Por Júnior Almeida
Estaremos no
próximo dia 21 de julho na PRAÇA DA PALAVRA (praça da fonte luminosa), às
16 horas, durante o 28º FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS lançando nosso mais
recente trabalho; LAMPIÃO, O CANGAÇO E OUTROS FATOS NO AGRESTE PERNAMBUCANO,
onde discorremos sobre fatos ainda inéditos na região dentro
da literatura especializada na saga cangaceira.
O LIVRO, por
Roberto Almeida: Com poucos mais de 40 anos de idade, Júnior Almeida
lançou seu primeiro livro, “A Volta do Rei do Cangaço”, uma ficção com um toque
de Quentin Tarantino, pois mostra Virgulino vivo nos tempos atuais, como
vítima de uma espécie de maldição que o torna imortal e não o deixa envelhecer.
“Tarantino
mudou a história matando Hitler num atentado, por que não posso ressuscitar
Lampião? ”, explicou Júnior, ao comentar o romance, que teve boa acolhida na
região e em outras partes do país, principalmente pelos intelectuais
apaixonados pelo inesgotável tema do cangaço.
Agora, o
escritor volta ao tema, mas desta vez deixa de lado a ficção e nos apresenta um
trabalho de uma minuciosa pesquisa de campo, livros, jornais antigos e
documentários, mostrando como o cangaço esteve presente em algumas cidades do
Agreste Meridional, na primeira metade do Século XX.
O livro
registra as ligações de coiteiros, volantes e cangaceiros com o Agreste
Meridional, nas cidades de Águas Belas, Garanhuns, Angelim, Capoeiras, São
Bento do Una, Caetés, Canhotinho e Paranatama, e a passagem de Lampião e outros
bandoleiros por algumas delas.
Na sua
pesquisa, Júnior descobriu fatos relacionados com os “fora da lei do Sertão”,
nunca antes revelados e o que são agora, neste livro que representa uma
contribuição para a História do Cangaço, do Agreste, de Pernambuco e do Brasil.
Um dos
personagens que chama a atenção, no trabalho, é José Caetano, um dos maiores
nomes no combate ao cangaço, militar que lutou contra as forças de Antônio
Silvino, Sinhô Pereira e Lampião. O destemido volante morou em várias cidades
de Pernambuco e terminou a vida em Angelim, a pouco mais de 20 km de Garanhuns,
onde está sepultado.
Dona Branca,
de Paranatama, que viveu até os 103 anos de idade, foi entrevistada mais de uma
vez pelo autor do livro e passou informações bem interessantes da passagem de
Lampião por Paranatama, alguns anos antes do bandido ser assassinado pelas
forças volantes, em 1938.
Capitão
Virgulino Ferreira passou uma das maiores humilhações de sua vida no ataque a
Paranatama, que à época se chamava Serrinha: sua companheira, Maria Bonita,
levou um tiro na bunda e os cangaceiros tiveram de fugir pressas, levando a
mulher nos braços.
Lampião saiu
cheio de ódio a Serrinha e prometeu voltar um dia para incendiar a vila e matar
todo mundo que morava no lugar.
Tudo isso e
muito mais, num estilo seco, objetivo, você vai encontrar em “Lampião, o
Cangaço e Outros Fatos no Agreste de Pernambuco”.
Vale a pena a
leitura pelas informações inéditas, por esse novo olhar no fenômeno do cangaço
e pela identificação do autor com a realidade de uma parte do Agreste de
Pernambuco.
Júnior se
interessou por História e está fazendo História, com seus livros que falam de
bandoleiros conhecidos, que retratam a luta das forças do governo contra os
pistoleiros da primeira metade do século passado, com violências praticadas
pelos dois lados e o povo pobre sofrendo, vítima dos cangaceiros, dos coronéis
do Agreste e Sertão, do próprio Governo, que ontem, como hoje, tende a servir
aos poderosos.
*Fotos:
1-Autor; 2 - Convite do FIG; 2-Capa do livro.
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