Fenômeno
oriundo das precárias condições de vida nas quais se encontrava uma esmagadora
maioria de sertanejos desvalidos de todos os cuidados das autoridades
competentes, o chamado banditismo social configurou-se como uma forma, ainda
que despercebida, de resistência. Determinados grupos, refutando tal realidade,
simplesmente se negavam ao conformismo religioso, inerente aos demais, ao mesmo
tempo em que buscavam uma forma de fazer justiça às suas barrigas e vaidades.
Essa reação,
isenta de qualquer motivação ideológica ou política, fez-se notar
fundamentalmente nos sertões nordestinos desde fins do século XIX até meados do
século seguinte, contudo intensificou-se, de fato, com o advento da figura que
seria o símbolo máximo daquele movimento, paradoxalmente, legítimo e sem causa:
Virgulino Ferreira da Silva. Na época de atuação do famigerado bandoleiro,
conhecido pela alcunha de Lampião, enfatiza-se uma prática já corriqueira para
o homem do sertão nordestino: a mescla entre misticismo e religiosidade.
Religiosidade esta que possui uma gênese ligada ao catolicismo, uma vez que a
Igreja Católica influenciava, nesse aspecto, todos os sertanejos.
Diante disso,
seria praticamente impossível não surgir no senso comum um estranhamento
acompanhado da seguinte indagação: como as referidas crenças místicas e
devoções religiosas podiam se aliar a uma vida agitada por crimes hediondos,
lutas renhidas e perseguições implacáveis? É justamente nessa sedutora
vereda que pretendemos direcionar este artigo.
Frederico
Pernambucano de Mello (1985) destaca dentro do quadro de banditismo social,
configurado nos sertões nordestinos, entre o século XIX e a primeira metade do
século XX, três estilos diferentes de bandidagem, dos quais, para a
contextualização de nosso trabalho, devemos destacar dois deles: o cangaço de
vindita, no qual o indivíduo empunhava armas com o único intuito de fazer
justiça ao assassinato de algum familiar, tornando a cuidar de seus afazeres
após tal procedimento, e o cangaço de meio de vida ou profissional. A este, o
bandoleiro aderia, visando a aliança do enriquecimento ilícito rápido à vida
errante de fora-da-lei.
Não obstante
aos salteadores profissionais não lhes agradava serem chamados de assaltantes.
Isso porque o código moral do sertanejo não só aceita pacificamente o homicídio
como forma de vingar-se ou de "lavar a honra" ante uma traição
conjugal como atribui muito valor e reconhecimento ao indivíduo que desta forma
age. O que não era tolerado pelo homem simples do interior era a fama de
larápio, e, por isso, o cangaceiro desenvolveu o que Frederico Pernambucano
chamou de escudo ético, traduzindo a síntese desse pensamento com a seguinte
construção:
Construído sob
um imperativo da consciência moral, o escudo ético se destinava a preservar
ambas as imagens, estabelecendo uma causalidade ética que, sendo embora simples
produto de elaboração mental, lograva o efeito por assim dizer mágico de
convencer o seu próprio construtor, aplacando-lhe os reproches da consciência,
além de lhe fornecer excelente justificativa a nível sócio-cultural.
Essencialmente, trata-se de artifício mental orientado no sentido de dar vida,
presença e atualidade a causas inexistentes ou que perderam seu valor, com o
fim de encobrir moralmente a permanência de efeitos. (MELLO, 1985, p. 71).
A diferença
básica entre os cangaceiros de vindita e os de meio de vida era a indumentária
utilizada por estes últimos, que atuavam em causa própria, enriquecendo a cada
investida, conforme aponta aquele mesmo historiador (1993). Essa opulência,
manifestada tanto nos trajes – ornados com moedas de ouro – como nos adereços –
um sem-número de anéis de pedras preciosas que ostentavam em quase todos os dedos
–, atraía tanto as volantes, sedentas pelo butim de Lampião e seus comandados,
quanto os jovens, cuja vida monótona demandava um pouco mais de ação e
romantismo, facilmente encontráveis no viver conturbado daqueles bandidos.
A estética,
que caracterizava aqueles homens de armas provinha da Península Ibérica,
valendo acrescentar a afirmação a seguir: Predominando nesses atavios, a
frieza geométrica das fachas gregas ao esoterismo oriental dos signos de
Salomão, presente nos chapéus dos bandidos, com passagem pela tradição mais
recente da flor-de-lis – motivo constante da indumentária dos cangaceiros –
sugestão de poder tomada de empréstimo à casa real da França e disseminada
naquele mundo ainda bruto. (MELLO, 1993, p. 46)
Desse modo,
fica evidente um misticismo que acompanhou Lampião e seus companheiros por toda
a sua arriscada e errante vida. Com relação a essa mística, Maria Isaura
Pereira de Queiroz (1976), existem catolicismos no Brasil; desde o
oficial da Igreja Católica até o popular rural, amplamente propagado entre os
sertanejos. Este, baseado em magias e superstições de amuletos e rezas fortes
bem como na presença de rezadeiras, beatos e fanáticos, trata-se de uma
contribuição dos camponeses lusitanos egressos de sua terra natal, e, por isso mesmo,
é tido como o mais puro, uma vez que está isento da hierarquização oficial.
Anildomá de
Souza (2004), ratificando os pressupostos de Queiroz, diria:
Pode-se
perfilar o sertão nordestino, no que se refere à religiosidade, como sendo o
ambiente de completa efervescência. Há, quando se faz reportagem à crença
sertaneja, um inevitável contemplar de um sincretismo religioso, que resulta na
mistura de animismo indígena + fetichismo africano + superstição portuguesa.
(SOUZA, 2004, p. 23) Billy Chandler (1981) defende que tais práticas
pertencem ao que ele cognominou de catolicismo sertanejo, cujas principais
práticas são as de se realizarem orações as quais fechariam o corpo do
indivíduo.
Luiz da Câmara
Cascudo (1978), por seu turno, observa que as referidas rezas de corpo-fechado
vincular-se-iam ao bruxedo europeu – incorporado ao catimbó – cuja
característica marcante residiria em proferir, e repetir, palavras tidas como
sagradas, para, dessa forma, alcançar a inviolabilidade diante dos
inimigos. Anildomá Willans de Souza (2004), seguindo o mesmo viés das
concepções dos estudiosos anteriormente apresentados, aponta que o cristianismo
era majoritariamente católico, havendo uma pluralidade na devoção dos santos e
uma obediência ao profetismo nômade. A religião desempenhava um papel
fundamental na vida do sertanejo, uma vez que representava a única forma de
consciência do mundo e da sociedade das populações interioranas.
Um exemplo
claro da religiosidade existente nos sertões é a monumental ingerência
protagonizada pelo padre Cícero, pois "casa sertaneja que se prezasse não
podia deixar de ter em suas paredes, no mínimo, os quadros do 'Sagrado Coração
de Jesus' e do Padim Ciço." (SOUZA, 2004, p. 24).
Acerca da
adoração àquele sacerdote, Oliveira (1970) asserta que a mesma, muitas vezes,
beirava o fanatismo religioso, cuja simpatia irmanada à sua capacidade
organizadora de construir o bem, através dos ensinamentos de Cristo, fascinava
os cangaceiros e fanáticos, admiradores de sua fé, paciência, bondade e paz. O
padre taumaturgo nunca menosprezou nenhum bandoleiro entregue aos erros,
vinditas e crimes.
Talvez por
isso, segundo este mesmo autor, aquele religioso conseguiu dissuadir certos
chefes de grupos famosos a renunciar à vida do crime. Sinhô Pereira e Luís
Padre são exemplos das "almas" salvas pelo afamado
sacerdote. Por sinal, ao aludir à presença de Virgulino Ferreira em
Juazeiro, a cidade do padre Cícero, Nertan Macedo destaca: Certa madrugada
o padre Cícero chegou ao sobradinho de João Mendes. Ajoelhados e contritos,
Lampião e o bando receberam a bênção e os conselhos do taumaturgo. Este, ao
retirar-se, bateu no ombro de Virgulino, dizendo: "ô menino! Quando voltar
da campanha há de deixar essa vida de desordens!". O padre aludia à
campanha contra a Coluna Prestes. Virgulino não respondeu sim nem não ao
patriarca de Juazeiro. (MACEDO, 1975, p. 143)
O respeito aos
velhos e aos padres sempre se fez presente na vida de Lampião que em tempo
algum atacou igrejas. Sobre a referida temática, tanto Oliveira (1970)quanto
Estácio de Lima (1965) concordam, visto que, segundo os mesmos, os cangaceiros
não maltratavam nem assaltavam religiosos e sempre que os avistavam, pediam-lhes
bênçãos. Da mesma forma, há unanimidade entre os dois estudiosos do
Cangaço supracitados quando os mesmos destacam a boa relação existente entre
certos padres e cangaceiros, que "Entregavam seus filhos aos vigários,
recomendando que os criassem como homens de bem, pois não tinham culpa de ter
vindo ao mundo como filhos de cangaceiros." (OLIVEIRA, 1970, p. 126).
Casamentos
entre tais indivíduos eram realizados e abençoados por aqueles sacerdotes e
isso fica claro na seguinte passagem:"O Reverendíssimo José Bruno da Rocha
[…] também era deveras apreciado. Foi ele quem oficiou o casamento de Corisco e
Dadá, sabendo muito bem o que fazia." (LIMA, 1965, p. 114)
Juazeiro do
Norte, a "Meca" do Ceará, traduz perfeitamente a fé nordestina, por
atrair milhões de romeiros do Padre Cícero Romão, tido como santo por esse
povo, cuja religiosidade, representada no universo do catolicismo e associada
às práticas cotidianas de magia e manipulação dos elementos da natureza,
apresenta-se completamente arraigada.Tanto é que, nesse contexto, a
pesquisadora Aglae Lima de Oliveira, perfeitamente corroborada por Billy
Chandler (1981), asserta:
A
superstição era para o bandido um pensamento mágico, dominador,
sobrenatural; tanto que se passasse em água, acreditavam que o corpo poderia
ficar aberto, perdendo a força as orações fortes.
Estas não eram
transmitidas a pessoas sem fé. Evitava-se saltar cercas em ocasiões de tiroteio
bem como passar por baixo de cabrestos. (OLIVEIRA, 1970, pp. 117-118) Na
contracorrente daqueles autores, Estácio Lima (1965) defende
a ideia de que, na concepção do fora-da-lei sertanejo, a religião
deveria agir conforme seus interesses e não ao contrário. Afirma, ainda, acerca
do bandoleiro-chefe o seguinte:
[…] não era
homem para discussões intérminas, e devoções, ou pregações a todas as horas.
Nem ele, nem Corisco, nem Labareda e nem os seus semelhantes, esbofeteados na
face, ofereciam o outro lado ao agressor. (LIMA, 1965, p. 109) No entanto,
ao comparar cangaceiros e fanáticos, as concepções de Estácio Lima se aproximam
às de Aglae de Oliveira, já que ambos acreditam que aqueles grupos diferiam ao
extremo. Enquanto aqueles se valiam de superstições que os resguardassem do
mesmo mal que aplicavam aos semelhantes e eram adeptos à dinâmica do ataque,
estes, por sua vez, limitavam-se à defesa aguerrida de seus redutos.
Júlio
Chiavenato (1990) refuta totalmente os pressupostos dos autores elencados
acima, quando condena como grave erro a distinção entre cangaceiros e
fanáticos, visto que ambos estão intimamente ligados ao mesmo meio social.
Acrescenta também que enveredar por qualquer um desses caminhos não passa de um
acidente pessoal, sendo completamente possível o câmbio de lado entre aqueles
elementos.
Discordam
Oliveira (1970) e Lima (1965) quanto ao misticismo dos cangaceiros; enquanto
este aponta que tais bandoleiros mostravam-se muito mais objetivos do que
místicos, aquele lembra, por exemplo, que feridos, bandidos guardavam uma
relação de misticismo com o sal, não se retirando do "rancho" sem
deixar um pouco, uma vez que acreditavam, dessa forma, evitar perseguição.
Um consenso
entre os supracitados autores se dá quando ambos afirmam que, antes dos
combates, os cangaceiros pediam a Nossa Senhora a concessão de uma certeira
pontaria contra seus inimigos, além encomendarem a alma daqueles
antecipadamente. A despeito do senso comum existente acerca de um eventual
apreço mútuo entre Lampião e o padre Cícero, deparamo-nos com a afirmação
enfática: "Do inventário procedido pelas tropas alagoanas, em relação às
rezas trazidas por Lampião, ao morrer, não constam lembranças do padre
Cícero". (LIMA, 1965, p. 114)
O Capitão
Virgulino e seus fiéis esculápios, contraditoriamente, apesar de pertencerem à
realidade brutalizante do cangaceirismo, em nenhum momento relegaram as suas
crenças e devoções a um segundo plano. Isso porque em suas vidas permeadas de
peripécias, que, obrigatoriamente, conferiam a estes uma natureza cigana, onde
o rotineiro medo da delação por parte dos coiteiros e das incontáveis
emboscadas das volantes demandava toda a sorte de cuidados e proteção,
inclusive – e especialmente – espiritual.
De acordo com
Anildomá de Souza (2004) Lampião trouxe o praticismo religioso do berço, a ele
transmitido, como a todos de sua região, desde a tenra idade, quando seus
progenitores, Maria e José Ferreira, a exemplo de todos os pais sertanejos,
fizeram seus filhos enveredar na religiosidade, inculcando-lhes a fé.
Essas práticas
religiosas, assim como as de cunho místico, introduzidas por lampião em seu
bando, possuíam tanto um caráter individualizado quanto uma natureza coletiva.
Estas se configuravam pelo costume de orar, ininterruptamente, em grupo,
conforme lembra a ex-cangaceira Ilda Ribeiro de Sousa, vulgo Sila (1995).
As atitudes
místicas, por seu turno, eram marcadas pelo uso de rosários no pescoço, a posse
de patuás, contendo rezas consideradas fortes, que "escritas e dobradas
com uma hóstia consagrada, furtada do sacrário, misturada com o próprio sangue
do bandido e o oferecimento do credo" (OLIVEIRA, 1970, p. 119). Acrescente
a isso determinadas práticas com o objetivo de manter o corpo fechado, conforme
lembram Anildomá de Souza (2004) e Lucena (2003). Sendo válido lembrar que este
último destaca que, no parecer de Lampião,aquelas orações tinham o poder
de protegê-lo dos males ou das balas atiradas pelas volantes e que nenhum fio
de cabelo lhe cairia da cabeça, se esta não fosse a vontade divina.
A importância
dos amuletos se manteve numa relação endêmica entre os cangaceiros. E isso é
perfeitamente confirmado na seguinte sentença: Uma das "rezas"
preferidas pelo pessoal do grupo era a da "Pedra Cristalina". […] Não
é preciso que uma oração, para produzir efeito, seja pronunciada, ou sequer
conhecida no seu texto pelo portador. Basta a permanência no pescoço, no bolso,
ou na própria capanga enrolada como um "Agnus Dei" ou apenas dobrada.
Lampião não abandonou, até a morte, a sua "Pedra Cristalina". (LIMA,
1965, p. 115)
Nesse mesmo
contexto, Chiavenato (1990) lembra que a falta de instrução tornou o sertanejo
um indivíduo que buscava sempre seguir passos corretos, demarcados pelo código
religioso. Da mesma forma, aqueles elegiam o misticismo como filosofia de vida
na da qual nada nem ninguém os poderia demover. Acerca da a excessiva
superstição de Lampião, cabe-nos considerar o seguinte: Assombrado,
atirava nos fogos-fátuos. Sombrios pressentimentos o rodeavam. Livrava-se de
maus momentos protegido por seu anjo de guarda e pelas rezas fortes. Invocava,
nos perigos, Nossa Senhora da Conceição e o padre Cícero Romão Batista.
Observava no ar, no cheiro da terra, no vôo, no canto dos pássaros, nos rastros
de animais, nas árvores, um mistério que ele somente sabia desvendar. Essas
superstições resultavam sempre da aproximação da polícia. […] O sexto sentido
de Lampião dava-lhe [Barreira] intuição que os companheiros o considerassem
bandido-chefe, adivinho ou profeta. (OLIVEIRA, 1970, p.117)
Predominou em
nossa atividade a recorrência a fontes secundárias nas quais buscamos,
invariavelmente, embasar todas as nossas afirmativas. Esses depoimentos e
contribuições de especialistas no assunto e suas respectivas obras
mostraram-nos o universo místico-religioso dos cangaceiros que nos era
completamente desconhecido.
Procedemos com
um método dialético de comparação, confrontação e síntese das opiniões colhidas
daqueles autores, denotando, desse modo, uma espécie de balanço
historiográfico. Isso porque, na referida atividade, encontramos
posicionamentos bastante semelhantes entre certos pesquisadores ao passo que
outros historiadores tratavam justamente de negar o que seus colegas haviam
afirmado.
Por isso,
acreditamos ter identificado autores de variadas correntes de pensamento; desde
concepções um tanto marxistas até óticas conservadoras ao extremo, passando
pelos investigadores que preferiram a ponderação de situar seus comentários em
um nada arriscado meio-termo. Tivemos ainda o privilégio de colher certas
informações marcadas pela subjetividade das memórias de seus próprios autores,
como a obra composta pela ex-cangaceira Sila. Essa variedade de pontos de
vista constituiu, em nosso entendimento, a riqueza deste trabalho.
Não poderíamos
abordar religiosidade e misticismo, um fenômeno tão presente na vida do
sertanejo e ao mesmo tempo tão particular ao cangaceirismo, sem nos determos um
pouco em verificar e apontar as causas do movimento em si. O banditismo social
ocorrido no Nordeste teve, sem configurar-se aqui certo determinismo, sua
gênese no meio e nas injustiças sociais que sempre se abateram sobre aquele
povo.
O que se
verificou como resposta à opressão social foi a formação de grupos que agiam
desordenadamente conforme seus instintos de sobrevivência. Estes, na maioria
dos casos, apresentavam um caráter tão rústico e árido quanto o clima dos
sertões.
Amolecidos,
todavia, pela transmissão hereditária de determinados valores católicos e
exóticas crenças místicas, aqueles homens tomaram como mola propulsora um certo
desequilíbrio espiritual necessário para lidar com a dura realidade do sistema
vigente enquanto recusavam sua tirania.
Os livros aos
quais recorremos, mesmo com toda divergência presente, conferiram-nos a
possibilidade de entender melhor o sentido da existência de indivíduos que
simplesmente se recusavam a seguir as normas impostas por uma sociedade que os
alijava. Apontar Lampião como um bandido supersticioso, sem religião e isento
de boa natureza, a quem agradava a vida de tiroteios e combates, seria um
excesso tão grande quanto acreditar que o mesmo distribuía parte de seus saques
às populações miseráveis por pura caridade robinwoodiana.
Entre o
rosário e o punhal, entendemos que Lampião não foi nem o herói
bondoso e extremamente católico das literaturas de cordel nem bandido ímpio e
cruel. Antes, preferimos a ideia de um Virgulino Ferreira da Silva,
filho de seu meio e de seu tempo, como todos o somos.
REFERÊNCIAS
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Isaura Pereira de. O Campesinato Brasileiro: Ensaio sobre a Civilização e
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SOUSA, Ilda
Ribeiro de. Sila: Memórias de Guerra e Paz. Recife: Universidade
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SOUZA,
Anildomá Willans. Nas Pegadas de Lampião. Serra Talhada: Gráfica Folha do
Interior, 2004, 1ª. Edição.
Renata Valéria
de Lucena e Mário Gouveia Júnior -Graduação em História pela Universidade
Federal de Pernambuco.
Fonte:http://artigos.netsaber.com.br
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2014/02/entre-o-rosario-e-o-punhal-cangaco.html
http://cariricangaco.blogspot.com
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