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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Enterro de Eliogéria Pacheco. Corisco e Dadá estavam presentes...


Enterro de Eliogéria Pacheco. Corisco e Dadá estavam presentes... Na minha opinião, a selecionada é Dadá (pelo vestido e pela testa alta) e Corisco (como estava a cavalo) pode ser um dos que estão apagados na foto (ou está mais atrás). O que vocês acham disso? Fonte: Liandro Antiques. Conhecem esta história? 24 de maio de 1940. Achei este texto no site A Feira Antiga, escrito por Antônio do Lajedinho: "Em 1938 a polícia matou os principais cangaceiros do bando de Lampião, inclusive ele e Maria Bonita. Posteriormente prenderam outros bandidos, alguns se entregaram e outros fugiram.

Estava com uma parte do bando em outra localidade o cangaceiro Corisco, um dos poucos bandidos realmente valente, conhecido e apelidado pelas volantes policiais de “Diabo Louro”. Tendo servido ao Exército, conhecia muito bem o manejo de armas, especialmente o fuzil, com o qual era excelente atirador. Logo que o cangaceiro soube da morte do seu chefe, Lampião, procurou investigar quais foram os traidores e dias depois voltou a Piranhas, Alagoas, onde matou aqueles que ele julgou traidor. Dali fugiu, escondendo-se nos lugares que conhecia e os sabia seguros. Nos fins do ano de 39 Corisco decidiu abandonar o cangaço e traçou um plano para fugir, via Bom Jesus da Lapa. Assim com roupas simples e chapéu de romeiro, cabelo cortado e usando óculos, Corisco, com Dada e um casal de cangaceiro também vestidos à romeiro, partiram com destino ao Estado de Minas Gerais em seu objetivo. No dia 24 de maio chegavam em Barra do Mendes, Bahia, e, distantes seis quilômetros da Cidade, na Fazenda Pulgas, onde encostaram e pediram arranchamento, sendo atendidos pelo velho José Pacheco e sua mulher Virgilina Rosa de Souza, esta ainda viva com 94 anos. Naquele dia havia falecido D. Eliogéria, moradora da fazenda. Após uma noite de velório na fazenda, no dia seguinte todos os moradores da região vieram acompanhando o enterro até a Cidade de Barra do Mendes.


Depois do sepultamento todos se dirigiram para um boteco perto do cemitério e ali começaram a beber. Um rapaz da cidade, filho de família abastada e acostumado a tomar liberdade com as roceiras do lugar, vendo Dada, bonita e com o corpo bem feito, logo se aproximou, baixou a mão e deu um beliscão na bunda da mulher que ele nem conhecia. A mulher (Dada) lhe dirigiu um olhar de fúria, mas apenas afastou-se para colocar-se ao lado do marido, Corisco, sem nada dizer a ele. Afinal não podiam mostrar suas garras. Ao regressarem do cemitério, todos os cangaceiros se recolheram aos cômodos da casa de farinha, onde estavam arranchados. Nesse momento, chegou o tenente José Rufino com um pequeno caminhão cheio de soldados bem armados. Ali metralharam Corisco e Dada, enquanto o outro cangaceiro conseguiu fugir. Corisco e Dada, ainda vivos foram levados no veículo.

A notícia logo se espalhou e os companheiros do rapaz que dera um beliscão logo foram dizer a ele que a mulher que ele beliscara era Dada, mulher de Corisco. Sem procurar notícias da morte ou não de Corisco, o rapaz fez imediatamente suas malas e partiu para São Paulo, só voltando muitos anos depois."

O próprio Liandro Antiques comenta no Blog: "Boa Noite meu caro Sr. Antonio, não sei se o Senhor se lembra de mim, mas estive em sua casa com Eduardo Mendonça, e tive o prazer sem par de tê-lo conhecido.

Gostaria de pedir licença para fazer uma pequena observação em seu artigo sobre Corisco;

D. Virgilina não era esposa do Velho Zé Pacheco, mas sim a D. Brasilina Maria da Conceição, D. Virgilina era esposa de Joaquim Geraldo e morava distante 3 km da Fazenda Pacheco, em Veneza.Ela faleceu em 2005.

Quanto ao momento da morte de Corisco, só ocorreu no dia seguinte dia 25 de maio depois da feira do Barro Alto (num sábado). D. Leogera, era filha do Fazendeiro Zé Pacheco.

Tomo a liberdade de dize-lhe que muita coisa do que contaram sobre a estada Corisco na Fazenda Pacheco é puro mito. Estou realizando pesquisas e juntando documentos para provar isto.

Espero ter contribuído em algo e ser merecedor de vosso perdão por ter a ousadia de fazer a correção, mas acredito piamente que uma pessoa do seu quilate não tem o mínimo interesse em continuar equivocada com cousas errôneas que com certeza passaram-lhe. 

Muito grato e à sua disposição.
Do aprendiz".
Assim se faz a história...

Comentário do pesquisador Voltaseca Volta

O assunto é muito interessante, e, necessita de uma análise dos estudiosos do tema. Embora A FOTO principal esteja um pouco desfocada, mas os recortes e aproximações deixam muitos vestígios comparativos, que devem ser levados em consideração.

1º) DADÁ E CORISCO estiveram no citado enterro;

2º) A bibliografia cangaceira, especificamente, o livro DADÁ E CORISCO, pg 170 ( Autor Antonio Amaury ), além de outros, informam que no cortejo, foram todos a CAVALO, inclusive CORISCO (veja, acima, cópia da página que informa esse fato.

3º) A mulher de VESTIDO COM FLORES ESTAMPADAS, bem como, comparando a “TESTA" dela, bastante saliente, se assemelha, em muito, com a de DADÁ, bem como, com o VESTIDO que essa mesma usava, quando foi presa e encaminhada a Salvador (veja, foto acima).

4º) Corisco ao tentar fugir, cortou o CABELO, bem como, estava de BARBA, mal feita.

5º) Foi Dadá quem costurou a roupa da "finada", bem como afirmou em vários depoimentos, que compareceu com CORISCO, ao aludido enterro.
6º) Observe que todos os homens a cavalo, estão de chapéu. No caso de Corisco, nós temos dois motivos para isso; a) Esconder um pouco seu visual, e b) proteger do sol.

CONCLUÍNDO, embora tal fato/FOTO careça de um melhor estudo, mas demonstra que há fortes INDÍCIOS de que seja o famoso casal cangaceiro.

Com a palavra, os estudiosos.VEJA, FOTO DA PÁGINA DO LIVRO.

Fonte: facebook
Página: Robério Santos

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NAS TRILHAS DO CANGAÇO: ELIAS VENTURA, SOBREVIVENTE DA FAZENDA PATOS

Por João de Sousa Lima

ELIAS VENTURA: UM SOBREVIVENTE DA FAZENDA PATOS.

Logo após a morte de Lampião, no dia 28 de julho de 1938, Corisco que estava sendo aguardado pelo Rei do Cangaço, estando do outro lado do rio, em Alagoas, ouviu o tiroteio e depois confirmou a morte do famoso cangaceiro, através de uma fotografia das cabeças que lhe chegou às mãos através de um coiteiro que havia ido a Piranhas saber se a notícia da morte era verdadeira. Estava confirmado: Lampião morreu mesmo. 

João de Sousa Lima e Elias Ventura

Corisco ficou arquitetando sua vingança. Por mais que sua imaginação buscasse uma resposta, Domingos Ventura, vaqueiro da fazenda Patos, de propriedade de Antonio Brito, Avô de Cira Brito, esposa do tenente João Bezerra. 

Cyra Britto e João Bezerra

Alguns depoimentos citam a traição confirmando ser Domingos Ventura, pelo próprio traidor de Lampião: Joca Bernardes. O Joca teria dito a Corisco que Domingos havia traído Lampião. Na verdade ele mesmo, o Joca, havia denunciado que Pedro de Cândido sabia onde Lampião se encontrava acoitado.


Na fazenda Patos o senhor Odon Ventura, filho de Domingos, era grande coiteiro de Lampião. Sua esposa Maria da Glória havia dado a luz ao filho Elias Ventura, dia 20 de julho de 1938 e estava com doze dias de resguardo.   Corisco chegou à fazenda dia 02 de agosto, Guilhermina, esposa de Domingos, foi fazer café para os cangaceiros. Dadá conversava com Maria da Glória quando entrou um cangaceiro que falou:

- O capitão mandou buscar essas duas!

Dadá perguntou:

- Buscar pra quê?

- Pra matar elas!

- Cadê Guilhermina e Valdomira?

- Já morreram!

Dadá levantou-se e foi aos fundos da residência. No curral de pedras deparou-se com uma dantesca cena. Ela viu os cangaceiros matarem os inocentes.

João de Sousa Lima, Elias Ventura e Joventino

No momento foi chegando Domingos Ventura e mais três filhos que estavam todos encourados campeando animais. Corisco deu voz de prisão e sem resistência os cangaceiros prenderam pai e filhos. O cangaceiro acusou Domingos de traição e por mais que o velho dissesse que não sabia de nenhuma traição e mesmo assim foram degolados. Os cangaceiros trouxeram Odo E José Ventura e mataram os dois também. Mataram as mulheres Guilhermina e Valdomira.

Seu Elias sempre bem visitado

Corisco mandou pegar Maria da Glória e Carmelita, Dadá ficou estarrecida com a matança e ordenou:

- Quem morreu, morreu, quem não morreu não morre mais. Essas ninguém mata!

Corisco aceitou a ordem da esposa.

Os cangaceiros armaram uma festa e durante toda noite dançaram ao sabor da velha cachaça, diante de seis corpos inertes, sem cabeças, rios de sangue correndo sob as pedras de um velho curral.

Geno, João de Sousa Lima, Elias, Joventino e Aldiro

Dia seguinte Corisco mandou por João Crispim, as cabeças endereçadas ao tenente João Bezerra. O prefeito João Correia Brito recebeu o macabro presente e providenciou um enterro cristão para os inocentes.

Geno, João de Sousa Lima, Elias, Joventino e Aldiro

Maria da Glória, sobrevivente da chacina, pegou seu bebê Elias e junto com Carmelita deixaram aquele palco macabro e foi residir em Água branca, no povoado Boqueirão.


Ainda hoje, naquelas paragens, habita Elias Ventura, sobrevivente da chacina da fazenda Patos. Homem simples, famoso vaqueiro, por tempos atravessou as caatingas, rasgando vestes e carne à procura de animais fugidios, pisando terras ardentes, passos que marcam na areia escaldante do nordeste suas mais tristes lembranças, imagens manchadas com o sangue que banharam sua trajetória, turvaram de dor o coração de uma criança que escapou a sede de vingança de uma sentença equivocada. Inocentes feridos. Marcas que nunca saem. Eternas feridas expostas na mais profunda caverna da alma.


Conheci Elias Ventura, por anos procurei seu paradeiro, pude partilhar sua dor, ouvir seu lamento, entender o silêncio que por décadas ele se escondeu.


Elias hoje tem 76 anos de idade, homem triste e ao mesmo tempo feliz com a família que constituiu feliz com os amigos que adquiriu realizado com sua vida de campo, campeando por longos tempos.

Eu, Genildo Alexandre, Antônio Lira do Ó, Joventino e Aldiro, estivemos com ele.


Seu depoimento é triste. Entre misto de dor e sorrisos, ele fala de sentimentos, da tragédia que abalou sua vida e entre suas palavras sábias observamos seus olhos brilharem e seus olhares se perderem na direção das árvores farfalhantes de um dia quente e empoeirado.


Desejo que Elias Ventura seja abençoado sempre, que a felicidade faça morada em seu coração ferido, que sua dor seja amenizada pela promessa da justiça Divina. 

João de Sousa lima
Historiador / Escritor

Membro da SBEC – Sociedade Brasileira de estudos do cangaço
Membro da ALPA- Academia de Letras de Paulo Afonso (cadeira nº 06)
Membro do IGH- - Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso.

Paulo Afonso 13 de outubro de 2014.

Enviado pelo autor João de Sousa Lima

http://www.joaodesousalima.com/2014/10/nas-trilhas-do-cangaco-elias-ventura.html?spref=fb

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FOTO HISTÓRICA DO BANDO DE LAMPIÃO

Da direita para a esquerda: Ezequiel Ferreira da Silva irmão do rei do cangaço Lampião. Em seguida Lampião, Calais, Fortaleza, Zé Baiano, Mariano Laurindo Granja, Arvoredo, Mourão e o cangaceiro Volta Sêca.

O cangaceiro Fortaleza foi um dos que participou da castração de Beijo, filho de Manoel Vitório. Além da castração do Beijo, os cangaceiros ainda assassinaram o seu pai Manoel Vitório, segundo Alcino Alves Costa em: "Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico".

Fonte: facebook

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Zózimo Lima, foi um dos poucos homens de imprensa a estar pessoalmente com Lampião...

Por Antônio Corrêa Sobrinho

Amigos,

Ouso dizer que o jornalista sergipano, Zózimo Lima, foi um dos poucos homens de imprensa a estar pessoalmente com Lampião, e, talvez, o único que esteve com o cangaceiro, este em efetiva atividade laboral de delinquência.

O artigo abaixo Zózimo publicou poucos meses antes de falecer, em janeiro de 1974, aos 85 anos de idade, quando recebeu a visita do colega paulista, Paulo Goginga, que o procurou em busca de informações a respeito da visita de Lampião à cidade de Capela, em Novembro de 1929, para reportagem futura.

Zózimo, no dia em que esteve à mercê de Lampião, tinha 40 anos de idade, era jornalista, correspondente do extinto "Correio de Aracaju", mas concomitantemente telegrafista desta cidade. Uma história, portanto, que ele nunca esqueceu e que sempre confirmou, nos seus escritos, durante todos os seus dias de vida restantes, ou seja, por 45 anos.

permitam-me dizer, neste momento, da honra e satisfação que sinto em ser parente de dois netos deste inesquecível jornalista, os meus queridos primos Isis Lima e Roberto Lima, filhos do meu tio por afinidade, um dos cinco rebentos do telegrafista, o saudoso George Lima, além de ser grande amigo do filho remanescente, o qual herdou também o nome do pai - Zózimo Lima filho.

"GAZETA DE SERGIPE" – 30/09/73 - REPORTAGEM SOBRE LAMPIÃO


Eu estava no meu expediente da Associação Sergipana de Imprensa (ASI), às 15 horas, quando sou procurado pelo repórter paulista Paulo Goginga, que desejava ouvir-me, como testemunha pessoal, sobre a entrada de Lampião na Capela, ao anoitecer de 25 de novembro de 1929.

O repórter me declarara ser sobrinho de Roquete Pinto, ter passado 14 anos em Paris, e regressara com o objetivo de reatar a sua vida como jornalista na pauliceia.

E vai logo batendo a minha fotografia e pondo a funcionar o gravador para apanhar as minhas informações, bastante longas, na entrevista.

Terminado o apanhado das minhas declarações, aconselho-o ir à Capela ouvir Antão Corrêa, na época chefe político da cidade, e Mano Rocha e mais o Jackson Carvalho, negociante, que, com eles, testemunhou a ocorrência.

Recebo, agora, jornais de São Paulo, com as nossas fotografias, ângulos da cidade, inclusive o busto do finado Padre Juca, vista do Cinema e do prédio, já em pedaços, da estação da Leste Brasileiro, o croqui do centro, inclusive o bordel da mundana Enedina.

A reportagem é longa, com informes inéditos nos livros que se publicaram na saga lampiônica. Virgulino não me deixou um instante, das 7 da noite às 3 da madrugada, com a ameaça de que se eu lhe desobedecesse me sangraria com aquele punhal de 75 centímetros.

Lampião receava que eu escapulisse das suas vistas e fosse transmitir, pelo telégrafo, notícias da sua entrada, com o seu bando, na Capela.

Ele entrou na Capela, procedente de Dores, com os cangaceiros Zé Baiano, Volta Seca, Moderno, Azulão, Beleza, Nevoeiro, Corisco, Pancada, Ponto Fino, Arvoredo, Gavião e Fortaleza.

Alcançou-me no Cinema, quando eu, calmamente, com o juiz Otávio Teles de Almeida, que tremia como vara verde, assistia ao filme de Janet Gaynor.

Os quatro soldados do destacamento deram o fora, receosos de um ataque ao quartel. E Lampião, com seu grupo, entrou cantando:

“Ó muié rendeira”, e dizendo, bem alto, “É Lampião  que vai chegando. Amando, gozando, e querendo bem. Manso é como arroz doce; mais zangado, é salamanta.”

E comigo percorreu todas as bodegas, tomando cachaça, e me fazia também beber. Lá para as tantas já eu estava bastante grogue e metido a valente.

Estou, agora, com esta reportagem, junta a outras publicadas no Jornal da Tarde e no O Estado de S. Paulo. Fora eu testemunha desses trágicos acontecimentos sem ganhar um vintém, um insignificante elogio dos chefes da minha classe funcional, enquanto outros, sem perigo, como eu, de ser assassinado, iam ganhando medalhas do governo de então.

Tenho sido, na vida, principalmente como jornalista a serviço da política, miseravelmente explorado.

Fonte: facebook

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