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terça-feira, 27 de novembro de 2018

TEM LIVRO A SER LANÇADO EM FASE FINAL DE ACABAMENTO.

Sandro Lee e Nidia G. Lima

É com imenso prazer que anuncio em primeira-mão o breve lançamento do livro "Lampião e o cangaço em Paulo Afonso" de autoria do amigo e confrade Sandro Lee que está nesse momento recebendo os últimos "retoques" antes de invadir as livrarias de todo o país, assim como as coleções particulares de todos os aficionados pela história cangaceira e em especial a de Virgolino Ferreira da Silva o célebre cangaceiro-mor.

Sandro Leite Cavalcanti conhecido como "Sandro Lee", ao lado de pesquisadores/escritores como João De Sousa Lima e Luiz Ruben F. A. Bonfim, além de outros, é um dos grandes conhecedores da trajetória de Virgolino Ferreira da Silva e seus comandados pela região de Paulo Afonso no estado da Bahia e região circunvizinha.

Um jovem pesquisador que tem se dedicado incansavelmente ao longo dos anos na busca e no resgate da história cangaceira, que realizou um trabalho campal formidável e agora todo o trabalho de pesquisa e conhecimento adquirido por Sandro Lee ao longo dos anos durante suas caminhadas pelas caatingas do sertão em busca das pegadas de Lampião, serão repassados às páginas do livro "Lampião e o cangaço em Paulo Afonso" e desde já antecipo que trará muitos fatos novos e depoimentos de várias testemunhas dos acontecimentos da época em que o temível cangaceiro e seu bando aterrorizava os sertões nordestinos e em especial as redondezas da cidade de Paulo Afonso que à época pertencia ao município baiano de Glória.



Últimos ajustes

O que podemos esperar é um trabalho de qualidade, excelência e comprometido com a veracidade dos acontecimentos históricos.

Nas fotografias abaixo vemos o pesquisador e agora escritor Sandro Lee e a "Guerreira" que o suporta, Nídia G. Lima.

LAMPIÃO E O CANGAÇO EM PAULO AFONSO.

Em breve.

Geraldo Antônio De Souza Júnior

https://cangacologia.blogspot.com/2018/11/tem-livro-ser-lancado-em-fase-final-de.html

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CSA, UMA CONQUISTA

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de novembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.015
O céu azul de Alagoas despejou a sua cor em todo o estado, no último sábado. Depois de uma peleja intensa de mais de trinta anos, finalmente o “Azulão do Mutange” – CSA – conseguiu alcançar a série A, elite do futebol brasileiro. Grandes vibrações e euforia tomaram conta de Maceió, quando os torcedores azulinos foram recepcionar o time do coração, no Aeroporto Zumbi dos Palmares. Não havia somente torcedor da capital, mas gente de todos os recantos, torcedores e admiradores do time do bairro, região lagunar de Maceió. A multidão eufórica lotou o aeroporto e imediações para recepcionar os heróis do grande feito acontecido no Rio Grande do Sul. O reconhecimento pelo esforço azulino repercutiu maciçamente em todo o território alagoano.
Maceió, cidade que ultrapassou um milhão de habitantes, precisava acirradamente de uma representação futebolística à altura. Não havia mais consolo de representações nordestinas de Salvador, Recife e Fortaleza. Maceió, com os perfis dos times tradicionais como CSA e CRB, adversários nos embates estaduais, precisava desesperadamente sair do regionalismo e mostrar o seu peso para Brasil. O importante é que Alagoas vai ser bem representado. Enquanto o Centro Sportivo Alagoano conseguiu a façanha da promoção, o Clube Regatas Brasil, também fez a sua parte, sem tombar da série B. Assim podemos apreciar jogos diferentes em altos níveis que acontecerão no estado em 2019.
A cor azul da agremiação vem desde os tempos dos antigos pastoris que representavam disputas na cor azul e encarnada. O CSA foi fundado no dia 7 de setembro de 1913 por um grupo de esportistas. Seu nome inicial foi Centro Sportivo Sete de Setembro. Depois transferiu o título para Centro Sportivo Floriano Peixoto. Somente em 1918, passou a utilizar o nome atual e assim ficou conhecido nacionalmente. O CSA é considerado um time do povo, o mais popular de Alagoas. Com a conquista para a Classe A do futebol brasileiro, sua direção promete fazê-lo um dos dez maiores clubes do Brasil e colocá-lo na  Libertadores. O clube segue um planejamento desde a Classe D até chegar aonde chegou.
Parabéns CSA, parabéns a toda NAÇÃO ALAGOANA.

A MEDICINA POPULAR PRATICADA NO SERTÃO NAS CIRCUNVIZINHANÇAS DA FAZENDA ARACATI

Por Benedito Vasconcelos Mendes

A Fazenda Aracati distava 60 quilômetros da cidade de Sobral e situava-se entre dois distritos sobralenses, Caracará e Aracatiaçu (Santo Antônio do Aracatiaçu). Da fazenda ao Caracará são 5 quilômetros e para Aracatiaçu são 15 quilômetros. Nas décadas de 1950 e 1960 ainda não existiam estradas asfaltadas para Sobral e as frotas de ônibus e de táxis (carros de aluguel, geralmente Jeep da Marca Willys) eram muito reduzidas, contribuindo para que a grande maioria dos problemas de saúde da população sertaneja fosse tratada de maneira empírica, por profissionais locais, que praticavam a medicina caseira regional (enfermeiros de formação prática, parteiras, encanadores de braço, arrancadores de dente, raizeiros e curandeiros-rezadores), residentes nas duas vilas (Caracará e Aracatiaçu) ou mesmo em fazendas da região. Na Vila Caracará morava o Seu João Enfermeiro, um profissional da área da saúde que tinha muita habilidade e prática para curar as enfermidades dos habitantes das comunidades rurais. Era um misto de enfermeiro, farmacêutico, dentista e de médico. Ele aplicava injeção, costurava, com linha zero e agulha grande de coser tecidos, facadas, estrepadas e outros ferimentos. A maioria dos seus clientes era vítima de chifradas de boi, coices de burro, quedas de cavalo, mordidas de cobra e ferroadas de escorpião e de outros invertebrados peçonhentos. Ele morava vizinho à bodega do Seu Raimundo Galdino, que vendia produtos farmacêuticos industrializados, como Cibalena, Cibazol, Melhoral, Sonrisal, Elixir Paregórico, Óleo de Rícino, Pílula de Vida do Dr. Ross, Pílula de Matos, Mercúrio Cromo e mais alguns outros remédios populares. A mulher do bodegueiro, Dona Ciça, era parteira e rezadeira, pois curava quebranto, espinhela caída, mau olhado, moleira caída e outras doenças infantis. Na Vila de Aracatiaçu morava o encanador de braço, de nome Expedito, e o arrancador de dente Florisvaldo. Em uma fazenda próxima à cidade de Miraíma, distante 25 quilômetros de Caracará, residia Seu Raimundo Raizeiro, que vendia mezinhas, como banha de tejo, banha de raposa, de cobra cascavel, de traíra, de cágado, de jia, de galinha e sebo de carneiro capado, bem como produtos de origem de plantas, como raízes, cascas de caule, folhas, flores, frutos e sementes, que eram usados como chá, lambedor e unguento. 

Um certo domingo, quando eu e meu avô tínhamos ido visitar um amigo dele na Vila Caracará, nos deparamos com uma cena incrível, em que um jovem durante um destes forrós sertanejos, que ocorrem nos dias de sábado, levou uma peixeirada, cortando o peritônio e deixando o intestino à mostra, com seus movimentos peristálticos. A vítima estava sendo socorrida por João Enfermeiro, na sombra de um pé de tamarindo, ao lado da igreja. Ele lavou bem as mãos com sabão preto, enxaguou-as com álcool, colocou o intestino da vítima para dentro da caixa abdominal e costurou com linha zero e agulha de coser pano (tecido). Quatro homens fortes seguravam as pernas e os braços da vítima, enquanto um lenço ensopado com éter era colocado, a pequenos intervalos de tempo, no nariz do rapaz ferido, para anestesiá-lo. Pelos gritos que a pobre vítima soltava, via-se que a anestesia não estava surtindo efeito. Era uma cena selvagem e apavorante, que traduzia a cruel realidade da miséria e abandono em que vivia o sertanejo nordestino. Para surpresa de meu avô, cerca de um mês depois da ocorrência desta cena, a vítima da facada apareceu na Fazenda Aracati, para comprar um reprodutor caprino, com o ferimento totalmente cicatrizado. 

Minha avó tinha uma certa habilidade para o seu trabalho como parteira e fazia os partos das moradoras da fazenda e das mulheres que residiam nas propriedades vizinhas. Quando ela estava passando temporada no Sítio Frecheiras, na Serra da Meruoca, também fazia os partos das mulheres de lá. Ela não cobrava pelos serviços de parteira. Minha avó tinha dois bancos de parir, um leve, de mulungu, que ela transportava de sua casa em Sobral para o Sítio Frecheiras e para a Fazenda Aracati. O outro banco era de cedro, mais pesado, que ficava permanentemente na Fazenda Aracati. O banquinho de parir feito de mulungu, hoje faz parte do acervo do Museu do Sertão. Meus pais, com muita tristeza, com lágrimas nos olhos, certa vez me revelaram uma tragédia ocorrida com minhas duas avós, paterna e materna. Minha avó paterna, Antônia Valdemar Mendes, sertaneja, que também era parteira, em uma de suas idas a Sobral, foi chamada em situação de urgência para fazer o parto da minha outra avó materna, Maria da Glória Vasconcelos, quando houve uma complicação no parto e minha avó veio a falecer. Ela morreu de parto do meu tio José Helder Vasconcelos. Depois de algum tempo, quis o destino que minha mãe contraísse matrimônio com meu pai. 

Um outro fato de sucesso da prática da medicina popular que testemunhei foi quando o Seu Expedito encanou o braço de uma criança de 7 anos, neto do vaqueiro Sales e filho do Tonho da Dona Lourdes, que tinha fraturado o rádio, numa queda de cavalo. Ele puxou o braço da criança, colocou as duas pontas do osso (rádio) no lugar, confeccionou as talas de imobilização com talos de folhas de carnaubeira e fez a imobilização do braço, amarrando as talas com linha zero. Semanalmente, o Seu Expedito olhava o braço quebrado do menino, para ver se estava torto. Depois de algum tempo, o encanador de braço retirou as talas de carnaubeira e o braço estava encanado, com os ossos soldados corretamente.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes.

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SILVIO SANTOS COMPRA 50% DA GLOBO E PROMETE FAZER MUDANÇAS


Agora, acionista da TV Globo, Silvio Santos quer mudar a programação da emissora.

Sílvio Santos – dono do SBT – comprou 50% das ações da Rede Globo e quer tomar posse do canal para efetuar algumas mudanças, como costuma fazer com o SBT. 

A primeira mudança será trocar os horários dos programas. A novela das sete será as oito, a novela das oito será as seis, a novela das seis será as sete e o Jornal Nacional só entra no ar depois que terminar o SBT Brasil, pra não haver uma concorrência simultânea entre Globo e SBT.

Também não está descartada a possibilidade das novelas mexicanas invadirem a tela da Globo e do Roda Roda Jequiti ser exibido antes do Domingão do Faustão, aos domingos.

http://www.g17.com.br/noticia/televisao/silvio-santos-compra-parte-da-globo-e-promete-mudancas-no-canal.html?fbclid=IwAR2stRKBn65IoIlkm3T6qoSfKrDC-aWZnUkP7EaEUrnhPgvUL7q8H3l_0fk

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ASCRIM


CHAPA CANDIDATA PARA INSCRIÇÃO NAS ELEIÇÕES DA:
DIRETORIA EXECUTIVA DA ASCRIM-BIÊNIO 2019/2020-CARGOS DE:
1-PRESIDENTE EXECUTIVO: FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO.
2-VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO: TANIAMÁ VIEIRA DA SILVA BARRETO.
3-1ª SECRETÁRIA: MARIA GORETTI ALVES DE ARAÚJO.
5-1º TESOUREIRO: EXPEDITO DE ASSIS SILVA.
6-2º TESOUREIRO: (VAGO)
7-DIRETOR DE COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS: ELDER HERONILDES DA SILVA
8-DIRETOR DE ACERVOS: GERALDO MAIA DO NASCIMENTO.
9-DIRETORA DE ASSUNTOS ARTÍSTICOS:MARTHA CRISTINA ELEUTÉRIO MAIA.
11-DIRETORA DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS:MARIA CONCEIÇÃO MACIEL FILGUEIRA.
12-DIRETOR DE ASSUNTOS JURÍDICOS: LÚCIO NEY DE SOUZA

CHAPA CANDIDATA PARA INSCRIÇÃO NAS ELEIÇÕES DO CONSELHO FISCAL DA ASCRIM--BIÊNIO 2019/2020-CARGOS DE:
1-PRESIDENTE: WILSON BEZERRA DE MOURA.
3-SECRETÁRIA: MARIA DO SOCORRO DE ALBUQUERQUE GURGEL.
4-SUPLENTE:(VAGO)

 Enviado pela ASCRIM

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OS ESTADOS DE PERNAMBUCO E PARAÍBA CHEGARAM A OFERECER UM PRÊMIO DE 40 CONTOS DE RÉIS A QUEM CAPTURASSE O JÁ CÉLEBRE CANGACEIRO ANTÔNIO SILVINO.

Material do acervo do pesquisador Antônio Corrêa Sobrinho

INFORMAÇÃO QUE REPRODUZO DO “DIÁRIO DO MARANHÃO”, DE 01.06.1908

OPINIÕES MINHAS

“Os governadores de Pernambuco e Paraíba prometeram quarenta contos de réis a quem capturar o bandido Antônio Silvino”.

Há nesta resumida notícia telegráfica um pouco de tudo.

Por qualquer face que seja encarada oferece base segura a vários comentários!

Assim sendo não é possível, nem tão pouco tolerável que passe despercebida aos olhos de quem quer e pode ver.

Parece incrível que dos altos poderes administrativos, dos chefes de Estados parta uma proposta tão ridícula, triste e desoladora.

Um prometimento dessa laia dá perfeitamente um lastimável pano d’amostra das condições precárias em que se encontram os seus autores. 

É a falta de patriotismo, de atenção, resolução e competência!

Devemos chorar copiosamente ante um quadro tristonho desses, que bem nos indica o nosso deplorável retrogradar, e apresenta-nos um espelho fiel onde se reflete a imagem negra do atraso.

Com penosos exemplos assim nos civilizamos!!

Dois governadores oferecem “quarenta contos de réis” a quem capturar o bandido Antônio Silvino, o cangaceiro que constitui atualmente o terror dos sertões de Pernambuco e Paraíba.

Que horror!

Donde se esperava o socorro é, exatamente, de lá que surge o gemido tímido da miséria.

São ‘dois governadores’ que se declaram fracos, insuficientes para combater o pavoroso cafre pernambucano.

Tentar enumerar, concluir a enorme série de desmandos praticados por Silvino, seria uma tarefa enfadonha e difícil de ser cumprida à risca. Os fatos provam, basta isso.

Não é de hoje, sim, de há longo tempo que esse sicário perigoso preocupa as atenções do país todo.

Onde haja o alvissareiro telegrama não é ignorada a existência perniciosa desse rei das florestas de Pernambuco e Paraíba!

As suas cruéis façanhas são relembradas em toda a parte, e contra elas só se ouve o brado de revolta e indignação.

Silvino é já célebre!

Senhor de baixos instintos, de índole sanguinária ele, esse salteador terrível, não se importa de levar ao último ponto os efeitos de suas ideias loucas.

Vive do assassinato bárbaro, do ataque às escondidas, enfim, mantem-se cometendo crimes!

Afrontando, de uma maneira por demais absurda e intolerável, a sociedade, Antônio Silvino campeia impunemente nas plagas pernambucanas, alheio por completo às forças do governo!

Por várias vezes já planejaram segurá-lo.

Pelotões de soldados têm ido ao seu encalço, porém a todos Silvino serenamente repeliu, obrigando-os humildemente ao toque (...) de retirada.

E desta forma continha, constituindo-se ‘dono’ das terras onde demora.
Em plena efervescência da nossa civilização esse gozo demasiado de garantias é simplesmente vergonhoso.

Há 100 anos atrás admitia-se um desses fatos, tendo-se em mente o progredir dos tempos. 

Mas, hoje, não!

Não é na época presente que se serve deixar nos arrabaldes da capital adiantada o viver a vontade, de certo grupo de indivíduos que são a escória e o rebojo de todas as partes do mundo.

Silvino chefia numeroso bando de biltres, assassinos não menos temerosos.

Esses homens vis têm estado em atenção, isto é, tem merecido cuidado dos dois governadores, acima citados, mas, o que é triste confessar, nenhum deles se atreveu a dar fim às selvagerias, feitas pelos habitantes das matas que jazem assombrados com tais hóspedes.

Agora, como lembrança pândega, os governadores de Pernambuco e Paraíba prometeram ‘quarenta contos de réis’ a quem capturar o bandido Antônio Silvino.

O que lhe afigura isso, caro leitor?

Brincadeira, não é?

Só sendo!

Pensaram os dois nobres meus patrícios, que o cangaceiro pernambucano vale alguma coisa, que tem validade, para compensar quem o prender?!

Poder-se-ia dizer: merece porque desaparecendo, a calma, a paz, voltariam aos lugares ora em sobressaltos.

Semelhantemente poder-se-ia interrogar: e os governos que fazem?

O que representam em presença desse espetáculo escandaloso?

Tenho pendente do bico da pena o qualificativo que bem aí cabe, mas guardo-o para outra vez.

Quem pode fazer esse serviço meritório, capturar Silvino, senão os governos?

Quem mais possui meios, forças para tal fim?

Respondam os capazes.

Será Antônio Silvino um objeto raríssimo e de elevado preço?

Não! Absolutamente não.

Conseguintemente urge-o sem mais delonga, saber-se qual o motivo que forçou os dois governadores a darem tão feio passo.

Somente os poderes competentes, portanto os governadores, é que podem movimentar um contingente de praças a fim de dar caça a qualquer criminoso.

Quererão, por acaso, os ‘dois governadores’ que o prêmio os vicie?

Serão os recebedores dos ‘quarentões’?

Ora bolotas! 

Há, na verdade, muita graça, muita pilhéria nisso.

Não fariam melhor obra ‘os dois governadores’ se preparassem uma escolta em ordem, e mandassem ao encontro de Silvino?

Seria! Ninguém, repito, pode obter o que eles querem!

Se assim permanecerem, qualquer dia Silvino, atrevido como só ele, é capaz de tentar apossar-se de uma das duas capitais.

Cada qual que se previna.

Os governos estão atemorizados. Apelaram a estranhos. Caso singular!

Se há muito dinheiro, distribuam-no à pobreza, ou embelezem suas cidades. Nestas regiões também paira o esqueleto sinistro da fome.

Deixem-se de invenções carnavalescas.

Deem fim a Antônio Silvino.

Belém, 22-5-908
O. S. Mello.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/957548591120752/

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NO BRASIL QUASE NADA É TRATADO COM RESPONSABILIDADE E PROFISSIONALISMO.

Por Aderbal Nogueira

há muito que alguns pesquisadores sérios vêm batendo nessa tecla dos absurdos, falta de respeito com a história e suas personagens, inclusive me coloco no meio, para agora um irresponsável jornalista lançar uma matéria em renomada revista de circulação nacional, com citações totalmente fora de lógica e até identificação errada.

No Brasil quase nada é tratado com responsabilidade e profissionalismo. A revista VEJA dessa semana trata uma das histórias mais importantes do nordeste com total descaso, a história do Cangaço e de Lampião e dona Maria foi deturpada e colocada de forma totalmente irreal. Dizer que o casal não deixou descendentes é um erro absurdo e de total falta de compromisso com a verdade histórica, além de identificar o Cangaceiro Juriti como sendo Lampião. 


O autor da matéria o Sr João Batista Jr deveria pelo menos ter se dedicado a ler sobre o assunto ou no mínimo passar a reportagem pelas mãos de revisores históricos. Lamentável e ridículo o papel de Veja e seu descaso com nossa história.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10218013089745447&set=a.10201628255614834&type=3&theater&ifg=1

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A MORTE DO SARGENTO DELUZ – PARTE III


Por José Mendes Pereira
Sargento Deluz

Continuando a nossa história sobre a morte do sargento Deluz o escritor Alcino Costa conta que o pai da Dalva o João Marinho sempre tentava resolver aquele problema sem desassossegar a sua estimada família; sabia que a filha não tinha um tico de sossego, mas pior seria se pior fosse, uma desavença laçando todos da família. O que o patriarca mais queria era a paz naquele lar. Jamais desejou ser inimigo do seu próprio genro, pai de sua netinha que nascera no meio da infelicidade. Já tinha cedido uma parte de terra numa região de mata fechada, lá no Araticum. Naquele local o delegado desajustado fez uma fazendinha.

Mesmo com toda essa tribulação surge mais uma novidade que deixa todos os seus familiares tristes, a Dalva engravida novamente do bruto delegado. Meses depois, a criança nasce e é batizada com o nome Maria Luíza, mas entre família chamavam-na de Zizi.

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Mas parece que as coisas iriam tomar outros rumos, porque o militar estava cheios de projetos e desejava aumentar suas terras, assim alguém se abestalhasse e fizesse o seu desejo de lhe doar mais terras. E sendo o Valadão seu amigo e concunhado, casado com a Mariinha, propõe-lhe a cessão de um pedaço de terra. E sem muita demora o seu pedido foi atendido, o Valadão fez a doação da área de terras do seu desejo, e lá, negociaram que seu pedaço de terra começava pelo um trilho que se iniciava em um riacho chamado da Barra.

Com essa doação o delegado Deluz criou gosto em seus projetos e a sua fazenda Araticum passou a ser de grande porte.

Mas parece que isso não agradou muito o seu sogro João Marinho e resolveu não mais entregar os documentos de posses ao genro. E com essa negação de não entregar os documentos da terra que cedera ao Deluz, as desavenças aumentaram entre genro e sogro. O sargento fica furioso com a atitude tomada pelo seu sogro e as confusões aumentaram mais ainda entre eles.

O Deluz não se contentou somente com as terras cedidas pelo Valadão, seu concunhado, e passou a desejar uma parte da grande propriedade do sogro. Como ele sempre foi arrogante procurou o velho João Marinho e falou sobre a sua intenção, adquirir mais terras para aumentar os seus projetos. Mas o João Marinho não concordou, e nesta confusão, entrou a sogra do sargento Deluz. Dona Maria Gomes se aborreceu com a solicitação ou olho grande do bruto genro. E além dos maus-tratos com a esposa por último, queria investir sobre as terras do Brejo, e como era poderoso não temia ninguém porque se considera o melhor da lei e da justiça. A sua posição de delegado fazia pensar que era dono de tudo, sem que ninguém o incomodasse. E tinha que obedecer as suas exigências e ordens.

O fazendeiro João Marinho ficou sem saber o que iria fazer. O militar já atrapalhando a boa vida que tinha sua filha Dalva, agora só lhe faltava esta, querer se apossar do que não era dele? Aquela terra custou o seu suor, a sua vida desde muitos anos foi cuidar das suas terras, e sem menos nem mais, de repente surge um infeliz querendo tomá-la do seu poder.

Apesar de ter sido um homem bruto, ignorante e outros mais adjetivos o Deluz odiava qualquer tipo de trapassa, e sempre quando isso era para ser resolvido por ele, como militar, agia pela razão e conforme mandava a justiça.

Um deles foi o caso de Zuleica, uma das filhas de uma senhora chamada dona Delfina da Pedra D’água, que estava nos primeiros dias de resguardo e tivera uma discussão com um jovem chamado Raimundo, um dos empregados de um senhor de nome Mestre Cícero. Tomando conhecimento da discussão que tivera o Raimundo com a parturiente Zuleica, o delegado Deluz intimou-o e ordenou que ela desse-lhe uma surra de chicote daqueles fabricados com couro cru, mas a Zuleica não aceitou a ordem. Revoltado com a rejeição da Zuleica o Deluz fez-lhe a segunda proposta, se ela não surrasse o Raimundo quem iria apanhar era ela. E sem outra solução, mesmo contra vontade, o rapaz foi surrado pela Zuleica. Como a Zuleica ainda estava no seu resguardo e debilitada, e não esperava aquela ordem tão severa, findou adoecendo, e dias depois, ela faleceu.

Existe um outro fato que aconteceu com um jovem que ao ver algumas meninas brincando, dentre elas estava Adélia filha do sargento Deluz e da infeliz Dalva, o jovem mostrou os seus órgãos genitais a elas. Assim que Deluz soube, prendeu e mandou que as meninas desse-lhe uma surra de chicote naquele indivíduo.

Continuarei amanhã!

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