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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

LAMPIÃO


LAMPIÃO, apesar de ser destro, fazia a mira com o olho esquerdo e, puxava o gatilho, com a mão esquerda..!

Na foto, abaixo, percebe-se, claramente esses gestos. Ele, tinha um extenso "leucoma" (parte esbranquiçada), no olho direito, por isso o mesmo, era praticamente inutilizado...

Em face disso, Lampião que no início do cangaço atirava com a mão direita / olho direito, teve que se adaptar a essa nova situação. Há relatos na bibliografia cangaceira de que ele era um excelente atirador. Era tiro e, queda...

Foto: Compartilhada de Pedro R. Melo


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18 DE AGOSTO: 145 ANOS DO MORTICÍNIO ELEITORAL DE CAJAZEIRAS TRÊS CAJAZEIRENSES MORREM CRIVADOS DE BALA NO PATAMAR DA IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA NO DIA ELEIÇÃO.

 Por José Antônio de Albuquerque

O dia 18 de agosto de 1872 era o dia designado para a eleição que tinha por finalidade renovar o quadro de Vereadores para a Câmara Municipal de Cajazeiras.

Nos anais do Senado de Pombal (PB) do ano de 1872 consta o seguinte: “300 homens armados, vindos da povoação vizinha..., invadiram a Vila de Cajazeiras, tendo a frente o Alferes João Pires, cercaram a igreja Matriz, que ainda se achava fechada, preparam-se para impedir os trabalhos eleitorais. Às 10 horas, outro grupo de 50 homens, tendo a frente JOÃO ANTONIO DO COUTO CARTAXO e seus irmãos Joaquim Antonio do Couto Cartaxo e Serafim Antonio do Couto Cartaxo, foi recebido com tiros de bala, travando-se entre eles uma luta desigual, cujo resultado foi não só a morte de cinco homens de um e outro lado, inclusive JOÃO ANTONIO DO COUTO CARTAXO”. 

JOÃO ANTONIO DO COUTO CARTAXO, era Tenente, nasceu em Cajazeiras em 1845, foi Chefe do Partido Liberal Geopolítico Brasileiro, era um idealista, destemido defensor dos seus ideais políticos e de seu partido, foi morto a tiros de bacamarte, juntamente com seus companheiros IINÁCIO SILVA E BERNARDINO SENA, no patamar do que é hoje a Matriz de Nossa de Fátima, aonde foi erigido um Monumento em sua honra. Antes este Memorial havia sido erguido pela família Cartaxo, tendo a frente Otacílio Dantas Cartaxo, na Avenida Comandante Vital Rolim, mas que foi DESTRUÍDO no governo de Léo Abreu para dar lugar a uma rotatória.

JOÃO ANTONIO DO COUTO CARTAXO é hoje o PATRONO da cidade de Cajazeiras e existe em torno dele e deste episódio toda uma mística, que marca fortemente a História Política de Cajazeiras, que precisa ser resgatado e mais divulgado. 


FOTO: Monumento na Praça Nossa de Fátima

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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PASSARINHO 110 ANOS: UM EX-CANGACEIRO DE LAMPIÃO


Marcos de Lima (Passarinho) nasceu em Santa Cruz, antes distrito de Triunfo-PE, em 22 de setembro de 1903. Começou cedo no cangaço com idade de 16 anos em 1919, ainda no comando do cangaceiro Sinhô Pereira (Lampião ainda não havia formado o seu bando).

Posteriormente, Sinhô Pereira confia entregar o comando a Lampião e vai embora para Goiás onde seus familiares tinham propriedades, isso mais ou menos por volta de 1921. Logo em seguida, são formados novos grupos de cangaceiros para dar sustentação ao grupo de Lampião.

Passarinho entra num desses grupos comandado por Cícero Costa, ou Ciço Costa (um Paraibano) que agia na região de Conceição de Piancó PB. Eles e Ciço Costa participaram do bando de Lampião em várias ocasiões. Esse seu chefe imediato era um grande conhecedor de farmácia natural, o médico do bando.

Muitas pessoas acham que Passarinho conviveu diretamente com Lampião. Não, ele teve vários encontros com o rei do cangaço, inclusive participando de alguns ataques como na propriedade de José Trajano, localizada no município de Conceição PB, com o seu chefe tomando-lhe rifle e dinheiro em 06 de Julho de 1921.

Existiram dois Passarinhos no cangaço, por isso que algumas publicações citam: Passarinho l e Passarinho 2, (era costume quando algum morria ou era preso, se colocar o nome de outro que estava chegando e com semelhança ao mesmo, batizar de fulano l e fulano 2, e este Passarinho é claro e evidente foi o nº l.

Nessa vida tirana, Passarinho viveu 3 anos e 7 meses no cangaço, até quando foi preso em 24 de dezembro de 1923. Foi recolhido a cadeia de *Princesa e sendo condenado pelo júri local a 29 anos e 9 meses de prisão.

Fora preso e condenado por haver assassinado naquele ano, mais precisamente no dia 17 de dezembro do corrente ano, num local chamado Caracol do município de Conceição do Piancó PB, Raimundo Nogueira a quem roubara-lhe sua roupa e algum dinheiro. Seis dias após o acontecido, o irmão de Raimundo surpreende Passarinho nas adjacências da povoação de Patos, município de Princesa.

Passarinho estava justamente com as roupas do seu irmão Raimundo, este saca de uma arma e atinge Passarinho. O seu companheiro Juriti, num vacilo de Raimundo, por trás dá-lhe uma pancada na cabeça e termina o ato dando-lhe várias facadas. Passarinho, ferido, entra na povoação gritando: - Acabam de matar um homem e me feriram também, (pra ver se enganava os soldados). Banhado de sangue dos ferimentos, recebe voz de prisão, não por obediência a lei, pois era valente, mas pelos disparos recebido.

Recebendo ameaças de morte é transferido para João Pessoa onde cumpriu 7 anos e 9 meses de prisão. Vem pra Campina Grande, depois Pocinhos (é quando conhece sua futura esposa dona Petronilha, mais conhecida por dona Pitu.

Casa-se em Campina Grande e vem morar em Areial, pois dona Pitu tinha familiares residindo aqui. Não teve filhos, mas criou um filho adotivo (Arinaldo) do qual ganhou três netos (uma mulher e dois homens ).

Em Areial, viveu por mais de sessenta anos. Faleceu no dia 15 de agosto de l998, aos 95 anos, e seus restos mortais estão no cemitério local. Sua esposa dona Petronilha Maria de Araújo, nasceu no dia 23 de setembro de 1917 e faleceu em 19 de Agosto de 2004 em Areial, aos 86 anos e onze meses, e seu sepultamento também foi no cemitério local.

São vários livros e jornais que citam o nome ou fizeram manchete com o nome de Passarinho.

Trecho extraído do livro: “Passarinho: um ex-cangaceiro de Lampião em Areial” (ainda em acabamento de autoria do pesquisador, Eudes Donato)

Eudes Donato é Filho de Antônio Apolinário Gonçalves e Hilda Donato Gonçalves, Funcionário Público da Empresa de Correios e Telégrafos, pesquisador, colecionador de vários itens, como gibis antigos, discos de vinil, livros sobre o cangaço, e grande acervo esportivo. Colaborador em pesquisas para a revista Placar da Editora Abril, Revista da Esperança, livro sobre o América Futebol Clube da cidade de Esperança, etc.

Se passarinho estivesse vivo hoje estaria completando 110 anos.

Participe conosco através do nosso Mural de Recados (Situado na coluna esquerda).

Fonte: História do Cangaço 
Blogger AREIAL CIDADE HOSPITALEIRA,
TERRA MISTA DA BORBOREMA.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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NEM BANDIDO NEM MOCINHO

Por Geziel Moura

Se fosse para eleger, a questão principal, que habita no imaginário, de alguns que gostam ou ouviram falar do cangaço, certamente seria: "Lampião foi bandido ou mocinho", para fazer pensar, compartilho O Globo, publicado em 04.09.2004, sugestão feita pelo Antônio Corrêa Sobrinho, e que mostra a perspectiva do escritor, Frederico Pernambucano de Mello sobre aquela pergunta. PDF no arquivo.


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=720830138074211&set=gm.1673804752932029&type=3&theater

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MECÂNICO FALECIDO

Autor Adriano Pereira.wmv
https://www.youtube.com/watch?v=NCwXRe6_eIU

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MORANDO NA ZONA RURAL DE CONCEIÇÃO AGRICULTOR É UM DOS MAIORES FERREIROS DA REGIÃO

Autor: Redação do Portal

Todos os dias o ferreiro recebe encomendas de comércios das cidades de Conceição e Bonito de Santa Fé.

Morando no sítio Lagoa Rasa, na região de Mata Grande, zona rural de Conceição, o agricultor Expedito Tomaz da Silva exerce uma profissão que há anos vem se tornando difícil de encontrar no Sertão Nordestino: ferreiro.

No espeço do alpendre ele reforma e fabrica tudo: do chocalho à roçadeira. Tudo é feito, a partir de um fole, que auxilia na ventilação para manter as brasas no ponto certo de esquentar as ferramentas. Além de consertar, Expedito fabrica tudo em um pequeno alpendre na sua própria residência.

Expedito Tomaz faz e conserta objetos de ferro martelando-os a mão sobre uma bigorna. Em primeiro lugar, o ferreiro aquece até ficar vermelho-brilhante, em uma forja que se mantém quente graças a um fole operado a mão. A seguir, o ferreiro pode dá forma e solda objetos, tais como gonzos, trancas, suportes de lareira, e ferramentas e utensílios de lavoura ou domésticos.

A profissão de ferreiro o agricultor começou logo cedo. E a coisa foi dando certo de tal forma, que ele não tem mais tempo de cuidar de outros serviços da propriedade. Atualmente, Expedito Tomaz trabalha com um filho, que também aprendeu a profissão logo cedo.

Assim que acorda o agricultor vai para a sua oficina, ascende o foto, movimenta firmemente o fole e o braseiro responde, iniciando o dia de trabalho do ferreiro. Desde os primeiros puxões no fole os trabalhos na oficina do ferreiro só param no ‘primeiros raios de sombra da noite’. Primeiro o ferreiro corta o material, depois martela o ‘material vermelho’ para conseguir o formato das ferramentas. Há muito encomenda de concerto, mas também de produtos fabricados pelo ferreiro.

À reportagem da VPNTV o ferreiro explicou que tudo é fabricado e vendido na sua própria residência. Segundo ele, muita gente leva as ferramentas para ele consertar. Mas, ele não para de fabricar as ferramentas, que são várias: foices, roçadeiras, enxadas, picaretas, entre outras. Todos os dias o ferreiro recebe encomendas de comércios das cidades de Conceição e Bonito de Santa Fé. 

Fonte: Redação do Portal Vale do Piancó Notícias

http://www.valedopianconoticias.com.br/noticias/exibir/morando-na-zona-rural-de-conceia-a-o-agricultor-a-um-dos-maiores-ferreiros-da-regia-o

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ESCRITOR POMBALENSE VENCE CONCURSO DE CRÔNICAS, AO FALAR SOBRE A VALENTIA DO VAQUEIRO SERTANEJO


* Crônica classificada em Primeiro Lugar (Campeã) no I Concurso Louvor ao Vaqueiro, promovido pelo Parque Cultural "O Rei do Baião, em Cajazeiras.

"O único vaqueiro brasileiro que usa roupas feitas com couro de animais para se proteger é o que labuta nas caatingas bravias a fim de campear a criação de grande porte, criada de forma extensiva pelos carrascais ameaçadores do único bioma genuinamente nacional.

A proeminência de plantas espinhosas exige que o vaqueiro sertanejo proteja-se da cabeça aos pés, tornando-se verdadeiro representante da Civilização do Couro, a qual foi enfaticamente reiterada por Capistrano de Abreu em seus Capítulos de História Colonial.

A fama de valentia granjeada por inúmeros vaqueiros sertanejos, quando das festas de apartação, as famosas pegas de boi no mato, antecessoras das modernas vaquejadas, fê-los respeitados na sociedade sertaneja agro-pastoril, sendo que muitos conquistaram status importantíssimos graças a feitos heroicos ao desafiar mistérios insondáveis das caatingas irascíveis e ameaçadoras.

A maioria, anônima, morria sem deixar tostão, esquecidos na expressão literal do termo, verdadeiro descaso para com grandes heróis que arriscavam a vida para que um dos elementos maiores da economia sertaneja fosse enfatizado de forma significativa e satisfatória.

Ferrar os animais era imprimir a marca de cada fazenda, pois complexa simbologia definia a quem pertencia o gado, constituindo-se em tratado armorial sertanejo, cujo personagem principal na luta heroica através dos desafios da hinterlândia era exatamente o valente vaqueiro.

A importância do vaqueiro foi destacada pelo grande Luiz Gonzaga quando resolveu inovar como artista, implementando em sua indumentária o gibão que tão bem caracteriza o bravo profissional das caatingas sertanejas.

Após covarde assassinato de primo de nome Raimundo Jacó, afamado vaqueiro pernambucano, o eterno sanfoneiro do Riacho da Brígida compôs, em parceria com Nélson Barbalho, verdadeiro hino em homenagem ao grande personagem sertanejo que levou seu oficio com afinco.

A primeira missa em intenção da alma do vaqueiro Raimundo Jacó, realizada em Serrita (Estado de Pernambuco), a partir do ano de 1975, teve em Luiz Gonzaga seu principal incentivador. Nos dias de hoje, a missa é dedicada a todos os vaqueiros do sertão.

A emoção flui de forma incontida quando a eterna canção dedicada aos bravos vaqueiros é entoada de forma sublime, fazendo com que os presentes não consigam conter as lágrimas que marejam de olhos cansados e sofridos da brava gente sertaneja.

No presente, infelizmente, há verdadeiro desvirtuamento da cultura e das tradições sertanejas, pois o cavalo, fiel companheiro do verdadeiro e autêntico vaqueiro sertanejo, vem sendo substituído por possantes motos que trazem na lataria marcas de empresas japonesas, para desgosto dos grandes baluartes que defendem com unhas e dentes um dos símbolos da autóctone formação cultural da terra do sol."

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo (UFPB). Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A CORDELARIA FLOR DA SERRA...

Nenhum texto alternativo automático disponível.

A Cordelaria Flor da Serra, com a edição de “A Sentença do Rei Abacaxi” propõe um mergulho ao mundo da fantasia, como forma de discutir e descortinar o presente, nos propondo um retorno aos hábitos alimentares saudáveis. É um folheto de 08 páginas, com 31 estrofes de seis versos, de autoria de Paiva Neves e desenho de capa de Eduardo Azevedo. O lançamento da obra está programado para acontecer no decorrer da programação da Feira do Cordel, que ocorrerá de 17 a 20 do presente mês, na Caixa Cultural de Fortaleza.

Em mundo dominado pela propaganda, que nos induz ao consumo diário de guloseimas industrializadas, restam poucos espaços para bananas, mangas e goiabas, que muitas vezes abundam em nossos quintais e não são consumidas. 

“A Sentença do rei Abacaxi” é um convite a discussão da possibilidade de uma vida saudável, com a simples mudança de hábito alimentar.
Nesse cordel, as frutas vão julgar nosso comportamento alimentar e nos propor uma vida saudável. Texto excelente para ser trabalhado em sala de aula, principalmente nos anos iniciais. Leia agora trechos do poema e para ter acesso ao folheto completo, faça seu pedido pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 9.99569091.


Fui à venda de “Seu” Joca
Comprar um refrigerante,
Um biscoito recheado
Ou um salgado crocante
Pra saciar minha fome,
Já grande naquele instante.

Porém, quando ia passando
Em baixo da prateleira,
Ali onde ficam as frutas,
Logo após a geladeira,
Bati a testa em um ferro,
E a pancada foi certeira.

Senti o mundo rodando,
O dia ficando escuro.
Eu tentava me mover
Naquele cimento duro,
Mas sentia que meu corpo
Estava sendo seguro.

Com pouco foi clareando,
Eu pude me levantar.
Um pelotão de pepinos
Passou por mim a marchar.
Era o palácio das frutas
Aquele estranho lugar.

Um bando de cajaranas,
Ainda tudo criancinha,
Corriam atrás das bananas
Com uma erva daninha,
Brincando de pega-pega
Do quintal para a cozinha.

Em uma sala, com folhas,
Que havia bem logo à frente,
Um morango, uma azeitona
E uma jaca sorridente
Falavam sobre negócios
Muito amigavelmente.

Duma banana e uma manga
Uma ordem escutei:
— Levante, que você vai
Conversar com nosso Rei.
E num trono, em um salão, 
Um abacaxi avistei.

Quatro guardas muito bravos
Tinham me levado ali:
Goiaba, maracujá,
O melão e o sapoti.
E não tardou pra avistar
O seu rei abacaxi.

Dentro do salão real,
Estava o duque abacate,
A baronesa maçã
E a condessa tomate
Com outros nobres da corte
Num acalorado debate.

A discursão entre as frutas
Nunca chegava ao final.
Cada uma queria ser,
Entre as outras, maioral,
Pra ver quem era a melhor
Desse reino vegetal.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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ONDE MORAM AS PESSOAS E COMO ELAS VIVEM

Por Rangel Alves da Costa

Caminhando pelas ruas da cidade, cortando e entrecortando pessoas e multidões, de repente, perante um e outro de modo específico, eis que me ponho a pensar onde moram e como vivem. Seria simplismo demais dizer apenas que moram em suas casas, barracos, casebres, mansões ou apartamentos, pois o que importa mais é imaginar não o tipo de moradia de cada um, mas a sua postura perante o seu mundo.
E assim por que as pessoas podem ser avistadas de um jeito e possuírem um mundo totalmente diferente. Igualmente às feições que não revelam as faces dos corações, assim também com as pessoas que se mostram de uma forma e convivem de modo totalmente diferente. Significa dizer que nem sempre a sorridente ou apressada que passa assim se mostra de igual forma onde reside e perante sua comunidade. A rua é passarela de um requinte diferenciado das portas adentro e arredores.
Instiga-me imaginar como vive aquela mocinha tão bela que mais parece uma princesa. Será que é de família carente ou de maior poder aquisitivo? Será que é feliz no seu dia a dia? Será que possui um quarto só dela? Será que abre a janela e sobre ela se debruça em sonhos e devaneios? Será que é calma junto à família, será que ajuda a limpar a casa e a cuidar dos demais afazeres domésticos? Ou será que é uma mocinha totalmente diferente no lar? Uma mocinha que tanto faz que sua cama esteja arrumada ou não, que tanto faz que os seus pais lhes dirijam a palavra ou não.
E aquela mulher que caminha cabisbaixa e entristecida, com uma roupinha qualquer, sem pintura ou luxo algum, sem relógio nem brinco na orelha, será que reflete a mesma realidade do lar? Uma mulher de quintal, de varal, de pano pra lavar, de panela pra desengordurar, de feijão para debulhar, de café para pisar, de mexer comida pouca, de nunca encher de alimento prato de estanho. Mas talvez seja diferente, pois o jeito de ser e vestir não mostra a realidade econômica nem a condição social. Veste-se assim, na humildade e simplicidade, apenas porque gosta de ser assim.
De canto a outro as pessoas chegam, passam, seguem e vão embora. Logo cedo ainda se mostram dispostas, mais apressadas, mais alegres e prestativas, para depois, já chegado o entardecer, tudo se revirar. A lentidão, o cansaço, o semblante ríspido, o silêncio forjado, a vontade grande de voltar pra casa. O trabalho do dia está feito, a compra do dia está feita, o afazer do dia está feito, tudo já mais ou menos realizado segundo as intenções ao sair da porta de casa. Mas agora é hora de retornar, de novamente encontrar a porta e o porta, chegar. Mas que mundo é esse aonde se chega?
Sempre se chega a um mundo próprio, pessoal, compreendido somente pelos que nele vivem e convivem. Nas casas simples, nos casarões, nas choupanas ou nas mansões, aí as pessoas sem disfarces e convivendo com o que lhes é permitido viver. E tudo sempre diferente da rua, da porta da frente adiante. O menino que fica descalço e quase nu, o homem que logo joga os sapatos ao longe e vai se servindo de uma dose, a mulher que destampa panela a panela para matar toda a fome. A casa arrumada ou não, cheia de móveis ou não, um lar com suas aparências, dramas e realidades únicas.
A verdade é que as ruas mentem, fingem, ocultam. Pelas ruas as aparências transformam as pessoas perante suas conveniências, daí não se possível abstrair verdades apenas pelos instantâneos daqueles que passam e que vão. Somente nas casas, dentro das quatro paredes, os disfarces passam a dar lugar ao real em sua maior contundência. Ora, quem está triste na rua vai chorar em casa, quem está com a roupa ou o sapato apertado vai buscar no lar o seu tão esperado conforto. E que conforto! O simples, o nada, a nudez, o desapego, a pessoa em si mesma e consigo mesma.
E tanto assim que no lar até a riqueza se mostra mais simples. É também no ambiente familiar que as pessoas se despojam mais dos orgulhos, das vaidades, das imponências. O luxo se torna simples como uma chinela de dedo, rico ou pobre estende as pernas perante a televisão, todo mundo tem fome, todo mundo cata o que mais gosta ou o que tiver para comer. Na casa, há, assim, um tipo de desambição e desapego da pessoa para consigo mesma, vez que apenas se revelando no que já é.
É esta realidade entre quatro paredes que nunca se revela depois da porta da frente. As pessoas vivem seu mundo de quintal, de estender roupas ou catar goiabas, vivem seu mundo de conforto, de prato à mesa e comida farta. Ou tudo de outra forma, dependendo da parede caindo ou do requinte. Mas em todos, indistintamente, o comum das pessoas. Ou seja, o íntimo e pessoal que não se revelam na aparência. Já da porta adiante há outro mundo. E muitos que se transformam para viver sua realidade.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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LENDA DO ZÉ DO TELHADO

Trabalho do Tomás Ribeiro, 9 anos, 4º ano, Turma B, Colégio Casa Mãe

José Teixeira da Silva mais tarde conhecido por Zé do Telhado, nasceu em 1816, no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recesinhos, Penafiel.

Alistou-se no exército, em Lisboa, destacou-se pelo seu comportamento militar e pela sua postura destemida ao serviço dos designados "Lanceiros da Rainha".

Com o fim da guerra civil, em 1837 casa com a sua prima Ana. Regressa, então, a Recesinhos, onde constitui família.

Com a Revolução da Maria da Fonte, em 1846, José do Telhado integra a revolta popular. Durante os confrontos, chega mesmo a salvar a vida do general Sá da Bandeira, sendo por este feito, posteriormente condecorado por ele, com a medalha de Cavaleiro de Torre e Espada.

Com o fim destas revoltas, a sua família começou a passar por dificuldades, por falta de dinheiro. A partir daí, e como já tinha alguma prática herdada da família, começou a dedicar-se à "arte" de assaltar.

Pensa-se ter formado um grupo, tal como Robin dos Bosques em Inglaterra, com o qual praticava assaltos às casas dos senhores mais ricos das redondezas.

Diz-se que em todo o Vale do Tâmega e mesmo algumas regiões do Douro, poucas foram as casas senhoriais que não receberam a "visita" da malta do Zé do Telhado.

Há, porém, um dado interessante na sua história: parece que o Zé do Telhado para além de tratar sempre com muito respeito os donos das casas assaltadas, não costumava ficar com tudo só para si, distribuía-o pelas famílias pobres suas vizinhas. É a partir daí que lhe é atribuída a lenda de "roubar aos ricos para dar aos pobres".

Foi preso, julgado e condenado em Angola, onde veio a morrer em 1875.

A lenda do Zé do Telhado ficou, para sempre, escrita na memória das terras de Penafiel e arredores. Pode dizer-se que tivemos um Robin dos Bosques português.

http://visao.sapo.pt/visaojunior/iniciativasescolas/lenda-do-ze-do-telhado=f645017

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CÂMARA HOMENAGEIA A AFLAM-

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Ontem, dia 17-8-2017, quinta-feira, por ocasião da Sessão Solene da Câmara Municipal de Mossoró para homenagear os 10 anos de fundação da Academia Feminina de Letras e Artes Mossoroense-AFLAM, o Prof. Benedito Vasconcelos Mendes, o Reitor da UERN Pedro Fernandes e a Vereadora Isolda Dantas foram solicitados pelo Presidente da referida Sessão Solene, Vereador Francisco Carlos, para entregar o Título de cidadania mossoroense  à Acadêmica Margareth Freire.

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Enviado pelo professor e escritor Benedito Vasconcelos Mendes

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PÓS ANGICO.

Material do acervo do pesquisador do cangaço Geraldo Júnior

Tenente João Bezerra na ocasião em que estava internado recuperando-se dos ferimentos obtidos durante o confronto em Angico em um dos pavilhões do hospital São Vicente (Alagoas) logo após o episódio de Angico, onde ele e os soldados da Força Policial Volante alagoana sob seu comando, mataram Lampião, Maria Bonita e outros nove cangaceiros. Fato ocorrido no dia 28 de julho de 1938.

Rodeiam o comandante da valorosa Força Volante os acadêmicos Wandelkok Wanderley, Elisio Caribé, Plínio de Souza, Décio Valença, Haroldo de Melo e Alfredo Pessoa, da Faculdade de Direito do Recife/PE, vendo-se ainda ao fundo o ordenança do Tenente João Bezerra, Soldado Antônio Bertoldo Silva.

Foto/Texto: Jornal “A NOITE”
Transcrição: Geraldo Antônio de Souza Júnior

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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