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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


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Pedidos via internet:
franpelima@bol.com.br
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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DESCENDO O VALE

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.229

      Há algum tempo resolvemos fazer uma vistoria em trechos do rio Ipanema velho de guerra. Junto aos companheiros Manoel Messias, Marcello Fausto, Sérgio Campos e Ferreirinha, descemos a partir do lugar Barragem e fomos contemplando as duas faces do rio. Leito seco, na época. Justamente, iniciamos pelos lugares mais poluídos onde alguns animais selvagens teimam pela sobrevivência. E a admirável vegetação que prolifera no leito era a mesma que sempre ofereceu soluções para a saúde popular. E esses próprios vegetais que curam estavam sufocados pelo lixo sem controle dos inconscientes periféricos. Banhados encontravam-se com material aquático fruto da poluição intensa onde garças pantaneiras procuravam alimentação.
RIO IPANEMA (FOTO: B. CHAGAS/ARQUIVO).

Visitamos nesse trecho o poço das Mulheres, o poço do Juá e o poço dos Homens. Encerramos essa fase na passagem molhada do Minuíno até a chamada Ponte dos Canos, cuja adutora transpõe o rio embutida por concreto. Estivemos galgando a antiga Pedra do Sapo que marcava a largura das cheias. De um oratório erguido no topo, restavam apenas os degraus de acesso, feitos com cimento. Continuamos, então, pelo segundo trecho, margeando o rio, por veredas de poeira, muita vegetação e limites de arame farpado. Mulungu, Unha-de-gato, Mamona, Mussabê, Urtiga e Mororó faziam parte da flora medicinal das ribanceiras. Fomos sair além do longo poço do Escondidinho, coberto totalmente de plantas aquáticas. Atravessamos o rio em outro poço adiante e voltamos pela margem oposta passando e examinando a foz do riacho do Bode.
Época de muitas flores no campo formando belo colorido no pano de fundo verde. Mas as ruínas da Igreja de São João, construída em 1917, causaram comoção na equipe aventureira. O poeta, compositor, cantor e pescador Ferreirinha, saía mostrando e explicando certos vegetais: fio-de-ouro, catingueira, urtiga, mororó... Exaltando seus poderes nas curas de certos incômodos. Fomos sair na casa de Dona Joaninha, mulher guerreira engajada conosco na luta pela proteção ambiental.
Outra incursão igual aquela... Estou a duvidar.
Ferreirinha já partiu, mas a sua foto pescando no lugar “Cachoeiras” (rio Ipanema) já faz parte do nosso livro “Repensando a Geografia de Alagoas”, inédito.

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DIA DE SANTA LUZIA


 Por José Mendes Pereira
Imagem devocional popular de Santa Luzia

Hoje 13 de dezembro de 2019, Mossoró no Estado do Rio Grande do Norte está em festa, porque é dia de Santa Luzia. Ela é a padroeira da cidade. É a maior festa do município hospedando gente de todos os lugares do Brasil. Santa Luzia é querida no município. Já é tradicional esta festa.  

LÚCIA DE SIRACUSA

Santa Lúcia de Siracusa (283 - †13 de dezembro de 304), mais conhecida como Santa Luzia (Santa de luz), segundo a tradição da Igreja Católica, mesmo sem olhos pobre santa siciliana, nascida numa família rica de Siracusa,[2] venerada pelos católicos como virgem e mártir cristã, que, segundo consta morreu por volta de 304, durante as perseguições do imperador Diocleciano.

Na antiguidade cristã, juntamente com Santa CecíliaSanta Águeda e Santa Inês, a veneração a Santa Lúcia foi das mais populares e, como as primeiras, tinha ofício próprio. Chegou a ter vinte templos em Roma nomeados em sua memória.

O episódio da cegueira, ao qual a iconografia a representa, deverá estar ligado ao seu nome Luzia (Lúcia) derivado de lux (= luz), elemento indissolúvel ao sentido da vista, mas também à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural. Por este motivo Dante Alighieri, na Divina Comédia, atribui-lhe a função de graça iluminadora.[2].

É assim a padroeira dos oftalmologistas e daqueles que têm problemas de visão.

A sua festa é celebrada simbolicamente em 13 de dezembro, possivelmente doze dias antes do Natal para indicar ao cristão a necessidade de preparação espiritual e sua iluminação correspondente para essa importante data que se avizinha.


Luzia nasceu na cidade italiana de Siracusa e era de uma família rica e cristã. Era considerada como uma das jovens mais belas de sua cidade. O seu pai morrera quando ela tinha 5 anos e sua mãe, Eutíquia, sofria de graves hemorragias internas. Luzia tinha uma grande convicção cristã, que a fez consagrar-se, secretamente, ao Senhor Jesus, e oferecer perpetuamente a sua virgindade.

Um dia ela e sua mãe foram peregrinar à cidade de Catânia onde se encontrava o corpo da grande Santa Águeda, que morrera por não se converter aos deuses Romanos.

Procissão de Santa Luzia em Siracusa.

O Evangelho pregado na Santa Missa desse dia foi o da mulher que sofria com hemorragias internas, iguais às da mãe de Luzia. Luzia então pensou: "Se aquela mulher ao tocar nas vestes do Senhor ficou curada, será que Santa Águeda não pedirá ao Senhor que cure minha mãe da mesma forma que curou aquela mulher?"

Luzia pedia então a sua mãe para que esperassem todos e saíssem da Igreja, para que elas pudesse ir rezar junto ao corpo de Santa Águeda. Durante esse tempo de oração Luzia dormiu, e em êxtase sonhou que anjos rodeavam Santa Águeda, e que a mesma lhe disse: "Luzia minha irmã, por que pedes a mim uma coisa que tu mesma podes conceder?"

Luzia rapidamente saiu do êxtase e despertou do sonho. Foi procurar a sua mãe, à qual disse que tinha sido curada. Luzia aproveitou esse momento para revelar à mãe que tinha feito um voto de castidade a Jesus, e que iria distribuir todos os seus bens aos pobres.

A sua mãe disse: "Luzia minha filha, tudo o que é meu e de seu falecido pai é teu, por isso faça o que queres." Ao chegar em casa começaram a distribuir todos os seus bens aos pobres.

Tomando conta do que estava a suceder, um jovem muito rico e pagão, politeísta de nascença, que já era apaixonado por Luzia, foi perguntar à mãe de Luzia o motivo de tanto esbanjamento de dinheiro, ao que Eutíquia respondeu: "Luzia é muito providente e é porque achou bens do Paraíso Celeste muito mais valiosos do que esses que estamos fazendo isso".

O jovem não entendeu o significado de "bens" do Paraíso Celeste, por isso entendeu como quis e voltou para casa. Os dias foram-se passando e Luzia e sua mãe iam dando mais e mais dinheiro aos necessitados assim dilapidando a grande fortuna da família, e por isso o jovem logo teve a certeza que Luzia era cristã, tendo-a denunciado ao governador (prefeito romano) de Siracusa Pascasio, o qual ficou furioso com a grande fé cristã de Luzia, tendo-a mandado ao Imperador Diocleciano, que tentou persuadi-la a se converter aos ídolos. Luzia mostrou-se cheia do Espírito Santo em frente ao imperador Diocleciano. Vendo que nada a convertia decidiu-se pelo seu martírio.

O martírio[editar | editar código-fonte]

Diocleciano, vendo que nada a convertia, mandou-a para uma casa de prostituição, mas foi em vão: ninguém conseguia tirar Luzia dali. Nem mesmo uma junta de bois conseguiu. Os soldados saíram envergonhados; seus pés estavam como que fincados no chão, como raízes de plantas. Naquele tempo, as virgens tinham mais medo de perder a virgindade do que enfrentarem uma cova cheia de leões.

Como nada dera certo, tentaram atear-lhe fogo, o que fez com que Luzia rezasse a seguinte oração: "Senhor Deus, Jesus Cristo meu Rei, não deixeis que estas chamas me façam mal algum." As chamas nada fizeram contra ela, nem mesmo vermelhidão no seu corpo deixaram, por isso retiraram-na do fogo.

Foi-lhe então aplicado o castigo mais cruel depois da degolação. Como Luzia não se convertia aos deuses romano, um soldado, a mando do imperador, arrancou-lhe os olhos e entregou-lhos num prato, mas, milagrosamente, nasceram-lhe no rosto dois lindos olhos, sãos, perfeitos e mais lindos do que os primeiros.

Vendo que nada a convencia a converter-se ao paganismo, deceparam-lhe a cabeça no momento em que Luzia dizia: "Adoro a um só Deus verdadeiro, a quem prometi amor e fidelidade." No mesmo instante a sua cabeça rolou pelo o chão. Era 13 de Dezembro do ano de 304 D.C.

Os cristãos recolheram o seu corpo e sepultaram-no nas catacumbas de Roma. A sua fama de santa se espalhou por toda a Itália e Europa e depois para todo o mundo, sendo hoje venerada e honrada como a "Santa da Visão".

Devoção popular[editar | editar código-fonte]

Sendo santa bastante venerada no interior da Região Nordeste do Brasil, várias pessoas não trabalham nesse dia, sobretudo as que trabalham com atividades que precisam de uma visão apurada, como costureiras. A crença dessas pessoas é que, desse modo, estarão, prestando respeito à santa, conservando a qualidade de sua visão.



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SEU ZEZÉ X CANGACEIRO LAVANDEIRA


E o poder das orações sertanejas


Este foi o senhor José Antônio de Araújo "seu Zezé" oriundo do povoado Salgadinho, zona rural de Paulo Afonso, BA que teve sua vida quase ceifada pelo cangaceiro "Lavandeira", durante uma tentativa do cangaceiro raptar sua irmã,

Sabendo do intuito do mesmo, a sua família resolveu casar a moça com seu vizinho às pressas e levar o casal embora pra longe dessa ameaça. Todavia o cangaceiro quando soube que a tal moça estava longe de cair nas suas garras jurou ao jovem Zezé que ele cairia na mira do seu fuzil,

Todos ficaram sabendo e ficaram sob alerta. Sua mãe então passou a pedir que seu filho participasse com ela das rezas antes de sair de casa para ir a lida, sendo que numa dessas o encontro foi inevitável,

Vendo o cangaceiro apontar o fuzil em sua direção ele lembrou da reza que sua mãe sempre entoava

Meu Jesus onipotente, Filho da Virgem Maria, me guardai por esta noite e amanhã, por todo dia. Nem meu corpo será preso, nem meu sangue derramado, nem minha alma será perdida.

Salvo estou, salvo estarei, assim como Jesus Cristo se batizou, salvo foi salvo veio. Assim embarco Eu .... na barquinha de Noé, com a chave do senhor São Pedro, dia me tranco na paz, na guia. Me acompanhe Deus e a virgem Maria e meu Jesus de Nazaré.

E o que aconteceu em seguida foi sobrenatural o cangaceiro aperta o gatilho do seu fuzil, apertou muitas vezes e nada de deflagrar o tiro. A arma simplesmente não funcionou, Lavandeira ficou estático com o que houve, seu fuzil nunca tinha falhado antes

Nesse momento o jovem Zezé puxou seu facão e mirou o rosto de Lavandeira e ordenou que ele baixasse a arma. O cangaceiro sem acreditar no que havia acontecido acatou a fala e o jovem Zezé seguiu seu caminho

Capítulo do livro "Lampião em Paulo Afonso", de João de Souza Lima, transcrito por Marcos Santos.


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O CARRASCO


Por Roberto Beraldo

GEORGE MALEDON, foi nomeado por ISAAC PARKER como LORD HIGH, um carrasco.

Em 1875, PARKER foi nomeado Juiz para o Oeste do ARKANSAS.

Nos próximos 31 anos, ele sentenciou a pena de morte em 168 homens e quatro mulheres, das quais, 88 sentenças foram executadas.

Como resultado dessas mortes, foi dado ao PARKER o nome " Juiz Impiedoso."

MALEDON realizou 60 enforcamento dos homens. Ele também matou cinco homens que tentaram fugir da cadeia de FORT SMITH.

A MALEDON foi pago $100 dolares por cada homem que ele pendurou. PARKER encomendou a construção de uma forca que poderia acomodar 12 homens ao mesmo tempo.

Na manhã de 3 setembro 1875, MALEDON pendurou seis homens: SAM FOOY, que tinha assassinado um professor de escola durante um roubo; SMOKER MANKILLER, um CHEROKEE; EDMUND CAMPBELL, um agricultor negro encontrado culpado de matar um nativo americano; JAMES H. MOORE, um ladrão de cavalos; DANIEL EVANS, que tinha assassinado um homem e roubar suas botas e JOHN WITTINGTON, que bateu num homem até a morte durante uma discussão por estar bêbado. Em 1895, a filha de MALEDON, ANNIE MALEDON, foi morta por FRANK CARVER, ele foi condenado por ISAAC PARKER e condenado à morte. No entanto, CARVER foi um dos muitos criminosos que apelou com sucesso em WASHINGTON e foi libertado.

GEORGE MALEDON ficou tão aborrecido com esta decisão que se aposentou do seu cargo como LORD HIGH o carrasco, e deixou o FORT SMITH.


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CARLOS - O ASSASSINO PROFISSIONAL DE CODINOME "CHACAL" - FOI PEGO FAZENDO TRATAMENTO NOS TESTÍCULOS

CARLOS, O CHACAL, FOI PRESO ENQUANTO REALIZAVA OPERAÇÃO NOS TESTÍCULOS

O assassino foi responsável por diversas ações contra importantes políticos, no entanto, acabou sendo preso anos depois enquanto tratava de uma urgência insólita
CAIO TORTAMANO PUBLICADO EM 09/12/2019, ÀS 10H53


Ilich Ramírez Sánchez, mais conhecido como Carlos, o Chacal
Ilich Ramírez Sánchez, mais conhecido como Carlos, o Chacal - Getty Images

O matador particular Ilich Ramírez Sánchez, mais conhecido como Carlos, o Chacal, foi responsável por diversos crimes durante a década de 70 e 80, que envolviam sequestro de autoridades e atentados em diversos países da Europa.
Seu nome foi uma homenagem a Lenin, cujo verdadeiro nome era Vladimir Ilyich Ulyanov. Filho de advogado comunista, nasceu e cresceu na Venezuela se mudando em 1970 para o Líbano, para integrar à Frente Popular pela Libertação da Palestina, onde recebeu o apelido de Carlos por sua origem latina.
Seu ato drástico foi um ataque à sede da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, na Áustria, em 1975. Mais de 40 reféns foram feitos, incluindo ministros e importantes políticos levando à morte de 3 pessoas durante a ação.
A sua lista de crimes aumentou em 1982, quando realizou um ataque à bomba em um trem francês, ferindo 77 pessoas e matando 5, também atacando o consulado francês em Berlim Ocidental, deixando um morto e 22 feridos.
Dessa maneira, Chacal se tornou uma das figuras mais procuradas pelos órgãos de inteligência, que tentavam de toda maneira encontrar o homem que constantemente passava por cirurgias plásticas para enganar a polícia.
Com o comunismo perdendo força pós Guerra Fria, Chacal acabou perdendo o apoio que tanto precisava para continuar escondido. Cada vez menos países estavam interessados em refugiar o terrorista, que conseguiu um lugar no Sudão.
O que ele não contava era o jeito com o qual seria preso. Vivendo escondido no país, o governo sudanês fez um acordo em segredo com órgãos de inteligência americanos e franceses para a sua captura. Depois de um sério problema em seu testículo, o assassino foi levado às pressas para um hospital em Cartum, capital do Sudão. Para a cirurgia, ele necessitava ter sido completamente sedado.
Em seguida, foi devidamente operado, amarrado e enviado de avião por agentes franceses para Paris, em 1994. Desmaiando durante o trajeto, especificamente, em Cartum, acabou acordando em uma prisão em Paris. Desde então, Chacal foi condenado três vezes à prisão perpétua, em 1997, 2011 e 2017.

Para ler a obra que inspirou o apelido do terrorista acesse o link a seguir:
O dia do Chacal, Frederick Forsyth (1971)
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VAQUEIRO DE GENTE

Por José Di Rosa Maria
https://www.youtube.com/watch?v=KPYCRzHEfDw&feature=share&fbclid=IwAR3vC1JV4cN615HhrE7KMCIEGKeQFzD_zSztexfE_tRrvuWyT_xsCz3f62Y

Autor: Jose Di Rosa Maria Violas: Kleber Morais & José Di Rosa Maria
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LUIZ GONZAGA


Por Juliana Pereira


Em 13 de dezembro de 1912, nascia na Fazenda Caiçara, em Exu, sertão de Pernambuco nosso eterno rei da música regional nordestina, Luiz Gonzaga do Nascimento, filho de Januário José Santos, agricultor/sanfoneiro de 8 baixos e de Ana Batista de Jesus (Santana), agricultora/ dona de casa ( vendia cordas na feira). "Luiz Gonzaga foi um matuto que conquistou o mundo, como bem nos disse o jornalista pernambucano, Gildson de Oliveira. Guimarães Rosa dizia que " o mundo é mágico, pessoas não morrem, ficam encantadas", em sendo assim, Mestre Lua encantou-se em 02 de agosto de 1989, nos deixando um legado de 49 anos de uma extensa e intensa produção musical. O porta-voz da nação nordestina, certa feita, disse: "Não é preciso que a gente fale em miséria, em morrer de fome. Eu sempre tive o cuidado de evitar essas coisas. 


É preciso que a gente fale do povo exaltando o seu espírito, contando como ele vive nas horas de lazer, nas festas, nas alegrias e nas tristezas. Quando faço um protesto, chamo a atenção das autoridades para os problemas, para o descaso do poder público, mas quando falo do povo nordestino não posso deixar de dizer que ele é alegre, espirituoso, brincalhão. Eu sempre procurei exaltar o matuto, o caboclo nordestino, pelo seu lado heroico. Nunca usei a miséria desvinculada da alegria." Gonzaga foi mais que um sanfoneiro, ele dizia que mais do que ele era, não queria ser não. Nos fez apenas um pedido: “Gostaria que lembrassem que sou filho de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mim; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e também o amor”. Toda reverencia ao Rei e ao seu legado! Salve o Mestre Luiz Gonzaga do Nascimento! Salve!!!


DONA NAIR VIU "LAMPIÃO"


Por Antônio Correa Sobrinho - 7 de fevereiro de 2017

Toda vez que boto os pés em Nossa Senhora da Glória, cidade do sertão sergipano, lembro que ela foi visitada por Lampião e asseclas em 1929, e fico a imaginar, em cima do que nos conta a história, como isso se deu.

Estou de novo na antiga Borda da Mata, e agora lembrei da matéria que há dois anos aqui publiquei, sobre a entrada de Lampião nesta, à época, minúscula localidade do sertão sergipano, hoje cidade progressista e porta de entrada do nosso sertão.

Leiam o texto até o fim, para saberem de dona Nair, a senhora que me disse que viu Lampião; ela que já se aproxima de um século de vida.

EM BUSCA DE LAMPIÃO

Demorar um pouco mais na sertaneja e progressista cidade sergipana de Nossa Senhora da Glória, antiga Borda da Mata, onde estou nestes dias, a trabalho, foi a disponibilidade de tempo que eu precisava para ir a lugares que Lampião e seus asseclas Luiz Pedro, Volta Seca, Quinta Feira, Ezequiel (Ponto Fino), Virgínio (Moderno), Corisco, Arvoredo, Ângelo Roque (Labareda), Mariano, Delicado e Zé Fortaleza (Fortaleza II), no dia 20 de abril de 1929, nesta cidade estiveram em razia.

Fui ao local da feira, onde Lampião e os seus amigos cangaceiros fizeram-se presentes, até assistiram à morte de um bode, ali mesmo, na feira; feira onde ele, quieto, tranquilo e bem humorado, deu esmolas, agradou a crianças, conversou com pessoas. Tirei foto onde funcionava o salão de Zé Besouro, onde Lampião fez a barba. Também da Intendência, hoje a Prefeitura, cujo gestor João Francisco de Souza (Joãozinho), também comerciante de tecidos, tratou Lampião muito bem e atendeu a todas às suas reivindicações: bom dinheiro, lauto almoço e animais de montaria. E a Cadeia, segundo consta, xadrez sujo e fedido, onde ficaram presos enquanto Lampião agia, sem antes entregarem as armas, o sargento Alfredo e os soldados Osório, João e Zé Rodrigues.

Nada, porém, foi mais interessante do que o encontro que eu tive com a senhora Nair Aragão Feitosa, de 95 anos, viúva do ex-escrivão Pedro Alves Feitosa, ofício que ela também exerceu; dona Nair que foi uma das centenas de pessoas que naquele dia, estiveram a mercê do mais temível bandoleiro das terras sertanejas.

Embora convalescendo de uma cirurgia ortopédica, mas lúcida como poucos na sua idade, dona Nair me disse coisas a respeito desta presença de Lampião, confirmando o que disseram os pesquisadores. Informações que, considerando a sua pouquíssima idade em 1929, ela, em boa parte, deve ter obtido de terceiros, no correr dos seus anos.

Porém, o que eu mais queria dela, era saber se ela realmente viu Lampião.

Quando lhe fiz a pergunta, ela respondeu imediatamente, sem pestanejar, que sim.

Disse dona Nair que naquela manhã estava em casa, uma edificação situada na praça da feira, e ouviu quando o seu pai bradou: “Lampião entrou, Lampião entrou!” Portas e janelas foram fechadas, e de uma fresta na janela, a uns 20 metros de distância, ela com alguns da família viram claramente quatro cangaceiros, juntos, em pé, parados, segurando o fuzil fora de posição, na vertical, cano pra cima, coronha no chão. Tinham chapéus grandes na cabeça, que brilhavam muito, reluziam, contou ela.

Num momento, seu pai lhe disse: “Lampião é aquele mais alto, o de óculos”.

Ela voltou a dizer, também com gestos de mãos, sem eu perguntar: Os chapéus deles brilhavam muito...

Perguntei se seu pai teve medo. Ela disse que não.

Nossa conversa durou pouco, não quis cansá-la, em razão de sua idade e de seu estado de saúde, mas o suficiente para, atento às suas palavras, ao tom de sua voz e, principalmente, ao seu olhar que parecia vivenciar aquele inesquecível instante, aquele misto de medo, apreensão, curiosidade e expectativa, eu saí transbordante de satisfação. Agora eu posso dizer que estive com alguém que, muito provavelmente, viu Lampião, o rei do cangaço, este que fez dona Nair recordar e contar essa história durante toda a sua vida.

Nossa Senhora da Glória/SE, 22/01/2015.


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