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sexta-feira, 24 de abril de 2020

JORNAL TCM - HISTÓRIA DO CINEMA MOSSOROENSE - PARTE 2

https://www.youtube.com/watch?v=jrwQoecfjZ8


Jornal TCM
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"O PATRIARCA"

Por Sálvio Siqueira

No dia 3 de setembro de 2016 será lançado, em Serra Talhada - Pe, mais uma obra prima da literatura sertaneja, intitulado 'O PATRIARCA', o livro nos traz a notória história do cidadão "Crispim Pereira de Araújo", que na história ficou conhecido como "Ioiô Maroto", contada pela 'pena' do ilustre amigo venicio feitosa neves

Crispim Pereira de Araújo (Ioiô Maroto) 

Sendo parente de Sinhô Pereira, chefe de grupo cangaceiro e comandante dos irmãos Ferreira, conta-nos o livro, a história que "Ioiô Maroto" foi vítima de invejas e fuxico. Após sua casa ter sido invadida por uma volante comandada pelo tenente Peregrino Montenegro, da força cearense.

Sinhô Pereira

Sinhô Pereira deixa o cangaço, não sem antes fazer um pedido para o novo chefe do bando, Virgolino Ferreira da Silva o Lampião e o mesmo cumpre o prometido.


Além da excelente narração escrita pelo autor, teremos o prazer e satisfação de vislumbrar rica e inédita iconografia.

Não deixem de ter em sua coleção particular, mais essa obra prima literária.

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Peça-o através de deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

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OS SERROTES SERTANEJOS

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de abril de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.299

Serrote no sertão nordestino é uma pequena montanha, uma elevação residual em média entre 50 e 300 metros de altitude. Pode possuir várias formas, mas sempre é avistado de longe por ser destaque na paisagem plana. O mais famoso e o mais bonito serrote do sertão alagoano, é o serrote do Carié. Carié é um dos entroncamentos mais importantes do Nordeste, bem perto da cidade de Canapi. Antes sozinho, evoluiu e agora é povoado. Das quatro “bocas” do entroncamento duas levam a Pernambuco, uma a Pernambuco e Bahia e outra ao restante de Alagoas. O serrote tem forma norte-sul de gigantesca lagarta. Vem aqui ilustrado com a foto  do livro inédito “Repensando a Geografia de Alagoas”.
Serrote do Carié. Livro Repensando a Geografia de Alagoas (B. Chagas).
Os serrotes são referências no interior. A vegetação, quando original, é muito mais densa, surgindo arvoretas e árvores de consideráveis tamanhos. É refrigério para o gado e não raramente possuem olhos-d’água que bem abastecem aos humanos. Serrotes são refúgios para animais maiores como raposas, sussuaranas, gato do mato, saguins e mesmo de terríveis cobras cascavéis. Muito sertanejos preferem construir suas residências no alto dos serrotes, mesmo enfrentado as dificuldades de caminhos íngremes. No Município de Santana do Ipanema temos lugares bastante  conhecidos, habitados e frequentados. Trazem nomes como SerroteSerrotinho e outros, sempre com a expressão à frente: “serrote do ou dos...” SeverianoAmparoBrásBoisFrança e Angicos.
Ouçamos uma professora que possui fazenda no serrote dos Angicos. “É lugar muito bonito, meu colega, bela paisagem, tranquilidade, microclima agradabilíssimo e constante canto da passarada. Ali é o meu refúgio”. A propósito, o serrote dos Angicos fica perto da divisa Santana do Ipanema com Senador Rui Palmeira. Pode se chegar até o local por dois extremos: indo pelo sítio Olho d’Água do Amaro ou pelo povoado Pedra d’Água dos Alexandre.
Já sobre serrotes urbanos temos vários que circundam a nossa cidade, sendo mirantes naturais de primeira linha. Perto de Arapiraca existe o serrote do Japão, lugar de destaque de bons vaqueiros e famosas vaquejadas. Em Estrela de Alagoas o conhecido é o serrote do Vento, lugar de romaria durante a Semana Santa.
Um serrote nas planuras sertanejas, faz a diferença na monotonia do relevo.


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“POR QUE NÃO EXPERIMENTA CANTAR?”

*Rangel Alves da Costa

“Por que não experimenta cantar?”, perguntou o passarinho preso perante o seu dono entristecido Uma imagem, do tipo charge no Facebook, me chamou atenção.
Nela, um homem entristecido diante das grades de sua janela, amargando as tristezas e a solidão do isolamento, é perguntado pelo passarinho que está logo atrás aprisionado numa gaiola: “Por que não experimenta cantar?”.
O passarinho também poderia perguntar: “Acha que canto por felicidade ou pra passar o tempo, ou por que minha tristeza é tão grande que me ponho a cantar para aliviar as angústias e desilusões?”.
“Por que não solta a voz e reinventa um sozinho ao invés de ficar todo entristecido perante as grades da janela? Olhe aqui, olhe pra trás e veja que não é apenas você que está diante de grades”.
“Então, já que está assim entristecido, nada melhor que tentar um longo e belo canto. Muitas vezes, mesmo sabendo de minha situação de prisioneiro, você vem aqui me pedindo, e até exigindo que eu cante. Então por que não experimenta cantar?”.
Diálogos possíveis a partir de uma imagem. Uma imagem que é uma metáfora de tão contundente. É como se o passarinho quisesse dizer muito mais: “É boa a sensação de estar se sentindo como um prisioneiro dentro de uma gaiola?”


“Estar atrás de uma grade, sem poder ter a liberdade de sair e fazer o que quiser, causa tamanho entristecimento? E você já imaginou como eu me sinto aqui aprisionado nessa gaiola?”
“Quando eu canto, então você acha que estou alegre, que me sinto bem dentro da gaiola, que me traz contentamento estando preso. Então também procure cantar diante da grade de sua janela, quem sabe assim irão imaginar que você está muito feliz!”.
Contudo, eu diria mais. Diria que somente nos instantes de tristeza e de dor, de necessária reclusão e falta de uma porta aberta para o mundo da liberdade, o ser humano passa a meditar sobre o que poderia fazer diante de outra situação.
Mas deveria refletir muito mais acerca da importância de se estar livre e do que fazer com a liberdade que lhe é concedida como atributo humano. E não só deixar o pássaro livre para voar e viver o seu mundo na natureza, mas igualmente permitir que as liberdades dos outros sejam respeitadas, que se dê a importância exata ao que o outro merece ter.
E também usar da liberdade futura para o bem maior de si mesmo e de todos. É que - e quase sempre - não há canção saindo da voz que faça alegrar um coração perverso ou pesaroso. Preciso será que se permita primeiro a alegria interior, através da liberdade de consciência.
Todo canto será bem-vindo e bem ouvido. Contudo, um canto com asas de liberdade, de paz e contentamento.

Escritor
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VOLTA SECA FALA AO "PASQUIM" - PARTE III



Importante lembrar que alguns fatos e informações contadas pelo ex-cangaceiro Volta Seca nesse documentário não condizem com a história pesquisada e escrita, sendo o objetivo desse trabalho apenas resgatar e preservar essa formidável entrevista que foi publicada no antigo Jornal "O Pasquim" em sua edição de número 221 de setembro/outubro de 1973 e apresentá-la em uma em nova "roupagem", contando com a narração do ator Alan Pellegrino. Confiram. Na sequência publicaremos no canal o final da entrevista. Aproveito para agradecer pelo apoio e participação de todos vocês no canal "CANGAÇOLOGIA". Minha gratidão.

Geraldo Antônio de Souza Júnior
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UMA CERTA D. ANA DE TAL

Por Gerlado Maia do Nascimento

Em 30 de agosto de 1875, numa Segunda-feira, Mossoró viveu o mais esdrúxulo de seus movimentos libertatórios que foi “O Motim das Mulheres”.  Naquela data, cerca de trezentas mulheres saíram pelas ruas em passeata, com o objetivo de protestar contra a obrigatoriedade do alistamento militar. Tudo começou quando o  Gabinete do Visconde do Rio Branco aprovou o regulamento do recrutamento para o Exército e Armada. Esse regulamento teve repercussão desfavorável na Província do Rio Grande do Norte, onde várias comunidades se levantaram em sinal de protesto. Ninguém desejava que seus filhos fossem apanhados para o serviço militar, notadamente quando era sabido das intenções dos chefes políticos dominantes em darem sua preferência a filhos de adversários, como estava acontecendo em Mossoró. Desse modo, tomando conhecimento de levantes que estavam acontecendo em outros municípios, as mulheres mossoroenses promoveram uma manifestação e conseqüente passeata pelas ruas da cidade, rasgando os editais afixados na Igreja Matriz de Santa Luzia e dirigindo-se a casa do escrivão do Juiz de Paz de quem tomaram e rasgaram o livro e papéis relativos ao alistamento.   Partiram depois para à redação do jornal “O Mossoroense”, onde destruíram cópias dos mesmos que ali estavam para serem publicadas.  Concluída a tarefa da destruição dos editais, as revoltosas partiram para a Praça da Liberdade, onde entraram em choque corporal com um grupo de soldados da Força Pública que ali estavam para dominar a rebelião.  Algumas saíram feridas, não se agravando mais o movimento, graças a interferência de pessoas neutras que foram ajudar a acabar com a confusão. 


Encabeçando o movimento estava  Ana Floriano, uma mulher forte, de olhos azuis, cabelos louros e estatura considerada acima do normal para o seu sexo, juntamente com D. Maria Filgueira, esposa do Cap. Antônio Secundes Filgueira e  D. Joaquina Maria de Góis, genitora do historiador Francisco Fausto de Souza. Logo após o movimento, o Juiz de Direito, Dr. João Antônio Rodrigues comunicou o fato ao Presidente da Província, Bacharel João Bernardo Galvão Alcanforado Júnior, que mandou instaurar inquérito contra a promotora do Motim das Mulheres, cuja peça processual desapareceu do  arquivo do Departamento de Segurança Pública. Em seu depoimento, o Dr. João Antônio Rodrigues afirma que o movimento contou com um número de cinqüenta a cem mulheres e que as mesmas eram lideradas por  D. Maria Filgueira, mulher do capitão Antônio Filgueira Secundes, 3º suplente de Juiz Municipal deste Termo, juntamente com D. Joaquina de Tal e D. Ana de Tal, que mal aconselhadas por seus maridos e parentes cometeram o criminoso ato. O referido Juiz não admitia que o movimento tivesse partido das mulheres e sim do capitão  Antônio Filgueira Secundes, seu adversário político, que assim procedera para lhe prejudicar. Quanto ao número das revoltosas? “De cinqüenta a cem mulheres”, foi o que ele disse para diminuir a gravidade do movimento. E quanto a D. Ana de Tal, tratava-se de D. Ana Floriano, assim chamada por ser esposa de Floriano da Rocha Nogueira, pais do jornalista Jeremias da Rocha Nogueira, Diretor proprietário do jornal “O Mossoroense”. Francisco Romão Filgueira, procer abolicionista de 1883, falecido a 7 de setembro de 1958, deu depoimento ao historiador Vingt-un Rosado sobre o fato por ele presenciado. Segundo o mesmo, o movimento teria contado realmente com cerca de trezentas mulheres e que as mesmas eram chefiadas por D. Ana Floriano. O historiador Raimundo Nonato registra que “ao tempo, Romão Filgueira era um jovem impetuoso, rapaz de boa família, exaltado, que devia se encontrar no meio da rebelião, agarrado no cós de sua mãe,  Dona Maria Filgueira, esposa do capitão Antônio Filgueira Secundes, figura de prestígio do município. O jovem Romão Filgueira corria pela casa dos 16 anos fogoso e turbulento”.  


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JORNAL TCM - HISTÓRIA DO CINEMA MOSSOROENSE - PARTE 1

Enviado pelo pesquisador Geraldo Nelson Leite Pires

Jornal TCM 
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ANTÔNIO SILVINO E A FÁBRICA DE BATERIAS MOURA

Por Júnior Almeida
Manoel Severo e Júnior Almeida

A Indústria de Acumuladores Moura iniciou suas atividades no município de Belo Jardim, interior de Pernambuco em 1957 e é hoje uma gigante mundial no ramo de baterias automotores, náutica, logística e de telecomunicações, tendo suas unidades fabris no Agreste pernambucano, São Paulo e Argentina, estando as baterias de marca “Moura” nos veículos das principais montadoras do Brasil e até no exterior, liderando o mercado em toda América Latina.

Hoje a Moura é uma marca consolidada e a família dona da indústria, evidentemente, são notáveis e potentados não só em Pernambuco, mas em todo Brasil, como por exemplo, basta apenas citar um: o ex-governador do Estado Mendonça Filho, cria do casal José Mendonça e Estefânia e, neto do velho Pedro Moura Júnior, esse pioneiro da industrialização de Belo Jardim.

“Seu” Moura, como muitos o chamavam, nasceu em Vitória de Santo Antão, Pernambuco, em agosto de 1901, mas dois anos depois passou a residir, junto com toda família, em Gravatá, no mesmo Estado. Aos cinco anos perdeu sua mãe e aos treze já trabalhava numa padaria da cidade onde morava. Com dezesseis foi tentar uma vida melhor em Recife e com apenas vinte e um anos de idade já era representante de vendas das Máquinas Singer, o que fez com que em 1922 desembarcasse do trem da Great West em Belo Jardim, para não mais sair, mudando a sua história de vida e a história do lugar.

O sociólogo Gilberto Freyre disse em seu clássico “Casa Grande & Senzala” que “todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não no corpo (...) a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro”, então, partindo desse entendimento, creio que “todo nordestino tem algum tipo de ligação com o cangaço, através de parentesco com cangaceiros, coiteiros, volantes, ou mesmo por serem vítimas desses citados”. Como exemplo, narro aqui uma passagem envolvendo uma das famílias mais importantes (economicamente falando) de Pernambuco com o cangaço.

Edson Mororó de Moura foi quem fundou a primeira fábrica de acumuladores de energia do interior de Pernambuco há mais de seis décadas. Ele é filho de Pedro Moura Júnior e Josefa Augusta de Moura, a Dona Mocinha, nascida em 1904, essa da família Mororó, da região do distrito de Xucurús, município de Belo Jardim, mas na época de sua infância, pertencente a Brejo da Madre de Deus, local em a família Mororó teve contato com cangaceiros, mais especificamente com Antônio Silvino, o chamado “Rifle de Ouro”.

Cangaceiro Antônio Silvino

Em 12 de fevereiro de 2001, o jornalista Carlos Eduardo Carvalho dos Santos esteve na residência da matriarca da família Moura, Dona Mocinha, então com 94 anos, em Recife, para entrevista-la, para seu livro, a biografia de Pedro Moura Júnior, seu falecido marido, e dentre várias passagens de sua vida em comum com o industrial, falou a respeito de como o cangaceiro Antônio Silvino involuntariamente uniu o casal. No capítulo intitulado “O Cangaço na História (da família)”, Dona Mocinha relatou o episódio, que segundo ela “alterou profundamente as ligações da família Mororó com o progresso de todos, alterando a qualidade de vida, quando passaram a ter mais segurança e perspectiva de melhores dias futuros.”

Dona Mocinha era filha de Balbino Batista de Lima (dos Mororó) e Florentina Augusta de Lima, conhecida como “Florzinha”. A matriarca contou que corria 1911 e, ela com toda família morava na Fazenda Santa Rosa, zona rural daquele município, quando receberam certo dia a visita nada agradável de Antônio Silvino e seu bando. A velha senhora disse que:

O chefe não chegou a entrar na casa, permanecendo em pé na porta, em atitude arrogante, pediu para Balbino trocar uma cédula de cem mil réis, já recolhida pelas autoridades monetárias e que o bandido sabia não ter o menor valor. Os demais ficaram no pátio.

De imediato, o dono da casa não vacilou, e como não sabia ler, trocou o dinheiro, sendo assim, enganado. Ainda hoje esta cédula está no acervo da família, como marco documental.

Dona Mocinha relatou que semanas depois desse episódio, outros cangaceiros do bando de Silvino apareceram em outra propriedade dos Mororó, onde praticaram violências contra alguns moradores, que eram, segundo os bandidos, “cabras fuxiqueiros”. Quitéria, Antônia, Maria e Francisca, irmãs de Mocinha, eram adolescentes na época e, segundo ela, ficaram apavoradas com os “gracejos” dos cangaceiros e, mais ainda quando um sicário de alcunha Borboleta disse que ficara sabendo que Antônio Silvino iria incendiar a casa de Balbino e seu irmão Zé Mororó, o que iria servir de lição.

Mocinha relatou ainda que os cangaceiros mandaram chamar as pessoas da vizinhança, dentre elas, o perneta e ruim da cabeça Manuel Bibiu, que ao ser inquirido não soube responder nada, sendo apenas ameaçado de que “com uma pisa boa sua cabeça voltaria a funcionar de novo”. Após o leso ser “interrogado”, sobrou para dois rapazes de nome Geraldo e Xavier, que foram arrastados para o terreiro da casa e onde foram espancados de todo jeito, inclusive com um chicote de couro de três pernas com bolas de chumbo em suas extremidades. A surra foi tão grande que os cangaceiros chegaram a quebrar a folha de um punhal, de tanto bater no espinhaço dos jovens. Os rapazes ficaram encharcados de sangue, inclusive, expelindo o sangue pela boca, em várias golfadas enquanto desciam um barranco embolando, na base do coice de rifle.

Segundo Dona Mocinha, Borboleta, o mais cruel do grupo, pegou no punhal para sangrar os rapazes, mas sua mãe Florzinha pediu “pela criança que segurava nos braços, que ele não os matassem em seu terreiro”, no que foi atendida. Para humilhar mais ainda as vítimas, o cangaceiro mandou que Geraldo e Xavier tomassem benção à Florzinha.
Depois desses dois episódios, a família Mororó ficou com medo de permanecer na área rural e migrou, em 1912, para Belo Jardim. Dona Mocinha creditou a essa mudança à guinada na vida de sua família, inclusive, o seu casamento com Pedro Moura, pois segundo ela, sua prima Nega, filha de João Lau, não quis sair do sítio e ficou vivendo por lá em extrema pobreza. A matriarca dos Mororó Moura chegou a dizer que:

Há que se suspirar de alívio. Afinal, Antônio Silvino foi, como se poderia dizer, nesse caso, uma benção para a família de Balbino [Mororó], que assim teve seu destino melhor motivado pela “visita” do Cavaleiro das Caatingas.


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HOJE COMEMORAMOS O DIA MUNDIAL DO LIVRO!

Por Joab Nascimento

O livro
São tantas definições
Que ele leva consigo
É uma obra de arte
Tenho sempre comigo
Os meus versos rimados
Neles estão guardados
É um verdadeiro amigo

É uma publicação
Em formato diverso
Ele conversa comigo
E com ele eu converso
Nele eu guardo segredo
Um confidente sem medo
Pra segredar meu verso

Os variados sinônimos
Alguns eu vou relatar
Alfarrábio e calhamaço
Volume ou exemplar
Papiro ou publicação
Obra pra divulgação
Folheto no popular

Toda história da vida
Nele estão registradas
Desde o início do mundo
Às vidas atualizadas
A bíblia foi o primeiro
Trouxe pro mundo inteiro
As diretrizes sagradas

Divididos em dois livros
Novos e velhos testamentos
Foram quarenta autores
Que deram depoimentos
Setenta e três no total
É um agrupamento geral
Pra todos esclarecimentos

Todo livro é uma obra
Que fala de todos temas
Pode não ter palavras
Ter mistérios e dilemas
Pode ter apenas imagem
Fotografia ou paisagem
Contos e lindos poemas

Nos intestinos bovinos
Onde o capim é ruminado
Fica no bucho do boi
Pode até ser folheado
Para fazer a panelada
Ou uma bela buchada
O livro é adicionado

Sem o livro não existe
Nenhum entendimento
Não existe o professor
Para dar discernimento
A história do passado
Tudo que foi registrado
Para nosso conhecimento

O livro é um espelho
Que reflete a nossa vida
É nele que encontramos
Toda entrada e saída
Nele nos avistamos
É lá que desvendamos
A chegada e a partida

Quando não avistamos
A nossa reflexão
Num espelho embaçado
Ficamos em aflição
É o mesmo que folhear
Um livro e desvendar
Toda aquela confusão

Os livros são janelas
Que mostram o horizonte
Os raios do sol a brilhar
Surgindo atrás do monte
Nos mostra a natureza
Do céu a sua beleza
Em minha vista defronte

Ás vezes não reparamos
O que temos na frente
Nem sequer valorizamos
Uma criança contente
O livro é referência
Força-nos a inteligência
Abrindo a nossa mente

O livro é uma porta
Que se abre com grandeza
Mostrando para nós
A verdadeira certeza
Só ele tem conteúdo
E o poder, sobretudo,
Provido de toda nobreza

Um livro quando se abre
Mostra toda a essência
Da mais pura riqueza
Impulsiona influencia
É a porta da liberdade,
É a certeza e verdade
Da vitória na vivencia

Cada livro é um degrau
Na subida da escada
Para atingirmos o topo
E o sucesso na chegada
Cada volume conhecido
É um degrau vencido
Ao longo dessa jornada

Todo livro é um degrau
Na escala do saber
Só o livro pode dar
O que você quer aprender
O livro é como os pais
Orienta-te demais
Ajuda a você crescer

Os livros são abrigos
Que fazem nos acolher
Ensina-nos e orienta
Impulsiona você crescer
Dá-nos força e proteção
Segurança e direção
Ajuda você a vencer

Como um abrigo protege
Quiçá futuramente
Das intempéries da vida
Dando-te seguramente
Conforto e segurança
Um sonho e esperança
Pr’um viver mais contente

Com a finalidade
De ensinar e proteger
Dar-te uma profissão
Para ter um bem viver
Te orienta no trabalho
Ensina-te todo atalho
Para um novo amanhecer

Como barco a deriva
Precisa de ancoradouro
Um pedestre a andar
Precisa de logradouro
O livro é porto seguro
É claridade no escuro
Para o sucesso vindouro

O livro te impulsiona
Como faz a catapulta
Te serve de trampolim
Para vencer a disputa
O livro te leva à frente
É uma arma potente
Com potencia absoluta

Como válvula de escape
O livro serve a alguém
Alivia suas tensões
Sem prejudicar ninguém
Companhia de toda hora
Ler um livro sem demora
É companheiro também

O livro é um retiro
Que te oferece conforto
É um navio bem atracado
Quando chega a um porto
O livro traz tranquilidade
Faz voar na saudade
Com o pensar absorto

Assim como cobertor
Que te protege do frio
O livro te dar o calor
Sem te causar arrepio
O livro é uma proteção
É tábua de salvação
De um buraco vazio

O livro te faz sonhar
Como tapete voador
Leva-te às dimensões
Com devaneios de amor
Numa viagem eloquente
Vagueia em sua mente
O universo esplendor

Os livros são faróis
Na hora da escuridão
É claridade da vida
É sossego e mansidão
O livro é luminosidade
Encandeia a maldade
Faz limpar teu coração

O livro é um amigo
Que serve a toda hora
Não cobra o que ensina
Alimenta-te e revigora
Abastece-te de saber
Só basta você querer
Está apto sem demora

Doe livro e incentive
Todo mundo à leitura
Aquele que ler muito
Tem uma boa escritura
Se você ler bastante
Asseguro-te no instante
Vai escrever com lisura

Joabnascimento
Camocim-CE 07/02/19


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VOLTA SECA FALA AO "PASQUIM" - PARTE II.


Cangaçologia

Segunda parte da entrevista que foi produzida pelo Jornal "O Pasquim" no ano de 1973 com o ex-cangaceiro Volta Seca (Antônio dos Santos). Volta Seca que durante a vida concedeu inúmeras entrevistas à vários meios de comunicação e foi um dos remanescentes do cangaço lampiônico que mais depoimentos prestou. Contando suas histórias e usando e abusando de sua fértil imaginação, Volta Seca conversou com os "Cabras" de O Pasquim e deixou esse espetacular registro histórico que hoje temos acesso e a oportunidade de conhecer. A matéria escrita foi publicada inicialmente no Jornal O Pasquim de setembro/outubro de 1973 e pensando em divulgar e facilitar o entendimento da história, resolvemos fazer a leitura e registrá-la nesse documentário que será dividido em quatro partes. A narração ficou por conta de Alan Pellegrino. Acessem e ouçam a entrevista. Em breve estarei publicando as demais partes. 

Valeu! Cabroeira!
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