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sexta-feira, 29 de junho de 2018

'LAMPIÃO E O CANGAÇO NA HISTORIOGRAFIA DE SERGIPE' PELO AUTOR ARCHIMEDES MARQUES

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Archimedes José Melo Marques, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, nasceu em 24 de novembro de 1956. Formado em Direito pela Universidade Tiradentes, é delegado de polícia no Estado de Sergipe há mais de trinta anos. Na área policial, possui o curso de Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Segurança Pública, pela Universidade Federal de Sergipe.
É escritor de artigos e contos diversos nas áreas policiais e afins, publicados em sites e jornais escritos, espalhados pelos quatro cantos do Brasil e além fronteiras, com vários textos publicados em livros. “Lampião contra o Mata Sete” foi sua primeira obra literária, um livro contestação ao seu opositor “Lampião, o Mata Sete”. O seu segundo trabalho, fruto de quase oito anos de pesquisa, é a coleção “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”, composta de cinco volumes (até o momento somente o primeiro volume lançado), uma obra riquíssima em todos os detalhes que traz boas novidades para os amantes do tema e para a própria história do cangaço.
“O cangaço, sem dúvida, foi um movimento que marcou os nossos sertões de forma negativa na época, mas de forma positiva para a atualidade.”
Boa leitura!
Escritor Archimedes Marques, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever sobre o cangaço?
Archimedes Marques - Faço parte do Movimento Cariri Cangaço, na qualidade de Conselheiro. O Movimento Cariri Cangaço é o maior evento do mundo dentro do assunto Cangaço, Sertões, Nordeste e afins, que reúne anualmente mais de 300 escritores, historiadores, pesquisadores e amantes desses temas para palestras, debates, apresentações e visitas aos locais históricos. Daí, em nome disso tudo que é pura história, resolvi enveredar pela literatura cangaceira, literatura essa que já passa dos 800 títulos diferentes de diversos autores, mas ao que parece é um assunto que não se esgota, pois a cada ano descobrimos algo novo, a cada ano surge um novo autor para trazer essa história ao patamar de mais aproximada possível da verdade.
Apresente-nos “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”:
Archimedes Marques - Foram nove anos de atuação do bando de Lampião em terras do baixo São Francisco, notadamente em Sergipe, de 1929 a 1938.A partir de suas fortes ligações com o mandonismo local, veio a estabelecer um verdadeiro feudo sob suas ordens, instalando o terror e o medo, trazendo sofrimento para as muitas povoações e lugarejos do menor estado da federação.E é justamente dentro desse contexto que o livro procura colocar em “águas mais cristalinas” essa história, com o confronto de uma infinidade de entrevistas, debruces em arquivos públicos, documentos diversos, registros iconográficos, mapas, escritos, enfim, com novas pesquisas de campo, fazendo com que tudo pudesse estar em permanente diálogo na direção do fortalecimento da verdadeira história, ou seja, a definição mais aproximada do que realmente foi a passagem de Lampião por terras sergipanas, trazendo em seu bojo muitas novidades nunca antes publicadas.
Quais os principais desafios na construção do enredo que compõe a obra?
Archimedes Marques - Desafios há em todos os projetos de nossas vidas, e isso nos faz sair fortalecidos quando alcançados nossos objetivos. No caso em pauta, em virtude de eu exercer o cargo de delegado de polícia, fui e ainda continuo sendo criticado por muitos que confundem a coisa, ou seja, pensam que no fundo defendo Lampião, um bandido, quando na verdade defendo a história; para dizer a verdade, a grande história dos nossos sertões nordestinos, e porque não dizer, da grande história do nosso Brasil, uma história de sangue e lágrimas para multidões, mas também uma história de orgulho para tantos outros. O Major Optato Gueiros, da Força Pernambucana, inimigo e exímio perseguidor de Lampião, reconhecendo a força desse cangaceiro disse o seguinte: “Lampião foi um instrumento nas mãos de Deus para executar uma justiça que nem a polícia nem os juízes poderiam fazê-lo”.
Apresente-nos os principais objetivos a serem alcançados com a publicação de “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”.
Archimedes Marques - A história do cangaço sempre foi banhada em mitos, galgada em criações, mergulhada em invencionices, submergida em exageros e até mesmo estrangulada em mentiras propositais ou omissões descabidas, sem contar as tantas lendas daí surgidas, por isso é tão diversificada, tão bifurcada, possui tantas vertentes, pois além de tudo, Lampião, o símbolo maior desse tema, virou um mito, um mito, acredito, impossível de desmitificar. Desse modo, como já dito nas entrelinhas, o objetivo principal dessa obra é mostrar a história nua e crua como ela de fato ocorreu, ou pelo menos a mais verossímil possível.
Qual a passagem do livro que mais o marcou, quer seja pela pesquisa ou o momento, enquanto escrevia a obra?
Archimedes Marques - A história relativa às cangaceiras sempre foi muito intrigante. Procurar saber o porquê de pacatas sertanejas se atreverem a deixar  seus lares, abandonarem seus pais, suas famílias, para viverem em eternas perseguições policiais ao lado de perigosos bandidos, sempre é uma incógnita.E é dentro desse contexto que surge o exemplo maior: Maria Bonita, a pioneira das cangaceiras, mulher de coragem e porque não dizer, “revolucionária”,pois revolucionou a sociedade machista da época, e com ela trouxe novas adeptas. E é justamente relativo a essa grande mulher que trago a maior novidade da coleção, uma novidade ocorrida dentro da cidade de Propriá, em Sergipe, uma novidade que até então pesquisador algum tinha chegado a tanto. Essa é a descoberta e passagem que mais me marcou.
Além desta obra sobre o cangaço, você tem “Lampião contra o Mata Sete”, apresente-nos esta obra literária.
Archimedes Marques - Há alguns anos um cidadão conterrâneo sergipano escreveu um livro intitulado “Lampião, o Mata Sete”, obra que infelizmente o autor esqueceu o rumo da história do cangaceirismo, e de modo diverso tentou contrariá-la, afastou o seu roteiro, escondeu os caminhos claros e andou pelas veredas. Trouxe um conteúdo que não interessa a ninguém, muito menos aos amantes, pesquisadores, curiosos da história do cangaço no Nordeste brasileiro. É patente a premeditação do enredo em busca do ataque. Do primeiro ao último capítulo a emissão de juízo de valor subjetivo pelo autor fluiu de forma tão exacerbada, que faz os pelos do leitor se arrepiarem a ponto de tamanho de sobressalto, e cair no campo da indignação, principalmente por não apresentar provas, nem mesmo indícios. Afirma o autor que Lampião era um homossexual, covarde e medroso, que nada entendia de guerrilhas; e Maria Bonita,uma mundana adúltera, mulher de muitos, tudo no sentido de desmitificá-los. Enfim, usando de perspicácia rasteira e invencionices, tenta mudar os rumos da verdadeira história. Desse modo, vendo tamanha insensatez, escrevi sua contestação: “Lampião contra o Mata Sete”, uma refutação que desmonta pedra sobre pedra a pretensão do seu opositor, que além de tudo traz um livro de todo equivocado com fatos trocados, datas erradas, nomes diferentes, erros que pululam a cada página e provam que o seu autor NUNCA FOI E NUNCA SERÁ UM VERDADEIRO PESQUISADOR.
O que mais o encanta no cangaço?
Archimedes Marques - O cangaço, sem dúvida, foi um movimento que marcou os nossos sertões de forma negativa na época, mas de forma positiva para a atualidade. De forma positiva, porque hoje milhares de pessoas vivem do comércio de livros, de escritos diversos, de utensílios, de artesanatos, de turismo, de filmes, de teatros... enfim, vivem e sobrevivem dessa história tão intrigante quanto encantadora, ou seja, o cangaço ultrapassou décadas, e por certo ultrapassará séculos. Quer encanto maior?
Onde podemos comprar seus livros?
Archimedes Marques - Infelizmente meu primeiro livro “Lampião contra o Mata Sete” já se esgotou e não lancei a segunda edição, porque o autor contraditado não lançou a segunda edição do seu “Lampião, o Mata Sete”. Já o livro atual “Lampião e o Cangaço na Historiografia De Sergipe” não se encontra em livrarias, mas pode ser adquirido em contato direto comigo pelo e-mail: archimedes-marques@bol.com.br
Quais os seus principais objetivos como escritor?
Archimedes Marques -Como não sou escritor de ficção e sim um historiador,  meu principal objetivo é propalar a verdade dos fatos, para que estes sirvam de parâmetros a gerações futuras, e com isso meu nome fique marcado como dos mais sérios historiadores.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Archimedes Marques. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Archimedes Marques - Como existe gosto para todos os tipos de literatura, sugiro aos amantes do tema cangaço que procurem ler os livros mais sérios, os menos tendenciosos, os menos inventivos, os menos alucinados, aqueles pesquisados e escritos por historiadores mais renomados, mais acreditados, pois só assim estaremos propagando a história mais próxima da realidade.
Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura
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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


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O FOLE RONCOU

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.931

       O fole roncou, comadre, nesse sertão velho de meu Deus! Todas as cidades sertanejas fizeram os chamados palhoções para as danças de quadrilha. Quando não havia palhoções do poder público, havia os das diversas comunidades sertanejas nas ruas, nos becos onde a sanfona impagável gemeu à noite inteira. Sanfoneiro bom deu preço, Zé! E quem não pode contratar um cabra bom de verdade, teve que apelar para os CDs em famosos salões de festa, por aí. E se foi com Fala Mansa, Fala Grossa, Manoel Messias, Chameguinho ou com o finado Gonzagão, nem interessa muito. O importante era balançar a roseira com botina simulada e lenço de quadrado no pescoço. Haja cana, menino, que no São João desse ano, até raposa “Expromentou” da branquinha.
QUADRILHA DO HELENA. (FOTO: B. CHAGAS).
É bem verdade que o São João perdeu muito brilho devido ao asfalto em muitas ruas que não puderam acender fogueiras. Mas também ouve grande diminuição dessa prática em inúmeras outras de calçamento ou de terra. As fogueiras nas ruas sofreram uma baixa de mais de 50%. A festa do santo encolheu bastante e o geral passou a ser localizado. Mesmo os fogos de artifício deram o ar da graça, com rojões e foguetes esporádicos Na terra, bombas e traques procuravam lembrar os velhos tempos e muitas palhoças e bares amanheceram o dia despejando forrós.
Ontem mesmo, encerrando a sequência dos três santos, a quadrilha da Escola Helena Braga das Chagas, fechou a parte festiva do mês. A Culminância do Projeto Junino foi um sucesso do Bairro São José que movimentou o grande salão da escola. Vários tipos de brincadeira tomaram conta de alunos e funcionários nas fases antes e depois da quadrilha. Muito esperado também um forró que furou a rotina dos inúmeros dias de aula. No final da manhã, um lanche reforçado à base de comidas típicas, onde o milho novamente foi o rei. E por falar em milho, foi eleita a Rainha do Milho e o Rei do Sabugo, que distribuíram simpatia e mais simpatia pela animada plateia.
Para o ano tem mais, amigo, quem perdeu, perdeu. Foi tinindo de bom.


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A JANELA FECHADA

*Rangel Alves da Costa

Causa uma profunda tristeza avistar uma janela fechada. Toda vez que está fechada, então logo se mostra no seu inverso: abrir-se para o outro lado, para o mundo, para a vida.
Em muitas residências, é a janela aberta quem primeiro dá bom dia ao alvorecer. Através dela também se toma conhecimento da realidade lá fora. Os olhos passeiam adiante de seu umbral.
De repente a vizinha vai chegando ao redor da janela e começa a contar as primeiras do dia. Fofoca de não acabar, mas a outra gosta e vai puxando conversa sobra a vida alheia. Lá dentro a panela até pode queimar, pois o interessante mesmo está na janela.
É pela janela aberta que a folha seca entra, que a poeira toma conta da sala, que a flor é jogada na intenção da mocinha. E esta, toda sonhadora, nela se debruça ao entardecer para sonhar com o seu príncipe encantado.
Mesmo entreaberta, a janela não deixa de ter serventia ao olhar e ao que se deseja avistar lá fora. Pelas frestas a solteirona procura um jovem que passa, suspira seus desejos e sonhos, enrubesce, lamenta e chora.
Mas depois de fechada, eis que a janela passa a ser de uma tristeza infinita. Surgem os temores, as conversas e as indagações se assim permanece por muito tempo. E se assim permanecer, então tudo se torna em sofrimento e saudade.
Basta que a janela fique algum tempo fechada e a casa inteira se mostra como inabitada, como abandonada, como reclusa em solidão. Dá vontade de chegar pertinho e bater na madeira, chamar e chamar.
Quantas janelas fechadas não se mostram como cruzes de eternos adeuses? Quantas janelas fechadas não se mostram como lenços molhados de entristecimentos? Quantas janelas fechadas não se afeiçoam ao nunca mais?


Triste saber que a pessoa sempre acostumada a estar debruçada sobre a janela jamais vai ser ali avistada. Pessoa de bom dia e boa tarde, pessoa de proseado e de olhar alegre e festivo ali no seu cantinho. Mas que de repente some da janela para nunca mais.
Uma janela que se fecha à boca da noite e na manhã seguinte já não se abre mais. No meio da noite a família vai embora, toma a estrada rumo a outro destino e ao viver menos sofrido que aquele permitido pela seca grande.
Uma janela que se fecha como se chorosa estivesse. Não quer ser fechada. Não quer a escuridão e o abandono, mas não possui forças para continuar aberta. As despedidas sempre começam pelas portas e janelas que choram antes mesmo de serem fechadas.
Então vem a ventania como se tivesse mãos para na janela bater. E bate e bate. E chama e chama. Volta e vem mais forte. E chama e chama. E bate e bate. Ninguém responde, ninguém chega para abrir. Então o vento chora e vai embora.
Noutras vezes, atrás da janela fechada há verdadeiros tormentos. A solidão, o abandono, a viuvez, a carência, a depressão, a angústia, a saudade, os retratos mentais que não querem ir embora. Tudo isso se mostra emoldurado na janela fechada.
Quem passa pela frente nem percebe. Quem avista a janela simplesmente fechada sequer imagina o quanto nela pode estar acontecido. Travesseiros molhados de lágrimas, olhos chorosos, bocas ávidas para gritar.
Também a janela que falsamente se mantém fechada, mas apenas recostada para que as traições se consumam, os corpos adúlteros se encontrem, as camas se molhem de apressados prazeres.
Assim, a janela vai cumprindo sua sina. Aberta para o amanhecer, para o sol, para a lua, para a ventania. Ou simplesmente fechada. Fechada e triste, chorosa, abandonada, apenas uma madeira emoldurada de angústia e solidão.

Escritor
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OITAVO VÍDEO CANGAÇO - CHIQUINHO RODRIGUES Parte 1

Por Aderbal Nogueira

Uma das maiores barbaridades e chacinas do cangaço: A cangaceira Inacinha, mulher do temido cangaceiro Gato, foi aprisionada pelo Ten. João Bezerra. Gato, ao saber de seu aprisionamento, dirigiu-se à cidade de Piranhas achando que ela estava aprisionada naquela cidade. No caminho à cidade o bando fez inúmeras mortes de inocentes sertanejos pelo caminho. Durante a tentativa de invasão à cidade, o Sr Chiquinho Rodrigues, avô de minha querida amiga Sonia Jacqueline Rodrigues e bisavô de Celsinho Rodrigues participou da defesa da cidade. Assista aqui como se deu o ataque e como a população se via durante um intenso e perigoso tiroteio.

https://www.youtube.com/watch?v=r9lQa4XGGoo

Publicado em 4 de out de 2017

Chiquinho Rodrigues conta como aconteceu o ataque de gato a cidade de Piranhas.
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BILHETE DE LAMPIÃO SOBRE PEDRO DE CÂNDIDO


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GRUPO EVOLUÇÃO PIANCÓ LEVA REFLEXÃO ATRAVÉS DO CINEMA


Uma produção audiovisual genuinamente paraibana retratou de forma metafórica o massacre dos cães de rua de Igaracy.

O filme, intitulado "Eutanásia ao Lázaro", dirigido por Paullynho Piancó, conta a história de um andarilho (Lázaro) que ao chegar na fictícia cidade de Inocência é brutalmente executado sob ordem do Secretário de Saúde do município.

Segundo o diretor, a obra "personifica a invalidez dos desfavorecidos e excluídos de uma sociedade predominantemente preconceituosa e ímpia, e simboliza a necessidade da humanidade desenvolver uma nova consciência ecológica e humanitária".

Créditos. Secretaria do Estado da Cultura da Paraíba.

O filme já foi lançado na cidade de Piancó, e está disponível no youtube: 

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Este material tinha sido enviado pelo professor José Romero de Araújo Cardoso

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COMEÇA A VINGANÇA DOS FERREIRAS


Por Anildomá Willans de Souza
https://www.assisramalho.com.br/2011/12/exclusivo-diretor-do-museu-do-cangaco.html?m=0

A incessante perseguição de Zé Saturnino e dos Nogueiras foi determinante para Antônio Matilde e os irmãos Ferreiras arrochar o nó até sangrar, se não para matar os inimigos, pelo menos para provocar um prejuízo material difícil de recuperar. Para isso, foram a Vila de São Francisco conversar com o chefe, Sinhô Pereira, relataram o plano e terminaram dizendo que queriam cinco homens dos bons para ajudar na empreitada.

Somando os irmãos ferreiras, Antônio Matilde, Antônio Rosa e os irmãos Beneditos, já davam doze, com arma e munição suficiente para brigar dois dias sem parar.

Sob o comando de Antônio Matilde a base de operação foi montada na fazenda Mata do Pato, nos arrabaldes da vila de São Francisco, de onde remeteria comandos de ataque. Era a primeira semana de março.


Montados em cavalos, logo após o café da manhã, os cangaceiros tomaram rumo, e obedecendo a um plano esquematizado por Virgolino, foram completamente destruídas e arrasadas as fazendas Serra Vermelha de João Nogueira, a Pedreira, de Zé Saturnino, e Mutuca, de Venâncio Barbosa. Com garranchos secos e as varas das cercas foram feitas fogueiras atingindo as casas, chiqueiros de bodes e de galinhas, com as chamas se espalhando pelos matos e roçados, escangalhando os currais, fazendo o gado fugir embaraçado, enquanto grandes redemoinhos de fumaça iam subindo empurrado pelo vento, dificultando avistar o sol, com as labaredas famintas devorando tudo pela frente.

Os donos das propriedades encontravam-se reunidos em Villa Bella fazendo planos para as eleições municipais que se avizinhava, sem saberem que a vingança dos Ferreiras estava começando. Os moradores correram apavorados, sem a mínima condição de tracejar alguma reação.

Dezenas de reses mortas a tiros, centenas de criações esturricadas, os currais queimados, as cercas completamente destruídas e os matos ainda crepitando com o fogaréu, um espetáculo tétrico e assustador, uma carnificina dos diabos, parecia um inferno na terra e os bichos eram os condenados, com os gritos dos atacantes sedentos por vingança fazendo uma mistura funesta com os berros e urros dos animais terrificados.

Um fedor de carne e chifre, ossos e pelos queimados, misturados com toda diversidade de matos e madeira soltando uma fumaceira puxando a um pretume feio danado, deixou o ar impossível de respirar, dando náuseas em qualquer pessoa num raio de seis quilômetros. Parecia que o mundo tinha se acabado naquele pedaço de chão.

Os cangaceiros viram que não tinha mais nada em pé, deram o sinal combinado e se retiraram, indo comemorar o sucesso da empreitada nos bares da Vila de São Francisco. Antes do final da tarde os proprietários retornam avisados pela vizinhança, trazendo um contingente de policial e cabras arregimentados no percurso de Villa Bella ao local.

João Nogueira ao ver o estado de sua fazendo, entre vômitos e choros desesperados, gritava que não quer mais saber de um Pereira vivo, que vai buscar os filhos de José Ferreira debaixo da saia da mãe de satanás. Com o amor-próprio arrebentado, entrou de cabeça num estado profundo paranoico de depressão, sem força para nada.

Na fazenda Mutuca, Venâncio Barbosa não disse uma palavra sequer, ficou em estado de choque, paralisado, sendo socorrido pelos amigos e vizinhos. Por vários dias ficou alheio ao mundo, sem dormir e nem comer, nem falar coisa por coisa, apenas murmurava palavras e frases desconexas. Aos poucos foi tornando a consciência, mas sem ação para nada.

Zé Saturnino foi o único que ainda conseguiu tracejar os pensamentos. Montou em um cavalo, acompanhado do seu cunhado Vicente Moreira, num galope só chegaram à fazenda Juá, em Custódia, na casa do seu tio Cassemiro Honório. Este estava cavando um poço na frente de sua casa, com uns trabalhadores, ouviu todo relato do sobrinho, não precisou muitas palavras para o velho Cassimiro sacudir fora as ferramentas, mandou os trabalhadores se armarem, montaram em seus cavalos e sem perca de tempo dezoito homens armados até os dentes, tendo a frente Cassimiro Honório, Zé Saturnino e Vicente Moreira, partem num galope enfurecido na direção do Pajeú, não fizeram nenhuma parada e ao chegarem foram direto para o possível campo de lutas. Ao chegarem à Lagoa da Laje ouviram uns tiros. Esconderam-se em umas pedras, sabendo que deveriam ser os inimigos e que logo passariam por ali. De fato, era Zé Benedito com um sobrinho de Antônio Matilde que vinha formando um grupo de nove cangaceiros e haviam terminado de matar algumas reses no bebedouro.

Ao se aproximar de onde estavam entrincheirados, a cabroeira fez fogo deixando Gino, sobrinho de Antônio Matilde, morto com mais de trinta tiros, e os outros correram, saindo também Zé Benedito com leve ferimento no braço. Os cabras de Cassimiro Honório continuaram entrincheirados no mesmo local aguardando o socorro que certamente viria para desforra.

Antônio Matilde ouvindo o tiroteio, imaginou de que se tratava e correu em auxilio, com seus seis homens, sem ter percorrido um quilometro encontrou os que vinham fugindo. Ao escutar a conversa de quem eram os atacantes, lamentou ter de brigar com o antigo companheiro de armas. Virgolino ainda retrucou dizendo que seria perigoso voltar pelo mesmo caminho que eles vieram, o melhor seria fazer a volta e pegar os inimigos pela retaguarda. Antônio Matilde não concordou e puseram-se a caminho do local da briga.

Ao chegarem à Lagoa do Laje encontraram logo o morto, enquanto pegavam alguns objetos do defunto, as armas dos cabras de Cassimiro Honório eram apontadas para os emboscados. Trava-se violento tiroteio com as balas zunindo por toda parte.

Antônio Matilde leva um balaço nas costas atingindo os pulmões, ficando fora de combate, mas ordenando que continuasse a peleja sob o comando de Virgolino.

Cassimiro Honório estava no limite das suas condições sem chance de avançar e liquidar os inimigos, porque Virgolino se mantinha bem entrincheirado, embora cercado por todos os lados. 

Sinhô Pereira estava na Passagem do Brejo, quando escutou a fuzilaria mandou sete dos seus homens darem reforço a Antônio Matilde. Em pouco tempo chegaram ao local e foram entrando no fogo, animando Virgolino.

A tarde ia caindo, mas a luta continuava firme, sem ninguém arredar o pé. A situação ficou de um jeito que não se tinha como avançar nem como recuar, nem de um lado nem do outro. Ao que indicava tudo iria para uma luta corpo a corpo, na ponta da faca, todo mundo se esbagaçar no punhal, para num sobrar nem as tilancas.

Cassimiro Honório manda atear fogo no mato e no meio da fumaça os combatentes dos dois lados , abaixados e rastejando como bichos por trás das rochas e troncos de árvores, conseguem deixar para trás o campo de luta após cinco horas de intenso tiroteio. Antônio Matilde foi conduzido para fazenda Carnaúba, onde recebeu tratamento, ficando completamente curado em menos de dois meses.

Fonte: LAMPIÃO E O SERTÃO DO PAJEÚ
De: Anildomá Willans de Souza

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PERSONAGENS SARGENTO DE LUZ, O MATADOR DO CANGACEIROJURITY

Por Rubens Antonio

A localização de imagens relacionadas ao cangaço é relativamente fácil. Mais difícil é a disposição de imagens em qualidade melhor, incluindo-se nitidez e resolução. O caminho é ainda mais pedregoso quando buscamos uma fotografia que mostre uma personagem determinada.


Uma delas é a do sargento De Luz.

Conforme Alcino Alves Costa, seu verdadeiro nome era Amâncio Ferreira da Silva, um pernambucano, nascido em 1905, que, passando ao Estado de Sergipe, acabou, neste Estado, integrando a sua polícia. Seu maior feito lembrado relaciona-o ao cangaceiro Jurity.


 Jurity em tempo de cangaço 
Pós-Cangaço, já como o cidadão Manoel Pereira de Azevedo. (imagem obtida por Rubens Antonio em suas pesquisas nos arquivos baianos)

Localizando-o, o sargento De Luz, ironizou.
"- Não sabia que era tão fácil pegar um jurity!"

Apesar da exibição de documentação comprovando ser uma pessoa quite com a Justiça, valendo-se do mesmo estar desarmado, enquanto estava acompanhado de praças armados, não só lhe deu ordem de prisão. Em um dos atos mais covardes, em tempos já pós-cangaço, foi conduzido a lugar ermo onde executou-o, atirando-o vivo em uma fogueira.

A única imagem, até agora, reconhecida, era aquela obtida por Alcino Alves Costa:


Porém, a reobservação e reestudo de material disponível pode conduzir a revelações. A foto abaixo, publicada no "A Noite Ilustrada" de 08 de novembro de 1938, mostra a entrega do subgrupo comandando pelo cangaceiro Pancada.


Em sua legenda uma identificação reveladora.


Eis, enfim, uma imagem em melhor qualidade e menos alegórica do temível Sgtº De Luz, uniformizado e aparatado, em um evento relacionado ao fim do Cangaço.


Conforme Alcino Alves Costa, De Luz foi executado em uma tocaia encomendada por seu sogro, em 1952.

Pescado no essencial  Cangaço na Bahia


Já eu pesquei no blog Lampião Aceso do pesquisador do cangaço Kiko Monteiro

http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/Sargento%20De%20Luz

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HOJE FAZ EXATAMENTE 10 ANOS QUE MINHA MÃE PARTIU... QUANTAS SAUDADES !

Por Lili Neli



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