Seguidores

quarta-feira, 30 de abril de 2014

A RESISTÊNCIA DA VILA DE ALEXANDRIA - RN, CONTRA LAMPIÃO..


Ao cruzar o sertão do Rio Grande do Norte, cometendo muitas estripulias, LAMPIÃO e seu bando rumaram com destino á cidade de Mossoró-RN.

Nessa jornada, muitas cidades e pequenas Vilas, se armaram com a população civil, a fim de combaterem os asseclas.

ACIMA, UMA BELÍSSIMA FOTO DOS CIVIS ARMADOS, NO INTUITO DE DEFENDEREM A VILA DE ALEXANDRIA, NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.

(Foto: Cortesia- Dr. Sérgio Dantas, escritor e pesquisador, autor de 03 livros sobre o cangaço).

Fonte: facebook
Páginas: Voltaseca e Lampião, Cangaço e Nordeste.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

Balas de rife 44


Estas são balas de rife 44 encontradas no local onde o cangaceiro Livino Ferreira da Silva, irmão de Lampião foi morto.

Bolo de aniversário de Moreno em 2010

Foto do cangaceiro Moreno, no seu aniversário de 100 anos. Acervo: Neli Conceição, filha deste cangaceiro.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Xaxado cabras de Lampião


O GRUPO DE XAXADO CABRAS DE LAMPIÃO está promovendo uma temporada de apresentações do seu espetáculo durante os meses de abril e maio de 2014, “NO QUINTAL DO MUSEU”, no Museu do Cangaço, em Serra Talhada, todos os sábados, às 20h, com entrada gratuita. Já passaram pelo Projeto o Coco Trupé de Arcoverde, os violeiros repentistas Sebastião Dias, Zé Carlos do Pajeú e Pedro de Alcântara, além da vários grupos de danças populares.

“A ideia é oferecer ao público a oportunidade de conhecer o espetáculo de maior representatividade de Serra Talhada e ao mesmo tempo construir o ambiente que vai culminar com o X ENCONTRO NORDESTINO DE XAXADO, abrindo as portas para o São João”, explica Cleonice Maria, diretora do espetáculo e presidente da Fundação Cultural Cabras de Lampião.

Já está previsto a participação da Sanfônica de Carnaíba, show de Samba de Raiz, espetáculos de teatro popular, entre outras atrações regionais.

Sábado próximo, dia 03 de Maio, apresenta-se KAKAZINHO e SAMBA de RAIZ.

Essa temporada faz parte do Projeto de Manutenção do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, patrocinado pelo Funcultura / Fundarpe / Secretaria de Cultura / Governo de Pernambuco, com o apoio da Prefeitura de Serra Talhada / SESC.

Fonte: facebook
Pág.: Governador do Sertão Virgolino

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MEMÓRIAS E NOSTALGIAS

Por Rangel Alves da Costa*

Quem dera se o agora fosse verdadeira saudade amanhã, já ouvi tal confissão de um velho amigo. E de outro presenciei um olhar molhado quando recordei pequenas coisas que a ingratidão do homem e do tempo acaba consumindo. Alguém acertadamente escreveu: só não esquecemos o dia de ontem porque sempre deixamos situações não resolvidas.

Situações envolvendo o ontem, o passado, os tempos idos, a memória. Tantas páginas escritas e na maioria das vezes rasgadas ou esquecidas nos porões do descaso com a própria história de vida.  Preservamos na memória apenas os grandes feitos, as grandes realizações e conquistas, e quase sempre deixando de lado as pequenas e singelas coisas que foram de imensa significação.

Muita gente nega o sentimentalismo, a nostalgia, o regresso a tempos passados. Não sabe, contudo, que a alma também se alimenta do pomar frutificado noutros tempos. E a cada dia que passa, principalmente diante de realidades que quase não permitem acontecimentos bons, o homem tende cada vez mais a ir atrás da felicidade naquilo que seu percurso já semeou. É como se dissesse que o ontem ainda faz com que o hoje valha a pena.


Em instantes assim, quando se abre a porta de trás, surge a sensação de que a vida possui por sustentação momentos e fatos ainda dependurados na parede da memória. Cartas, retratos antigos, bilhetes amarelados, joias familiares, álbuns de família, pedaços e recortes, encontros e desencontros, tudo que permitiu uma existência que sempre merece ser lembrada.

Errôneo imaginar que quem vive do passado é museu e que os percursos vivenciados servem apenas pelas lições aprendidas. Do mesmo modo, não se concebe como vida em sua completude apenas recortes que mereçam ser recordados. Daí sempre a necessidade de o homem não relegar ao esquecimento o percurso de sua história nem o contexto no qual ela foi vivenciada.

Daí também que vejo o memorialismo como forma eficiente de resguardar os fatos e as situações passadas, não só como marcos de uma época e espelhos para o futuro, mas, e principalmente, como meio de reconhecer e valorizar as ações e os gestos humanos em determinados períodos históricos. Somente assim será possível conhecer o antigo e compreender sua importância para cada um, para a vida de um povo e da cidade.

Há de se compreender que as memórias não são baús lacrados, esquecidos, abandonados. As memórias são páginas vivas, abertas, esperando ser folheadas a qualquer instante. Servem como recordações, como reminiscências, para avivar as nostalgias, reencontrar os encantos nos tempos idos, mas também como espelhos diante da realidade presente. E que bom se as molduras de hoje pudessem abrigar com sinceridade e respeito os retratos antigos.

Para ser moderno, novo, estar na moda, não é necessário que feche a porta do ontem. O passado, no seu tempo próprio, já foi tão moderno como o instante tecnológico. Aquelas ferramentas tecnológicas de então impressionavam tanto quanto as inovações de agora. O gramofone, a radiola, o rádio, a televisão, a máquina de escrever, tudo isso já foi visto como avanços científicos impressionantes.

Ademais, basta ver que o computador já parece envelhecido demais. Tecnologias computacionais de dez anos atrás já estão totalmente ultrapassadas no presente. Hoje há uma gama tão grande de inovações surgindo que fica até difícil saber o que é mais moderno ou mesmo a sua utilidade. E amanhã certamente já estarão totalmente obsoletas. E também esquecidas. Mas diferentemente ocorre com alguns objetos e situações de um passado mais distante.

O velho rádio continua em pleno uso, a televisão em preto e branco ainda é de serventia, o giz de cera e o quadro negro ainda fazem parte do cotidiano da maioria das escolas, do mesmo modo o lápis, a caneta e o caderno. Logicamente que já há substituto tecnológico para tudo isso e correspondendo até de forma mais eficiente, mas não se despreza de vez aquilo imposto pela necessidade ou que a sociedade afetuosamente acolheu.


Talvez não seja doloroso recordar as cadeiras espalhadas nas calçadas ao anoitecer, as caminhadas seguras debaixo da lua maior, os quintais imensos com seus cheiros e sabores, os letreiros anunciando os filmes tão esperados, o recolhimento do leite na porta a cada manhã. E amigos se cruzando pelas ruas, crianças nuas chutando a bola em direção ao varal. E a fumaça do bonde, e o apito do trem.

Os retratos espelham tais transformações. Se o homem era mais feliz pouco importa, se a vida era mais prazerosa de ser vivida também pouco importa, principalmente porque os reconhecimentos e as valorizações tardam a acontecer. Mas importa que os mais velhos se sintam entristecidos quando comparam o passado e o presente. E não há como negar a saudade daqueles idos dos livros de ouro e dos bailes antigos.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Novo Show do Grupo VINA

F:\VINA\VVM ingresso.jpg
Novo show do
grupo Vivência N’Arte - VINA 
Vinícius VINA de Moraes

Dias: 
01, 02 e 03 de maio/2014.
Local: 
Teatro Municipal Dix-huit Rosado – Mossoró - RN
Hora:
20 h.
Ingressos: 
R$ 20,00 e R$ 10,00
Local de vendas:
Portaria do Teatro e amigos do VINA.

Enviado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueana Kydelmir Dantas 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Missa de 7º. dia em sufrágios das almas de Zé da Volta e Pimentel - sogro e genro

Por José Mendes Pereira
Exibindo se.jpg
José Batista dos Santos - (Zé da Volta)

Hoje, 30 de Abril de 2014, às 19:00 horas, na Igreja Matriz de São Manoel em Mossoró, será realizada a missa de 7º. dia do falecimento de José Batista dos Santos (o Zé da Volta), nascido em 15 de Maio de 1924, e faleceu no dia 23 de Abril de 2014. Era funcionário aposentado dos Correios e Telégrafos de Mossoró, e um dos mais conhecidos empresários de Mossoró, sendo proprietário de postos de gasolina, restaurantes Zé da Volta 1, 2 e 3, e outras atividades comerciais. 

Exibindo pi.jpg
José Ferreira Pimentel - (Pimentel)

A missa também será realizada em sufrágio da alma de José Ferreira Pimentel (Pimentel), nascido no dia 16 de Março de 1944, e faleceu no dia 23 de Maio deste. Pimentel era pernambucano, mas radicado em Mossoró, e era também proprietário de postos de gasolina.

Zé da Volta era sogro do Pimentel, e o mais interessante é que ambos faleceram no mesmo dia, com diferença apenas de 20 minutos, em leito hospitalar. Não houve acidente, o destino dos dois estava traçado para falecerem no mesmo dia. Zé da Volta era padrinho de batismo do administrador deste blog, e a esposa do Pimentel que é filha do Zé da Volta, também é sua madrinha de batismo.

Você que conheceu o Zé da Volta e o Pimentel está convidado para participar da missa, hoje, 30 de Abril de 2014, às 19:00 horas, na Igreja Matriz de São Manoel em Mossoró.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com     

No dia 15 de Dezembro de 1929, Lampião esteve na vila de Cumbe, atual cidade de Euclides da Cunha-BA. Como uma autêntica liderança politica, almoçou com o delegado Luiz Caldeirão, aproveitou para solicitar dinheiro dos fazendeiros e exigir um automóvel para levá-los até tucano. 

No caminho os cangaceiros continuaram a seguir a pé, um defeito no veículo foi forjado, e chegaram a pequena cidade ao escurecer. Perto da meia noite os cangaceiros saíram sem maiores atropelos.

Fonte: facebook
Página: Governador do Sertão Virgulino

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

O Pequeno Grande Cangaceiro Pedro

Por Manoel Severo
Pedro Popoff e Carla Motta

Este universo do Cangaço é realmente surpreendente; esse fenômeno que marcou o povo do sertão por décadas, encanta e gera curiosidade não só aos apaixonados por história ou apenas aos que moram por estas bandas do Brasil, mas desperta as mais impressionantes emoções nos mais inesperados lugares do planeta.

Pois é, gostaria de apresentar aos muitos amigos da família Cariri Cangaço, mais um desses extraordinários apaixonados pelo sertão e cangaço: Pedro Motta Popoff. Calma... Não se trata de um conhecido pesquisador, escritor, acadêmico... Trata-se de um ilustre morador da cidade Bauru em São Paulo que dos alto de seus 8 anos, isso mesmo: 8 anos de idade descobriu ser mais um verdadeiro fã da história e das coisas do nordeste, do sertão, Gonzaga e Lampião; como pode? Bem, veja você mesmo no depoimento de sua mãe, Carla Motta:

Pedro Popoff e a paixão por Gonzaga

"Sr. Manoel Severo, meu nome é  Carla Motta, mãe de um menino de 8 anos, Pedro Motta Popoff, moramos em Bauru, interior de São Paulo. Pedro desde os 2 anos é apaixonado pelo campo, e coisas da roça e sertão.
Seu gosto musical é estranho para nós, somos de uma geração totalmente Rock, rsrs, mas o garoto parece ter vindo com este “gosto” que é bem diferente das referências culturais e familiares. Fomos ao Nordeste quando Pedro era bebê..., e depois se mostrou um apaixonado por Lampião, Luiz Gonzaga e Cangaço. Seria uma imensa honra para nós ter a sua visita ao Blog: 
pedromottapopoff.blogspot.com.br 
Um canal que ele nos pediu e que aos poucos vamos “postar” seus causos, vídeos e desenhos 
Muito obrigada pela atenção"
Carla Motta.


Querido Pedrinho, dessa forma deixo você muito a vontade, desate o nó das alpercatas, coloque o gibão de lado, acomode o matulão e se abanque, seja bem vindo a família Cariri Cangaço !!!

Fotos: Portal G1


Manoel Severo
Cariri Cangaço

http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

terça-feira, 29 de abril de 2014

Gangaceiros

Por Rubens Antonio

Após a morte de Lampeão, como o cangaceiro Canário se recusou a se render, o cangaceiro Penedinho liquidou o chefe, apresentando-se à polícia com a cabeça de Canário. Em outubro de 1938.


Cangaceiro Atividade, castrador do bando de Lampeão, executado por seu companheiro, Barreira, por se recusar a entregar. Barreira apresentou-se à polícia levando a cabeça do companheiro de bando.


Ex-cangaceiro Jurity, em 1940, já liberto e integrado à vida civil, pouco antes de ser assassinado por policiais.


Dadá ferida e aprisionada - Salvador 1940


Patativa, Jandaia e Deus-te-guie entregues com as companheiras, em 1940.


Cangaceiros entregues, em novembro de 1938


Brincando de colorir - Luiz Pedro - Arte Rubens Antonio

Rubens Antonio é professor e pesquisador do cangaço.

Fonte: facebook
Página: Rubens Antonio
http://cangaconabahia.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

Cangaceiros e cangaceiras

Por Governador do Sertão Virgulino 
Lampião com um livro na mão para posar

Capitão Lampião e seu grupo de 49 homens, ganharam fardamentos do batalhão patriótico do governo, (Força Legalista do Governo Federal), no Juazeiro do Norte-CE, no dia 04-03-1926, junto com a patente de capitão da Força Legalista. Essa roupa, ele e o bando usou por algum tempo, na entrada de Lampião e seu bando na cidade de Cabrobó, no Estado de Pernambuco, no dia 02-09-1926, e lá estavam todos de azul. Depois voltaram a usar a roupa comum de cangaceiros.


Virgulino Ferreira da Silva, o capitão Lampião e seu irmão Antônio Ferreira da Silva em Juazeiro do Norte no Estado do Ceará, em visita ao Padre Cícero Romão Batista no dia 04 de Março de 1926.

Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

Reclames Publicitários - 28 de Abril de 2014

Por Geraldo Maia do Nascimento

Relendo o livro “A Diocese de Mossoró e suas Marcantes Realizações”, com resenha e apreciações de Reynaldo de la Paz, publicado em 2 de fevereiro de 1939 pela “Typographia Carneiro”, de Ramos & Pouchain, Fortaleza/CE, chama a atenção do leitor o apêndice no final do livro intitulado “Reportagens e Annuncios”. São mais de trinta páginas, onde quase a metade é de anúncios das empresas que patrocinaram a obra. Nesses anúncios, que na época eram chamados de “Reclames Publicitários”, tomamos conhecimento de várias empresas que existiram aqui em Mossoró naquele início do século XX. Esses reclames são bastante interessantes para um futuro estudo sobre o comércio e a indústria de Mossoró. Vamos rever alguns:

Casa Octavio, de J. Octavio. Depositário exclusivo da fábrica “Pelikan” de Gunther Wagner Ltda., Hanover e Rio de Janeiro, da Agfa Photo e da química Bayer Ltda., do Rio de Janeiro. Contava com sessão de livraria, papelaria, fotografias e artigos religiosos. Todas e quaisquer publicações escolares, educacionais, literárias, de direito e medicina. Artigos de escritório em geral e religiosos, atelier fotográfico moderno, artístico retratos a cores naturais em ricas molduras. A Casa Octávio ficava na Rua Cel. Gurgel, nº 300, em prédio próprio.

A Primavera, de Joaquim Felício de Moura, sucessor de Joaquim Felício & Cia. Colossal e variado sortimento de ferragens, miudezas, louças, tecidos, perfumarias e modas, etc. Ficava na Rua Cel. Vicente Saboya, 83 

Casa Francisco Marcellino, de João de Hollanda Cavalcanti, sucessor de Francisco Marcellino & Cia. Armazem de Ferragens, cobre, aço, chumbo, tintas, flandres, cimento, ferro de engomar, máquina de costura, louça esmaltada e completo sortimento de artigos para a lavoura. Era ainda Agente Autorizado da Ford Motor Company, Exports, Inc. Ficava na Rua Idalino de Olivira, 300.

S. Gurgel & Cia. Armazém de tecido em grosso. A casa foi fundada em 1912 e tinha como lema: “Servir bem, vender barato para merecer cada dia mais a preferência da freguesia”. Anunciava que “a título de propaganda mantem uma seção de vendas a dinheiro, na qual a mercadoria é cedida pelo custo exato”. Ficava na Rua Cel. Vicente Saboya, 156/162.

Officinas Ayres, de José Ayres & Filho. Fabricação de grandes moinhos para salinas. Tinha oficina mecânica, fundição de ferro e outros metais, reparos em caldeiras e máquinas a vapor, com fabricação e conserto de qualquer peça metálica. Era especializada em engenhos para açúcar. Dispunha ainda de cilindros para padaria, bombas para água, forno para “gaz-ogenio”, empastador e alimentador para máquina de descaroçar algodão, etc. Ficava na Rua Frei Miguelinho e Avenida Rio Branco. 

www.azougue.org

Alfredo Fernandes & Cia. Exportadores de algodão, sal, couros de boi, cera de carnaúba, paina samaúma, penas de ema e outros gêneros do país. Tinha matriz em Mossoró com filial em Fortaleza/CE. Era sócio em negócios de sal com Wilson Sons & Co. Ltda., com escritório no Rio de Janeiro, na Rua da Alfândega, nº 41 – 7º andar, salas 715/16 do edifício Sulacop.

Fábrica Brasil Oiticica - Fortaleza - www.fortalezaemfotos.com.br

Brasil Oiticica S.A. Pioneira da indústria do óleo de oiticica, com fábricas em Fortaleza/CE, Pombal e Piancó, na Paraíba e em Mossoró, no Rio Grande do Norte. A matriz era no Rio de Janeiro.

Fábrica de Sabão Santa Amélia, de Paula & Irmão, que fabricava os sabões Combate e Baraúna.

Marcenaria Mossoró, de João Dias Bezerra. Fabricantes de móveis, carpintaria e colchoaria. Tinha a fábrica na Praça Felipe Câmara, 164 e o depósito na Praça Rodolfo Fernandes, 51.

Casa Menezes, de José Menezes. Tecidos, perfumaria e artigos de moda. A casa de melhor sortimento e melhores preços.

Nenhuma dessas empresas resistiu ao tempo. Dos seus proprietários, muitos deixaram registros importantes, alguns pequenas notícias e outros, escassas e perdidas memórias. Mas todos contribuíram para tornar Mossoró o que é hoje. 

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Fonte:
http://www.blogdogemaia.com/
 http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A VIDA AMOROSA NO CANGAÇO

Por Rangel Alves da Costa*

O amor é sentimento natural ao ser humano e se expressa ainda que nas condições mais difíceis da vida. Na luta, o coração ouve o seu pulsar; na paz, a alma cativa sua presença. E mesmo na refrega cangaceira não seria diferente. A verdade é que o amor esteve mais presente no cotidiano cangaceiro do que se poderia imaginar. E somente a doçura e beleza da mulher sertaneja para vencer sem guerra aqueles corações celerados.

A concepção de violência e brutalidade tantas vezes escondeu a feição sentimental também existente naqueles corações sertanejos, amorosamente pulsantes como quaisquer outros. Ademais, cangaceiros não estavam envoltos apenas nos seus aspectos de rudeza, ignorância e ferocidade. Eram pessoas normais, e como tal também amantes, enamorados, apaixonados. Contudo, mesmo a existência de um código de conduta que também cuidava das relações amorosas, há  relatos de sedução dos bandoleiros perante as meninas sertanejas, traição e adultério no próprio bando. Como algumas vezes ocorreu, trair o companheiro significava trazer no corpo desonrado a sentença de morte.


Ora, um enredo shakespeariano nas brenhas do mundo adentro! O meio realmente não era dos mais apropriados. Entrecortando os sertões, ora num canto ora noutro, com poucos instantes de sossego ao redor dos esconderijos, os cangaceiros sempre estavam mais preocupados com a volante inimiga que qualquer outra coisa. Mas isto não significa que deixassem de reservar instantes para ouvir a voz do coração e das carências amorosas. Quem não tinha companheira no bando, certamente fazia dos forrós nas povoações e fazendas uma forma de atrair mocinhas e donzelas.

Assim, mesmo na vida aperreada do bando havia o reencontro daquelas pessoas com os seus íntimos, com os seus laivos sentimentais. A lua imensa lá em cima fazia surgir a saudade de alguém. Quando recolhidos em algum recanto coiteiro, os casais se juntavam para apreciar as belezas da noite, o silêncio cortado pelas folhagens esvoaçadas pela ventania, os vaga-lumes piscando na escuridão. E em momentos assim, de saudade e ternura, de vez em quando um realejo era levado ao lábio, um pífano ecoava dolente, uma velha sanfona abrasava os sentimentos.

E ainda em ocasiões assim, onde a ilusória paz da escuridão trazia sonhos e desejos, afortunados eram aqueles que podiam levar suas companheiras para as beiradas dos rios, para detrás das pedreiras e dos morros, para os escondidos nos tufos da mataria. E a entrega se dava por cima dos areais espinhentos, com os corpos roçando em pontas de pedras e cipós, ao lado dos calangos e bichos rastejantes. Mas difícil satisfazer plenamente os instintos num cotidiano apressado em tudo.

E eis os instantes onde o desejo, a paixão, o instinto amoroso e o prazer, provam a existência de um mesmo e prazeroso sexo no ser indistinto e nas situações ou contextos mais inusitados. E simplesmente porque casais, porque pessoas que se amavam e se desejavam, e não estavam naquela jornada inglória apenas para matar ou morrer. Mas também para compartilhar do possível amor.

Zé de Julião - o Cajazeira

Muitos casais faziam parte do bando de Lampião. Alguns já formados antes mesmo de enveredar pelos caminhos cangaceiros, como foi o caso de Cajazeira e Enedina, e outros constituídos após, quando o cangaceiro se interessava por alguma flor sertaneja e tudo fazia para levá-la pelas veredas de sol e de lua. Os rapazes, chegados ao bando geralmente muito moços, apenas saídos da adolescência, somente depois encontravam nas povoações aquelas que lhes seguiriam pelos perigosos caminhos. Apenas alguns já chegavam de aliança e par.

Enedina, esposa de Cajazeira

Muitas são as histórias relatando as formas como se deram as uniões entre as mocinhas sertanejas e aqueles rapazes galanteadores e temidos a um só tempo. Os cangaceiros, cabeludos, banhados em perfumes, sempre carregando ornamentos dourados por todo lugar, famosos demais aonde chegassem, causavam verdadeiro rebuliço naqueles corações ainda inocentes. E de repente o temor dava lugar ao amor. Já namorando Canário, Adília se disse enganada quando o rapaz a convidou para uma viagem. Não sabia que era para acompanhá-lo no bando de Lampião, como de fato ocorreu. Mas o acompanharia ainda que soubesse de antemão o destino que teria.

Os cangaceiros Adília e Canário

Mas não era nada fácil para as mocinhas de então. Mesmo apaixonada, desejosa de ser levada de casa pelo braço cangaceiro, nem sempre conseguia seu intento, pois a família tudo fazia para afastá-la das vistas daqueles homens tão perigosos. E muitos pais até se mudavam por medo de ter sua filha levada para a vida bandida. Mas quando era o cangaceiro que lançava o olhar sobre a mocinha e nela via uma companheira ideal, então não havia o que fazer. A jovem era levada a qualquer custo.

A cangaceira Sila esposa do cangaceiro Zé Sereno

Sila conta que ficou compromissada ainda novinha, com cerca de treze anos, com o temido Zé Sereno. No dia marcado, ele compareceu para levar consigo sua menina. Muitas outras mocinhas ou mulheres já feitas encontraram naqueles homens das caatingas a oportunidade de expressar seus desejos tão oprimidos naqueles sertões de então. Acompanhavam os cangaceiros não só porque se sentiam atraídas por aqueles símbolos de rude beleza, mas também pela necessidade de partilhar de uma vida onde fossem reconhecidas como verdadeiras mulheres.

Mas o amor trágico não ficou ausente do cangaço. São famosos os casos envolvendo as cangaceiras Lídia, Cristina e Rosinha, mas esta última pela própria ausência do amor cativante e protetor. Lídia, companheira de Zé Baiano, considerada a mais bela entre todas as cangaceiras, traiu seu homem com o cangaceiro Bem-te-vi e por aquele foi impiedosamente morta. Cristina, companheira do cangaceiro Português, foi acusada de manter um romance com Gitirana. Perdoada ou enganada, quando fazia o caminho de volta pra casa foi morta por Luís Pedro, amigo do corneado.


Por sua vez, Rosinha, mulher de Mariano, caiu nas desgraças após a morte deste. Grávida, pediu a Lampião para ir passar uns tempos na casa da família. Mas temendo que a cangaceira revelasse segredos do bando, o Capitão exigiu sua volta. Contudo, seu destino já estava traçado, vez que sua sentença já estava dada pelo próprio Lampião. Eis que havia o código de conduta no bando não permitindo que mulheres deixassem suas fileiras, ainda que em estado de viuvez.

Mariano e Rosinha

Como afirmado, os casais eram muitos no mundo cangaceiro e dentre os mais famosos estão Corisco e Dadá, Zé Sereno e Sila, Canário e Adília, Cajazeira e Enedina, Luiz Pedro e Neném, Zé Baiano e Lídia, e Criança e Dulce. Mas propositadamente não citei Lampião e Maria Bonita. E não o fiz porque o mais famoso dos casais cangaceiros talvez esteja além de uma mera síntese conjugal na vida bandoleira dos carrascais.

Neném e Luiz Pedro

Em Lampião e Maria Bonita toda a pujança de um amor que não mediu esforços para acontecer e que aconteceu contradizendo a lógica daquele momento. Ele, o maior, o líder, certamente podendo escolher como companheira qualquer mocinha que encontrasse, preferiu lançar o olhar numa mulher casada. E ela, infortunada na vida amorosa que levava, não pensou duas vezes em se entregar aos braços do Capitão. E os dois se entrelaçaram naquele triste leito de morte de 38.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

A CASA QUE A FOME MORA

Por Antonio Francisco

Coleção Queima-bucha de Cordel, Mossoró-RN, Outubro de 2006

Vi o orgulho ferido
Nos braços da ilusão,
Vi pedaços de perdão
Pelos iníquos quebrados,
Vi sonhos despedaçados
Partidos antes da hora,
Vi o amor indo embora
Vi o tridente da dor,
Mas nem de longe vi a cor
Da casa que a fome mora:

Vi num barraco de lona
Um fio de esperança,
Nos olhos de uma criança,
De um pai abandonado,
Primo carnal do pecado,
Irmãos dos raios da lua,
Com as costas semi-nuas
Tatuadas de caliça
Pedindo um pão da justiça
Do outro lado da rua.

Vi a gula pendurada
No peito da precisão,
Vi a preguiça no chão
Sem ter força de vontade,
Vi o caldo da verdade
Fervendo numa panela,
O jejum numa janela
Dizendo: aquí ninguém come!
Ouvi os gritos da fome,
Mas, não vi o rosto dela.

Passei a noite acordado
Sem saber o que fazer,
Louco, louco pra saber
Onde a fome residia
E por que naquele dia
Ela não foi na favela
E qual o segredo dela,
Quando queria pisava
Amolecia e matava
E ninguém matava ela?

No outro dia eu saí
De novo á procura dela,
Mas não naquela favela,
Fui procurar num sobrado
Que tinha do outro lado
Onde morava um sultão.
Quando eu pulei o portão
Eu vi a fome deitada
Em uma rede estirada
No alpendre da mansão.

Eu pensava que a fome
Fosse magricela e feia,
Mas era uma sereia
De corpo espetacular
E quem iria culpar
Aquela linda princesa
De tirar o pão da mesa
Dos subúrbios da cidade
ou pisar sem piedade
Numa criança indefesa?

Engoli três vezes nada
E perguntei o seu nome.
Respondeu-me: sou a fome
Que assola a humanidade,
Ataco vila e cidade
Deixo o campo moribundo,
Eu não descanso um segundo
Atrofiando e matando
Me escondendo e zombando
Dos governantes do mundo.

Me alimento das obras
Que são superfaturadas,
Das verbas que são guiadas
Pros bolsos dos marajás
E me escondo por tráz
Da fumaça do canhão,
Dos supérfluos da mansão,
Da soma dos desperdícios,
Da queima dos artifícios
Que cega a população.

Tenho pavor da justiça
E medo da igualdade,
Me banho na vaidade
Da modelo desnutrida,
Da renda mal dividida
Na mão do cheque sem fundo,
Sou pesadelo profundo
Do sonho do bóia fria
E almoço todo dia
Nos cinco estrelas do mundo.

Se vocês continuarem
Me caçando nas favelas,
Nos lamaçais das vielas
Nunca vão me encontrar,
Eu vou continuar
Usando meu terno xadrez,
Metendo a bola da vez,
Atrofiando e matando,
Me escondendo e zombando
Da burrice de vocês.

Antonio Francisco é poeta mossoroense.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

Lampião


Lampião vendo o pai assassinado
Seu instinto cruel falou mais alto,
Começou a roubar, fazer assalto,
Matar gente por vez injustiçado.
Pra o cangaço ele foi incentivado,
Fez das armas defesa da razão.
E hoje ver-se sem dó sem precisão,
Um bandido matando a cada passo,
Não tem mais Lampião e nem cangaço,
Mas tem gente pior que Lampião.


Dupla de repentista, Sebastião da Silva e Valdir Teles.

Fonte: facebook
Página: Governador do Sertão Virgolino

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

Fortaleza preferida de Lampião


Esta casa é localizada na fazenda do famoso Coronel Audálio Tenório, em Águas Belas, no Estado de Pernambuco, uma das Fortalezas preferidas de Virgolino Ferreira da Silva, o capitão Lampião.

Fonte: facebook
Página: Governador do Sertão Virgolino

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com 

Em 1927 Lampião visita os municípios localizados entre Cajazeiras e São José de Piranhas.



Há meses Lampião sumira dos noticiários dos jornais. O ano de 1926 encerra-se sem grandes novidades sobre a horda do famoso cangaceiro de Vila Bela. Bem instalado e seguro no ‘coito’ da Serra do Diamante, do poderoso Coronel Isaías Arruda, Lampião sai da aparente inatividade apenas em fins de abril de 1927. 


Naquele fim de mês, o bandoleiro deixa o refúgio e pratica assaltos em pequenos vilarejos situados na região noroeste da Paraíba, entre os municípios de Cajazeiras e São José de Piranhas. São ataques rápidos, com vistas apenas ao saque. A proximidade desta parte da Paraíba com o valhacouto do ‘dono’ de Missão Velha facilita sobremaneira a ação do bando.


De fato, no dia 15 de Maio daquele ano, liderando uma falange de cerca de trinta e cinco homens, Lampião se prepara para tomar de assalto a Vila de Belém do Arrojado - atual cidade paraibana de Uiraúna. Há dias que ‘olheiros’ residentes em sítios da fronteira já haviam sondado o vilarejo e o cangaceiro – decerto bem ciente das condições do lugar – crê que tem plena chance de sucesso na empreitada que pretende levar avante. 

O arruado de Belém situa-se junto à fronteira do Rio Grande do Norte e é então inexpressivo. Ali não há mais que cento e trinta casas e uma igreja singela. Comércio pobre ou quase inexistente. Também ali não está destacado sequer um contingente policial para manutenção da ordem ou para oferecimento de uma defesa – mesmo que acanhada – no caso de um eventual ataque de cangaceiros. A ‘ordem’ no povoado é garantida somente por um Subdelegado civil, o potiguar Nelson Leite. 

Apesar de reiteradas notícias sobre incursões de cangaceiros naquela parte da Paraíba nos últimos dias, o Governo do Estado parece ignorar os eventos propalados pelos jornais e pela boca do povo. Apesar de vários reclamos por parte de proeminentes de Belém, o Estado não enviara tropa regular para a localidade.

Fonte: facebook
Página: Governador do Sertão Virgulino

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com