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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

A JORNALISTA FRANCESA QUE DESEJOU ENCONTRAR LAMPIÃO.


Material do acervo do pesquisador do cangaço Antônio Corrêa Sobrinho

CLAUDE EYLAN EM PERNAMBUCO
UMA VIAGEM ACIDENTADA – CULTURA VÁRIAS VEZES SECULAR – A PARISIENSE QUE SE VESTE NO RECIFE – LAMPIÃO NA ZONA – PORTINARI
IMPRESSÕES DUMA COLABORADORA DA “
REVUE DES DEUX MONDES”

Henri KAUFFMANN

(Para os “Diários Associados”)

- Como foi a viagem?

Ao formularmos a pergunta banal, quando a poucos dias, Claude Eylan desembarcou de Pernambuco, esperávamos, de certo, alguns detalhes pitorescos, observações justas e profundas palavras amáveis.

Nossas previsões, porém, foram de muito ultrapassadas e verificamos mais uma vez que ver e ouvir não são apenas sentidos. São dons, e dons raros. Todo mundo registra uma vista ou um som; somente os privilegiados recebem das visões e dos sons a emoção que, segundo os casos, se transforma em obra de arte, página de literatura ou “impressões” no sentido mais completo e mais elevado da palavra.

Claude Eylan manifesta sua alegria.

- Tenho tantas coisas para lhe contar – dia a jornalista e escritora francesa. – Pensava até telefonar-lhe, não que eu julgasse ter novidades para contar sobre uma terra já muito visitada, mas porque quero agradecer publicamente a fidalguia com que me trataram no Recife e no sertão, todas as atenções que recebi de todos, desde o governador até o mais humilde dos caboclos.

A escritora da “Revue des Deux Mondes” pronuncia com amor essa palavra “caboclo”, e um ligeiro sotaque, a par da ternura da voz, dão a essa palavra nossa o sabor inesperado e raro d’uma fruta da selva num ambiente de luxo.

Havíamos preparado algumas perguntas mas deixamo-las de lado.

O entusiasmo da Baronesa de Boccop (verdadeiro nome da escritora) externa-se de tal forma – calor e sinceridade – que toda tentativa no sentido de canalizá-lo entre os paredões dum questionário lhe prejudicaria a espontaneidade.

A GENTE PERNAMBUCANA

Holandesa, pelo seu casamento, Claude Eylan não podia deixar de ligar a visão de Pernambuco a certo período de seu passado:

- Compreendendo – assevera – porque os holandeses sentiram a atração dessa região que recorda suas paisagens: os canais, frequentemente o próprio céu, lembram o ambiente dos Países Baixos. Não falarei, porém, da paisagem tantas vezes descrita, mas sim da gente pernambucana, pouco conhecida, ao que me parece, e injustamente mal apreciada. Disseram-me, quando preparava minha viagem, que o Norte não progredia e que faltava ao nortista o espírito empreendedor e o gosto do trabalho. É absolutamente falso, pois, somente encontrei em Pernambuco, gente ativa e trabalhadora.

- Conheci as cidades e percorri o interior; estive em contato com intelectuais e operários, homens políticos e gente do sertão, ricos usineiros e modestos empregados, e encontrei em todos as mesmas características que revelam uma civilização várias vezes centenária; uma atividade que não é febril nem espalhafatosa, mas que repousa na vontade de vencer e encontra motivo de satisfação nas realizações do passado, nos empreendimentos do presente e nos planos para o futuro.

Outra característica de Pernambuco, e isso também se aplica a todas as classes, é a educação. Mesmo em pleno sertão, entre três caboclos e a natureza ainda rebelde, a gente se sente num ambiente de fidalguia. O pernambucano é um “gentleman”.

EXCURSÃO À CACHOEIRA DE PAULO AFONSO

Claude Eylan, a todo momento, fazia referência ao sertão e aos sertanejos. Visivelmente, nosso interior impressionou-a, e seu entusiasmo desperta nossa curiosidade. Perguntamos onde foi, quando e como.

- Por iniciativa de um grupo de amigos, foi organizada uma excursão à cachoeira de Paulo Afonso. Acompanhou-me o escritor pernambucano Mario Melo, grande conhecedor do sertão e dos índios da região.

Partimos de automóvel, com um itinerário que incluía uma visita a várias vilas do interior e a diversos acampamentos de índios. Passamos a primeira noite em Caruaru, uma cidadezinha que achei muito interessante, mais pitoresca, para nós, que as do Sul, porque conservou seu caráter e dela emana a tradição do passado e da civilização pernambucana.

A escritora continua:

- Daí fomos a Garanhuns, onde tivemos a sorte de chegar num dia de feira, espetáculo curioso em que aparecem ao olho do estrangeiro muitos detalhes que são outras tantas revelações sobre os usos e costumes.

Que vida e que cores! Como teria gostado de ser pintora e poder fixar essa visão. Bem entendido, não fugi às praxes turísticas; comprei uma porção de coisas que achei curiosa e também, por uma espécie de pressentimento (podemos ter uma pane – disse ao doutor Mario Melo) adquiri uma rede.

- Seguindo viagem, paramos em Águas Belas, onde fica um acampamento de índios. O que o governo faz para adaptar os silvícolas à nossa civilização é admirável. É uma grande obra, mas não esconderei que o espetáculo desses índios, na fase transitória em que se encontram, me deixou uma impressão de tristeza, já não são mais índios e ainda não são nossos iguais, quanto à civilização. Perderam sua personalidade, estão se desfazendo de suas características, mas não são assimilados; deixaram seus costumes e não adquiriram outros. Não podem ser defendidos, porque ainda não se definiram.

A escritora francesa teve visivelmente a sensibilidade despertada, e sua admiração pelo esforço gigantesco e pelas realizações tinge-se de piedade. Mas a narrativa é como a viagem: uma pequena pausa e, novamente, a marcha rumo a outros horizontes.

A SOMBRA DO FACÍNORA

Passaram a segunda noite da excursão ao sertão num pequeno hotel, cuja dona, segundo a expressão de Claude Eylan, a recebeu “como uma dama”.

No dia seguinte, chegaram à Cachoeira de PAULO Afonso. Espetáculo grandioso, em que a escritora se esforçou por não ver a usina.

- Aprecio demasiadamente a natureza – explica.

O regresso foi cheio de peripécias.

- A estrada não era das melhores – diz Claude Eylan com indulgencia – e, durante a noite, veio a inevitável “pane”. Estávamos em pleno sertão, e nas povoações que havíamos atravessado disseram-nos que Lampião estava nas proximidades. Que perspectiva, mas que bela reportagem. Aliás tudo bem pensado, esse “bandido” não deve ser muito perigoso: a gente sertaneja é tão amável.

- Mesmo assim, eu e minha rede abandonamos o carro e depois de uma hora de marcha, ao luar, encontramos uma choupana. Estendi a rede e dormi uma das minhas noites mais belas. O luar sobre o sertão, as carícias do ar. Mesmo assim, a ideia de Lampião voltava por vezes a me preocupar, tanto mais que havia um pássaro, ou uma ave (cujo nome esqueci), que, de vez em quando, fazia “hou.. hou... hou...” com uma vez igual a das pessoas quando se chamam umas às outras. Com certeza era pessoal de Lampião – pensava eu – mas não fazia mal, não; a gente do Norte é gente tão boa. Aliás que venha o Lampião. Tenho na bolsa o recorte duma entrevista que dei a O JORNAL. Ele a lerá. Compreenderá que sou uma jornalista estrangeira e não deixará de me tratar bem. É capaz até de me pedir para publicar sua fotografia na “Revue des Deux Mondes”.

Creio que será difícil; eles lá são muito conservadores. “Hou... hou...” dizia a ave; a lua projetava, em feitios estranhos, a sombra dos cactos sobre o deserto; os passos do chofer, que chegava do carro à busca de ferramentas, ressoavam no silêncio da noite sertaneja. Mas Lampião não apareceu. É pena teria gostado de encontra-lo; não deve ser tão ruim quanto dizem. Não há gente ruim no Brasil. E com esse pensamento consolador e reconfortante, tornei a dormir até o romper do dia.

OUTRA PARADA INVOLUNTÁRIA

- Mal tínhamos começado a nova etapa, houve outra pane. Mas uma vez abandonamos o carro e caminhamos à procura de uma habitação. Dessa vez a casa era de um rico caboclo, casa de luxo para o lugar. Ofereceram-me tudo quanto havia e foram procurar tudo quanto podia ser encontrado de frutas e verduras para não me fazer infringir meu regímen vegetarinário. 

Claude Eylan percebe nosso sorriso.

- Sei, vegetarianismo no sertão...

E sem transição:

- Vivi pensando no Portinari. Não podia ver caboclo algum ou negro sem pensar no retrato que Portinari teria feito dele. Aprendi muita cousa com Portinari, principalmente a ver. Assim como há escritores que nos fazem descobrir nossos próprios sentimentos, assim os pintores como Portinari abrem literalmente nossos olhos sobre o mundo. Conheci-o em Ouro Preto; foi uma revelação: entendi, então, as formas e as cores.

RECIFE

Indagamos das impressões da escritora quanto à cidade do Recife.

- Uma capital em pleno desenvolvimento – respondeu – grande centro de atividade, com exata noção dos valores, inclusive da do tempo. Notei, com prazer, que a cultura francesa era ali muito de perto acompanhada. O pernambucano, aliás, ficou muito latino; a civilização americana não o atingiu tanto quanto ao brasileiro de outras regiões. Admirei, sem dúvida, os belos edifícios modernos, os parques e os jardins, as usinas com seus aperfeiçoamentos, o “Hospital de Crianças” grande realização médico-social. A curiosidade de viajante fez, porém, com que me detivesse mais nas velhas construções, nas casas-grandes e nos mocambos. Já conhecia umas e outras através da literatura brasileira e da pintura. Os mocambos surpreenderam-me pelo seu asseio e pela satisfação de seus moradores por ali residirem: água bem pertinho, peixes à vontade. Visitei, também, muitas igrejas que contêm tesouros de arte, e muito apreciei as casas revestidas de azulejos, que transportam a gente três séculos atrás, embora frequentemente estejam entre dois prédios modernos.

Nome quase masculino, uma vida ativa de jornalista como poucos homens a têm, Claude Eylan não deixa, por isso, de ser mulher.

Assim concluiu nossa conversação e suas impressões do Recife:

- E isso, hein? (apontava o elegante tailleur de linho azul, que trajava com chique). Pois foi feito no Recife, meu caro senhor. Mandei fazer três outros. E vou usá-los em Paris, sabe?

Claude Eylan, foto do jornal.
“Diário de Pernambuco” – 23/01/1938

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2ª EDIÇÃO FORO NOVAIS HERÓI OU BANDIDO?


A 2ª edição do livro "Floro Novais: Herói ou Bandido", de Clerisvaldo B. Chagas e França Filho, está no forno. Em outubro, para o Cariri Cangaço São José do Belmonte, estará disponível. Mais novidades vêm por aí.

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"O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


Na saga cangaceira, referindo com exclusividade à época da lampiônica, já lá pelos anos de 1929, o “Rei do Cangaço”, Virgolino Ferreira, o cangaceiro Lampião, enamora-se da cabocla da Malhada da Caiçara, município, hoje de Paulo Afonso, BA, Maria Gomes de Oliveira, que, mais tarde, a imprensa carioca a chama de ‘Maria Bonita’, alcunha pela qual torna-se conhecida, mundialmente, até os dias atuais.

Nos primeiros anos da vida como chefe cangaceiro, o bando do ‘Rei Vesgo’ pratica inúmeros estupros e suas ações são com um toque a mais de maldades em suas vítimas. Porém, é fato de que, talvez pela maneira que eram tratadas em suas casas, pelos seus familiares, as moças tinham sonhos de estarem com seus corpos envolvidos pelos braços dos bandoleiros. As notícias, divulgadas pelo meio de comunicação da época, jornal escrito, e mesmo a propalada oralmente de boca em boca, de pessoa a pessoa, não as faziam temer estarem com eles. Claro que não podemos generalizar, dizer que eram todas, talvez as que assim sonhavam, pensava, fossem a exceção. Sendo uma ilusão de ‘libertarem-se’ da maneira, modo, como eram ‘tratadas’ no seio familiar. 

A história, descrita por vários autores, nos traz Maria de Déa como sendo a pioneira em adentrar, fazer parte, de um bando de cangaceiros nos sertões nordestino. Outros ainda nos trazem a história de uma outra baiana, Anésia Cauaçú, Anésia Adelaide Cauaçu, que fora uma cangaceira que viveu na região de Jequié, interior da Bahia, no início do séc. XX. Só que essa era a líder dos bandoleiros, e não uma simples companheira como foram ‘Maria Bonita’, ’Dadá’, ‘Sila’, ‘Adília’, ‘Quitéria’, ‘Cristina’, ‘Lídia’, ‘Durvinha’... e tantas e tantas outras sertanejas.

Pois bem, voltando no tempo, muito antes dos anos em que se deu o encontro de Lampião com Maria Bonita em território baiano, deu-se um caso amoroso entre ‘ele’ e uma jovem cabocla alagoana no Vale do Pajeú das Flores. Admira-me que, embora vários autores saibam, porém, não citam uma linha se quer sobre o caso em suas obras. Já outros, nem de longe imaginam tal fato, aí é impossível dizerem algo. No entanto, esse episódio, o caso, é fruto de narração oral colhida pela pesquisa de campo de um pesquisador sério da cidade de Calumbí, PE, onde nos relata claramente, minuciosamente, no livro “A Maior Batalha de Lampião”, Lourinaldo Teles Pereira Lima, 1ª Edição, 2017, nosso amigo Louro Teles, o qual, também, estranha a falta de insistência, ou assistência ao caso, de outros pesquisadores do tema sobre tal citação.

Nas andanças constantes dos cangaceiros, eram nômades, eles raramente comiam bem, mas, sempre que possível, faziam uma refeição decente. Esse alimento não era, na maioria das vezes, preparado por eles. Sempre eram feitos por algum coiteiro e levado para onde o bando estava acampado. Outras vezes, os próprios cangaceiros chegavam às moradias dos sertanejos e pediam para que fosse feito comida. Lampião sempre pagava, e bem, por esses serviços prestados. Não que ele fosse bonzinho, mas, por que pagando, tinha um aliado a seu serviço, sempre, e fora mais uma tática usada por Virgolino que deu bons resultados.


Em 1925/26 a caterva do ‘cego’, chega a uma simples moradia situada na zona rural de Mata Grande, AL. Lampião se apresenta e pede para o dono da casa preparar comida para a cabroeira. Enquanto esperam aprontarem a refeição, os ‘cabras’ começam a prosearem entre si. Alguns começam a jogarem cartas embaixo de alguma árvore que tinha no aceiro do terreiro. Outros apenas proseiam, contando suas aventuras para os amigos e, outros ainda, apenas descansam. O chefe proseia com o Patriarca da família. Escondida em algum lugar, escolhido por ela, estava a jovem Maria Ana da Conceição que não perdia um movimento se quer de Lampião. O pernambucano percebe o insistente olhar daquela jovem sobre ele. Chegando a jovem, aproveita oportunidade, para prosear com ela. Ela, naturalmente está com o seu jovem corpo todo a tremer, não com medo, mas por está loucamente apaixonada por o fora-da-Lei, e o mesmo estar ali, diante dela.

Virgolino gosta da moça e depois de uma longa prosa com ela, pergunta se ela que ir junto com ele, fugir de casa, ir embora. De supetão a moça concorda. Parecia estar esperando aquela ‘cantada’.

Lembremos aqui que os cangaceiros tinham suas companheiras, suas namoradas e até mesmo suas esposas, não compondo os bandos, como ocorreu a partir de 1929, onde elas passam a fazerem parte dos próprios, mas, em algum local escolhido e mantido, financeiramente, por eles. Citaremos, como exemplo, o caso do cangaceiro alagoano da região, segundo Érico de Almeida em sua obra “Lampeão-Sua História” (págs. 63 a 68), de 1926, próxima a Olho D’água do Casado, AL, município que faz limites ao Sul com o de Piranhas, AL, e ao Norte com o, hoje, de Delmiro Gouveia, AL, que nascera por volta de 1902, Antonio Augusto Feitosa, de alcunha Meia Noite. Meia Noite ao topar de frente Lampião e seus dois irmãos, os cangaceiros ‘Esperança’ e ‘Vassoura’, respectivamente Antônio e Livino Ferreira, onde diz que o segundo tinha lhe roubado nove contos de réis, logo após o ataque a cidade paraibana de Sousa, em 27 de julho de 1924, recebe do próprio Lampião quantia equivalente e é mandado embora do grupo. Por ter sido um dos que mais fizerem arruaças em Sousa, PB, conta-se que andou montado de esporas no juiz daquela comarca, Meia Noite passa a ser muito perseguido pela Força Pública da Paraíba, pelos homens, jagunços, do coronel José Pereira, de Princesa Isabel, PB e pelos próprios cangaceiros de Lampião. Virando um cangaceiro solitário, Meia Noite começa a ‘visitar’, sorrateiramente e a noite, várias fazendas na região de Patos do Irerê, pedindo guarida. Logicamente, pagando bem, por uma noitada num celeiro, engenho ou casa de farinha. O detalhe é que ele levava a ‘tira-colo’ sua amante, namorada, companheira, chamada Zulmira, que no fogo da fazenda Tataíra, passa a noite recarregando as armas, enquanto seu companheiro enfrentava, sozinho, mais de oitenta homens. Em certo momento, quase ao romper da aurora, o cangaceiro pede garantias de vida para sua companheira Zulmira, pois achava que não escaparia daquela arapuca, no que é atendido. Essa é presa e em pouco tempo solta. Desse cerco ele escapa, apesar de ter sido ferido em uma das pernas e, ao pular uma cerca, ter quebrado um dos braços, porém em pouco tempo é descoberto e assassinado por dois homens a mando do coronel Zé Pereira. Contaremos essa passagem da história, da valentia do negro Meia Noite, em outra oportunidade.


“(...) Depois de conversarem um pouco, Lampião disse:

“- Tem coragem de ir embora comigo?”

Ela, imediatamente, respondeu:

“- Tenho”. (Ob. Ct.)

Fizeram os preparativos. Sabia o pernambucano que teria que ter os cuidados redobrados com a presença de uma mulher no bando. Partem pala madruga em direção ao Leão do Norte, mais especificamente para um aglomerado de casas, hoje um povoado, denominado Roças Velhas, próximo ao distrito de São Serafim, hoje, município de Calumbi, PE.

“(...) Eles partiram pela madrugada em direção ao estado de Pernambuco, caminharam alguns dias e vieram sair em Roças Velhas, hoje um povoado pertencente ao município de Calumbi, mas naqueles dias eram apenas algumas casas isoladas no centro da caatinga, um dos redutos da família Teles. Roças Velhas foi fundada por Vitor Teles(...).” (Ob. Ct.)

Chegando ao novo ambiente, é providenciado uma choupana, palhoça, ou algo parecido, para que o ‘casal’ se aconchegasse. Depois de vários dias, curtindo a vida, Lampião recebe a informação de que as volantes estão rondando nas proximidades. Chega para sua namorada e diz o que fará nos próximos dias, principalmente em relação a segurança dela.

“(...) Lampião percebendo o perigo falou para Maria:

- Olhe Maria, vou ter que me afastar por um tempo, mas quando as coisas acalmar eu volto!

Respondeu Maria:

- Mas como é que eu vou ficar aqui? O dono da terra vai butá eu pra fora, e para onde eu vou?

Lampião colocou a mão no bornal, tirou dele um frasco redondo com tinta, uma pena e um papel e escreveu dizendo:

- Eu já medi um pedaço de terra, fiz o documento! Tome, guarde e pode dormir sossegada que daqui ninguém lhe tira! (...).” (Ob. Ct.)

O local escolhido pelo “Rei do Cangaço” para sua namorada ficar, era estratégico. Em sua volta ficavam vários esconderijos, em várias propriedades e fazendas, usadas por ele, tais como: “A Serra Grande, a Pedra D’água nos Barreiros, a Fuxico, o Saco dos Campos e As Pedreiras”. Mesmo que ele não pudesse ir ao casebre onde ela estava, ele enviaria um recado por algum de seus ‘cabras’ ou coiteiro, e a mesma iria até onde ele se encontrava.

Essas terras em que fora alojada a moça que veio das Alagoas, nas Roças Velhas, ainda hoje pertencem aos descendentes da família de Maria Ana da Conceição. Como em quase todos existem alcunhas, aqui pelo sertão, Maria Ana ganha o apelido de ‘Tatu’, e assim torna-se conhecida em toda região. O inevitável aconteceu, Maria Ana engravidou e pariu um feto vivo do sexo masculino, o qual deu o nome de Elizeu. Essa criança nasce em agosto de 1926, porém, Lampião, para despistar futuras investigações, acresce a idade da mesma, ordenando que se coloque em seus documentos uma data anterior ao seu início na saga. Assim é feito. A documentação da criança é feita como se ela tivesse nascida em princípios de 1917.

“(...) antes de ir embora preparou o documento de Elizeu como ele queria que ela fizesse e mandou registrá-lo com o nome de Elizeu Florentino dos Santos, filho de Laurentino de Campos e Maria Ana da Conceição nascido no dia 10 de janeiro de 1917. Fez assim para confundir a polícia. O menino nasceu em 1926. Tatu dizia que no tiroteio da Serra Grande Elizeu tinha três meses de idade. Esta versão foi contada a mim por Josefa Bernardo, esposa de José Florentino dos Santos, neto de Tatu(...).” (Ob. Ct.)

‘Tatu’ tinha uma amiga, Josefa Bernardo, a qual morou por muitos anos na mesma casa em que morava a namorada de Lampião. Ela referia sempre os comentários da amiga quando citava suas ‘aventuras’ com o “Rei dos Cangaceiros’, quando estavam no terreiro da casa, em Roças Velhas.Outros moradores do povoado Roças Velhas, no município de Calumbi, PE, como “dona Guilhermina Francisca da Conceição”, que tinha o apelido de ‘Guiler’, e o senhor José Francelino de Souza, foram algumas, das várias pessoas que relataram sobre esse namoro entre Lampião e a jovem alagoana 'Tatu, Maria Ana da Conceição.

Assim, levamos ao conhecimento dos senhores (as), mais um caso envolto pelos mistérios da saga do Fenômeno Social Cangaço. Na obra/fonte pesquisada, há referências de testemunhas, as quais relataram ao pesquisador todas essas informações e outras mais. Esse livro é de primordial importância ter-se em nosso acervo literário.

Fonte "A Maior Batalha de Lampião" - LIMA, Lourinaldo Teles Pereira. 1ª Edição. Paulo Afonso, BA, 2017.
Foto Ob. Ct.
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DONDE VEM ESSE POETA?

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de janeiro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
“Crônica”: 2.038

  Mais uma vez mergulhando no mundo encantado dos repentistas, vamos para três passagens que nos repasses orais, vão perdendo seus autores.
Estava havendo uma cantoria de pé de perede, quando algumas pessoas entraram na sala do desafio. Um dos poetas disse nos seus versos que a “trinca chegaram”. O companheiro rebateu imediatamente:

XILOGRAVURA: MARCELO ALVES SOARES

“Dizer a trinca chegaram
É erro de português
E mesmo só se diz trinca
Se a turma for de três
Donde vem esse poeta
Com dois erros duma vez?”.

     Entrou em cena a filosofia cabocla quando dois cantadores cantavam sobre uma seca que teria acontecido no Maranhão. Um deles terminou a estrofe:

...Quase tudo se acabando.

     O parceiro pegou a deixa fazendo uma estrofe de rima difícil, rica, rara e filosófica:

“Eu tava me sustentando
De fruta de macaúba
Mas o galho ficou alto
Eu não conheço quem suba
De vara ninguém alcança
De pedra ninguém derruba”.

     Em uma cantoria na roça chegava a hora dos elogios, isto é, elogiar as pessoas para arrecadar o dinheiro. Cada um que colocasse notas altas no prato da arrecadação. Foi aí que um pobrezinho chamado Joaquim, depositou o que possuía: apenas uma cédula amassada de um real. O repentista humilhou o coitado para não perder a verve:

“Parece que seu Joaquim
Passou a noite no mato
Com uma faca amolada
Tirando couro de rato
Deixou o rato sem couro
Botou o couro no prato”.

 FIM


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DIÁRIO INÉDITO NARRA A VIAGEM DE DOM PEDRO II AO EXÍLIO

PERTO DO FIM - Em 1889, a família posa em Petrópolis (Teresa Cristina, sentada, e, de pé, Isabel, dom Pedro, o neto Pedro Augusto, e o conde d’Eu): no diário, o sofrimento ao partir (Museu Imperial/VEJA).

Passados 124 anos da chuvosa madrugada em que a família imperial brasileira embarcou em um navio rumo ao exílio, o melancólico fim da monarquia ganha um relato tingido de tristeza na voz de uma protagonista da história – Maria Amanda Paranaguá Dória, a baronesa de Loreto. Seu diário, esquecido nos arquivos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), no Rio de Janeiro, narra com riqueza de detalhes a jornada para a Europa do grupo que tinha à frente o já ex-imperador Pedro II – material que, recuperado recentemente, constará em um livro comemorativo da instituição. Outros diários conhecidos versaram sobre a viagem, inclusive um do próprio dom Pedro. Mas das impressões de Maria Amanda, dama de companhia da imperatriz Teresa Cristina (chamada de Amandinha no círculo imperial), resulta uma visão particularmente tocante. O primeiro caderno, de 120 páginas, se encerra com o momento carregado de dor em que dom Pedro chora a morte de Teresa Cristina, três semanas após o desembarque em Portugal. “Esse tipo de diário é raríssimo, já que poucas mulheres registravam suas memórias no Brasil imperial, e tem o mérito de documentar um importante capítulo da história sob o calor da emoção”, avalia a historiadora Mary Del Priore.

O barão e a baronesa de Loreto acompanharam o imperador no exílio por vontade própria, em demonstração de fidelidade. Juntaram-se à comitiva de duas dezenas de integrantes que, dois dias depois de proclamada a República, se dirigiu ao cais em tom de marcha fúnebre, embalada pelo silêncio do Rio de Janeiro que dormia. Foram de lancha até o cruzador Parnaíba e, nele, até a enseada do Abraão, na altura de Angra dos Reis, quando se transferiram para o vapor Alagoas. “O mar estava um pouco agitado e, temendo enjoo, que me é inevitável, fui entrinchei­rar-me no beliche, onde me deitei com vivas saudades e lembranças de origens diversas”, anotou a baronesa na primeira de vinte noites ao mar. Em escrita simples e clara, ela destaca a nostalgia e a resignação dos passageiros, sobretudo de dom Pedro. Quase todas as menções a ele são acompanhadas da palavra “saudade”. Não se discutia política a bordo, só literatura. Ali, dom Pedro manteve o hábito das rodas de leitura noturnas, às quais ele próprio batizou de “conversações saudosas”.

UMA DURA VIAGEM – O navio Alagoas, que conduziu à Europa a família imperial e seus súditos mais fiéis, entre eles a baronesa de Loreto: a bordo, rodas de leitura e uma profunda nostalgia dos bons tempos no Rio de Janeiro

A vida relativamente simples que a família imperial levava no Rio de Janeiro se reproduzia a bordo. Não havia festas, banquetes ou roupa de gala; no dia do aniversário do imperador, 2 de dezembro, abriu-se uma garrafa de champanhe, de que todos compartilharam. Ele ergueu-se com a taça em riste e disse: “Brindo à prosperidade do Brasil”. A imperatriz não participou; sentia-se mal. “As outras senhoras estavam mais ou menos enjoadas e nem se mexiam nas suas cadeiras”, ressalta a baronesa. Dom Pedro fazia pouco-caso da maioria dos rituais, mas, mesmo assim, segundo o diário, os almoços e jantares eram servidos sobre uma mesa devidamente aparelhada, e a princesa Isabel vivia escoltada por duas criadas. A falta de dinheiro não impedia que o imperador, como era seu costume no Brasil, fizesse generosas doações. Amandinha relata que, numa escala na ilha de São Vicente, em Cabo Verde, ele fez questão de dar dinheiro a um padre, para que distribuísse aos pobres.

A baronesa de Loreto também se estende sobre um dos maiores motivos de preocupação a bordo do Alagoas: o comportamento do neto mais velho do imperador, Pedro Augusto. Preparado desde criança para assumir o trono, Pedro Augusto – que tinha tendências paranoicas e viria a ser encerrado em um manicômio – sofreu surtos psicóticos, os quais os demais passageiros atribuíam à aflição que lhe causava a movimentação do navio encarregado de fazer a segurança do Alagoas. “Todas essas manobras só têm servido para assustar o príncipe dom Pedro Augusto, que, desde ontem, sofre de superexcitação nervosa, se acha possuído de pânico e pensa que estamos todos perdidos e não chegaremos a Lisboa. O seu estado é lastimável”, registra o diário. Também a imperatriz Teresa Cristina viajava adoentada. Ela logo morreria vitimada por um infarto. A baronesa lança parte da culpa na República: “Desde que saiu do Brasil, ela mostrava-se impressionada pelos horrorosos acontecimentos tão sabidos. Eles, sem dúvida, concorreram para a sua morte”.

- Na casa da condessa de Barral (de chapéu), amante de dom Pedro (de barba branca), um ano após a morte da imperatriz: o diário da baronesa de Loreto (abraçada à princesa Isabel) relata a dor do imperador A OUTRA.

A cena mais pungente descrita no diário é justamente a morte da imperatriz em um hotel simples da cidade do Porto, para onde havia se retirado. Dom Pedro tivera amantes; com uma delas, a condessa de Barral, manteve um romance de 26 anos que continuava vivo naquele momento. Mas, no quase meio século em que esteve casado com Teresa Cristina, apegara-se a ela e tratava-a com ternura. “Antes de soldar-se a urna, o imperador quis despedir-se da imperatriz e mandou chamar a todos nós para fazermos também nossas despedidas”, escreveu a baronesa. “Não se pode descrever a dor dos príncipes e a nossa. Beijamos-lhe a mão e choramos copiosamente sobre o seu corpo sem vida.” O próprio dom Pedro, normalmente contido em suas reações, não esconde a tristeza. “Ele abraçou a sua muito amada esposa soluçando e foi logo retirado dali pelo Mota Maia (médico da família). A princesa beijou sua santa mãe repetidas vezes; o mesmo fizeram os príncipes, e nós beijamos a mão de nossa imperatriz, que fora sempre tão boa e carinhosa.” O choro de dom Pedro era também por ele, que acabou morrendo dois anos depois, aos 66 anos, de pneumonia, no modesto hotel de Paris onde viveu o fim de seus dias. A baronesa de Loreto voltou com o marido ao Rio de Janeiro, onde morreu em 1931, aos 82 anos, sem jamais publicar seu relato da viagem que mudou tantas vidas e que agora, enfim, vem à tona.

https://veja.abril.com.br/brasil/diario-inedito-narra-a-viagem-de-dom-pedro-ii-ao-exilio/

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INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Por Francisco Pereira Lima

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SARA, A JOVEM E A RENDA DE BILROS

*Rangel Alves da Costa

Coisa estranha a muitos pode parecer, eis que logo surgindo a ideia de que fazer renda, bordados e outras artes na linha e no pano, é coisa pra gente já envelhecida. E até ela já ouviu: “Quem faz renda não casa!”.
Estou falando de Sara, ou Sara Silva Ferreira, uma jovem rendeira de Poço Redondo, no sertão sergipano do São Francisco, que não só casou como aprimorou sua arte nos ofícios da almofada (enchimento de palha, algodão ou outro produto, no formato de um cilindro), no papelão ou na forma desenhada (pequenos furos apontando os contornos da linha), nos bilros, nos espinhos de mandacaru, nas linhas e na maestria das mãos. Tudo isto envolve o ofício da rendeira, principalmente da renda de bilros.
E o nome renda de bilros pelo fato de que são os bilros (pequenas peças de madeira) que vão puxando a linha segundo as marcações no papelão, deixando aos cuidados das mãos fazer o tracejamento que vai dando vida e beleza à peça. Passo a passo, de maneira sutil e delicada, todo um ofício de maestria artesanal vai se tornando em genial criação. Arte esta que Sara traz consigo desde os doze anos de idade.
Começou muita nova, por curiosidade e interesse em também produzir coisas tão belas. Hoje, já aos 23 anos, esposa e mãe, continua na feitura de sua primorosa arte que tanto enriquece, preserva e valoriza a cultura poço-redondense do artesanato de renda. E Poço Redondo que no passado contava com numerosas rendeiras, mulheres que se entregavam aos ofícios como se estivessem debulhando um feijão de corda para a alimentação, dado o prazer em gestar uma arte tão primorosa.
Poço Redondo também famoso pela sabedoria matuta daquelas mulheres. Muitas delas criavam seus próprios papelões de marcação. Quer dizer, desenhavam os formatos que desejavam e depois perfuravam nos locais onde as agulhas ou os espinhos deveriam fazer as curvas e as tramas na renda. O resultado era uma de inestimável valor, ainda que os compradores insistissem em desvalorizar a qualidade e a beleza do trabalho.


Hoje o número de rendeiras está muito reduzido, até contando a dedo, como se diz. Daquelas mais velhas, apenas poucas continuam com seus ofícios. Mas eram muitas. Só para citar algumas, as lembranças de Carmosina, de Maria de Miguel, de Dom, de Araci, todas já falecidas. E ainda perante suas almofadas  e espinhos, temos Cenira, Conceição de Laura, Domingas e algumas jovens, a exemplo das filhas de Dona Domingas e de Sara. Dona Clotilde era uma das mais famosas rendeiras do lugar, mas hoje, pela idade já avançada, não mais produz belas criações.
Ainda bem que Sara chamou para si a continuidade do ofício. De vez em quando até que aparecem projetos e algumas turmas de jovens iniciam aprendizados na renda de bilros. Contudo, poucas são as jovens que continuam preservando tais tradições sertanejas. Certamente que todo mundo - principalmente o visitante - se encanta quando encontra alguma rendeira em ação. Bom que seja assim, mas melhor seria que em muitas calçadas, salas e oficinas, tais atividades fossem mais avistadas. E Sara é uma destas que produz no seu próprio lar.
Conforme diz, vai tecendo sua renda muito mais pelo prazer do que mesmo pelo lucro maior que possa ter numa grande peça. Acrescenta que nada mais prazeroso ao espírito que ter suas mãos caminhando pela almofada e dando vida a tanta beleza. E certamente que é assim mesmo. Enquanto fala de seu trabalho, logo se percebe o prazer que possui em continuar tracejando em suas mãos tão importante herança cultural sertaneja.
Ontem eu tive o prazer de prosear com Sara por alguns instantes. Conheci também Thaislane, sua sobrinha, que ainda bem jovem também já enveredou pelos ofícios da renda. Sem dúvida, uma gestação familiar que tanto enobrece a cultura e as tradições de Poço Redondo. Parabéns Sara, parabéns Thaislane. Parabéns a todas as rendeiras deste sertão tão esquecido nas suas raízes e nas riquezas.

Escritor
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CENTENÁRIO DE DONA FIDERALINA

Por Manoel Severo

A Academia Lavrense de Letras e o Cariri Cangaço convidam a todos para participar da Programação em alusão à Celebração do Centenário de Morte de Fideralina Augusto Lima que acontecerá em grande estilo nesta próxima sexta-feira, dia 18 de janeiro de 2019, em Lavras da Mangabeira, no estado do Ceará.


PROGRAMAÇÃO

Dia 18 - Sexta-Feira
8h30min: Missa na Matriz de São Vicente Ferrer.
Celebrante: Confrade Pe. Benedito Evaldo Alves.

9h30min: Café e Visita Guiada
Casarão de Dona Fideralina Augusto Lima.
Rua Major Ildefonso-83, centro - Lavras.

Roda de Conversa:
Émerson Monteiro, Jorge Emicles
Manoel Severo e Cristina Couto.

Solenidade de doação da Foto-pintura de Dona Fideralina Augusto Lima aos proprietários do Casarão
Heitor e Magnólia Férrer,
doado pelo artista plástico Francisco Ivo;

12h00min: Almoço e Visita Guiada
Sítio Tatu - Propriedade de Dona Fideralina
Recepção e guias: Gualberto e Ítalo Leite,
Émerson Monteiro e Jorge Emicles.


17h00min: Solenidade da Academia Lavrense de Letras
Câmara Municipal de Lavras da Mangabeira.
Exposição dos quadros da Artista Plástica lavrense
Sinhá D'Amora e do artista plástico Francisco Ivo.

17h20min: Cerimônia de Entrega da Medalha Fideralina Augusto Lima
Pesquisadores e Biógrafos: Dimas Macedo, Émerson Monteiro, Melquíades Pinto Paiva, Rejane Monteiro Augusto Gonçalves,
Rui Martinho Rodrigues e Heitor Férrer.

18h00min: Cerimônia da entrega da Medalha do Mérito Educacional Prof. Gustavo Augusto Lima, a professora Maria Sizenita Venâncio Gonçalves. Saudação da acadêmica Íria Zogob.

18h20min: Entrega de Título do Mérito Cultural aos incentivadores e pesquisadores da literatura e da História de Lavras da Mangabeira professores: Maria da Glória Rolim Cavalcanti, Luiz Raul Cavalcanti Marcolino, Sara de Holanda Laurindo, Francisco Aparecido Alencar, Maria Gildete Olimpio da Silva, ao poeta Agustinho Firmino de Oliveira e ao escritor Vicente Ferrer Augusto Gonçalves.

18h50min: Entrega de Título de Sócio Honorário da
Academia Lavrense de Letras aos escritores:
Benedito Vasconcelos Mendes, Heitor Feitosa Macedo,
José Glauber Lemos, Jorge Emicles Pinheiro Paes Barreto e
Raimundo Custódio Neto (Poeta Mundoquinha).

19h00min: Entrega de Título de Sócio Correspondente
Francisca Pereira da Costa e Francisco Correia Ivo.

20h. Entrega de Medalhas de Honra ao Mérito aos estudantes/pesquisadores:
Cícera Rejane de Sousa Magalhães, Flávia de Sousa Oliveira, Lucas Oliveira de Freitas e Márcia Rhakell Guedes de Oliveira.

20h30min. Encerramento do Evento.

Cristina Couto
Presidente da Academia Lavrense de Letras
Conselheira Cariri Cangaço

https://cariricangaco.blogspot.com/2019/01/centenario-de-dona-fideralina.html?fbclid=IwAR16bNZsgOwg2eojv5SCMwHccMWG1H_euGsnxOI9lIK1_ybtC0J82bGfxWE

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