O Cangaceiro Antonio Silvino, após a sua prisão, proeza de Theophanes Ferraz no final de novembro de 1914 na cidade de Taquaritinga, PE, foi transferido para a Casa de Detenção do Recife ( Vide foto, logo abaixo ), onde , após julgamentos pelos crimes praticados, o judiciário aplicou-lhe uma pena total de 39 anos e quatro meses de reclusão.
Após cumprir mais de 23 anos de prisão, o velho cangaceiro, incentivado por amigos do cárcere, dirigiu uma "Carta", ao Presidente Getúlio Vargas solicitando o " Indulto ", haja vista que, no seu entendimento, já era demasiado o tempo de recolhimento á prisão, pois, achava que já tinha pago pelos seus crimes.
Em 04 de Fevereiro de 1937, Silvino recebera a grande notícia: O Presidente havia lhe concedido o Indulto, a que tanto almejava.
Casa de Detenção do Recife ( Fonte: Carvalho Araújo), onde Silvino cumpriu pena. Prédio construído em meados do século XIX para ser utilizado como cadeia. Em 1975 foi transformado em centro de cultura regional com lojas de artesanato, restaurantes, apresentações folclóricas e exposições de artes.
No dia 17 de Fevereiro de 1937, o juiz titular da Primeira Vara de Recife, expediu o " Alvará de Soltura " em favor do grande bandoleiro. Pagara pelos seus crimes um total de 23 anos, 02 meses e 18 dias de detenção, na velha cadeia.
Ao sair da solitária, Silvino estava velho. Os cabelos brancos envelhecidos pelo tempo. Morrera ali, o "governador do sertão " . O ex-cangaceiro voltara a ser um homem, como qualquer outro. Com pouco tempo, percebera que estava sem emprego, sem dinheiro e sem um pedaço de terra para que pudesse retirar seu sustento.
Silvino conseguira um cargo comissionado, e passou a trabalhar na construção da estrada Rio - Salvador. Algum tempo depois, ao ser entrevistado por um repórter do jornal " A Noite " , sobre o trágico fim de Lampião , Silvino disparou :
Um abraço a todos.
IVANILDO ALVES SILVEIRA
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC
Natal/RN.
Soltura de Antonio Silvino. Cortesia Sérgio Augusto de Souza Dantas.
Ao sair da solitária, Silvino estava velho. Os cabelos brancos envelhecidos pelo tempo. Morrera ali, o "governador do sertão " . O ex-cangaceiro voltara a ser um homem, como qualquer outro. Com pouco tempo, percebera que estava sem emprego, sem dinheiro e sem um pedaço de terra para que pudesse retirar seu sustento.
Orientado por familiares e amigos, ainda no primeiro semestre de 1938, se dirigiu ao Rio de Janeiro, a fim de conseguir uma audiência com o Presidente Getúlio, a quem solicitaria um emprego.
Foto do aludido encontro
Silvino conseguira um cargo comissionado, e passou a trabalhar na construção da estrada Rio - Salvador. Algum tempo depois, ao ser entrevistado por um repórter do jornal " A Noite " , sobre o trágico fim de Lampião , Silvino disparou :
"Não me causou admiração, porque a vida é incerta, mas a morte é certa. Logo,Lampião tinha que desaparecer mais hoje ou mais amanhã. Acredito que os homens tinham sido pegados dormindo, mas fico espantado, de ver como caíram tão facilmente na ratoeira, porque Lampião era prevenido de verdade" ( Rocha, pg.159).
O repórter indagou-lhe, mais incisivo:
- Estará resolvido, Silvino, o problema da extinção do banditismo?
Ao que respondeu, o velho cangaceiro: " - Isto não acaba assim. O rifle não conserta nada. Morreu Lampião. Outros 'Lampiões' aparecerão ! E o mundo por aqui continuará girando, até que a Justiça bata as portas do sertão ! É de Justiça que o sertão precisa" ( Rocha, pág 160 ).
O velho Antonio Silvino terminou os seus últimos dias, na casa da prima Teodulina, na cidade de Campina Grande/PB, (Vide foto), tendo falecido na manhã do dia 28 de julho de 1944, em consequência de glomérulo nefrite crônica - Uremia - conforme atestado firmado pelo Dr. Bezerra de Carvalho, deixando oito filhos naturais. (Dantas, pg 261).
Está enterrado no cemitério Monte Santo, na cidade de Campina Grande, PB. Passados dois anos e meio do seu falecimento, nenhum familiar apareceu para a retirada dos ossos de Antônio Silvino. Sem alternativa, os coveiros enterram os restos mortais em um outro lugar do cemitério. Hoje, não se sabe mais aonde.
Monumento simbólico para Silvino
Foto de Mario Vinicius Carneiro.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA :
- DANTAS, Sérgio Augusto de Souza. ANTÔNIO SILVINO, O cangaceiro, O homem e o Mito. 1ª Edição. Editora/Gráfica Cartograf. Natal/RN, 2006. 313 pgs.
- ROCHA, Mechíades da. BANDOLEIROS DAS CAATINGAS, 2ª edição. Livraria Francisco Alves S/A. Rio de Janeiro, 1988. 178 pgs.
- BARBOSA, Severino. ANTÔNIO SILVINO, O RIFLE DE OURO. Segunda Edição. Companhia Editora de Pernambuco - CEPE, Recife/PE., 1979. 260 pgs.
- DANTAS, Sérgio Augusto de Souza. ANTÔNIO SILVINO, O cangaceiro, O homem e o Mito. 1ª Edição. Editora/Gráfica Cartograf. Natal/RN, 2006. 313 pgs.
- ROCHA, Mechíades da. BANDOLEIROS DAS CAATINGAS, 2ª edição. Livraria Francisco Alves S/A. Rio de Janeiro, 1988. 178 pgs.
- BARBOSA, Severino. ANTÔNIO SILVINO, O RIFLE DE OURO. Segunda Edição. Companhia Editora de Pernambuco - CEPE, Recife/PE., 1979. 260 pgs.
Um abraço a todos.
IVANILDO ALVES SILVEIRA
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC
Natal/RN.
Foto perfil: Família Daniel História
Este material foi extraído do Blog: "Lampião Aceso" do amigo Kiko Monteiro.