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sábado, 28 de julho de 2012

BRASIL - JOGOS OLÍMPICOS 2012

PRIMEIRAS MEDALHAS DO BRASIL - LONDRES 2012

Sarah Menezes fatura ouro inédito para o Brasil no judô feminino, categoria 48kg

Judô passa a ser o esporte brasileiro com mais medalhas na história olímpica brasileira

Londres – O judô brasileiro começou a participação nestes Jogos Olímpicos de forma espetacular. Após Felipe Kitadai ter conquistado o bronze na categoria ligeiro (até 60kg) no masculino, Sarah Menezes assegurou a primeira medalha de ouro para o país em Londres. Na final da categoria até 48 kg, contra a romena Alina Dumitru, que havia eliminado na semifinal a favorita japonesa Tomoko Fokumi, a piauiense de 22 anos aplicou um wasari e um yuko, fechando uma participação espetacular nos tatames do Excel Center.

AFP PHOTO / FRANCK FIFE

EstA foi a primeira medalha de ouro de uma mulher no judô olímpico do país. Em Pequim, há quatro anos, a brasiliense Ketleyn Quadros havia sido a primeira a conquistar uma medalha no esporte – o bronze na categoria até 57kg. 
A medalha em Londres confirma a trajetória de sucesso da piauiense, que é a terceira no ranking mundial da categoria. Ela é a única brasileira a ter se tornado bicampeã mundial sub-20, além de ter conseguido também dois bronzes em mundiais (2010 e 2011). Nos Jogos de Pequim, há quatro anos, quando competiu com apenas 18 anos, Sarah tinha sido eliminada na primeira luta. 
PERFIL
Sarah Gabrielle Cabral de Menezes
Nascimento: 26/3/90, Teresina, PI
Altura: 1,54m
Peso: 48kg





Um 28 de julho na História do Cangaço

Kydelmir Dantas (*)

Há exatos 74 anos morriam o Rei e a Rainha do Cangaço – Virgolino Ferreira da Silva e Maria Gomes de Oliveira – LAMPIÃO e MARIA BONITA, e nove (9) de seus súditos: Luiz Pedro, Quinta-feira, Mergulhão, Alecrim, Enedina, Moeda, Elétrico, Colchete e Macela; além de um soldado, ADRIÃO Pedro de Souza.


Na boca do povo, nos jornais da época e em livros publicados posteriormente, há versões detalhadas deste fato; algumas minuciosas, outras fantasiosas. Na poesia popular, ou seja, nos folhetos de feira, o fato foi contado e é recontado até hoje... Lampião e seus seguidores vão do inferno ao céu, passando pelo purgatório, sendo ele sempre o foco das atenções.


No cancioneiro popular, sempre é referência, MULHER RENDEIRA, que é imputada ao próprio Lampião e a mesma que seu bando entrou cantando-a em Mossoró naquele 13 de junho de 1927; em 1952, registrada por Zé do Norte, para constar na trilha sonora d’O CANGACEIRO, filme que recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1953. Até o ex-cangaceiro VOLTA SECA foi levado a gravar um LP, hoje já em CD, com este título CANTIGAS DE LAMPEÃO, onde interpreta várias canções, sempre precedidas de uma apresentação.


Há muitas músicas cujo tema é o cangaço, mais das vezes sempre o foco é o cangaceiro injustiçado, poucas são destinadas aqueles que combateram o cangaço, algumas sobre as poucas derrotas do Rei Vesgo das Caatingas nordestinas: SINA DO CANGACEIRO (Paulo Gutemberg – Costa Neto), gravada pelo Trio Irakytan; TOMADA DE MOSSORÓ (Ary Monteiro – José Batista), gravada por Marinês e sua Gente; LAMPIÃO, ERA BESTA NÃO! (Solange Veras – Luiz Gonzaga), gravada por Luiz Gonzaga; LAMPIÃO FALOU (Venâncio - Aparício Nascimento) gravada por Luiz Gonzaga, no LP ‘A Festa’, de 1981. A letra desta última é histórica, ei-la...

Eu não sei porque cheguei
Mas sei tudo quanto fiz
Maltratei fui maltratado
Não fui bom, não fui feliz
Não fiz tudo quanto falam
Não sou o que o povo diz

Qual o bom entre vocês?
De vocês, qual o direito?
Onde está o homem bom?
Qual o homem de respeito?
De cabo a rabo na vida
Não tem um homem perfeito} bis

Aos 28 de julho
Eu passei por outro lado,
Foi no ano 38,
Dizem que fui baleado.
E falam noutra versão,
Que eu fui envenenado.

Sergipe, Fazenda Angico,
Meus crimes se terminaram.
O criminoso era eu
E os santinhos me mataram.
Um lampião se apagou,
Outros lampiões ficaram.} bis

... E ATUALÍSSIMA...

O cangaço continua
De gravata e jaquetão.
Sem usar chapéu de couro,
Sem bacamarte na mão.
E matando muito mais,
Tá cheio de lampião.

E matando muito mais,
Tá assim de lampião.
E matando muito mais
Na cidade e no sertão.
E matando muito mais,
Tá sobrando Lampião.

Foram felizes seus compositores quando se inspiraram para fazê-la... Foi muito oportuna a gravação do Rei do Baião.
Mossoró (RN), 28 de julho de 2012.
(*) Pesquisador e poeta. De Nova Floresta–PB, radicado em Mossoró–RN.

UM CAMINHO ENTRE BANANEIRAS E COQUEIRAIS (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa(*)
Rangel Alves da Costa

Já estou com mais de quinhentos anos e juro que não consigo acostumar com a vida na cidade grande. Talvez não seja nem acostumar, mas não gostar mesmo, ter pavor a esse cheiro de asfalto, a essa manhã sem passarinho, a esse entardecer sem cores e às noites de desbotada lua, toda sem graça, apenas lua. Que diferença do luar do meu sertão!

Bem que poderia ter continuado por lá, pelas lonjuras do meu sertão amado. Arrumei o saco, abri cancela, peguei estrada, não por vontade própria, pelo iludido desejo de arriscar a vida noutra ribanceira, mas pela necessidade mesmo. Naquela época, um tempo de palmatória e cartilha, caderno de caligrafia e catecismo, ou a pessoa pensava em estudar fora ou parava nas primeiras letras.

Por causa do estudo é que fui enxotado do meu chão de espinho e garrancho, de areal e massapê, deixando chorosa a amiga catingueira, a beirada do riachinho, a rolinha fogo-pagô. Dei adeus ao mandacaru e xiquexique, ao cavalo de pau, à bola de gude, aos banhos nus pelas ladeiras em dias de trovoadas, aos tantos e bons amigos, todos molecotes de uma laia sem igual: tempo de meninice agrestina!


Depois de muito chorar até acostumar, hoje, mais de quinhentos depois, não posso reclamar do destino que eu tinha de cumprir na cidade grande. Foi dolorosa a separação, continua sendo difícil e lastimosa a convivência, mas acabei conseguindo o que realmente desejava: alcançar um nível maior de estudo. Formado estou, continuando pisando em asfalto, mas ainda umbilicalmente ligado ao meu lugar.

E nesse passo a coisa mais terrível que acontece, eis que todo dia prometo pegar o caminho de volta, arrumar novamente a trouxa e abrir novamente a cancela, gritar que cheguei e que cuidem em preparar minha rede. E já estou com sede só em pensar na água doce e fresca da moringa de barro, já estou com fome só em imaginar no cuscuz de milho ralado ali mesmo, nos ovos de capoeira, no bolo de macaxeira, na coalhada, no queijo de coalho, na buchada de bode. Tudo delícia de outro mundo: o mundo sertanejo!

Prometi a mim mesmo que voltava e voltarei, mas não pra dois ou três dias como sempre faço, e sim pra fincar pé de novo e eternamente no meu lugar. E porque nada do que tenho conseguido dará para uma vida farta, então já penso contente em apenas ter uma casinha no mato, uma manhã no mato, um anoitecer no meio do mato, tanta lua e tanto sol e tudo no meio do mato. E que me venham os passarinhos, as plantas selvagens, os bichos, os mistérios, os encantamentos.

Enquanto a mochila de viagem não fica pronta e os dias estafantes daqui continuam me consumindo, procuro fugir dessa cruel realidade imaginando, e até muitas vezes sonhando, com tanta coisa bonita que me espera por lá. O abraço no velho amigo, beijar a mão de toda velha senhora minha avó, caminhar pelos descampados, visitar famílias nos arredores, sentar ao entardecer na pedra da relembrança.

Logo chegará esse dia, o mais rapidamente possível estarei refeito na mesma terra onde nasci e sarapantei a minha meninice. Antes que chegue esse momento procuro me contentar em passar minhas tardes caminhando entre bananeiras e coqueirais. Nada igual aos caminhos de pedras e flores do campo, entrecortados de espinhos e outras surpresas, mas ao menos tenho muito a encontrar ladeando as bananeiras e coqueirais.


Nesse caminho aqui mesmo da cidade, um pouco afastado do centro, me preparo em refúgio espiritual para reencontrar meus próprios caminhos. Ao lado da natureza, pertinho de plantas que só são avistadas no meio do mato ou nas beiradas interioranas, me fortaleço da seiva e do olhar, da casca grossa dos troncos, das folhagens longas e largas dizendo que as belezas da vida também se estendem sempre mais adiante.

Nesse caminho entre bananeiras e coqueirais, nesse percurso de vida onde já é muito difícil viver, me sinto como se adiante, andando um pouco mais, fosse dar diretamente na malhada sertaneja, defronte à minha casinha de barro batido. E toda vez que colho uma banana para saborear é como se estivesse colhendo um umbu maduro, um araçá amarelinho, uma saborosa goiaba.

Depois de me fartar de saudade, retorno pisando no asfalto. E para arrumar a mala, colocar num saco tudo que consegui juntar nesses anos de luta e partir qualquer dia. E que seja amanhã esse dia.

(*)Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com


Considerações sobre Lampião e o Cangaço


Foto: Um ano após a emboscada, o legista Charles Pittex segura as cabeças mumificadas de Lampião e Maria Bonita.

74 anos atrás, o bando mais conhecido entre os cangaceiros do nordeste brasileiro foi morto em uma emboscada. 

Até hoje o cangaço é estudado com diversos pontos de vista. Se por um lado Lampião era sanguinário com seus inimigos e por muitas vezes vitimava inocentes, por outro, ele representava a classe pobre de uma população oprimida que não tinha muita expectativa de ascender socialmente. Para os marxistas, um exemplo claro da luta de classes. 

Sem outras alternativas e sabendo que esse estado de coisas continuaria os grupos de rebeldes procuraram em si mesmos os meios para tentar mudanças, instigados pelo analfabetismo, pela fome, pela falta de futuro melhor, pelos anos sucessivos de seca, pelo descaso das autoridades e pela participação, muitas vezes infeliz, da Igreja Católica.

Lampião nunca foi um líder de rebeliões ou um ídolo que servisse para a formação de camponeses revoltados. Política nunca foi parte de sua vida. Mas as populações humilhadas e ofendidas viam em Lampião um exemplo, naquele meio termo entre temer o que ele era e querer ser igual a ele, quase a justificar sua existência de bandoleiro errante.

Lampião subverteu a ordem imposta, mesmo que não fosse esse seu objetivo. Latifúndios que, durante décadas e até mesmo séculos imaginavam-se intocáveis, sentiram o peso de sua presença e o terror das consequências do não atendimento de suas exigências.

Confirmado III Congresso Nacional do Cangaço

Por: SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço

Caros sócios e amigos da SBEC
Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço,
"CONFIRMADO"O III CONGRESSO NACIONAL DO CANGAÇO, SERÁ NA CIDADE DE
VITÓRIA DA CONQUISTA/BAHIA
NA SEGUNDA QUINZENA DE OUTUBRO DE 2013.


Os trabalhos de organização já começaram.
Divulguem.


Abraços,
Lemuel Rodrigues
PRESIDENTE DA SBEC

Natimorto Literário...

Por: Antonio Sobrinho
Autor Archimedes Marques e Manoel Severo

Acabo de ler o livro "Lampião Contra o Mata Sete", e confesso, embora eu já considerasse o autor Archimedes Marques um bom escritor, que estou impressionado com a sua capacidade de, em frases e períodos tão longos, mas com clareza e objetividade, num linguajar até certo ponto jornalístico, sem perder de vista a técnica investigativa, fazendo disso, talvez, o maior "inquérito" de sua vida; formular argumentos tão lógicos, utilizando-se, inclusive, de forma constante, da ironia para dizer com humor das suas críticas e censuras aos ditos de Pedro Morais e, principalmente, para impor a este a obrigação de provar as suas acusações, ironia esta que também lhe serve para desvalorizar mais ainda o texto deste senhor. Trata-se de obra equilibrada, parecendo até que foi feita num só instante. Ao mesmo tempo, o novel escritor Archimedes Marques, inteligentemente, dividiu o ônus desta contestação com as principais vozes da historiografia do cangaço, sem falar do cuidado de não atingir moralmente a pessoa de Pedro Morais. 

Realmente, mesmo considerando a sua vasta experiência como delegado de polícia, a sua paixão pela cultura nordestina, notadamente o cangaço, associado a um impulso natural que conduz os homens de bem a insurgir-se contra as injustiças, confesso mais uma vez a minha grande e grata surpresa, até porque o autor construiu tudo isso em tão pouco tempo, visto que "Lampião, o Mata Sete" foi publicado um dia desses.Embora eu não seja um crítico literário, considero o livro 


LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE uma obra completa no seu propósito de rebater as mal intencionadas acusações de Pedro Morais, e tenho certeza de que os leitores estão se deleitando com tão boas explicações e excelentes raciocínios.

"Lampião Contra o Mata Sete", portanto, não apenas contesta de forma robusta e insofismável as aleivosias infundadas de Pedro Morais, mas condena este autor a viver doravante como um natimorto literário. Além do mais, o que é pior, o sentencia a ter que se explicar e ser criticado o resto da vida.Daqui pra frente, o escritor Archimedes Marques pode considerar-se inscrito nos anais da história do Cangaço, com todos os méritos, não apenas pelo ineditismo da sua obra, mas pela excepcional defesa que fez, em última análise, dessa história cultural nordestina, o que orgulha e enche de honra todos os sergipanos. Minhas efusivas congratulações!

Antonio Corrêa Sobrinho " tonisobrinho@uol.com.br 
(Advogado/escritor, autor do livro "O fim de Virgulino Lampião " O que disseram os Jornais sergipanos"

Extraído do blog: Cariri Cangaço
http://cariricangaco.blogspot.com 

HISTÓRIA CANGACEIRA

Por: Enéas Athanázio(*)

Sobre os livros confrontantes "Lampião o Mata Sete" e "Lampião contra o Mata Sete")


É curioso observar como o cangaço continua a despertar o interesse dos pesquisadores em geral. No momento em que escrevo tenho conhecimento de que pelo menos dois livros importantes acabam de ser publicados sobre o tema, existe um filme em andamento e são várias as matérias de jornal abordando o assunto. Isso se justifica, em parte, pelo fato incontroverso de que o cangaço foi um fenômeno brasileiro por excelência, com características próprias, sem similar na história ou no mundo, o que talvez explique a razão de tal interesse, inclusive de investigadores estrangeiros de várias áreas. E falando em cangaço, uma figura emerge da história e se alteia sobre as demais, qual seja Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, cognominado o Rei do Cangaço. 


Tido como modelo da coragem, inteligência e liderança do homem sertanejo, enfrentou por quase duas décadas a vida errante de bandoleiro, à frente de seus homens, desafiando a perseguição das volantes de sete estados nordestinos e só foi eliminado graças a uma traição, enquanto dormia, no interior da chamada Grota do Angico, em Sergipe.

Homem duro, implacável com os inimigos, ninguém jamais se atreveria a colocar em dúvida sua hombridade e nunca pairou a menor sombra a respeito de sua condição de homem-macho. Mas eis que de repente, quando menos se esperava, e, ao que parece, inspirado pelo antropólogo Luís Mott, surge o livro "Lampião, o Mata Sete", de autoria do magistrado aposentado Pedro de Morais, onde o autor sustenta que Lampião foi afeminado desde mocinho e teria sido homossexual, além de manter uma "ménage a trois" com Maria Bonita, sua mulher, e Luís Pedro, integrante de seu grupo, em plena caatinga. 

Neném do Ouro, Luiz Pedro e Maria Bonita

Não bastasse isso, sustenta que Maria Bonita manteve relações com outros homens na vigência do casamento. As teses do autor se baseiam em indícios e informações que, segundo ele, comprovariam os fatos, ainda que contrariando a imensa bibliografia sobre o assunto, a opinião dos estudiosos e o testemunho de incontáveis pessoas em diversas épocas. O livro vem provocando verdadeiro terremoto, uma vez que, na opinião geral, Lampião pode ter sido tudo, ou quase tudo, exceto um homossexual.

A reação não tardou e começaram a surgir manifestações em contrário, avultando entre elas o livro-contestação "Lampião contra o Mata Sete", de autoria de Archimedes Marques (Info Graphics Gráfica e Editora " Aracaju " 2012). 


Estudioso do assunto de muito tempo, leitor aficionado da bibliografia existente e com pesquisas realizadas in loco, o autor se debruçou sobre a obra de Pedro de Morais, examinando-a capítulo a capítulo, página a página, parágrafo a parágrafo em cotejo com as opiniões de numerosos outros autores para concluir que as teses nele defendidas são improcedentes e não encontram qualquer amparo em provas, mesmo indiciárias, tudo não passando de verdadeira ficção. Para tanto, buscou subsídios em numerosos autores de várias épocas, desde aqueles que foram contemporâneos de Lampião até os mais modernos, sem esquecer os ensaístas consagrados cujas obras constituem referências. Numa espécie de operação desmonte, tudo foi submetendo a uma análise crítica implacável, muitas vezes contundente, rebatendo as afirmações com cerrada argumentação. Ao longo de 550 páginas densas e pensadas, esmiuçou a obra em questão de tal forma a não deixar pedra sobre pedra, recolocando tudo nos devidos lugares e devolvendo a Lampião a masculinidade que jamais lhe fora negada.

Embora não seja especialista no assunto, tenho lido bastante sobre o cangaço e Lampião e até escrito a respeito. Nessas leituras nunca deparei com qualquer insinuação sobre a homossexualidade do chamado Rei do Cangaço, suas relações com outros homens ou a triangulação com Maria Bonita e o cangaceiro Luís Pedro. Em livro recente, denominado "De olho em Lampião: violência e esperteza", de autoria de Isabel Lustosa, pesquisadora titular da Fundação Casa de Rui Barbosa, não encontrei qualquer referência ao assunto. Como se trata de obra visivelmente contrária ao cangaceiro, não creio que silenciasse sobre o fato caso houvesse sustentação para tanto. Também na obra "Lampião " Entre a espada e a lei", de autoria do magistrado potiguar 
Sérgio Augusto de Souza Dantas, trabalho criterioso e exaustivo sobre a vida e os feitos de Lampião, nada encontrei a respeito. Como não seria possível esconder essa pretensa homossexualidade de todos e por tão dilatado espaço de tempo, ainda mais em se tratando de personagem histórico tão estudado, acredito que tudo não vai além do terreno da mera suposição.

A par do debate sobre o tema em todas suas minúcias, o autor Archimedes Marques fornece inúmeras informações a respeito de Lampião, seu grupo, o cangaço em geral e o meio sócio-econômico onde se desenvolveu. Apenas esse conjunto de elementos paralelos já faria do livro "Lampião contra o Mata Sete" uma grande obra.

*Sobre o autor Enéas Athanázio: Contista, crítico, biógrafo com extensa bibliografia, é um dos escritores mais publicados e conhecidos de Santa Catarina. Reside em Balneário Camboriú e é m dos fundadores de Literatura " Revista do Escritor Brasileiro, na qual tem colaborado assiduamente.

Bibligrafia: O Peão Negro (contos, 1973); Dimensões de Lobato (ensaios, 1975); O Azul da Montanha (contos,1976); Godofredo Rangel (biografia, 1977); O Promotor Público na Justiça Eleitoral ( jurídico, 1978); Meu Chão (contos, 1980); o Mulato de Todos os Santos (ensaios, 1982); Tapete Verde (contos,1983); Figuras e Lugares (ensaios,1983); A Pátina do Tempo (ensaios,1984); Falando de Gilberto Amado (ensaios, 1985); Presença de Inojosa (ensaios,1985); Erva-Mãe (contos,1986); Meu Amigo Hélio Bruma (ensaios, 1987); Tempo Frio (contos,1988); O Amigo Escrito (biografia,1988); A Cruz do Campo (novela,1989); O Perto e o Longe " Vol. I (ensaios,1990); O Perto e o Longe " Vol. II (ensaios,1991); O Aparecido de Ituy (contos,1991); Enéas Athanázio (biografia e antologia, 1991); Jornalista por Ideal (ensaios,1992); São Roque da Ventania (novela,1993); Roseilho Velho (contos juvenis,1994); Adeus Rangel (ensaios, 1994); Fiapos de Vida " Vol. I (causos nanicos,1996); Um Artista Chamado Antônio (biografia,1997); Vida Confinada (autoficção,1997); As Razões da Queda (ensaio,1998); A Gripe da Barreira (contos,1999); Fazer o Piauí (ensaios, 2000); O Cavalo Inveja e a Mula Manca (contos, 1991); As Antecipações de Lobato e outros escritos (ensaios, 2001); Mundo Índio (ensaios, contos e artigos, 2003); Fiapos de Vida " Vol. II (minicontos,2004); Crônicas Andarilhas (crônicas, 2005); Direito Internacional Público (jurídico, 2006); A Liberdade Fica Longe (novelas, contos e crônicas, 2007); O Pó da Estrada (crônicas, 2008); Meu Amigo, o Piauí (critica, 2008) ; Ensaios Escoteiros(ensaios, 2010).

Opúsculos: Algemas (contos, 1988); Sílvio Meira (ensaios,1989) ; Joaquim Inojosa e a Pregação Modernista " ensaios " duas edições " 1983 e 1984; Martinho Bugreiro, Criminoso ou Herói? " ensaio " 1994; 7 Causos Nanicos " minicontos " 1985; Monteiro Lobato Abriu os Caminhos " ensaio " 1993; Como Casei com a Filha do Coronel " conto " 1991; A Ilha Verde " crônica " 1995; A Pátria Comum " artigo " 1995; Solidão, Solidão " contos " 1995; Novo e Diferente " artigos " 1996; O Regionalismo Passado a Limpo " ensaio " 2000; A Liberdade Fica Longe " novela " 2001; José Athanázio, Meu Pai - biografia - 2006.

NOTA DO GERENTE DO JORNAL CANGAÇO EM FOCO:
Quem desejar adquirir o livro LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE, o mesmo custa R$ 50,00 (ja incluso as despesas dos Correios) deve entrar em contato com o autor Archimedes Marques através dos endereços de e-mails: archimedes-marques@bol.com.br ou archimedes.jose@uol.com.br
Autor:   Enéas Athanázio

Enviado pelo escritor, pesquisador do cangaço e Delegado de Polícia Civil no Estado de Sergipe: Dr. Archimedes Marques

CITE UM TRAIDOR, E O FATO QUE O ENVOLVEU... -

Por: Ivanildo Alves Silveira

Acrescentando mais uma postagem a esse tópico, que eu achei demais, segue o caso da Fazenda da Piçarra.

Esse é mais um dos casos que temos que ter um olhar crítico sobre o que aconteceu, pois essa “traição” se deu em circunstâncias extremas e é onde eu digo, no cangaço houve traições e “traições”.

Vamos ao ocorrido:

Passados quase um ano do fiasco de Mossoró, mais precisamente em Março de 1928, Lampião e alguns poucos asseclas, ao longo desse período houve um enorme número de deserções, chegam ao Cariri Cearense à procura de um pouso seguro para descansarem e se reabastecerem depois de meses de perseguição ferrenha. O ponto escolhido foi a Fazenda da Piçarra, um de seus coitos mais seguros por aquelas bandas e que pertencia ao Senhor Antônio, conhecido pela alcunha de Antônio da Piçarra.

Senhor Antônio da Piçarra

Ao se arrancharem, Lampião incumbiu o seu amigo Antônio de algumas encomendas, entre as quais, armas e munições.

Antônio da Piçarra era velho conhecido de Lampião, o mesmo dera guarida a Ezequiel e a Virgìnio (Moderno) antes destes lendários entrarem para o cangaço.

As ferozes volantes pernambucanas de Arlindo Rocha e Mané Neto estavam no encalço dos cangaceiros e deram na Piçarra. Sabedores da estreita ligação entre o Rei do Cangaço e o proprietário da fazenda, imprimem o seu repertório de métodos avassaladores para que Antônio desse o paradeiro dos cabras.

Em um dado momento da conversa, o sagaz Sargento Arlindo Rocha diz para Antônio:

- Seu Toim, eu até tenho paciência, mas não sei se posso segurar Mané Neto.

Daí não teve jeito e seu Antônio denunciou o coito.

Enquanto isso, o cangaceiro Sabino já se assombrava com a demora de Antônio e fala para o chefe:


- Capitão, capitão. Tô achando que Antoi da Piçarra lhe traiu, pois tá demorando além da conta. Já era tempo dele ter vortado com as encomendas e tudo...

E Lampião com total segurança responde ao seu lugar-tenente:
- De jeito nenhum. Isso não! Naquele eu confio sem medo. Se Antoi da Piçarra cavar um buraco no chão e mandar eu entrar, eu entro sem medo.

Era noite e chovia muito, as volantes fizeram o cerco ao coito e, ao estrondo de um  relâmpago, que denunciava o local onde Sabino se encontrava, começa o ataque. Nesse momento, ao clarear do relâmpago, Sabino recebe um balaço e todo o grupo abre fuga desesperadamente conduzindo o seu ferido que viria a ser sacrificado a quilômetros dali


  Local onde Sabino foi baleado

A partir desse momento, Lampião engrossara a sua lista de inimigos. E em sua lista, passara a vigorar o nome de Antônio da Piçarra. Mais uma traição que se deu pela opressão, pela ameaça e pelo medo.

Apesar de Antônio da Piçarra ter sido colocado no rol dos inimigos do Rei Cego, ele morreu de velhice muitos e muitos anos depois. De acordo com as palavras de Vilson Santana, neto de Antônio, seu avô sempre relatava o ocorrido muito cabisbaixo. Sempre se lembrava das palavras de crédito de Lampião com lágrimas nos olhos.

Grande Abraço e até a próxima.

Essa postagem teve como fonte os blogs:

1 - Lampião Aceso  
http://lampiaoaceso.blogspot.com
2 - Cariri Cangaço
http://cariricangaco.blogspot.com, foi baseada nas várias entrevistas concedidas por Vilson Santana a esses blogs e aos seus colaboradores.

As fotos também são oriundas de ambos os Blogs. Não tem como eu mencionar os proprietários das fotos de Seu Antônio e de Sabino, mas a foto do local que Sabino foi baleado é do nosso Grão-Mestre Ivanildo Silveira.

A CINDERELA DE TOUROS - NO RIO GRANDE DO NORTE


Era uma vez uma garota do litoral potiguar, que sonhava ter boa vida. Um dia, ela cresceu, casou e foi tentar vencer no outro lado daquele grande mar que banhou sua meninice. Em Portugal, teve um filho e arrumou trabalho numa loja de shopping.

Sua beleza morena e tropicana chamava a atenção dos clientes que circulavam no espaço comercial da cidade do Porto, a segunda mais importante da boa terra. Até que certa vez, o olhar de um famoso milionário esbarrou no seu. Ele, 72 anos; ela, 23. 

Não demorou para estabelecer-se um namoro clandestino, que avançou para uma paixão bem disfarçada, consolidou-se como companheirismo aberto e que agora, dois anos depois, vai virar casamento. E com direito a uma festa de bodas na aldeia da infância.

A história do amor entre o rico presidente do time de futebol do Porto, Pinto da Costa, e a estudante de Gestão de Empresas, Fernanda Miranda, mexeu com as estruturas da sociedade lusitana, gerou fofocas na mídia e agora atrai os holofotes do país irmão. 

Nos dois anos de convivência, ambos interromperam seus casamentos e decidiram viver juntos, assumindo uma paixão que já não dava mais para esconder. E a consolidação conjugal ocorrerá oficialmente no próximo sábado, no casamento na Praia de Touros.

O pequeno lugarejo no litoral norte do Rio Grande do Norte será palco de uma das maiores festas matrimoniais de toda a história, com pompa e circunstância para matar de inveja os badalados veranistas das praias de Jacumã e Muriú, afeitos aos regabofes. 

São esperados no aeroporto de Parnamirim dezenas de ricaços portugueses, empresários importantes de Lisboa e do Porto, autoridades políticas do país e personalidades famosas. Jornalistas de TV, revistas e jornais portugueses deverão cobrir o evento. 

Estima-se que jatos particulares atravessarão o Atlântico entre Lisboa e Natal trazendo figuras de proa de Portugal. Na realização do seu sonho de menina pobre, Fernanda Miranda reedita pelo ar a navegação marítima dos antigos nobres da Coroa Portuguesa.

Desde que conheceu Pinto da Costa, o homem responsável pelo gerenciamento de um dos times mais importantes e vitoriosos da Europa, Fernanda teve sua vida modificada radicalmente, tornando-se uma beldade reconhecida no país e muito respeitada. 

A imprensa, que no início expôs o desconforto do casal em esconder o namoro, agora a trata como “primeira-dama do FC Porto”, o presidente do clube até faz questão de tornar público que a noiva exerce influência sobre sua vida e sobre seus negócios.

Durante todo o tempo de relacionamento, ela soube se portar em relação à presença da esposa de Pinto da Costa, Filomena Morais, de 49 anos. Também jamais permitiu que a imagem do seu ex-marido fosse arranhada no cimento das fofocas midiáticas.

No último dia 7 deste julho, para evitar maiores desentendimentos e constrangimentos, Fernanda Miranda preferiu que sua ausência fosse notada no casamento da filha de Pinto da Costa, a jovem Joana, com quem ela não tem um bom relacionamento. 

Na semana do casório, ela viajou para Madrid onde passeou e fez compras em lojas de luxo e de grandes grifes. Na volta, foi recebida com beijos e flores pelo noivo, que ainda deu de presente, pelos dois anos de namoro, um Audi Q5, que ela tanto desejava. 

A Praia de Touros vai parar no sábado para receber de volta sua versão Cinderela morena. E os olhares de Portugal estarão voltados para um casamento de luxo num ambiente bucólico. As origens distintas dos noivos reunidas sob um céu de nuvens de cristal.

Extraído do blog do Dr. Honório de Medeiros