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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

MARIA BONITA


O destino de cada pessoa,
Na terra ninguém risca.
E nem se pode alterar.
E nem mudar a escrita.
O plano já tá traçado,
Cada um dar seu recado,
E na história ela fica.
Na malhada da caiçara,
No município de glória.
Ninguém jamais imaginou,
Que lá teria uma história.
Que ia ter uma dimensão,
E ia mecher com o sertão,
E espalhar no mundo afora.
Em mil novecentos e onze,
A oito de março nasceu.
Uma menina morena,
No sertão apareceu.
Numa casinha singela,
Uma menina bela,
Seus pais a recebeu.
Os seus pais não imaginava,
Que destino ela teria.
Se trazia com ela tristeza,
Ou se trazia alegria.
Isso o futuro ocultava,
Sua vida tava traçada,
E o tempo revelaria.
Maria Gomes de Oliveira,
Foi o nome que deram a criança.
Maria,nome da Santa,
Que Gera a esperança.
O nome da mãe de Jesus,
Que foi morto na cruz,
Ela recebeu por herança.
Ela cresceu ficou formosa,
E logo virou uma mulher casada.
E seu nome ganha um acréscimo,
Maria de Déa, era chamada.
Assim era conhecida,
Por vizinhos e amigas,
Assim era apelidada.
Mas ,o casamento não deu certo,
Ela para casa dos pais voltou.
Era para se cumprir o roteiro,
Que o destino traçou.
Um dia um cidadão,
Apelidado de lampião,
Em sua casa chegou.

Aqui começa um romance,
O qual o destino pois um laço.
Maria ganha outro apelido,
Ao lado rei do cangaço.
Maria bonita era chamada,
A sua história traçada,
No sertão tem seu espaço.

Sou um poeta amador.
Que gosta de fazer rima.
Quem conhece bem essa história,
E o escritor João de Sousa Lima.
Junto com outros escritores,
Que são pesquisadores,
Do cangaço da caatinga.

Autor.
Cleumir Ferreira

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

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ANGICO

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de novembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.806

O angico é uma árvore da caatinga sertaneja tão famosa quanto o juazeiro. O seu tronco mostra espinhos de forma grande, arredondada, em forma de nódulos. Suas cascas guardam o tanino, substância muito utilizado no curtimento do couro. Podemos dizer que é uma árvore exuberante, bela e de fácil identificação. Produz uma resina que é medicinal e muito utilizada pelos macacos e soins se habitarem na área. Suas folhas são pequenas e enfileiradas de um lado e de outro, parecendo uma pena. O angico gosta muito de terreno pedregoso e mais elevado como os serrotes. Sua forte raiz racha a pedra onde quer se fixar e após, fica gozando o pouco de frieza nela encontrada, em terras quentes do semiárido.

ÁRVORE ANGICO (AUTOR NÃO IDENTIFICADO).

Utiliza-se o angico sem a casca para se fazer estacas. A madeira nua é muito mais resistente. E, no caso das cascas, elas são vendidas para os curtumes, por causa do tanino, transformando o couro em sola, na última fase da curtição. Os antigos compradores de cascas de angico, procuravam nas fazendas, o produto. Quando o fazendeiro ia pelar o angico para fazer estacas, não cobrava pelas cascas e ainda agradecia. Mas quando não ia fazer estaca, cobrava a mercadoria que custava numa carrada de carro de boi, dez tostões (destões), por uma arroba. O jegue e o burro eram os meios de transportes mais utilizados pelos donos de curtumes na compra das cascas dessa madeira. Ainda no mato, os compradores de cascas, faziam feixes e usavam a embira ou mesmo as próprias tiras das cascas para amarrarem os feixes e colocarem nos dois lados da cangalha. Muitas vezes esses compradores passavam mais de um dia na caatinga para realizar esse serviço.

Esses dados detalhistas estão no livro recém terminado: Santana: Reino do Couro e da sola. Calculado antes em apenas três páginas de papel A4, encerramos com cerca de trinta e cinco, o que na gráfica, em formado de livro, poderá alcançar até mais de 100 páginas. Temos a certeza de que tantos detalhes vão impressionar o povo santanense, pois fala da estrada de Delmiro, da Matança, do padre Capitulino, dos artesãos, das fases da curtição de couro, das fabricas de calçados, dos sapateiros, do futebol do Panema e muito mais, inclusive preços de mercadorias e fotos de cédulas antigas.

O que fazer para publicar?

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2022/11/angico-clerisvaldo-b.html

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ESTE FOI O ÚLTIMO E-MAIL QUE O PROFESSOR JOSÉ ROMERO DE ARAÚJO CARDOSO MANDOU PARA MIM EM 2018.

 Por José Mendes Pereira


Vamos lê-lo:

Amigo José Mendes Pereira, eu estava novamente de "molho" no Hospital Wilson Rosado. Fui internado, cigarro demais que estou fumando, muito deprimido, muito triste. Estava com infecção pulmonar e pneumonia. Tive alta ontem. Passei 8 dias hospitalizado. 

Deus me proteja, Deus nos proteja!

Abraços!

Este foi o último contato que eu tive com o professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero de Araújo Cardoso. Dias depois, ele feio falecer no Hospital Wilson Rosado de Mossoró.

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O ALVORECER DA REPÚBLICA EM POMBAL

Por José Tavares de Araújo Neto

 

Com a Proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, foi promulgada a Constituição de 1891, também denominada Constituição Republicana, que perdurou até o fim da República Velha, que se encerra em 1930, com a chegada de Getúlio Vargas ao Poder. A Constituição de 1891, marca o início de uma tímida autonomia dos municípios e das províncias, que passam a ser denominadas Estados, sendo os chefes do Poder Executivo denominados "Presidentes de Estado”.
Ao longo da República Velha (1889/1930), a Paraíba foi dominada por três forças oligárquicas: Comandas por Venâncio Neiva (venancismo), Álvaro Lopes Machado (alvarismo) e Epitácio Pessoa (epitacismo). O venancismo teve pouca duração, iniciou em 1989 e terminou em 1892. O alvarismo, no qual Álvaro Machado alternava o poder com o seu grande aliado Monsenhor Valfredo Leal, teve início em 1892 e foi até 1912, com a inesperada morte de Álvaro Machado, que se encontrava em pleno exercício do mandato de senador. Durante o período de 1912 a 1915 Epitácio Pessoa e Valfredo Leal dividiam a liderança do PRC (Partido Republicano Conservador), ocasião do rompimento entre os dois líderes, marcando o início, em 1915, o epitacismo, que se prolonga até 1930.
o
Venâncio Neiva 
Embora monarquista, logo após a proclamação da República Venâncio Neiva aliou-se aos republicanos da Paraíba e, por influência do general paraibano José de Almeida Barreto, foi nomeado presidente do Estado pelo chefe do governo provisório da República, marechal Deodoro da Fonseca. Venâncio Neiva governou a Paraíba por dois anos, entre 6 de novembro de 1889 e 27 de novembro de 1891. Em sua breve passagem no comando da política paraibana, Venâncio Neiva, que já havia exercido o cargo de Juiz em Pombal, dá uma sobrevida a oligarquia comandada pelo coronel Cândido José de Assis, que já perpetuava por mais de quarenta anos frente ao comando da oligarquia local, revezando a chefia do poder municipal com seus filhos Francisco José de Assis, Leandro José de Assis, Joaquim José de Assis e Álvaro José de Assis.
José de Almeida Barreto
Na verdade, o velho coronel Cândido José de Assis já havia herdado o espólio político de seu genro, o todo poderoso coronel João Dantas de Oliveira, Comandante Superior da Guarda Imperial, que, em 1874 se debandou de Pombal, após ser processado sob a acusação de ter mandado os seus filhos assassinarem o professor Juvêncio Vulpis-Alba, que o havia denunciado por ter dado condição estratégica para que o cangaceiro Jesuíno Brilhante praticasse o espetacular assalto a cadeia de Pombal. O bando comandado por Jesuíno Brilhante resgatou 43 presos, inclusive o seu irmão Lucas e o temível Manuel Pajeú, remanescente do bando do cangaceiro pombalense Cabé Brilhante, tio de Jesuíno.
Em 23 de novembro de 1891, o marechal Deodoro da Fonseca, sob fortes pressões, renunciou à presidência da República e a vaga foi assumida pelo vice-presidente Floriano Peixoto, que destituiu os governantes estaduais que apoiavam Deodoro. Na Paraíba, Venâncio Neiva foi substituído inicialmente por uma junta governativa que, no dia 18 de fevereiro de 1892, repassou o governo para o político areiense, também major efetivo do exército, Álvaro Lopes Machado, primeiramente nomeado, depois confirmado por eleição indireta presidente do Estado.
o
Álvaro Machadoo

Em Pombal, a chegada de Álvaro Machado à presidência do Estado da Paraíba marca a decadência da supremacia dos monarquistas, capitaneados pelo coronel Candido José de Assis e seus filhos (venancistas) e a ascensão dos republicanos, comandados pelo coronel João Leite Ferreira Primo (alvaristas). Inconformados, os Assis se recolhem as suas propriedades rurais, levando as chaves da Casa da Câmara, sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Indiferentes, os republicanos arrombam as portas do paço municipal, adentram no recinto e realizam as posses dos novos conselheiros (cargos equivalentes a vereadores) Manoel Firmíno de Medeiros, João Leite Ferreira Primo, Lindolfo Vicente Leite, Antônio Justiço de Oliveira e o Dr. Enéas Pedro de Souza, bem como a posse do capitão Antônio Vieira de Torres Bandeira, no cargo de intendente (equivalente a prefeito). Após a solenidade de posse, os republicanos realizaram uma efusiva passeata pelas ruas da cidade, comemorando a sua tardia chegada ao poder municipal. Foi este o primeiro evento comemorativo com a participação popular na história republicana de Pombal.

José Tavares de Araújo Neto
Pesquisador, Pombal-Paraíba

CANGACEIRÓLOGOS DO NORDESTE.

 Por José Mendes Pereira

A foto pertence ao acervo do Veridiano Dias Clemente.

Sobre Cangaço, aqui só tem grandes conhecedores sobre a saga cangaceira. 

O primeiro da esquerda é o meu amigo Veridiano Dias Clemente, além de pesquisador do cangaço, é também um grande poeta.

O segundo é outra figura conhecida no mundo cangaceiro, é o escritor e pesquisador do cangaço Júnior Almeida.

O terceiro é o saudoso, famoso escritor e pesquisador do cangaço Dr. Antônio Amaury Corrêa de Araújo.

E o quarto é o escritor e pesquisador do cangaço José Tavares de Araújo Neto, primo do saudoso professor, escritor e pesquisador do cangaço  

José Romero de Araújo Cardoso

José Romero de Araújo Cardoso, que foi meu professor sobre o estudo cangaceiro e amigo aqui em Mossoró).

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