 

Sila


Sila, até então a mais tranquila da mesa, falou em seguida e disse: "Não gosto de participar de mesa-redonda para não ouvir coisas que não são bem verdades. Lampião não contaria um segredo desses para um homem que não era de sua maior confiança", disse, em referência a Candeeiro.

Candeeiro, já com 83 anos, com os olhos brilhantes que lhe valeram seu apelido, retrucou, garantindo que a memória estava firme: "Eu estou com tudo certo". 


Expedita

Expedita Ferreira, filha de Lampião e Maria Bonita, apaziguou: "Não vale a pena essa discussão".

Pelo jeito não valia. O debate terminou e, minutos depois, lá estavam Sila e Candeeiro dançando de rosto colado no salão de Canindé de São Francisco.

BASE DO TEXTO:
Casslano Elek Machado - Jornalista
Folha de São Paulo 05 de agosto de 1998


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FAROESTE NO CHINELO

Por: Luana Sena 26 de outubro de 2015
FacebookTwitterGoogle+ - Acervo de Leandro (Foto: Mauricio Pokemon)

No escritório de um médico, relíquias e histórias de sangue e sertão provam que Lampião está mais vivo do que nunca.

Leandro Cardoso é um cardiologista de meia idade cujo hobby predileto é estar entre os livros. Não são títulos de medicina, nem poesia, tampouco ficção. O que atrai o médico são histórias sanguinárias de um passado recente do nordeste brasileiro: livros, punhais, cartucheiras, chapéus e outros pertences originais ocupam quatro armários do chão ao teto. Em um dos cômodos de seu apartamento, na zona leste de Teresina, Virgulino Ferreira, o rei do cangaço, está mais vivo do que nunca.

A paixão de Leandro pelo tema começou aos 12 anos, quando ganhou de presente do avô o livro “Lampião, cangaço, nordeste”. As marcas na dobradura dão pistas sobre o tempo, mas ele não é o mais antigo – nem seria o primeiro – livro daquela coleção. De lá para cá, Leandro seguiu lendo e pesquisando tudo o que diz respeito ao cangaço.

Leandro trabalhou por dez anos em São Paulo, “a capital mais nordestina de todas”, diz o médico. No consultório, conversa vai, conversa vem, vez por outra ele encontrava descendentes de cangaceiros – primos, irmãos, filhos – ou mesmo dos volantes (Força Volante era a tropa do governo montada para combater os cangaceiros nos anos 1930). “Eu fui médico da dona Mocinha, irmã de Lampião”, relembra. Cada personagem descoberto era como uma peça que faltava no quebra-cabeça do pesquisador.

Em maio de 2002, Leandro recebeu uma ligação inesperada de Aracaju. 

A voz do outro lado da linha disse sem cerimônia:

– A cabeça do vovô está aqui em casa, você gostaria de ver?

Era Vera Ferreira, neta de Lampião. Pegou o primeiro avião. Tornou-se o segundo médico a confirmar que Lampião não era “lombroso” – a expressão remete ao médico italiano, Cesare Lombroso, criador da teoria de que traços físicos podem denunciar um perfil criminoso. “Orelha de abano, fronte fugidia, caninos possantes, eram algumas das características de um lombroso”, explica o médico. A teoria caiu em desuso, mas a curiosidade dos pesquisadores sobre Lampião permaneceu porque ninguém nunca tinha tido a oportunidade de examinar tão profundamente essas características.

Leandro Cardoso (foto: Mauricio Pokemon)

Lampião e mais nove integrantes de seu bando foram mortos em 1938 por tropas da polícia na Gruta do Angico, sertão sergipano. As cabeças foram decepadas e permaneceram por anos no Instituto Nina Rodrigues, na Bahia, até a família de Virgulino conseguir na justiça o direito de enterrá-la, no cemitério Quinta dos Lázaros, em Salvador. Mas, o início dos anos 2000 trouxe fortes chuvas a região, e a defesa civil obrigou a retirada das urnas do local. Elas foram entregues novamente as famílias. “Como eu sou amigo da Vera e ela sabia que eu estava escrevendo um livro, me ligou com essa proposta e eu nem pensei duas vezes”.

O exame resultou no livro “Lampião: a medicina e o cangaço – aspectos médicos do cangaceirismo”, escrito por Leandro em parceria com Antônio Amaury Corrêa de Araújo, umas das maiores referências em cangaço no Brasil. “Eu pude examinar o occipital dele por dentro e Lampião não era um lombrosiano nato”, diz o médico. O livro traz ainda outros diagnósticos sobre a figura do cangaceiro mais famoso da história, como a cegueira no olho direito. “Se você pegar a literatura, cada um diz uma coisa: catarata, glaucoma, mas tudo da boca pra fora”, afirma o pesquisador. “Durante um combate com uma volante, em 1925, uma bala pegou num espinheiro que estava perto de Lampião e ele foi atingido”, explica Leandro. “A causa mais comum de cegueira no sertão é trauma”, continua. “Se ele tivesse feito um transplante de córnea, provavelmente voltaria a enxergar, mas naquela época não existia”. Lampião virou um cego funcional e teve que aprender a ser canhoto quase aos 30 anos de idade.

Na prateleira, o livro escrito por Leandro divide espaço com mais de 100 títulos. Há ainda uma videoteca com filmes como “O cangaceiro”, de Lima Barreto (1953), “Nordeste sangrento”, com o estreante ator Paulo Goulart (1963) e “Baile perfumado”, de Paulo Caldas e Lírio Ferreira (1996). Entretanto, o filme mais precioso ali é um DVD um tanto caseiro com 11 minutos de imagens de Lampião e seu bando, registrados pelo sírio-libanês Benjamin Abraão na década de 1930. “Lampião aceitou que o libanês os filmasse porque ele era secretário de Padre Cícero”, explica Leandro. O filme ficou por anos preso nos porões da ditadura Vargas e só se conhecia, afinal, seis minutos de gravação. “Benjamin passou meses lá com os cangaceiros, é provável que existissem horas e horas de gravação, mas boa parte do filme foi perdida ou danificada”. Foi Leandro e o cineasta Wolney Oliveira que encontraram, na cinemateca brasileira em São Paulo, mais cinco minutos inéditos de imagens.

Parte do acervo do pesquisador (foto: Mauricio Pokemon)

Além do acervo literário e visual, o médico também guarda peças originais do vestuário dos cangaceiros: chapéu, bornais floridos, cartucheiras, alpargatas e punhais – um deles foi presente de Moreno, considerado um dos cangaceiros mais valentes do bando de Lampião. “Parando minha recordação, eu ainda matei 21”, diz Moreno, aos 99 anos, no documentário “Os últimos cangaceiros”, lançado este ano no Brasil. Leandro conheceu Moreno e a mulher, Durvinha, cujas histórias de vida daria um filme. E deu! (Leia abaixo!)

Leandro fala de cada detalhe da indumentária do cangaço com um misto de admiração e êxtase. Ele sabe de cor as falas de Lampião no filme mudo. Tem na mente as datas dos combates, faz viagens frequentes para regiões que foram marco do “banditismo social” brasileiro e refuta pesquisadores. Para ele, um dos maiores equívocos é confundir o cangaceiro com a figura de um bandido. “O código penal da época era surra, bala e punhal”, explica. “Tratar o cangaceiro como bandido é um erro porque esse era o modus operandi daquela época”, defende. “A polícia agia assim e o coronel também”.

O médico vê o cangaço como uma manifestação contra a colonização, “um irredentismo brasileiro”, diz, citando a teoria de Frederico Pernambucano de Mello. “Cada vez mais eles foram empurrados pro sertão porque queriam viver sem lei nem rei”, afirma. O que os diferencia do bandido comum? “O bandido tende a se ocultar, viver na surdina. O cangaceiro não. Ele não se acha bandido porque tem um código de ética muito próprio. Você acha que um cara que se veste daquele jeito quer ficar oculto?”

Relíquias do irredentismo brasileiro (foto: Mauricio Pokemon)

O estilo cangaço também é outro ponto de equívoco sobre o que se prega a respeito de Lampião. Ao contrário do que vemos nas imagens da época, todas sem cores, as roupas não eram cinza, muito menos de estampa camuflada. “Parecia alegoria de carnaval”, brinca o pesquisador. “A roupa é espalhafatosa, mas nada daquilo é supérfluo”, explica enquanto mostra a forma correta de se abotoar um bornal. “Eles usavam quatro bornais em volta do ombro. O cara carregava mais de 30 quilos e podia rolar no chão que não saia nada do corpo”. Muitos desses detalhes estão no livro “A estética do cangaço” (Frederico Pernambucano de Mello), que traz ainda curiosidades sobre lenços, perfume francês, óculos alemães e outros delírios de consumo do vaidoso Lampião. “Era tudo muito bem feito, costurado em máquina, tinha uma preocupação visual”, diz o médico. “O faroeste americano não chega nem perto”.

Em outubro deste ano, algumas dessas peças vão estar expostas no 4º Congresso Nacional do Cangaço que acontece pela primeira vez no Piauí, na cidade de São Raimundo Nonato. Organizado pela SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos Sobre o Cangaço), o evento vai reunir (de 27 a 31) os maiores pesquisadores brasileiros sobre o tema – Vera Ferreira, neta de Lampião, confirmou presença para uma palestra. Leandro, que coordena o evento, também vai ministrar palestra e lançar nova edição de seu livro – serão cinco dias entregue a histórias de sangue e sertão pra faroeste americano nenhum botar defeito. “A gente não acredita no que a gente tem”, diz o pesquisador intrigado com o fato de Hollywood vender há anos Billy the Kid como o maior fora-da-lei de todos os tempos. “Ele matou três pessoas! Três! Agora veja Lampião”, propõe. “Se Tarantino visse um negócio desse ficaria louco!”.
Os últimos cangaceiros

 Ninguém podia imaginar que o pacato casal Jovina Maria da Conceição e José Antonio Souto, ambos com mais de 90 anos, tinham um passado tão misterioso quanto impressionante. Por quase cinquenta anos eles esconderam dos filhos um segredo revelado somente no século XXI: eles foram cangaceiros integrantes do bando de Lampião.

Os pesquisadores nunca chegavam a um consenso sobre o paradeiro daqueles que escaparam ao confronto sangrento em Angico, no Sergipe – alguns apontavam Ceará e Maranhão como possíveis destinos dos cangaceiros. Outros afirmavam que eles haviam morrido. Porém, escondidos atrás dos nomes falsos sobre os quais refizeram suas vidas em Belo Horizonte, estavam, na verdade, Antônio Ignácio da Silva, o Moreno, e Durvalina Gomes de Sá, a Durvinha.

Ele, cearense, e ela, pernambucana, estavam no interior do Ceará quando souberam da morte de Lampião e dos demais companheiros, em 1938. Disfarçados de retirantes, seguiram rumo ao sul, mudaram de nome e fizeram um pacto de nunca contar a ninguém o segredo.

Lançado em 2014, filme mostra casal que pertenceu ao bando de Lampião (foto: divulgação)

A história teria mesmo ido ao túmulo, não fosse o fato de, pelo caminho, os cangaceiros terem deixado um filho, aos três meses de vida, aos cuidados de um padre em Tacaratu, no interior de Pernambuco. Acometido por uma doença em 2006, Moreno resolveu revelar a família o desejo que tinha de reencontrar o primogênito. Os filhos puseram-se a procurar o irmão, em Tacaratu, quando se depararam com a surpresa: “Ah, o filho dos cangaceiros?”

Com a revelação, pesquisadores de todos os cantos voaram para colher de perto os novos relatos e as recordações de Moreno e Durvinha – sabe-se que ela foi, num primeiro momento, mulher de Virgínio, cunhado de Lampião. Com a morte dele, Moreno assumiu Durvinha – era proibido mulher sozinha no bando.

A história virou enredo do documentário “Os últimos cangaceiros”, produzido por Wolney Oliveira. É o primeiro longa-metragem documental sobre o cangaço e, no seu lançamento mundial, em 2014, foi premiado em festivais de cinema no México, Havana e Bolívia. Moreno e Durvinha não chegaram a ver o filme pronto – ela morreu em 2008, ele, centenário, dois anos depois.

Além de relatos dos ex-cangaceiros, filhos, parentes (e o reencontro com Ignácio, o filho mais velho, deixado no Pernambuco), o longa traz cenas inéditas das gravações feita pelo libanês Benjamin, nos anos 1930 (aquelas, recuperadas por Leandro e Wolney na cinemateca). A produção conseguiu colorir frame a frame algumas imagens, que, além de modernizar, dão uma ideia mais realista da estética do cangaço. Outro trunfo são as legendas nas falas de Lampião e seu bando: uma equipe especialista foi contratada para decifrar o que os cangaceiros falavam no filme mudo. Wolney colocou Moreno e Durvinha para se reverem nessas imagens – o resultado, emocionante, está no documentário.

Virgulino Ferreira, o rei do cangaço, está mais vivo do que nunca (Foto: Mauricio Pokemon)

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A VIDA DEPOIS DO CANGAÇO - PARTE II


Lampião, o justiceiro

Zé Sereno, Antonio Ribeiro na pia de batismo, guarda por Lampião um respeito quase religioso. Ainda se refere a como "o capitão", patente com que o "Rei do Cangaço contemplou a si mesmo. 


— Ele era corajoso e ajudava os pobres. Gostava muito das coisas justas e respeitava quem merecia respeito.

Uma vez. no sertão baiano - conta Zé Sereno, o grupo de Lampião encontrou um rapazinho que queria falar com o ''Capitão". Estava desesperado, porque o dono da fazenda não queria pagar aos homens direito.

 — Nós trabalhamos e ele não paga. Dinheiro ele tem; o que não tem é vergonha na cara.

Lampião mandou um recado:

— Você não fala pra ninguém que nós vamos lá.

No dia seguinte — relembra Zé Sereno — nós fomos na fazenda. O Capitão, chamou o fazendeiro, mandou reunir os empregados e obrigou ele a pagar todo mundo. Quando nós íamos saindo, o Capitão falou pro fazendeiro:

— Vou sair e não quero saber que mandou um empregado desses embora; Se mandar, eu volto aqui.

Ao falar da "volante'', Zé Sereno se exalta. Como Adriano, também ele conservou seu ódio.

— Eles perseguiam muita gente inocente. Matavam em nome da lei. Chiquinho de Imbuzeiro, um volante, pegou meu tio Firmino, que era vaqueiro, amarrou as pernas e os braços, acendeu uma caieira de fogo e jogou ele dentro, vivo. Só porque ele tinha os parentes no Cangaço. O Tenente Soares também matou dois primos meus, um a bala e outro queimado.

Antes de chegar a São Paulo Zé Sereno passou pelo município de Rio Novo Camamu na Bahia e Jordânia em Minas Gerais. Dali chegou a Martinópolis no norte de São Paulo. Em Rio Novo Camamu, trabalhou em uma fazenda administrada pelo Sargento Cardoso, que pertencera a "volante", mas também empregava ex-cangaceiros. No sertão, cangaceiro era profissão. Zé Sereno trabalhou dois anos e meio na fazenda, nunca conseguiu receber o dinheiro do salário. Teve então a última aventura de violência de sua vida.

— Eu disse pros meninos: "guenta ai com os capangas do Sargento que eu vou falar com ele". Os meninos deitaram no chão, cada um com sua peixeira de uns 75 centímetros e ficaram cortando a grama, rindo do que estava acontecendo lá dentro. Eu cheguei pro sargento e falei: "Vai pagar e é hoje", ele respondeu que não tinha dinheiro. "Não quero saber" eu disse. Fiquei firme. ele teve de pagar mesmo. No dia .seguinte, eu já estava no meio da estrada. Sabia que vinha bala atrás. 

Um filho no mato 

Aos 45 anos Sila ainda é uma mulher bonita. Tipo sertanejo, concorreu em beleza com Maria Bonita e Dadá. Tem uma expressão meiga, a voz pausada, mansa. O olhar é triste. Sorri apenas quando olha para os filhos.

Suzi Ribeiro e Wilson Ribeiro filho dos cangaceiro Sila e Zé Sereno

— Não é bonito o Wilson?

Aos catorze anos, Sila teve o primeiro contato direto com os cangaceiros. Sabia costurar qualquer tipo de roupa, deparou um dia com dois homens que lhe pediram para coser algumas peças. Eram Zé Baiano e Zé Sereno com o qual passou a viver. Nunca atirou. mas não deixou o companheiro em suas andanças. A persiga — a perseguição das "volantes" — era implacável.

— Nós não tínhamos nem água nem comida quando a persiga era muita. Às vezes, viajávamos três dias sem parar, sem dormir, sem comer, sem sossego, num calor horrível, pelo mato da caatinga. Já imaginou ter um filho no mato? Foi o que aconteceu comigo  quando tinha quinze anos. Nós estávamos acampados perto do Canindé em Sergipe. Nasceu um menino, que levou o nome de João. Como eu não podia ficar com ele mandei levar pra família de Galdino Leite, cunhado do Tenente Literato. Os outros só nasceram quando deixei esta correria.

Sila ficou apenas dois anos no cangaço. O ofício que aprendeu em menina ajudou-a a se adaptar em São Paulo, onde sempre teve muito serviço, muita costura encomendada. Entre suas freguesas estava Dona Luisinha, tia de Hebe Camargo. Dona Luisinha sempre a procurava, tratava-a pelo nome de batismo, Hilda — Hilda Gomes de Souza. Sila trabalha como dama de companhia de uma senhora. Em breve, vai passar um mês na Europa com a patroa.

Toda a família de Sila sofreu por causa do cangaço.


— Quando saí de Poço Redondo, em Sergipe, as volantes começaram a perseguir meus pais. Daí para cá, nunca mais vi eles. Por minha causa era tanta a persiga naquela região  que meus irmãos resolveram entrar no bando de Lampião. Mergulhão, que morreu no cangaço; Novo Tempo, que vive em Montes Claros, Minas Gerais, e Marinheiro, que tinha apenas treze anos. Hoje estamos aqui, numa vida nova, vendo crescer nossos filhos e esperando netos.

Sila tem do cangaço uma memória amarga. Só morte, fuga, sacrifício.

— Vi coisas horríveis. Tinha uma arma pequena só pra me defender se fosse preciso, mas não houve necessidade, nem mesmo no cerco do Angico. Pra nós mulheres, nessa hora não dava pra enganar a volante e dizer que era amigo. A polícia não levava mulher. Se nos pegasse era um horror. Matava logo. Enedina morreu ao meu lado. Fugi com Criança e só depois encontrei Zé Sereno.

"É companheiro!"

Criança confessa que não foi fácil romper o cerco em Angico, com Sila e Marinheiro. 



— Nunca vi tanta volante na nossa frente. Era tiro pra tudo quanto é lado. Enedina caiu morta aos meus pés. A gente Saía correndo, ouvindo tiro e dando tiro. O que salvou é que as volantes usavam a mesma roupa que nós e isso confundia. Nós passávamos perto dos "macacos" como a gente chamava os soldados, e dizia fingindo que também, era da volante: "É companheiro!"

Criança, ou Vítor Rodrigues Lima, é muito calmo, os olhos se mexem devagar, a voz também é lenta, arrastada. É casado há 22 anos com Dona Ana Caetano Lima, filha de um ex-polícia na época da Coluna Prestes. Baiana de Barra. Ela é costureira profissional. O casal tem três filhos. Aduíse, já casada, Vicentina e Adenilson e agora adotou uma menina, Edna Márcia. Quando os dois se casaram, Dona Ana conhecia o passado de Criança:

— Sabia que tinha sido cangaceiro, mas isso não me assustou. Não tive tempo para saber tudo antes, porque nos conhecemos num dia e dezessete dias depois já estávamos na igreja.

Criança tem uma quitanda e casa própria. Gosta muito de São Paulo, onde o "homem que trabalha não morre de fome". Com Zé Sereno, Marinheiro e mais seis, trabalhou na fazenda Maralina dois anos e meio, foi para Martinópolis em 1942. Quatro anos depois, no dia de Natal, casou-se com Dona Ana. Foi cangaceiro como podia ter sido polícia.

— Eu nasci em Bonfim e estava em Jeremoabo onde a coisa estava danada lá pra 1930. Um dia a volante me pegou pra Cristo, queria que eu dissesse o que não sabia. Eles me ameaçaram e prometeram voltar. Antes que voltassem, entrei no bando de Mariano. Estava com dezessete anos incompleto. Depois de sua morte, fiquei com Zé Sereno. Conheci Lampião logo que entrei no cangaço. Antes tinha medo dele. Depois, vi que era um homem que não tinha nada daquilo que falavam. Falavam que o Capitão matava crianças. Era tudo mentira. Ele não gostava de matar ninguém a toa, matava só pra se defender. Naquele tempo, quem tivesse dezesseis, dezessete ou dezoito anos tinha de se alistar no cangaço ou na volante, ou então ficava à mercê dos dois.

Criança se habituou à ideia de que poderia ser morto de um tiro.

— Quando a gente está na luta, nem tem medo de nada. A gente até se esquece. A pólvora dá fogo à pessoa, que nem se lembra se vai morrer. Quando a morte está por perto, a gente tem que lutar pra não morrer. 

CONTINUA...

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CONVITES


Amigos, observei agora que o dia 26 de março faz parte da Semana Santa. Irei antecipar a data da visita ao Museu do Sertão para o dia 12 de março (sábado) do corrente ano, das 7 às 12 horas. Sejam bem-vindos.

No próximo dia 18 de março (sexta-feira), às 19:30 horas, no auditório da OAB-Mossoró irei fazer o Elogio ao Patrono da minha Cadeira na ACJUS-Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró. Será um prazer contar com a sua valiosa presença neste momento tão especial para mim.

Proprietário e diretor do Museu do Sertão Benedito Vasconcelos Mendes

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CANGAÇO - Cangaceirismo LAMPIÃO E OUTROS CANGACEIROS EM MANAÍRA - O MENSAGEIRO DE LAMPIÃO, A CANA DE MIGUEL SATURNINO, O RECADO DE CÍCERO BEZERRA E O OLHO VESGO DE LAMPIÃO - PARTE VII


O cangaceiro tinha esse ponto de apoio seguro no Baixio, mas “atuava” nas proximidades onde buscava “ajuda” financeira para suas necessidades.

Certo dia Lampião escreveu umas cartas pedindo “ajuda” a alguns fazendeiros “mais bem de vida” e mandou “Antôilóia” entregar as missivas, devidamente assinadas. O fato mais curioso é que uma dessas cartas era destinada ao próprio Antônio. Ele levantou seu chapéu de couro – era dos pequenos, quase sem aba – coçou a cabeça, matutou e partiu para a difícil missão. Ao voltar, fez sua prestação de contas e disse: 

- Entreguei tudo. O meu eu num tenho, mas tem meu cumpade fulano que vou pedi emprestado. 

No dia combinado com os fazendeiros foi fazer o recebimento das “ajudas”. Antônio era matreiro, sabido, que ninguém desconfiava. Ao voltar, novamente fez sua prestação de contas e disse: 

- Recebi de todo mundo, mas ficou tarde e não deu tempo de ir na casa de meu cumpade  prá pedir o meu emprestado, mas amanhã eu vou”. 

Lampião, reconhecendo que Antônio já tinha ajudado bastante, dispensou a contribuição dele.

A CANA DE MIGUEL SATURNINO

Um desses fazendeiros, Nenem Migué da Travessia (Miguel Saturnino), tinha um bom partido de cana, uma bolandeira em seu engenho e fabricava boa cachaça. Em seu bilhete, entre as doações que deveria fazer, estavam umas ancoretas de cana. No dia e local combinados, chega Nenem com os burros e quatro ancoretas cheias de cachaça. Entrega a encomenda, se despede, mas, quando vai saindo, Lampião o chama, manda destampar um dos barris, bota uma dose em um copo e dá para Nenem beber. Nenem diz: 

- Mas, amigo, acontece que eu não bebo, não tenho o costume de beber. 

Lampião disse: 

- Hoje você bebe. 

Nenem suou frio, bebeu e já ia saindo novamente, quando Lampião encheu o copo com a cana de outra ancoreta. O Miguel, novamente, foi constrangido a beber, e novamente bebeu da terceira e da quarta ancoretas. Desconfiado como sempre, Lampião queria assegurar-se de que a bebida não estava envenenada. E Nenem Migué, homem que não bebia, naquele dia chegou a Travessia puxando fogo.

O RECADO DE CÍCERO BEZERRA

Com o final da Guerra de Princesa, as tropas fiéis ao coronel José Pereira se dispersaram e muitos voltaram às suas atividades tradicionais. Cícero Bezerra Leite, um dos chefes do Coronel, ficou famoso pela bravura nas lutas, principalmente na defesa de Alagoa Nova. Ali, ele tinha casa de comércio e sua fazenda estava no sítio Mulungu, próximo ao Cajueiro e Riacho do Meio.

Cícero Bezerra contava causos das batalhas, quando se lembrou de um fato que envolvia os cangaceiros. Contou que certo dia recebeu um porta-voz de Lampião com um recado para enviar determinada quantidade em dinheiro, mantimentos e armas. Como resposta Cícero mandou o recado: “Diga ao Major que as armas estão guardadas e os celeiros do antigo Engenho, apinhadas de alimentos. Aproveito você, como portador, para dizer que ele mesmo venha buscar, a qualquer hora do dia ou da noite. Todo armamento lhe será dado desde que passe primeiro por cima da minha vontade e disposição em arrancar-lhe o pescoço, depois de batê-lo com o meu chicote de couro cru”.

Foi, sem dúvida, o recado mais desaforado destinado ao lendário e temível Lampião, cuja crueldade ganhou fama em todo país.

A vizinhança, tomada pelo medo, cuidara em fechar suas portas. A chegada dos cangaceiros seria uma questão de horas, e a previsão era de densas trevas para a minúscula comunidade e adjacências.

Como todo bom comandante, Cícero sabia que enfrentar Virgulino carecia de um bom reforço. Espalhou a notícia e, na mesma noite, dezenas de cabras armados “até os dentes” aguardavam a chegada do bando. Após duas semanas de espera, como Lampião não apareceu, todos voltaram aos seus afazeres. (Narrativa contada por Cleodom Bezerra Leite, neto do lendário Cícero Bezerra).

O OLHO VESGO DE LAMPIÃO

Segundo a escritora Vera Ferreira, em seu livro O Espinho do Quipá, Lampião teve seu olho atingido por um espinho de cacto com esse nome. Em um tiroteio, uma bala teria acertado a planta e um de seus espinhos projetou-se, ferindo o olho do cangaceiro, já bastante afetado com o glaucoma que ele sofria.

O Cel. João Bezerra da Nóbrega cita, na página 40, do seu livro Lampião e o Cangaço na Paraíba, o seguinte: “E tem mais, foi na localidade Pelo Sinal, atual cidade de Manaíra, fronteira com Pernambuco, que Lampião teve o seu olho direito atingido por um galho da espinhenta jurema preta, tornando-o o rei cego do cangaço para o resto da vida.”

Em um encontro do GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço, em julho de 2013, conversando com o escritor - coronel João Bezerra - sobre essas duas versões, ele afirmou que existem outros escritores que se referem ao episódio do espinho da jurema, ocorrido na Paraíba em 1923, como sendo um agravador do estado de cegueira do “Rei Vesgo”.

Passadas a dor e a raiva, sentidas pelo ferimento, Lampião teria dito uma frase em tom de galhofa, afirmando que o olho não fazia falta, pois só usava um para fazer pontaria...

Quipá ou palmatória é um cacto comum na caatinga nordestina. Seu caule possui muitos espinhos.
Jurema ou jurema preta, resistente à seca e abundante nas caatingas. Possui fortes espinhos em suas ramificações.

Independentemente de uma versão ou de outra, nada impede, também, que as duas situações tenham acontecido.

Os óculos de Lampião: O Cangaceiro os usava para esconder a cegueira em um dos olhos.

Nos primeiros dias de agosto de 1925, o bando de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (1898-1938), fazia uma de suas muitas incursões pelo sertão pernambucano. Os cangaceiros foram surpreendidos por agentes do governo e começou um tiroteio. Um dos membros, Livino – o irmão mais novo de Lampião –, foi atingido. O líder reagiu. No confronto, um soldado atirou em um cacto e a bala da escopeta fez com que um espinho fosse parar no olho direito de Lampião.

Livino acabou morrendo. Lampião, levado à cidade de Triunfo, perto do campo de batalha, foi atendido por um médico que retirou o espinho, mas não conseguiu salvar o olho do cangaceiro. Resultado: ele ficou cego de um olho. “O bom humor o impedia de esconder o problema, e ele brincava dizendo que não adiantava nada ter dois olhos, pois é preciso fechar um deles para atirar”, diz o pesquisador Antonio Amaury Correa de Araújo, autor de dez livros sobre a história do cangaço. O incidente transformou o cangaceiro em canhoto – ao menos na hora de atirar –, mas não atrapalhou sua fama de justiceiro. E o levou a usar óculos até o fim da vida. “Os óculos, que aparecem em quase todas as fotos, escondiam a deficiência de quem não a conhecia e protegiam os olhos do sol escaldante do sertão”, diz Antonio.

(Fonte: 
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/oculos-lampiao-435175.shtml)

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